Grazi Comenta 24/03/2015Asimov nunca decepciona'' O Mulo chamou atenção da Fundação para a Segunda Fundação, e por isso ela foi destruída na época de Arkady. Ou devo dizer quase destruída, Conselheiro?''
Depois de acabar um livro vocês já sentiram vontade de conhecer o autor, abraçar ele e agradecer pela oportunidade de ler uma história incrível como a que ele escreveu? É assim que me sinto toda vez que termino um dos livros da série Fundação. Vários estudiosos de renome e até vencedores do prêmio Nobel já citaram a trilogia da Fundação como uma obra de grande influência em seus trabalhos. A cada texto, entendo melhor o porquê disso.
Limites da Fundação se passa 500 anos após a criação da Fundação. O enredo começa quando Golan Trevize, um dos conselheiros de Terminus, passa a desconfiar abertamente da eficácia do Plano Seldon (aquele criado através de análise da psico-história, voltado a reduzir o tempo de ''barbárie'' da Galáxia após a queda do Império) e da sobrevivência da Segunda Fundação, despertando a atenção da vários personagens importantes e colocando-se sem querer como o centro de um dos melhores mistérios de toda a série.
Era impossível dizer quantos recrutas da melhor qualidade foram perdidos pela Segunda Fundação ao longo dos séculos. Não havia como avaliar cada um dos quatrilhões de seres humanos que povoavam a Galáxia. Ainda assim, era provável que nenhum deles fosse mais promissor do que Trevize, e decerto nenhum poderia estar em uma posição mais delicada.
Diferentemente da trilogia principal (que tem vários personagens importantes e saltos grandes de tempo entre uma história e outra) Limites se foca em um único protagonista e um único período de tempo. Mais uma vez Asimov nos conduz por uma história cheia de mistério, ciência/ficção, um tanto de humor e muitas reflexões sociais e políticas.
É incrível como ele consegue lançar mais camadas e camadas de tramas, resolvendo uma e criando duas. Eu achei que já havia me acostumado com a narrativa o suficiente para conseguir ter o insight do final, mas como sempre o mestre da ficção científica me surpreende e me proporciona uma grande experiência literária e até intelectual. Eu quero ser como uma personagem de Asimov! :'(
Todas as personagens são muito complexas e bem utilizadas. Nunca se engane: se foi apresentado, ele é importante. Cada personalidade é diferente e cativante. Pela primeira vez eu consegui odiar uma personagem do Asimov, mesmo adorando a participação dela na história. Dá pra entender isso? xD Mais uma vez um prefeito inteligente - ainda que com um vislumbre de Imperador - de Terminus. Mais um Orador admirável da Segunda Fundação. Mais um brilhante indivíduo com o poder para mudar tudo e mais um mistério muito bem apresentado e finalizado.
Eu simplesmente adoro ver como os livros dele se conectam. Cada storyline é importante para o livro seguinte e vários - especialmente a série da Fundação - citam os outros criando uma sensação de livro único, sem nenhum cansaço.
A narrativa se mantém no mesmo ritmo que os outros livros. Sempre coerente, fácil de entender apesar dos termos que ele usa (e mais fácil ainda se você a trilogia), com elementos marcantes próprios do mestre e bem rápida. Eu demorei um cadinho para ler, porque não queria acabar logo :P
Enfim, Limites da Fundação é continuação muito mais do que digna para a trilogia principal, que pode ser lida até aquém dela. Mal posso esperar por Fundação e Terra!
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https://irmandadeliterariabr.blogspot.com/2017/11/resenha-dupla-limites-da-fundacao.html