JPHoppe 15/04/2016
Bertrand Russell foi um dos maiores filósofos, com centenas de textos, livros e ensaios, devidamente reconhecidos com um prêmio Nobel de literatura em 1950, sendo um dos pensadores mais influentes, especialmente no campo da moralidade e religião. O primeiro contato que tive com o autor foi na famosa analogia do Bule Voador, muito utilizado nos textos de um dos maiores expoentes do ateísmo atualmente, Richard Dawkins.
Dawkins é um dos melhores escritores de nossa época, ainda mais quando fala das áreas no qual é especialista, como a Etologia e Teoria da Evolução. No entanto, quando fala sobre religião e ateísmo, ele parece um espelho um tanto fosco e não muito plano, distorcendo as reflexões daquele que parece ser a maior fonte de suas ideias: Bertrand Russell. Por exemplo, temos aqui as bases contra o Cristianismo e, em menor escala, às grandes religiões (monoteístas ou não) e o posicionamento de que não temos uma ética baseada em teologia, mas uma teologia baseada em nossa ética.
Junto do ensaio homônimo, temos mais 13 outros textos relevantes ao tema, incluindo um lendário debate sobre a existência de Deus com o padre Copleston, com posicionamentos bem relevantes dos dois lados. Ademais, há um apêndice sobre como Russell foi impedido de lecionar na Faculdade Municipal de New York por ser "imoral", num julgamento tão parcial que é difícil aceitar que aconteceu de verdade.
A amostra é pequena, mas se o restante das obras de Russell seguir a clareza, precisão, e relevância para o pensamento que foi apresentada nessa obra, trata-se então de um Nobel mais que merecido.