spoiler visualizarSaulo.Fragoso 11/03/2024
Depois de resgatar a Atenas Partenos, Percy e Annabeth acabaram caiando diretamente no Tártaro, o local final do Hades, para onde vão se reintegrar todos os monstros e titãs que os semideuses passam a vida toda matando no mundo mortal. Para saírem de lá com vida eles precisam sobreviver ao, literalmente, inferno e chegar ás Portas da Morte que precisam ser fechadas tanto do Tártaro como também do lado mortal. Hazel, Leo, Piper, Jason, Frank e Nico viram seus amigos caírem diretamente no pior lugar existente sem poderem fazer nada para salvá-los, mas agora eles precisam se arriscar, a bordo do Argo II, até a Casa de Hades, na Grécia, para fecharem de vez as Portas da Morte e regatarem Percy e Annabeth, se, é claro, eles conseguirem sobreviver. Para isso todos os sete semideuses da profecia terão que enfrentar seus medos e limitações, sobreviver a morte iminente e passar pelos inúmeros obstáculos que Gaia colocou em seus caminhos.
Como já disse, mesmo depois de passar oito livros vendo o Percy e a Annabeth sofrendo e quase morrendo diversas vezes, nada se compara com acompanhar a luta deles dentro do Tártaro. Talvez seja pela forma como o Rick descreve o lugar desolador, com o calor que os deixam cheios de bolhas e o ar tóxico difícil de respirar, ou talvez seja o sentimento de agonia e desespero que cada cena trás, só sei que nunca sofri tanto junto com os personagens como em A Casa de Hades.
Eu sempre fui apaixonado pelo Percy e pela Annabeth - eles estão, sem dúvida, na minha lista de personagens preferidos - e isso só se confirmou nesse livro. Ambos são extremamente fortes, corajosos e determinados e não tem como não admirar personagens que tenham essas característica. Além disso, a conexão entre os dois, que está muito além de um namoro, se mostrou com toda a sua força e importância, um suportou o peso do outro, deram a si mesmos razões para continuar, e essa cumplicidade e amizade foi um dos pontos de mais destaque desse livro.
Por outro lado, isso não quer dizer que a missão dos semideuses no mundo mortal foi fácil, na realidade acho que foi tão terrível quanto. Em A Casa de Hades os sete semideuses principais narram (Percy, Annabeth, Hazel, Leo, Jason, Piper e Frank), o que ajuda o leitor a se conectar melhor com todos eles e posso dizer isso por experiência própria. Por exemplo, eu não via muita coisa no Frank, mas depois de acompanhar o que aconteceu nesse livro com ele pelo seus olhos, o Frank se tornou um dos meus preferidos ao lado da Hazel e do Leo. A escrita do Rick amadureceu muito com decorrer do tempo e isso fica bem visível pela forma que ele passa a abordar um pouco mais dos sentimentos dos seus personagens. Toda a situação do Nico, por exemplo, foi um ato de coragem que me pegou totalmente de surpresa, a revelação que foi feita nunca tinha sequer passado pela minha cabeça.
É claro, porém, que o livro segue a fórmula de todos os outros do Tio Rick e é ingenuidade esperar qualquer coisa muito diferente vindo dele.
O livro é repleto de ação e aventura, dezenas de seres mitológicos e uma narrativa dinâmica e descritiva. Apesar de todos os momentos de tensão, o livro ainda tem todo o toque de humor sarcástico que já virou marca registrada do autor.
Eu ainda fico surpreso pela criatividade do Rick Riordan, como cada mínimo detalhe acaba tendo uma importância gigantesca no final. E o mais incrível é que o livro é repleto desses mínimos detalhes. É tudo tão bem pensando e planejado que não tem como não admirar a criatividade dele em criar suas estórias.
Falando nisso, acho que esse foi o livro de Os Heróis do Olimpo onde eu vi mais referências e aparições de personagens de Percy Jackson e os Olimpianos e eu adorei, acho muito legal essa ligação tão íntima entre as duas séries.