Vinícius 13/10/2013
A maturidade que faltava.
Apesar de ter encomendado minha edição de "A Casa de Hades", eu não resisti ao e-book e logo baixei pra ler. No momento em que escrevo essa resenha acabo de terminar a leitura do livro, e só tenho algo a dizer.
Este é o melhor livro de Rick Riordan e o ápice de sua escrita.
A usuária Arlequina_Luzy brilhantemente apontou em sua resenha: "Não é segredo pra ninguém que lê o tio Rick que o cara tem uma formula: missão terrível, tempo curto, profecia, monstros a torto e a direita, uma aparição divina ou outra e claro piadinhas dos personagens em face da morte iminente." Ainda assim somos inteiramente sugados para as aventuras dos personagens e não deixamos de torcer e nos emocionar, frente a uma leitura de fácil digestão e que nos inteira bastante sobre a maravilhosa mitologia greco-romana.
Em muitos aspectos A Casa de Hades supre as deficiências de seus anteriores. Cada livro anterior foi visto sob a ótica de três personagens (o 1º e o 2º) ou quatro (o 3º). Aqui todos os sete semideuses da Grande Profecia tem espaço nas narrações. Através de Percy e Annabeth conhecemos o cruel e sombrio Tártaro, e são várias as passagens em que nos angustiamos com o que passam. Apesar disso eles encontram personagens maravilhosos, especialmente Bob, um titã que já tínhamos visto em "Os arquivos do semideus". Sua presença e suas atitudes são certamente um dos pontos mais fortes do livro, e é impossível não se emocionar com ele. Quem leu, sabe do que estou falando.
Na superfície temos os demais personagens - Frank, Leo, Piper, Hazel, Jason, Nico e o treinador Hedge - em sua missão para chegar às Portas da Morte. É aqui que faço minhas desculpas. Porque com exceção de Leo nenhum dos novos semideuses me parecia realmente interessante. Mas aqui todos se destacam, sem exceção. Rick dá a cada um um momento para brilhar, seja com uma importância dentro da missão, seja com sua narrativa. É certamente um tapa na cara de muita gente, eu incluso.
O livro é intenso do início ao fim, com muitas cenas de ação como já é de se esperar. Felizmente elas não tem tanto daquele fator "bobalhão" dos livros anteriores, o que é algo pelo qual sou grato. Por favor, lutar com camarões é ridículo. Apesar da aparente invencibilidade desses semideuses, ainda assim você torce pra que ganhem as lutas. Mesmo assim o livro ainda oferece momentos de calmaria, como a sequência de Leo em Ogídia. Um dos melhores momentos do livro, que não só faz conexão com PJO (há várias ligações com a primeira série no livro) como dá um interesse amoroso ao garoto. Foi um momento bastante "own".
A grande surpresa do livro - e que certamente representa um ponto de viragem pra série e um incrível ato de coragem do Tio Rick - advém de Nico di Angelo. Confesso que nunca entendi essa babação de ovo pra cima dele (nunca foi um dos meus favoritos), mas dada a minha preferência por personagens "cinzas" (ressaca pós-As Crônicas de Gelo e Fogo) ele certamente ganhou minha atenção, por ser o personagem da série que se aproxima dessa estética (o Octavian também, mas ele é um merdinha). E a revelação do seu grande segredo (divulgado às massas pela internet) é realmente chocante, mas de certa forma até compreensível, ainda mais se olhar pros livros anteriores, pras "pistas" que eles dão. Um momento polêmico, e que certamente será muito discutido. Mas como eu disse, um ato de ousada coragem do Tio Rick.
Enfim, dói saber que essa série já acaba no ano que vem. Creio que o último livro superará este, o que é uma tarefa difícil (já que este foi quase perfeito) e fácil (já que é a grande batalha final e creio que Rick não decepcionará). Agora vou esperar meu exemplar chegar e relê-lo.