Desonra

Desonra J. M. Coetzee




Resenhas - Desonra


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Marcus.Vinicius 10/09/2020

Literatura de primeira linha!
Que livro fantástico!

Sem dúvida nenhuma, uma das melhores leituras de 2020.

Coetzee escreve de maneira direta, sem rodeios. O processo de leitura é leve, fluído, e é muito difícil largar o livro.

Dito isso, falemos da história.

David Lurie, professor universitário, cinquentão, divorciado, que vive na Cidade do Cabo - África do Sul. Tem uma personalidade introspectiva e pouco sociável, e satisfaz-se sexualmente pagando uma prostituta todas as quintas-feiras.

Quando esses encontros semanais são interrompidos, o professor Lurie, mesmo tendo a noção de sua conduta, que, em que pese não ser proibida é ética e moralmente errada, se envolve com uma de suas alunas, a qual tem idade para ser sua filha.

E é a aí que começam os problemas do professor.

Depois do caso estourar pelos corredores da universidade, David é submetido a um processo administrativo que culmina com sua expulsão. Perde a cadeira de professor, perde o salário. Cai em desonra.

Sem rumo, decide passar uma temporada de reclusão com sua filha, Lucy, mulher solteira que vive e trabalha em sua propriedade rural no interior do país, no coração da África negra.

A partir daí, podemos perceber todos os contrastes, ressentimentos e feridas abertas de uma África do Sul pós-apartheid, onde temas como abuso sexual, violência, propriedade privada, direito animal, dentre outros, são tratados de forma impecável pelo autor.

?Ele fala italiano, fala francês, mas italiano e francês de nada lhe valem na África negra?
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Henrique 02/09/2020

A literatura de J. M. Coetzee não faz concessões, o autor sul africano não poupa seus personagens de sofrerem com as condições em que estão inseridos. A obra retrata a decadência de um prestigiado professor universitário após se envolver em um escândalo sexual com uma de suas alunas chamada Melanie. David Lurie, um homem solitário, frio e que encontra em sua própria visão de mundo justificativa para a ação que o levou à desgraça, entrando assim, num processo de afastamento da vida que conquistara e sendo levado a lidar com uma parte negligenciada de sua vida, a relação com a filha.
O livro nos mostra uma África do Sul fraturada e marcada por relações de poder que remetem à segregação e à brutalidade do processo colonial que ainda ecoa na sociedade. A prosa direta e dura de Coetzee contribui para elevar o impacto dos acontecimentos que se desenrolam.
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renanlp 02/09/2020

Marcante, cru e direto
Precisei de alguns dias após finalizar a leitura para escrever essa resenha. Num primeiro momento parecia já saber o que escrever, já tinha em mente todas as minhas impressões, mas mal sabia que seriam apenas as primeiras. O livro continuou a ser digerido dentro de mim com o passar dos dias e causou certo desconforto num sentido muito positivo. A escrita do autor é crua e direta, ao mesmo que me fez esperar ler alguma reflexão a mais, vi que não seria necessário. Toda a reflexão fica por conta dos leitores que se incomodam com os temas abordados e com a maneira com que são tratados a partir do ponto de vista de David Lurie.
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Raissa Bandeira 29/08/2020

Tem violência animal!
O título se refere ao tipo de informação que eu precisava antes de começar a ler esse livro e por mais chocante que essas partes sejam no livro, não encontrei pessoas citando isso nas resenhas.

Sim, essa foi a parte que mais me chocou no livro! A minha impressão é a de que o autor quis pegar os temas mais polêmicos possíveis e colocar neste romance, numa tentativa de chocar o leitor, seja pela perplexidade dos fatos, seja pela apatia pela qual os personagens dessa história foram acometidos. Eu, como leitora, ao me deparar com as situações ocorridas, fiquei chocada, mais com a reação dos personagens, enxergando tudo como "normal", "é a vida", do que com os fatos propriamente ditos. Abuso, estupro, execução animal são os temas abordados neste romance e o que acabou me incomodando mais, foi a forma profundamente inverossímil com que os personagens reagiram a isso tudo...

Mas não deixa de ser aquele tipo de livro que você não quer parar de ler. É um livro enxuto, sem floreios, sem enrolação, mas me deixou com uma sensação no final de "é sério que termina assim?"
ka mcd 02/09/2020minha estante
Olha, só queria discordar um pouco de você: Coetzee é um vencedor do Nobel, acho altamente improvável que o ponto dele nesse livro seja chocar o leitor. Foi escrito em 1999, na África do Sul. As discussões são muito mais profundas.
Não acho que os personagens em geral ajam como se fosse corriqueiro, mas estamos vendo tudo pelos olhos de David, um homem de meia-idade cheio de preconceitos e que se recusa (até onde li) a mudar. Ele é tão tacanho e tão certo de suas opiniões que em nenhum momento aceita ler o depoimento de Melanie. Ele tem tanta certeza que nada errado aconteceu entre os dois que se declara culpado sem saber do que ela o acusa.
Porém, há a discussão sobre a vida que os sul-africanos vivem, a desigualdade social e os conflitos étnicos que assolam o país.
É uma crítica enorme (a meu ver e até onde li) à elite intelectual que vive em uma bolha de preconceitos e privilégios que fecha os olhos e se afasta de tudo o que é nativo; os idiomas regionais, a cultura local, os problemas sociais, a questão de gênero. Me parece um livro de enorme profundidade e discussões imensas sobre a realidade de um povo (tão parecido com o nosso em muitos sentidos).




@rmendes29 17/08/2020

Duro
Um livro duro, verdadeiro, possível. Nos mostra a importância de termos cuidado com a Vida. Excelente leitura.
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Beatriz 14/08/2020

Genial
Acho que não tenho outra palavra à altura desse livro. Entendemos o prêmio Nobel dado à Coetzee a cada linha, em como descreve os maiores absurdos nos provocando entrega cada vez mais intensa.

Uma das coisas que mais me marcou nessa leitura foi o envolvimento e engajamento que tive com seu personagem principal: David Lurie. Um professor universitário de literatura, que transa com prostitutas e assedia uma aluna até ser exonerado, por meio de um tribunal que julga seu ato. As atitudes reprováveis, contadas pela literatura de Coetzee, na verdade provocam empatia com Lurie. O assédio e a exoneração são apenas o início de uma carreira de rupturas marcadas por desgraças e desonras que ele vai seguir. E a cada virada (sempre surpreendente) ficamos mais conectadas com David Lurie e tudo que o rodeia.

São tantos temas que Coetzee consegue tocar com maestria, fica difícil tocar em todos: a África negra, o interior da África do Sul, a relação intensa e densa entre pai e filha, estupros, crimes, relação com empregados, relação com animais (e isso é uma das temáticas mais fortes e que engata o enredo e a trama).

Um livro que me marcou em vários aspectos e entrou para os meus preferidos da vida
Thárin 15/08/2020minha estante
Ótima resenha!!


Beatriz 15/08/2020minha estante
Fico muito feliz que vc curte as resenhas ??


Thárin 15/08/2020minha estante
To curtindo as suas


Marcus.Vinicius 01/09/2020minha estante
Eu estou lendo e achando sensacional.


Beatriz 04/09/2020minha estante
Esse livro marca todo mundo! Depois partilha o que achou




Marcos Pinto 11/08/2020

O enredo: David Lurie é um professor universitário, um homem solitário e erudito, que leva uma boa vida. Entretanto, tudo muda quando ele toma uma atitude impensada, aborda uma aluna de um dos seus cursos e a convida para sair. Desse ponto em diante, o seu cotidiano se transforma completamente, seja pelo amor ardente, seja pela acusação de abuso. Independente dos acontecidos, o destino é um só: David cai em desonra.

Os personagens: Coetzee demonstra, através da construção de Lurie, o motivo de ter recebido um Nobel de Literatura. A construção é profunda, apresentando aspectos psicológicos bem desenhados e demonstrando como o meio social afeta diretamente às atitudes humanas. Observar a transformação do protagonista diante das dificuldades é verossimilhante e, ao mesmo tempo, uma aula de boa literatura.

A escrita: Embora seja um laureado com o Nobel, a escrita de Coetzee é simples e bem fluida, permitindo uma leitura descomplicada. Entretanto, não é recomendável confundir uma facilidade de leitura com falta de complexidade no enredo ou no tratamento dos temas. O autor consegue fazer um trabalho exemplar sem precisar ser cultista e pedante.

Críticas sociais: Coetzee aborda maravilhosamente bem temas complexos, como as relações sociais, o embate étnico em um país multifacetado, a violência contra a mulher e seus desdobramentos. São tantas as reflexões que o livro carrega que, embora seja uma obra curta e de escrita simples, a leitura leva horas e horas, por um excelente motivo.

Opinião: Esse foi o meu segundo contato com a escrita do autor – a primeira foi em Foe – e saí ainda mais maravilhado. A forma como ele trabalha temas complexos e como desenvolve seus personagens demonstra exatamente o motivo de ter recebido um prêmio Nobel. Sem dúvidas, é uma obra e um autor que precisam ser conferidos.


site: https://www.instagram.com/p/CDwqeRxDhHv/
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Mariana 29/07/2020

Empatia, assédio e conflitos raciais
Livro do escritor sul-africano J. M. Coetzee, agraciado com o prêmio Nobel de literatura em 2003.

O protagonista é David Lurie, um professor branco de cerca de 50 anos que se envolve com uma aluna jovem, é expulso da universidade em que dá aula e vai viver com a filha no interior da África do Sul.

O livro trata de temas importantes, como assédio, conflitos raciais e empatia, em uma narrativa envolvente, tendo como cenário o país em uma época pós-apartheid.

Gostei particularmente com a forma com que o autor descreve a dificuldade do protagonista em entender e aceitar uma realidade diferente da sua.
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Tamires384 20/07/2020

Desonra
Desonra é um livro bem impactante e de difícil leitura caso você seja uma pessoa mais sensível. Eu levei algum tempo para terminar de lê-lo.
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Tamires384 20/07/2020

Desonra
Desonra é um livro bem impactante e de difícil leitura caso você seja uma pessoa mais sensível. Eu levei algum tempo para terminar de lê-lo.
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Ana 20/07/2020

África branca
Um livro sobre um personagem banal e pouco heróico que nos leva a refletir sobre diversos temas. Muito gostoso de ler, apesar de poder ter gatilhos a mulheres.
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Juliane 07/07/2020

Diria que esse livro deveria se chamar ?Desgrac?a? ( o que seria, de fato, a traduc?a?o literal do ti?tulo) facilmente, mas na?o so? pelos acontecimentos com os personagens em si e sim pelas opinio?es, viso?es, ideias e realidades existente ao redor dele tambe?m .???
???
David Lurie e? um professor universita?rio, solita?rio, que depois de se envolver com uma aluna, ser acusado de abuso e perder o emprego , decide visitar sua filha ? u?nica parente com quem ainda tem um vi?nculo - que mora em uma a?rea rural . La? ele tem contato com uma A?frica do Sul po?s apartheid, onde a segregac?a?o, a desigualdade, o racismo e o estupro sa?o vivenciados de perto. ???
???
O livro se passa na A?frica do Sul po?s apartheid e levanta discusso?es sobre valores e condutas sociais como : racismo, estupro, asse?dio, machismo e outros assuntos bem atuais.???
???
A impressa?o que tive e? que meu corac?a?o foi se partindo lenta e sutilmente ate? a u?ltima frase, quando se despedac?ou completamente.???
???
???
??
???
? ? A gente se acostuma com as coisas ficando mais difi?ceis; a gente acaba na?o se assustando mais quando o que era o mais difi?cil do difi?cil fica ainda mais difi?cil.? ?????
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Cleane 05/07/2020

Obra do sul-africano ganhador do prêmio Nobel de literatura em 2003, J. M. Coetzee.

Sabe quando você precisa de um livro com uma boa história? Sem firulas, digressões, simplesmente uma história boa!
Esse livro é muito isso!!
Seco, cru, direto, pesado... Uma narrativa linear e crescente que te prende do início ao fim.

O livro começa com uma vida morna do personagem, e cada vez vai ficando mais difícil e complexo. "Mais difícil, mas mais fácil também. A gente se acostuma com as coisas ficando mais difíceis; a gente acaba não se assustando mais quando o que era o mais difícil do difícil fica ainda mais difícil."

Como um livro pequeno (200 pág) consegue abordar tantos temas sensíveis? Abuso sexual, racismo, violência, submissão, ética animal, machismo e etc.

Doloroso e forte, te deixa desconfortável e inquieto.

Com uma ambientação singela, fiquei um pouco confusa/indignada com as decisões tomadas pelos personagens, mas a compreensão vem conforme o livro vai assentando na sua mente. Esse livro vai ficar nos meus pensamentos por muito tempo.

Retrata a dura realidade da África do Sul após o fim do Apartheid, essa complexa relação, esse contraste, entre a cultura européia e a África Negra.

?Talvez nos faça bem sofrer uma queda de vez em quando, contanto que a gente não se quebre?

"Um risco possuir coisas: um carro, um par de sapatos, um maço de cigarros. Coisas insuficientes em circulação, carros, sapatos, cigarros insuficientes. Gente demais, coisas de menos. O que existe tem de estar em circulação, de forma que as pessoas possam ter a chance de ser felizes por um dia. Essa é a teoria; apegar-se à teoria e ao conforto da teoria. Não a maldade humana, apenas um vasto sistema circulatório, para cujo funcionamento piedade e terror são irrelevantes. É assim que se deve ver a vida neste país: em seu aspecto esquemático. Senão se enlouquece. Carros, sapatos; mulheres também. Deve haver no sistema algum nicho para as mulheres e para o que acontece com elas."

"Ele fala italiano, fala francês, mas italiano e francês de nada lhe valem na África negra. Está desamparado, um alvo fácil, um personagem de cartoon, um missionário de batina e capacete esperando de mãos juntas e olhos virados para o céu enquanto os selvagens combinam lá na língua deles como jogá-lo dentro do caldeirão de água fervendo. O trabalho missionário: que herança deixou esse imenso empreendimento enaltecedor? Nada visível."
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Dávila 30/06/2020

Perturbador.
"Desonra" é um livro desagradável.
Mas não é desprezível muito pelo contrário.
Melhor tomar distância caso você seja um(a) leitor(a) muito suscetível.
Agora se encarar vai encontrar uma narrativa intrigante que se é na forma menos impactante do que outros livros do autor como "Diário de um ano ruim" por exemplo, no conteúdo é superior.
O título da obra não mente.
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caroldobairro 30/06/2020

Desgraça - Digno de um prêmio Nobel
Fazia muito tempo que um livro não me trazia uma quantidade tão grande de sentimentos.
O primeiro deles foi a raiva durante e após a sua leitura. Longe de ser pela falta de qualidade! A escrita é excelente, o enredo com certeza prende a atenção e os personagens são tão "humanos", que independente de gostar ou não deles, tocam o leitor.
Devido a sua qualidade, talvez, é impossível seguir a leitura sem se envolver.
Esse é um daqueles livros em que cada página traz um gigantesco incômodo. Mesmo com esse incômodo, é impossível parar de ler e mesmo após o fim da leitura, o incômodo permanece (não sei dizer por quanto tempo).
O incômodo vem de um grande sentimento de injustiça que permeia os acontecimentos ao longo da história e impotência por não ser capaz de modificá-los ou mesmo vingá-los. E talvez seja isso que traz tanta identificação com o leitor. Afinal, no mundo em que vivemos, injustiças infelizmente não faltam...
Talvez o título em PT-PT seja mais digno: "Desgraça".
Acredito que essa seja a única palavra possível para descrever o sentimento que essa história incrível deixa no leitor.

site: https://www.instagram.com/carolmartins104/?hl=pt-br
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