Terras do Sem Fim

Terras do Sem Fim Jorge Amado




Resenhas - Terras do Sem Fim


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Matheus Andrade 07/04/2024

Terras do sem fim.
Um romance de amor entre coronéis fazendeiros, com as plantações de cacau. Um romance de odeio entre os coronéis para buscar a melhor terra de cacau.

Um clássico brasileiro, nordestino e escrito pelo autor mais lido no exterior, Jorge Amado. Uma obra que chega a ser poética em certos capítulos e narrativas, realista, violenta e tudo em que se possa a referir a vida real.

Um romance rico, não só em narrativas onde o Jorge falara com riquezas de detalhes os cenários e cenas, mas, também os personagens, cada um com sua personalidade e diferenças de um dos outros, cada um do seu jeito de ser.

Incrível, lindo, emocionante, radiante, amável, tudo que o sentimento em forma de "amei" sera descrito para essa obra. Dá um orgulho imenso em saber que isso se fez por uma mente brasileira e principalmente, NORDESTINA. É nordeste no TOPO !!
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Rikee 04/04/2024

Sem fim, um sentimento cru de cacau visgoso
O visgo do cacau grudento, colado aos coracões daqueles que visam enricar destas terra, em que dinheiro è mato e o fruto dourado de cacau è ouro, gruda no coracão, na alma destes ambiciosos. seca e nunca mais sai.

em Tabocas, os valentes embolcam a riqueza que a terra produz. a terra irrigada em sangue, dita como terra melhor que hà para o plantio da qualidade de cacau, traz a saciedade e a recompensa, dada pelos coronèis, para o seu provedor.

tenho sentido muita pena de Èster, segunda esposa do Coronel Horàcil, impassìvel; jovem moca, fràgil e sensìvel e de uma brancura pàlida. fora raptada à estas terras maculadas pela servidão a manter grilho?s nas pernas dos homens, a febre a sepultà-los em redes e a chuva de "barulhos" a enterrà-los, a nunca mais abandonar estas terras.
a moca è afligida por costantes pesadelos e desesperos nas noites pela terra afora. de sua Casa-Grande, no interior do seu quarto, rastejam em seus temores cobras traicoeiras preparadas para o assassinato. toda a noite acaba uma rã coaxando de agonia nas presas de uma cobra. toda noite Èster coaxa desesperadamente arrependida, conformada com a realidade imutàvel, aterrorizada de que està presa taaambèm àquelas terras, afastada de seus sonhos; toda noite Horàcio, com seu amor e admiracão construìdo pela esposa, silencia a pàlida em suas presas.

O livro è òtimo, traz muitos conflitos humanos entre as personagens, discursa bastante acerca da "socio-cultura" sertneja violenta daqueles serto?s comandados pelos coronèis. a manipulacão e coercao dos chefes polìticos - coronèis - è lânguida, as benfeitorias desses poderosos são interssantes, pois revelam o progresso que tambèm havia de chegar com a cobica do domìnio das terras. a destruicão das matas, a religiosidade, as fofocas das beateas, as vidas rasteiras das prostitutas, o comeco e as mortes das paixões, a inocência de um jagunco ao questionar a alienacão a que estava submetido. a estrutura do livro è teatral, pode-se montar diversos planos de cena com as descricões de verbos no tempo presente, utilizadas principalmente para enfatizar a reacão e emocões das personagens. a repeticão tambèm è frequentemente utilizada para experimentar no leitor a paranoia, a ansiedade, a incredulidade frente ao que acontecera. o jorge amado è sensualìssimo por entre as linhas da sua història.

peco, entretanto, em deixar apenas estas poucas e pobres palavras de um livro tão rico, que gruda seus visgos - molengas e nutridos de sentimentalismo e "cureza" em medidas de equilìbrio - no fundo da alma.
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Anatalia 19/02/2024

O coronealismo sempre esteve presente na história do Brasil, onde os poderosos se apossavam das terras e expulsavam os verdadeiros donos das terras. Terras do sem fim descreve justamente isso, uma história comovente sobre poder, traição, sangue e cacau!
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Tonyelson 14/01/2024

Delicioso como a Bahia é
Uma história ambientada na Bahia da década de 40, mais precisamente na região de Ilhéus e cenário de disputa por uma região de mata, chamada Sequeiro Grande, por duas famílias: os Silveira e os Badaró. Jorge Amado desenvolve muito bem seus personagens e ilustra detalhadamente sua história, ao longo de 305 páginas, que nos faz imaginar como era viver na época retratada em seu romance. Não é bem uma leitura fluida, por conta dos saltos temporais que o autor executa, mas também não é algo negativo. No meu caso, a leitura foi prendendo e a cada acontecimento, a vontade de saber mais da trama faz você querer devorar o livro para saber o desfecho da história ambientada em tempos de coronelismo. Uma história muito bem contada, com riqueza de detalhes, tornando-a verossímil.
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Isa 31/10/2023

A história desse livro se passa no interior da Bahia, nas fazendas de Cacau governadas por coronéis sanguinários e ambiciosos que passam por cima de tudo e de todos pra comandar e tomar as fazendas de Cacau da região. Nesse contexto, somos apresentados a vários personagens de diversas classes sociais e origens que tentam se dar bem nessa terra banhada de sangue e violência. O livro é muito bom e vale a pena a leitura.
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florescerdaleitura 24/10/2023

"Eu só quero chocolate"
Terras do sem fim é um livro sobre como a ambição sobre o cacau leva os personagens a cometer crimes atrozes.
Fazer uma resenha desse livro é bem complicado. Se nem as beatas da cidade conseguiam falar de tudo o que acontecia entre a família dos Badáros e a de Horácio, não é em um pequeno texto que eu vou fazer isso.
São diversos personagens e acontecimentos que quando vc lê sobre um, alguém já foi morto. A narrativa não é linear e isso é bom porque transmite a sensação que a história foi escrita a partir de boatos e "casos" narrados pelos moradores mais velhos de Itabuna.
" Ninguém nasce ruim ou bom, o destino é que entorta a gente."
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Vitória 22/09/2023

Desde que inventei essa história de ler as obras do Jorge Amado por ordem de publicação que eu esqueci o querido no canto. A última vez que tinha pego um livro dele foi em 2021, quando li O Cavaleiro da Esperança. A sequência de biografias escritas por ele me desanimou um pouco, porque acho que elas estão longe de serem as melhores obra do Jorge. Esse também não chegou nem perto de se tornar um dos meus favoritos, mas vou explicar isso mais pra frente.
Depois de iniciar a leitura eu lembrei que já tinha lido as primeiras páginas de Terras do Sem Fim em algum momento no passado e que, por não ter conseguido mergulhar na história, eu tinha abandonado. Dessa vez eu não abandonei, mas a impressão continuou a mesma. Os trechos no barco são exaustivos demais. A gente conhece trocentos personagens de uma forma bem rasa, e não consegue se apegar a nenhum deles porque a gente simplesmente não sabe onde aquilo tudo vai dar, nem se eles terão importância na narrativa mais pra frente. Mas aí vai um spoiler: eles tem. Depois de ter percebido que essa foi a forma encontrada pelo autor de inserir quase todos os personagens da zona cacaueira, coisa que se tivesse sido feita de outra maneira talvez parecesse artificial, eu achei genial, mas não deixou de ser cansativo.
Tirando Seara Vermelha e Capitães da Areia, todos os meus livros favoritos do Jorge são aqueles nos quais ele acompanha um personagem só e que, ainda que outras tramas sejam apresentadas, no fim das contas é aquele personagem que importa. Aqui, infelizmente, a história não é assim, mas nem por isso deixa de ser maravilhoso. É quase como se estivéssemos acompanhando uma novela, inclusive era muito fácil pra mim imaginar os cenários na minha cabeça. A cada capítulo um novo personagem é apresentado (ou reapresentado, caso seja um dos que estavam no barco), nós conhecemos um pouco do passado dele e a partir dali a narrativa caminha tendo ele como um dos atores. Isso faz com que a leitura flua mais facilmente, afinal sempre vai ter algo acontecendo em algum dos núcleos. Porém, mesmo que o Jorge seja capaz de me fazer ficar apegada com um personagem novo em poucas páginas, eu sempre tinha o meu favorito, e sempre queria saber mais sobre ele.
Dos meus favoritos, Damião com certeza é o maior. Eu me acabei de chorar nos capítulos dele. Achei linda a forma como o Jorge construiu a epifania dele, de como ele faz o cara que é basicamente um assassino de aluguel, que quando não está fazendo tocaia esperando sua próxima vítima, está no terreiro brincando com as crianças, finalmente perceber o que ele faz pra ganhar dinheiro. A humanização desse personagem é muito verdadeira. E os trechos seguintes, sobre o feiticeiro Jeremias, trazem uma visão que eu acho necessária, mas que eu não esperava ver nessa obra devido à época em que ela foi escrita. Nesse ponto já é certo que a mata vai ser derrubada pra se tornar uma plantação de cacau, a gente só não sabe ainda quem vai conseguir fazer isso primeiro, e ver o Jeremias, no momento em que sabe desses fatos, falando que o sangue dos homens e dos animais da mata vão servir de adubo pros cacaueiros e morrendo logo em seguida me arrepiou inteira. O Jorge realmente pensava em tudo.
Temos algumas histórias de amor, mas como em qualquer livro do Jorge elas são mais trágicas que qualquer outra coisa. Acho que o que eu mais gosto dessa obra é justamente o que ele não consegue fazer nos livros com apenas um protagonista: ele debate muitos temas sociais. Num primeiro momento eu pensei que ficaríamos apenas na fazenda, com os latifundiários que são donos de tudo, inclusive das pessoas, dos trabalhadores que lutam de sol a sol pra tentar sobreviver e quem sabe diminuir a dívida deles com a fazenda, da violência que aparece todo dia assim que o sol se põe e da lei do mais forte que dita verdadeiramente com quem aquelas terras irão ficar. Porém, em certo momento, a narrativa se desloca um pouco pra cidade mais próxima, e aí os temas se abrangem ainda mais, falando sobre como os fazendeiros e o dinheiro que eles possuem controlam a política e a justiça do lugar, e de um dos meus temas favoritos abordados pelo Jorge: as prostitutas. Eu não tenho nem espaço pra falar sobre isso tudo aqui, mas fiquei assustada com o quão atual um livro escrito há 80 anos pode ser. Como uma pessoa nascida no interior e militante do movimento de luta pela terra desde que se entende por gente, eu sei que essas mortes por conflitos de terra e a escravidão do campo existem ainda hoje porque eu vi elas acontecerem. Eu sempre falo que gosto mais das obras do Jorge que se passam na cidade, mas as do campo batem em um lugar diferente dentro de mim. Tirei meia estrela só por essa minha neura de querer apenas um protagonista, mas que no fim das contas não faz o livro perder a qualidade. Espero voltar em breve pra falar sobre São Jorge dos Ilhéus, chega de passar dois anos sem ler nada desse homem.
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1650711410 07/09/2023

Muito típico das escritas de Jorge Amado
As histórias meio que se repetem, falam muito dos coronéis do cacau e suas monstruosidades e ganância! As questões políticas, parecem muito atuais, ou as atuais, me parecem iguais as práticas antigas!
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Poleto 27/08/2023

Terra adubada com sangue
Muito legal como a narrativa toda parece uma grande fofoca de acontecimentos que já se passaram, imagino que o Jorge Amado, como ele mesmo deixa claro, melhorou muito a narrativa dessa obra pra sua primeira, por mais que tenha um puta contexto social, ainda sim há diversos personagens interessantes e vivos e com dilemas que no final todos estão presos ao cacau mole de ilhéus.
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Nâna 20/06/2023

Primoroso
Honestamente, foi inexplicável.
Eu não poderia escolher momento pior para começar essa leitura. Eu não tinha tempo, minha mente estava cansada e eu estava com uma dificuldade enorme de atenção. Mas ainda assim, foi excepcional.
Eu nunca li algo tão rico.
A narrativa é esplêndida; forte sem ser apelativa; sensível em seu tratamento; completa, com início, meio e fim; com enredo; com personagens interessantes, bem desenvolvidos, interligados, porém com construções únicas. Inclusive, encontrei certa dificuldade em decorar cada personagem e seus papéis, não esperava que fossem tantos.
Bom, o livro retrata as disputas de terras para a plantação de cacau no nordeste brasileiro. É evidente a percepção ilusória que se tinha sobre esta realidade, como a maioria dos personagens vão em busca da riqueza com as plantações e acabam por morrer nas ?terras adubadas por sangue?. O lugar do sonho se torna o pesadelo. Ninguém é feliz ou livre, todos estão ?presos pelo visgo do cacau mole?. Embora as coisas caminhem mal, não haja saúde básica, a exploração no trabalho seja tamanha e os grandes poderosos resolvam seus desagrados com assassinatos, todos permanecem ali pela esperança. É tão curioso, O sonho se torna a desgraça o que os prende a ela é a esperança.
São inúmeras camadas que Jorge não escreveu como os livros atuais, com frases de Pinterest para hitar no tiktok. É duro e direto, e a sensibilização se constrói no leitor, não na leitura. O homem que removeu um osso de passarinho do estômago de outro introduzindo nele um anzol; o coronel que mata seu maior aliado, responsável por sua vitória em função de uma traição enorme, íntima; a mulher que cuida de seu marido à beira da morte, culpada por tê-la desejado em algum momento, contrai sua doença e morre; o amante que se sente conectado ao traído, quem ele mais desprezou, porque ambos sentem a mesma dor; o mais poderoso de todos, que é um fraco, um homem insignificante, infantil, um completo ignorante, mas ainda assim, é maior que tudo à sua volta; o advogado brilhante que se desfaz de uma carreira cheia de futuro no Rio para se ligar ao ambiente da solidão e da morte, guiado pela ganância; o homem que não teme ser processado por assassinato porque todos os que julgaram fazem parte de seu eleitorado; o assassino respeitoso, que comete as maiores das atrocidades, mas não mata mulher; aquele que se apoia em tudo para conseguir o que quer e não se importa em desprezar o que já quis. Enfim, é tão grandioso, mas tão simples, que provoca inquietação ao leitor.
É tão social, deixa tão explícitas as diferenças entre a época da escrita e hoje, especialmente quanto às questões relacionadas ao racismo e à salubridade, à saúde. Mas em outros pontos faz parecer que nada mudou, que estamos andando em círculos no que toca a busca doentia e incessante pelo poder.
Véi, eu não consigo parar. Eu simplesmente estou apaixonada e muito grata por ter conseguido ir até o fim. É espetacular, é rico, é uma escrita repleta de conteúdo e que não precisa se agarrar a futilidades, ao conteúdo sexual para ser grande. Ela simplesmente é. Inclusive, eu adorei os hots do Amadão, mega elegantes e intensos, sem ser explícitos, escancaram todas as emoções e sentimentos envolvidos, mas não constrangem.
E o final... Aquilo foi tocante, foi triste, foi tão real e processual, muito show.
Jorge Amado, você foi foda para cara*ho nesse trabalho. Obrigada por essa contribuição.
Quem leu esse testamento de resenha, leia o livro. É bem mais fácil e prazeroso :)
PS: No meu coração o Virgílio e a Ester estarão para sempre juntos e felizes. Casalzão.
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monteiro.larisse 30/05/2023

Super recomendo! Não esperava menos que isso. Jorge Amado nunca erra, está sempre nos apresentando personagens memoráveis e cativantes.
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lelsi 26/05/2023

Adubo de sangue
Jorge Amado sempre tem o poder, a sabedoria e o dom ao exercer seu papel de escritor. Após ler Capitães da Areia, decidi ler outra obra de sua autoria, que embora sendo diferente da citada anteriormente, não deixou de me cativar da sua maneira. A escrita, os personagens, a trama... tudo muito bem-composto, criando uma aproximação inimaginável entre o leitor e a história. Senti as dores de alguns, lamentei a morte de outros, o que me satisfaz ao perceber a imersão em que fui posta. Mais uma vez, indico esse para aqueles que gostam dos escritores de nossa terra! 
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Dieneffer 15/05/2023

Conflitos agrários
Toda história está basicamente voltada aos conflitos agrários de um local denominado Ilhéus.
Mostra bem a situação das pessoas dentro do trabalho forçado logo após a abolição da escravidão.
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Lalá 30/04/2023

Mais uma vez me deparando com uma prosa sensível e dura de Jorge Amado. Essa denuncia uma realidade desleal e mercenária dentro das terras do cacau na Bahia do século XX.

Suas famílias lutam pela posse do Sequeiro Grande, terra fértil pro cacau (a planta e o dinheiro). Entre lutas armadas e assassinos de aluguel, Jorge Amado é capaz de criar personalidades facilmente encontradas dentro do que foi coronelismo no Brasil e em suas sequelas.

Sem palavras pro que li aqui. 5/5
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ensimesmado 02/04/2023

Terras do Sem Fim
Um ótimo livro do Jorge Amado. É muito legal ir se apegando aos personagens e ficar ansioso pra saber o que vai acontecer com eles, além de acompanhar a evolução do local. Quem vai vencer essa guerra do cacau? Quase sem querer você fica imaginando que atores se encaixam no papel daquele personagem, porque ler esse livro é como assistir a uma novela.
Pode ser que eu tenha lido mais rápido a parte final, mas tive a impressão de que ela foi muito apressada e pouco detalhada.
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