A Dama das Amêndoas

A Dama das Amêndoas Marina Fiorato




Resenhas - A Dama das Amêndoas


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Aline Maia 21/01/2021

Um livro sensível
Comprei esse livro e deixei por anos na estante....
Tomei vergonha na cara, tirei do plástico, não li a sinopse e fui direto para a primeira página. Me interessei rapidinho, pois a leitura flui e os personagens me cativaram.
Gostei muito das escolhas que a autora fez nas horas de trazer situações duras, tristes e dramáticas.
Jamais ia imaginar que me apegaria tanto a esse livro!
Terminei de ler a última página e já estava sentindo saudades de ficar imersa nesse mundo que Marina Fiorato criou.

É uma bela homenagem a arte renascentista italiana e bem sensível quando aborda assunstos relacionados a religião.
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Luciana Klanovicz 17/08/2020

Um romance histórico cativante repleto de arte e religiosidade
Confesso que o começo do livro se arrastou um pouco e deixei o livro de lado um pouco até voltar e insistir novamente. Não me arrependi porque "A dama das amêndoas" é por demais cativante não só porque as duas narrativas se aproximam no final, mas porque é um exemplo perfeito de como falar de arte e de religiosidade de maneira genial.
A ambientação histórica é perfeita e cheia de referências que podem fazer se perder por alguns momentos. Mas a escrita de Marina Fiorato é tão rica que logo a gente se situa e segue junto de Simonetta e Bernardino, assim como de Amaria e Selvaggio.
Destaco a perseguição aos judeus dolorida e histórica. As personagens deste núcleo do livro dão uma margem de humanidade que é difícil de esquecer.
A religiosidade é reencontrada por alguns, reforçada por outros. É peça chave tanto nas ambientações quanto nos aprendizados a partir das vidas de santas mulheres da Igreja Católica.
E fiquei com muita vontade de provar o Amaretto, o licor de amêndoas que salvou a vida daquela gente e tornou possível uma jovem viúva sobreviver a tudo e a todos.
Aline Maia 21/01/2021minha estante
Também fiquei com vontade de provar o licor hahahaha




Rose 15/02/2018

No século XVI a Europa passava por muitas transformações por conta da guerra. Simonetta Di Saronno foi uma das milhares de mulheres que perderam seus maridos e até mesmo filhos no fronte da guerra. A jovem italiana que aos 17 anos perderam o seu companheiro, se vê sozinha e sem muita esperança de um dia voltar a ser feliz. De um casamento arranjado com o jovem Lorenzo, um poderoso senhor feudal, ela aprendeu a ser feliz ao lado marido. O jovem casal desenvolveu um amor genuíno e viviam felizes até a guerra estourar.
Lorenzo viu sua vida passar em seus últimos momentos, e foi em sua amada Simonetta que ele pensou em seu último suspiro. Caiu aos pés de seu fiel escudeiro Gregório, que nada pode fazer para ajudar seu amo. Foi Gregório quem levou a triste notícia para a jovem, agora viúva.
Na outra ponta da história, temos o pintor Bernardino Luini, aprendiz de Da Vinci, e com um talento em pleno desenvolvimento. Para escapar da fúria de um marido traído, ele acabou indo para Toscana a mando do famoso pintor. Ele foi encarregado por Da Vinci de fazer os afrescos da Igreja de Santa Maria dei Miracoli.
E foi na igreja que Simonetta e Bernardino se encontraram. No momento em que a jovem rezava pela alma do marido, o jovem e mulherengo pintor a viu, e no mesmo instante sabia que ela era a mulher perfeita, a que ele tanto procurava para suas pinturas. E ali, sem nem ao menos conhecê-la, ou mesmo a história de Simonetta, ele fez um convite que a deixou escandalizada: que ela fosse a musa de suas pinturas.
Enquanto Simonetta fugia da proposta de Bernardino, e principalmente dos sentimentos que o breve encontro lhe despertou, o pintor foi conhecendo mais da bela mulher que perdera o marido, e estreitava sua amizade com o padre responsável pela igreja.
Mas a perda de Lorenzo foi apenas um dos golpes que Simonetta sofreu. Ela que sempre teve uma vida tranquila financeiramente, acabou sendo confrontada pela dura e nova realidade. Seu amado marido acabou desperdiçando a fortuna da família equipando as tropas italianas para a guerra. Sozinha, e sem família, ela teria que aprender a se virar e gerar renda para seu próprio sustento. Contanto apenas com o apoio de sua fiel ajudante Rafaela e com Gregório, Simonetta acabou aceitando o primeiro conselho que mudaria sua vida: foi pedir ajuda a Manadorata.
Manadorata é um judeu que acabou fugindo com sua família por conta da perseguição contra seu povo. Mesmo não sendo bem visto pela população local, sua vida ainda era relativamente tranquila, perto do que vivia em seu antigo lar. Com sua inteligência para os negócios, ele prosperou e tornou-se um homem rico, sendo isso mais um ponto negativo usado pela população.

Manadorata decidiu ajudar a jovem viúva, e antes de qualquer coisa, deu um segundo conselho para Simonetta: que ela aceitasse ser pintada por Bernardino .
Desta relação de negócios acabou nascendo uma grande e forte amizade. Simonetta e Manadorata acabaram tornando-se mais do que amigos. A jovem não se deixou levar pelas aparências e falatórios, e muito menos pela religião e descendência. Em seu pior momento de vida, onde muitos cristãos lhe deram as costas e a julgaram, aquele judeu, tão perseguido, lhe estendeu a mão.
E foi a força e a sinceridade desta amizade que definiu um desfecho tão lindo para um momento tão cruel.
Mas, o enredo não fica apenas na amizade deles. Simonetta acaba se interessando por Bernardino, mas ambos não estão amadurecidos o suficiente para enfrentarem toda a hipocrisia de uma época. A jovem, tão crente em sua fé, acaba sucumbindo e virando-se contra Deus, o mesmo que para ela, tinha lhe tirado tudo. Enquanto o jovem pintor ateu, foge perdido em seu amor e em sua falta de fé, ciente que precisava antes saber quem realmente era.
Fechando a história, temos a jovem Amaria Sant'Ambrogio, uma órfão encontrada ainda bebê pela Nonna, bem no dia em que esta recebe a notícia de que seu amado filho Felippo havia morrido na guerra. Este encontro, que já tinha 23 anos, mudou a vida de ambas. Amaria que foi abandonada a própria sorte logo após seu nascimento, e Nonna, que não tinha mais sentido algum em sua vida, encontrou neste bebê um rumo para si, e acabou dando para a jovem uma oportunidade de vida.
Fato este que estava prestes a acontecer de novo, pois Amaria acaba vendo um monstro na floresta. Monstro este que sua Nonna acabou descobrindo ser um jovem desorientado e muito ferido, que ela acolheu e cuidou, da mesmo forma que teria acolhido e cuidado de seu filho, se tivesse tido a chance de se despedir.
Os cuidados de Amaria e de Nonna fizeram o rapaz sobreviver. Ele que não se lembrava de nada, nem do próprio nome, acabou recebendo o nome de Selvaggio Santo Ambrósio, e permaneceu ao lado das duas mulheres que lhe deram a vida, amando-as como se fossem sua mãe/avó e sua irmã.
Mas entre Amaria e Selvaggio os sentimentos foram se tornando muito mais que fraternos, para alegria de Nonna, que não gostaria de ver o jovem partir.
E em um momento decisivo na vida de Simonetta e Amaria, elas acabam se cruzando, e este encontro acaba resultando em uma descoberta que pode mudar para sempre a vida de ambas as mulheres. Um segredo revelado que poderia muito bem continuar adormecido... ou será que não?
Uma história rica em detalhes de uma época governada pela ignorância e intolerância, onde os que não seguia as regras eram duramente punidos. Apesar da pouca idade e da pouca experiência de vida, Simonetta se mostrou uma mulher forte e decidida. Confesso que me surpreendi e muito com ela, principalmente por conta da época retratada e da forma como foi criada.

Amaria também é uma jovem interessante e admirável, assim como sua Nonna, mas o grosso da história gira mesmo em torno de Simonetta.
Bernardino a princípio pode deixar alguns com raiva, por conta de suas ações, mas aos poucos o leitor vai percebendo que tudo era uma fachada de autodefesa. Selvaggio que apareceu do nada, e nem sabia quem era, acabou encontrando seu caminho e sendo feliz como merecia.
São 5 vidas que o destino entrelaçou, mas que poucos ou mesmo ninguém imaginariam que pudesse dar certo, ou que fosse possível, ou mesmo correto. Mas o que é correto além de seguir o coração e ser feliz?
Um enredo onde encontramos amor, perdão, força, amizade, intolerância religiosa, fé e arte muito bem entrelaçados e narrados.
Além da história muito bem feita criada por Marina Fiorato, outro ponto que me chamou atenção foi a mistura de ficção e realidade proposta pela autora. Existiu de fato um pintor chamado Bernardino Luini, da escola de Leonardo Da Vinci, que viveu um caso de amor com uma jovem viúva.
Bernardino acabou se tornando o maior artista da Lombardia no Renascimento, e até hoje acredita-se que ele realmente tenha pintado Simonetta como a Virgem na igreja Santuário de Saronno em 1525, enquanto ela inventou a bebida para ele como prova de amor.

Santa Maria dei Miracolli (Saronno) hoje chamada de Santuário Beata Vergini dei Miracolli

Sposalizio della Vergine (Casamento da Virgem) - pintura de Bernardino em Saronno onde supostamente ele pintou a imagem de Simonetta representando a Virgem Maria.

Simonetta
Em sua nota, a autora ressalta que por conta do pouco conhecimento da biografia de Bernardino, ela tomou uma maior liberdade com a história de vida dele, mas cita fatos que são comprovadamente conhecidos.
Eu que adoro uma história de amor, e ainda mais quando são mescladas com a realidade, só posso afirmar que adorei o livro e as nunces de seu desenvolvimento. Mesmo quando imaginava o final que veio a se comprovar, não perdi nenhum pouco o meu entusiasmo pela leitura. Que aliás, recomendo.


site: http://fabricadosconvites.blogspot.com.br
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Simone.Ribeiro 28/01/2018

Doce leitura
Um romance que se passa na italiana, muito gostoso de ler e te envolve a cada página. 2 histórias que se cruzam no final. O final é bem previsível, mas você quer saber como descobre até que o final aconteça.
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Stefani Rilli - @bookversocolorido 21/09/2016

Muito Amor
Como você reconstrói sua vida quando você, sendo uma mulher, no caso, uma moça que mal acabou de fazer dezessete anos no século XVI, fica viúva? E muito pior, o marido morreu em combate contra os espanhóis e o corpo não foi encontrado. Como você lida com o fato de que seu amado, ao morrer, deixou um amontoado de dívidas que pode te fazer perder até a casa onde mora? Você seria capaz de aceitar posar para um pintor cuja fama definitivamente não é das mais santas embora pinte santos e outras figuras religiosas, porque precisa muito de dinheiro? E o que você faz quando descobre que ninguém que você conhece (ou achava que conhecia) está disposto a te ajudar e a única pessoa que pode fazê-lo é um comerciante judeu?

Todo esse questionamento são respondidos e resumem toda a construção de A dama das amêndoas, um romance da britânica Marina Fiorato, de 2009, também o primeiro que li dessa autora. Espero que o primeiro de muitos, porque definitivamente gostei muito do modo como ela desenvolve a escrita e a progressão de trama.

Vamos começar pela edição física do livro. A capa é muito bonita, com um design que remonta ao século XVI. A fonte é boa e muito agradável de ler. A única coisa, no entanto, que senti falta, foram das abas onde geralmente eles colocam a trama, pela frente e dados da autora, na contracapa. Isso, porém, não compromete a apreciação.

O li há um bom tempo já, mas até aqui, não sabia como falar dele sem soltar mil e um spoilers. E claro, ele me fez pensar muito e chorar em igual proporção. Porque asseguro a vocês que acontece muita coisa no decorrer dele. E mesmo o menor dos detalhes pode fazer muita diferença.

Entretanto, o que tenho de destacar aqui, além da sinopse, são seu excelente desenvolvimento, dois casais que aparecem alternadamente e o progresso a olhos vistos da protagonista, Simonetta, como personagem. E igualmente do Bernardino Luini, que com o decorrer da trama, descobre muito de si mesmo e das escolhas que precisa fazer se quer encontrar sua própria felicidade. Pensem nas perguntas que fiz lá no começo do texto e apenas imaginem o que ela teve de fazer para contornar a situação na qual se encontrou inesperadamente. Sim, ela aceita posar para o pintor, discípulo do célebre Leonardo da Vinci, em razão de que o pagamento pode ajudar a amenizar a situação. No entanto, apenas isso não vai resolver a situação toda.

E para isso, Simonetta Di Saronno, se vendo sem qualquer saída quando não consegue ninguém para fornecer-lhe um empréstimo, acaba apelando à riqueza do judeu Zaqueu Abravanel, conhecido como Manadorata, em razão de ter uma prótese dourada no lugar da mão que perdeu em razão da intolerância cristã.

É simplesmente incrível como ela levanta a cabeça e começa a fazer coisas que nenhuma “moça de boa família e reputação” faria naquele tempo. Ela usa cabelo curto, roupa de caça, sai para caçar comida, usa arco e flecha, cuida da casa como um verdadeiro capataz e muito mais, coisa que naquela época, mulher não fazia “nem a pau, Juvenal”. Ou seja, ela se obriga a colocar as convenções sociais e de gênero de lado se não quiser perder tudo e morrer de fome.

Mais incrível ainda, e também triste até não poder mais, é o modo como a autora coloca e desenvolve a discriminação religiosa contra os judeus, naquela época, chamados de “assassinos de Cristo”. As partes que tratam disso, especialmente quando a Simonetta tem de abrir mão do orgulho para conseguir o empréstimo, nos fazem imaginar fortemente como devia ser naquele tempo. Só imaginem como era ser judeu em uma época onde predominava o cristianismo católico e inclusive era crime seguir outra religião.

La signora Di Saronno, afinal, acaba fazendo bem mais que isso: trava uma grande amizade com ele e as partes que desenvolvem a relação fraternal deles são muito bonitas e nos ensinam muito sobre “não julgar um livro pela capa”.

"- Como é estranho que o contato com os de outra fé me haja levado para mais perto de Deus, não mais longe. Aprendi, por fim que Deus é Deus; o mesmo para todos nós, apenas nosso culto difere."

E eu não poderia deixar de destacar a linda relação familiar do Manadorata com a Rebeca, esposa dele, e os filhos, Elijah e Jovaphet (Evangelista e Giovanni). É aqui que eu paro porque o que acontece mais para frente do livro é spoiler e claro, me fez chorar muito. E odiar mortalmente os muitos ditos “cristãos” daquela época, possivelmente os piores e mais vis vilões desse livro. E da História da humanidade. História essa que é incrivelmente bem intercalada com a ficção criada por Marina Fiorato, que usa até mesmo um personagem real para montar e desenvolver o enredo onde amor, amizade, preconceito, arte e religião se misturam para formar um belo banquete literário.

Bernardino Luini, por sua vez, que começou o livro como um mulherengo de marca maior sem qualquer fé, acaba evoluindo de uma forma fantástica e ao ter que se afastar de quem ele acaba se apaixonando, por motivos diversos, acaba descobrindo, justamente no lugar que ele mais rejeita, por razões igualmente complicadas, as respostas que ele procurou desde sempre. E preciosos amigos nas figuras de um padre e uma freira, irmãos de sangue. Como se diz: Deus escreve certo por linhas tortas.

Como já mencionei, há outro casal no livro, Amaria e Selvaggio, que são igualmente bem desenvolvidos, inclusive o progresso do rapaz é muito bem mostrado, já que o começo dele não é dos mais bonitos, pois ele foi encontrado quase morto pela Amaria e sua Nonna, uma vovó para ninguém botar defeito. Apesar de não ter a ver totalmente com o enredo principal, liga-se a ele de um modo no mínimo surpreendente. Inclusive o desfecho dessa parte foi uma sacada bem criativa da autora, se considerarmos o contexto e a época e o que poderia acontecer caso alguém descobrisse a verdade sobre isso. Duvido que isso fosse ser tão simples.

O saldo final sobre o livro é absolutamente positivo. E eu altamente recomendo para quem gosta de uma excelente mistura literária cheia de personagens memoráveis.

site: http://rillismo.blogspot.com.br/2016/09/resenha-dama-das-amendoas-por-marina.html
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Aline Memória 13/11/2014

Lindo, profundo e emocionante!
A Dama das Amêndoas foi um livro que me emocionou em vários aspectos, por não ser apenas um romance (conta a história, inclusive de dois casais simultaneamente, em capítulos alternados), mas também uma história de redenção, de fé, do amor em várias facetas (romântico, de pai e filho, com a religião). É muito lindo, tornando-se um dos meus livros favoritos, e queria poder fazer uma resenha à altura...

Primeiro, junta uma das minhas épocas favoritas - Idade Média - com o meu país favorito - Itália. As descrições da Itália Medieval são maravilhosas e, junto com a Inquisição aosjJudeus, é o plano de fundo para a história, que se inicia com a morte de Lorenzo - esposo de Simonetta - em um campo de batalha, tornando-a viúva. A jovem nobre vê-se então numa situação difícil, pois seu falecido esposo gastara grande parte da riqueza de suas famílias com a guerra. Assim, além de ter ficado sem o grande amor que até então conhecia, sem família e com dívidas, corre o risco de perder sua casa, seu bem maior. Sem ter para onde recorrer, sua única e última opção é pedir empréstimo a um judeu, Manadorata.

A descrição que é feita dos judeus mostra o tanto de preconceito e medo que cegavam os cristãos na Idade Média, como mostra nesse trecho:

"Parecera a ela que os judeus eram demônios. Os homens feiticeiros e as mulheres bruxas. E também tinham hediondas deformações, como uma punição pela morte de Cristo, pela qual eram os responsáveis diretos. Os órgãos genitais dos homens e das mulheres eram os mesmos - eles não podiam acasalar-se como Deus planejara, nem dar à luz da forma natural; mas cuspiam os bebês da boca em sacos cheios de sangue. Bebiam o sangue e banqueteavam-se na carne de bebês cristãos. Não podiam sentir o calor do sol e andavam na escuridão, mas nunca à luz do dia."

Isso é só uma parte das atrocidades que tomavam conta do imaginário popular sobre os judeus. E é assim que, superando seu medo, vai Simonetta ao encontro de Manadorata, que se mostra uma pessoa muito diferente do que ela esperava, nascendo uma grande amizade, superando o preconceito antes existente. E uma mão lava a outra, pois a ajuda que Manadorata dá à viúva para que ela não perca a casa será recompensada com uma ajuda valiosa no futuro...

Ao mesmo tempo da ruína de Simonetta, chega à cidade um famoso pintor, Bernardino Luini (pintor que de fato existiu - adoro esses livros que misturam realidade à ficção!), aprendiz de Da Vinci, para pintar imagens religiosas na igreja da cidade. Isso por si só já é uma contradição, pois enquanto consegue pintar os mais belos anjos e santos, Bernardino não só é um cético, mas beira à heresia com seus comentários irônicos. No entanto, é inteligente e charmoso, e logo se interessa por Simonetta, que com sua beleza única seria a sua musa perfeita para pintar a Virgem.

E assim se inicia o romance principal. A princípio Bernardino não me agradou com seu egoísmo e arrogância, mas quando conhecemos seu passado isso se torna compreensível. Os dois acabam se apaixonando mas, devido a um escândalo, têm que se separar. E é aí que o amor deles só aumenta, mesmo à distância, enquanto cada um deles enfrenta seus desafios e expia seus pecados. Bernardino se isola num mosteiro, adquirindo aos poucos fé; e Simonetta - que havia afastando-se de Deus após a morte de seu marido - depara-se com novos planos que foram traçados para ela, com a superação através da criação de uma forma de salvar sua riqueza, e uma família (filhos, não dela... leia para saber, mais um detalhe lindo da história) para cuidar.

Ainda nem falei da história que se passa em capítulos alternados, de Selvaggio, um selvagem vítima da guerra encontrado por uma moça, Amaria, e sua avó, camponesas humildes. É uma história paralela em que vai surgindo outra linda história de amor, e eu queria saber em que ponto esta história se encaixaria na outra que estava sendo contada... me surpreendi e emocionei quando isto finalmente aconteceu.

Este livro me conquistou em vários aspectos, pois não se resume a um romance de um casal - que, embora exista, é tratada de forma profunda, em que os dois tiveram que amadurecer sozinhos para enfim poderem ser felizes juntos -, mas que ultrapassa essa questão e trata de muito mais, com um final maravilhoso que me marcou. Termino esta resenha com um trecho que deixa uma belíssima lição:

"- Como é estranho que o contato com os de outra fé me haja levado para mais perto de Deus, não mais longe. Aprendi, por fim que Deus é Deus; o mesmo para todos nós, apenas nosso culto difere."
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Nanda 23/07/2014

Um bom romance
Costumamos julgar um livro pela capa, pela quantidade de folhas ou até mesmo pela fama que ele faz ou deixa de fazer. Temos que parar com isso. Por que muitas vezes perdemos a chance de conhecer histórias belíssimas. Assim aconteceu comigo em A dama das amêndoas.

Foi um livro que eu deveria ter lido a mais tempo mas que mesmo assim , quando enfim o peguei, não me decepcionei com o que li...

Simples, de rápida leitura mas que conseguiu me prender. A relação entre Simonetta e Bernardino, Amaria e Selvaggio, cada uma de um jeito, mas interligadas de uma maneira que só no final descobrimos a razão.

O mais interessante de tudo é saber que boa parte do livro foi um fato real. Saber que Bernardino Luini e os seus três filhos existiram. Que realmente existem obras pintadas por eles e que uma mulher ruiva foi retratada várias vezes, de diferentes maneiras por Bernardino, seu suposto marido. Eu fico me perguntando o que realmente houve. Bate aquela curiosidade de descobrir se o que aconteceu há mais de 500 anos ocorreu de forma parecida com o que está escrito no livro. Já pesquisei sobre a história e pouco encontrei. Isso desperta ainda mais o meu interesse. Mas pelo visto vou ter que me contentar com o que já sei.

A dama das amêndoas é livro que eu recomendo para qualquer um, pois é um romance suave e envolvente, que nos faz querer ler e descobrir mais.
Mi Hummel 24/01/2015minha estante
Ah, que bom que você fez resenha! Não tinha visto! Já adicionei na minha lista! Vou seguir sua dica!!! =) Obrigada!!!




Isabô Melina 06/07/2014

Decepcionante
Não sei se o problema foi a autora ou o tradutor, mas vários trechos do livro ficaram sem sentido pela escolha errada de expressões.

Outro problema que percebi foi a falta de pesquisa por parte da autora.
Se você vai escrever um livro de época, tem que se dar ao trabalho de conhecer bem a época.

Um exemplo?
Estamos no ano de 1530 e o personagem principal diz: "O antigo povo Maia também fazia isso."
Naquela época malemá tinham encontrado as Américas e malemá tinham conhecimento do povo Maia.
Mesmo se tivessem, com os meios de comunicação praticamente inexistente é IMPOSSÍVEL que uma descoberta no novo mundo chegasse com tal rapidez ao interior da Itália a ponto de considerarem tal povo antigo.

Só por esse trecho a autora perdeu totalmente moral comigo.

Outro problema é que achei a história muito óbvia.
Desde o começo já imaginava o final.
Não faz meu estilo de livro.

Não recomendo.
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DIRCE 23/04/2012

Fiquei encantada, mas não necessariamente pela história.
Mesmo me sentindo acarinhada, desde o momento que o livro chegou as minhas mãos ( fiz uma troca com a Sandrinha, e ele veio acompanhado de um carinhoso e delicado bilhetinho), me embrenhei na leitura sem muita expectativa , mas para minha surpresa foi um livro que caiu no meu agrado.
Considero "pecado mortal" livros não trazerem informações acerca do escritor (a). "A dama das amêndoas", também foi acometido por esse "pecado" e, como no decorrer da leitura, senti emanar um forte teor de religiosidade, julguei que a Marina Fiorato ( a escritora) fosse uma espécie de teóloga, porém, após uma consulta, fiquei sabendo que ela é inglesa ( Manchester) de ascendência veneziana, possui licenciatura em História pela Universidade de Oxford, e fez especialização na dramaturgia de Shakespeare.
Esclarecedora essa consulta, pois foi me permitido entender o porquê da narrativa ter tido o poder de me encantar.
Em "A dama das amêndoas", história e ficção se misturam de forma perceptível: Marina Fiorato se inspira na lenda do Licor Amaretto di Saronno para nos contar a história da jovem viúva Simonetta di Saronno, que foi levada pelas circunstâncias a posar para o pintor Bernardino Luinni ( da escola de Da Vinci) e, como era de se esperar, ambos acabam se apaixonando, porém, aos olhos da igreja, o amor foi considerado digamos... profano.
Mas não foi essa história de amor que me encantou. Fui encantada pela beleza da narrativa que me conduziu para Itália do século XVI e, eu, cujo talento para as artes não vai além de uma casinha, um coqueiro e patinhos na lagoa ( que frustração!), pude vivenciar momentos de extrema beleza que despertaram em mim o desejo de ir correndo a uma agência de viagem , e seguir rumo a Milão para ver in loco as belas pinturas.
Me encantaram sobremaneira a figura do Manadorata – o altruísta e amoroso judeu - , e a bravura e dedicação de Simonetta, que julgava ter se afastado de Deus, sem se dar conta de que ela tinha se afastado da igreja, mas estava mais do que nunca próxima de Deus, porque afinal o que devemos, não é amar os nossos semelhantes como Cristo nos amou?
É possível entrever o final da história? Sim, mas é o de menos, porque o que conta mesmo, é percebemos o quanto de errado o homem fez em nome de Deus. É percebemos que o quanto é nociva a intolerância, e o quanto de divino tem em uma amizade que não leva em conta cor, raça, ou crença.
Que critério devemos usar para avaliar um livro? Penso que é o prazer e os ensinamentos que ele nos proporciona, portanto, não poderia dar menos que 4 estrelas para este que, acabo de ler.
Sandra :-) 24/04/2012minha estante
Sinto-me honrada com a menção a minha pessoinha na sua resenha :)

Quanto ao livro, esse também foi o motivo da minha nota 4: o prazer que tive ao lê-lo. Mesmo prevendo o final, a narrativa e ambientação são cativantes. E, como vc disse, livro bom é aquele que nos passa alguma mensagem e ainda por cima nos entretém com competência. Beijão!


marisa.marques. 12/12/2014minha estante
Já leste "O Soprador de Vidro" também desta autora? É divino!


MARCIA 26/11/2019minha estante
Dirce comecei ontem e já li quase 100 págs! Mais uma ótima aquisição baseada em seus comentários, vc sempre muito acertiva em suas colocaçõe. Obrigada querida!




cid 17/09/2011

Pintores, anjos , madonas e estórias
Marina Fiorato adora contar estórias. Enquanto desenvolve a estória de Simonetta de Saronno e Bernardino Luini ela conta lendas e mitos, estórias de santos e mártires, e a estória daqueles que são retratados nos afrescos que embelezam igrejas e mosteiros.
Assim, enquanto eu lia o livro, acessava o Google para ver as pinturas e as paisagens retratadas no livro. Foi muito prazeirosa a leitura, uma viagem por igrejas e pinturas da idade média.
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Pâm 10/02/2011

leve
Bem. É uma leitura leve, e que na minha opinião vai direto ao ponto. O livro conta a história de principalmente Simonetta, que perdeu seu marido Lorenzo na guerra.Simonetta, viuva agora passa por uma dificuldade financeira, na qual vai precisar da ajuda de um banqueiro judeu, que para a época é uma coisa fora de cogitação. Mas como vai pagar para o banqueiro tal ajuda? Ela terá que aceitar a proposta de Bernadino Luini - um pintor aprendiz de Leonardo da Vinci - que ofereceu dinheiro para que ela posasse como modelo. Com o tempo as coisas vão se desenrolando de uma forma obvia, é um romance que não tem muito mistério, você lê e já imagina o que vai acontecer - mas vai que...- mas em fim, Simonetta não é muito com as idéias de Bernadino - ela é do tipo moça metida - mas ele teve um despertar ao ver ela. Pra ele, foi amor a primeira vista. Pintava o rosto dela em todas os lados. Não vou dar mais muitos detalhes porque dai não terá muita graça. Mas é uma leitura que eu recomendo. Se alguem quiser mais detalhes a respeito dela decha um recado nessa postagem que dai eu respondo no seu blog, se você não tiver blog, respondo na mesma pagina.

http://pamelamarloch.blogspot.com
Boa leitura
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The Coolture 05/01/2011

A Dama das Amêndoas.
Ambientado na Itália Renascentista, o livro da inglesa com descendência italiana, Marina Fiorato, A Dama das Amêndoas, é a escolha de leitura se você se interessa por romances históricos e a história em si da Itália do século XVI.

Para ler o resto da resenha acesse: http://the-coolture.blogspot.com/2011/01/resenha-literaria-dama-das-amendoas.html
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Letícia 05/11/2010

Doce e amargo...
A dama das amêndoas é daqueles livros leves, mas profundo ao mesmo tempo. E na antiga Itália do século XVI, a jovem Simonetta perde o seu marido - Lourenzo - um poderoso senhor feudal - em batalha contra os espanhóis. E é a partir desse episódio que a história realmente se inicia. Viajamos com Simonetta para uma Itália tão distante e ao mesmo tempo tão perto devido às intolerâncias religiosas e cercada de preconceitos como no mundo atual.
Simonetta desafia toda a ordem vigente e rompe fronteiras inimagináveis, e ganha o título de "Dama das amêndoas", por iniciar o comércio de uma bebida derivada da sua plantação de amêndoas. Uma mulher, viúva, e agora comerciante, o que falarão?
Mas a amêndoa tem um grande significado para Simonetta e a história como um todo.
A junção do doce e ao mesmo tempo do amargo da amêndoa traçam o destino dessa jovem e bela italiana na Itália medieval.
Uma história em que o amor supera todas as barreiras e pode construir ou desconstruir vidas.
Excelente leitura!
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Maia 27/10/2010

Surpreendente!
Este é um livro que me surpreendeu, foi o único livro que eu li que já não sabia o que aconteceria no final.Recomendo!

Simonetta Di Saronno, uma mulher jovem, que ama a vida e vive feliz com seu marido Lorenzo até que um dia seu mundo cai ao chão.
Lorenzo, um jovem capitão do exército, que ama o que faz, parte para a guerra e não volta mais.

Simonetta queria morrer, perdeu o gosto pela vida sem seu amado, e depois de alguns dias, descobre que está falida, sem dinheiro e terá que vender a casa, a única forte lembrança de seu amado Lorenzo.

Naquela época, a cidade era uma arma contra o judaísmo, diziam que eles eram o demônio e assim tentaram matar todos os que viviam na cidade. Uma época de cristianismo duro, racista e maldoso. Mas em sua dificulade, a única pessoa que poderia ajudar Simonetta a continuar na casa, era um judeu chamado Maradonata.

Como a cidade é um marco do cristianismo, surgiu um pintor chamado Luini, que pintava grandes obras nas igrejas. Por sua fama de ótimo pintor, foi convocado para pintar as igrejas de Saronno, com seus belos desenhos de anjos, santos, e todo tipo de apostolado religioso.

Nisso, Maradonata exige de Simonetta que ela trabalhe e mostre-o que ela pode ganhar dinheiro,(isso porque ela nunca trabalhou), então por acaso, ela encontra-se com Luini na igreja, onde ele descaradamente pede pra ela posar pra ele (posar de santa para suas pinturas). Daí começa uma guerra de ódio e carisma em Simonetta por este pintor atrevido. Claro que ela se recusa, mas com a pressão de Maradonata pra cima dela, ela acabou aceitando a oferta de posar e ganhar um bom dinheiro em troca.

Muitas coisas acontecem, descobertas emocionantes se passam na vida dos dois e muita água rola daí em diante.
Não posso contar mais, se não perde a graça. Recomendo este livro para todos.

Teve trechos do livro que me fez chorar. É lindo!
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Jacqueline 14/09/2010

Surpreendente!
A princípio foi um livro que não me cativou muito, no começo lia até sem empolgação. Mas do meio para o final do livro, os acontecimentos envolvendo os conflitos entre católicos e judeus, deram uma guinada impressionante e principalmente emocionante na história, acabou valendo a pena seguir até o final.
Além disso, me despertou interesse pela arte de Bernardino Luini e as grandes obras pintadas nas antigas igrejas da Itália.
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