Carous 30/01/2021Este livro estava há 8 anos na minha estante aguardando o momento de ser lido - agora não mais. Gostaria de afirmar que é o livro mais antigo que tenho na estante, mas certamente não é verdade.
Martha Medeiros foi muito presente na minha adolescência.
Na escola, fui apresentada a cronistas brasileiros e me apaixonei. Achava que apenas romances tinham graça, mas estava enganada.
Em casa, meus pais assinavam O Globo (porque gostavam do jornal, porque a escola recomendava para os vestibulandos - minha irmã e depois eu) 3 domingo vinha a Revista O Globo com os textos da Martha Medeiros, que eu achava divertidíssimos e super adultos.
Foi por causa dessas leituras que acreditei, por um breve momento, que ser escritora me cairia bem e tentei escrever alguma coisa aqui e acolá. Mas esse momento passou.
Um lugar na janela , como Martha Medeiros deixa claro no início do livro, não é um guia de viagens. São relatos das viagens que ela fez, sem ordem cronológica alguma, para o leitor.
Li uma resenha reclamando que o livro parecia uma obra pro ego dela. Isso porque em alguns relatos ela falava sobre as amizades e contatos importantes que tinha. Realmente tem isso, mas não chegou a me incomodar e nem achei soberbo da parte dela (era desnecessário sim, principalmente quando ela expandia sobre os louros das amigas).
Martha Medeiros sempre me deu a impressão de que poderia compor o núcleo rico das novelas de Manoel Carlos. Apesar de falar em perrengue e grana curta no livro, é claro que ela é classe média e tem uma visão das coisas compatível com pessoas da classe média.
Digo isso também por causa de uns comentários ""cômicos"" que achei, por vezes, tão retrato da classe média brasileira, ora tão
branco , pra tão ocidental...
Não costumo ler não ficção, mas gostei de como ela encara viagens e turistar. Foi um refresco principalmente agora que estou isolada socialmente. Não pretendo ler
Um Relato de Viagem 2 , acho que este já está de bom tamanho. Mas é uma leitura inofensiva, tranquila, bacana.