O teu rosto será o último

O teu rosto será o último João Ricardo Pedro




Resenhas - O teu rosto será o último


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Higor 19/08/2020

'Coleção Novíssimos': sobre três gerações de uma família
Bebendo das fontes mundiais e aclamadas 'Cem anos de solidão', de Gabriel García Márquez, e 'A casa dos espíritos', de Isabel Allende, João Ricardo Pedro faz de 'O teu rosto será o último' uma versão portuguesa da história de três gerações de uma família. E pode-se dizer que foi bem-sucedido, afinal, o livro abocanhou o Prêmio Leya de 2011, para autores estreantes, e até hoje é o livro mais vendido dentre os que ganharam o prêmio.

Se a Guerra dos Mil Dias, na Colômbia, entre 1899 e 1902 serve como pano de fundo histórico para 'Cem anos de Solidão', e a Ditadura Militar Chilena como contexto para 'A casa dos espíritos', aqui o que se tem é a Revolução dos Cravos, mais precisamente em 25 de abril de 1974, com a queda do Regime Ditatorial Salazarista e a eventual implantação democrática em 1976.

Tudo começa quando Celestino, um moribundo que se instalara na aldeia de Gardunha e ali se fixou, é encontrado morto. Augusto Mendes, doutor da aldeia, que se lembra de Celestino desde o dia que pisou os pés na Aldeia, reflete sobre o homem misterioso e sua morte. O homem, tanto em vida, quanto em morte, é cercado de mistérios. Ninguém sabe quem o matou, assim como não sabe porque apareceu ali anos antes, nem de onde vinha.

O foco, porém, não está em Celestino, mas sim em Duarte, neto de Augusto, a quem conta suas histórias da época de ditadura portuguesa, que, não por acaso, escuta as histórias de seu pai, Antônio, um homem atormentado com a guerra que sucedeu entre Portugal e Angola, chamada de África Ocidental Portuguesa até sua independência em 1975. O próprio Duarte, um promissor pianista, tem que lidar com uma Portugal ainda em reestruturação.

Como se pode perceber, contexto histórico não falta, e o autor não poupou pesquisas, leituras, para fazer com que tudo fosse passado em aparentar didático ou cansativo. Uma verdadeira aula de história, mesmo para um livro com menos de 200 páginas.

Além disso, também temos, como era de se esperar, a relação dos três homens com suas cônjuges, no caso de Augusto e Antônio, que, quando têm sua vez, também mostram que não estão ali por acaso, mas têm sua devida importância para o livro e contribuem, finalmente, para que possamos entender o crescimento e evolução do ainda pequeno Duarte, com seus medos, traumas e aspirações futuras.

Como se percebe ao final do livro, O teu rosto será o último vale mais pelo contexto histórico que pela história sem desfecho - escancarada, na verdade - em si. Decerto vai incomodar leitores que gostam de finais redondinhos, ou um pouco mais esclarecidos, o que certamente não acontece aqui. A impressão que fica é a de que há uma continuação.

Uma estreia acertada e pomposa, 'O teu rosto será o último' brilha na Coleção Novíssimos com esta obra-prima que nada falta em escrita, construção de personagens e, principalmente, contexto histórico. Junto com Rio Homem, de André Gago, e Anatomia dos Mártires, de João Tordo, são os que salvam a coleção irregular.

A 'Coleção Novíssimos' tem a intenção de, em 10 livros, reunir importantes nomes da nova Literatura Portuguesa. Para saber mais sobre os outros livros, acesse:

site: leiturasedesafios.blogspot.com
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Lucas1163 29/03/2020

Regular
O livro vem no idioma portugues de portugal, dificulta bastante a leitura, levando em conta ainda que a leitura não é fluída. Nao recomendo.
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Vivian.Mative 15/11/2021

Nada a declarar
Acredito que o livro seja bom, mas eu realmente não consegui entendê-lo, talvez pela linguagem usada ou coisa fo tipo
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Ranya.Fernandes 22/05/2022

Rostos e memórias
Sobre meu ponto de vista:
A trama gira em torno da visão de Duarte, um garoto com um talento, toca piano. A cada capítulo uma história é contada sobre um pessoa ou um lugar, mas todos memórias (até onde entendi) e a cada memória um rosto e há um rosto que se faz presente de uma forma mais intensa.

Para mim não foi um livro estonteante, mas me prendeu enquanto o lia. Porém se me perguntar não o sei explicar muito bem mas me desperta um pensar sobre esse último rosto e a construção e estrutura.
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Rebeca.Azevedo 26/01/2024

Livro pra se distrair
Confesso que fiquei tentando entender várias vezes como funcionava a história. Mas me deixei levar pela leitura muitas vezes cômica e com um bom embalo e outras vezes entediante. O que mais me chamou atenção foi Duarte contando as memórias. A história do índio. Enfim, um livro que passatempo para mim.
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Literatura 07/12/2012

Pela memória dos outros
Como leitores brasileiros, nosso mercado é movido, basicamente, dos grandes sucessos do mercado editorial mundial. Precisamente, o norte-americano... Pois é, infelizmente, os autores da língua pátria não são os que figuram em nossos gostos primordiais, pelo menos na maioria. Ficamos esperando, muitas vezes, pelas traduções de séries ou universos que não fazem tão parte do nosso cotidiano, que nos permitem viajar por mundos completamente diferentes dos nossos.

Viajar por mares nunca dantes navegados através da leitura nossa de cada dia é bom, mas nem sempre. Voando alto demais, esquecemos o solo de que um dia fizemos parte. Deixamos que nossa história se enevoe, perca-se no tempo. Esquecemos partes de nosso cotidiano que também podem maravilhar por suas pecualiaridades. E é exatamente sobre contar nossa própria história de que se trata o livro O teu rosto será o último, de João Ricardo Pedro (Editora LeYa, 189 páginas). Lançado em uma coleção intitulada Novíssimos, onde se figuram os grandes nomes da nova literatura lusitana, a obra nos mostra a história de Duarte Mendes e sua família, desde o tempo do seu avô, mesclados a um pouco da história portuguesa.

Veja resenha completa no site: http://migre.me/cghUg
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Melissa Padilha 09/01/2014

O teu rosto será o último, mais um livro da Coleção Novíssimo da LeYa é obra de estreia do escritor português João Ricardo Pedro. Narra a história dos homens da família Mendes, desde o avô até o neto, que se mostra um pianista precoce.

Grande parte da narrativa tem como foco Duarte, o neto da família e a forma como cresce imerso nas histórias do avô, um médico de uma região interiorana de Portugal, que viveu sua juventude durante a ditadura portuguesa e de seu pai, que retornou completamente afetado pela guerra com a então colônia de Portugal, Angola. Duarte cresce nesse ambiente, cheio de histórias e influências.

Duarte se mostra como um pianista precoce desde o seu primeiro contato com o piano, e esse "dom" é aclamado pela família, quase como um "salvamento" de toda a história do avô e do pai. Duarte cresce com esse peso, com esse dom e com todas as expectativas geradas por isso.

O livro é dividido em capítulos curtos em sete partes e não narra uma história cronológica, mas relata eventos de diversos personagens importantes na vida de Duarte, de seu avô, pai, mãe, avó. Todos os importantes que foram determinantes para contar o estado atual da família.

É um drama familiar, com um leve toque de humor, narrado quase como que por pequenos contos que se "juntam" ao final.

Confesso que a narrativa me envolveu bastante no início, mas não permanece dessa forma o livro todo. Não que a história não seja boa, mas acredito que a maneira como José Ricardo resolveu contar a história, me pareceu um pouco confusa as vezes, como que fios soltos que vão se interligando muito tardiamente ou permanecem soltos e não são explicados. É uma estrutura de texto diferente, por isso requer toda a atenção de seu leitor para não perder nenhuma informação durante a leitura.

Eu aprecio muito histórias que relatam sobreviventes de guerras, e as sequelas físicas e psicológicas que essas pessoas apresentam após o retorno. Sempre me impressionam demais personagens que mostram essas características e por isso aqui destaco como personagem, o pai de Duarte, que apresenta todas os sintomas do que chamam de estresse pós-traumático, resultado dos fatos ocorridos e vividos em combate, relatos assim demonstram como pessoas expostas a situações como essas, sofrem e trazem isso para dentro de suas casas. São pessoas que sobreviveram fisicamente, porém muitas vezes se sentem mortas, por sentirem que não se encaixam mais a sociedade depois de tudo que vivenciaram em uma guerra.

Apesar de tratar de eventos grandiosos da história portuguesa como a Revolução dos Cravos, a história de Duarte é contada narrando acontecimentos e memórias das personagens que o circundam, é uma história simples, de gente simples, quase como contos de uma vida cotidiana, que tem também suas tragédias, que não ocorrem como na vida dos grandes heróis, mas são pequenos acontecimentos que definem o todo.

É uma história sobre emoções, amor, família, tragédias cotidianas, e sobre a vida que muitas vezes é um tanto ingrata por razão nenhuma.

site: http://decoisasporai.blogspot.com.br/2013/12/o-teu-rosto-sera-o-ultimo-de-joao.html
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22/06/2017

Difícil dizer... no fim valeu!
Terminei de ler este livro e mesmo depois de algum tempo ainda não sabia ao certo o que o “dito cujo” suscitava em mim. Mas “dito cujo?!”, certamente alguns de vocês perguntarão e eu lhes respondo: não num sentido pejorativo, mas ocorre que, sinto-me completamente à vontade para chamá-lo assim dada a frontalidade que o autor desenvolve sua história, permitindo-nos essa intimidade. Através de uma escrita franca e sem muitos artifícios retóricos João Ricardo Pedro em sua obra de estreia foi um transgressor dos estilos narrativos habituais, “O Teu Rosto Será o Último” possui uma estrutura muito peculiar, a história nos é contada em curtos capítulos, organizados em sete partes, independentes entre si e que muitas vezes ocorrem em tempos e lugares distintos, no entanto, é impressionante como o autor estabelece entre eles um elo de ligação, entrelaçando os acontecimentos entre si. Outra das suas subversões é o uso abusivo da pontuação e das repetições, conferindo-lhe um estilo singular. Mas tenho que confessar, por vezes me aborreceu.
“Fechou as torneiras. Mergulhou na banheira. Deixou-se ficar. Submersa. Acima da linha de água: apenas o nariz e dedos grandes dos pés. Abaixo da linha de água: o silêncio. Às vezes um pulsar. O coração. Depois, de novo o silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio. Silêncio.” (Pág. 121)
Não há como ficar indiferente diante dessa obra, que ao mesmo tempo nos impacta e perturba ou nos arranca risadas com trechos hilários e completamente surreais. João Ricardo Pedro nos conta a história da família Mendes através das memórias de três gerações, marcada de muitas maneiras por um regime político autoritário, inspirado nos ideais fascistas que durou mais de 40 anos e que se encerra com o golpe de estado conhecido em Portugal como a Revolução Dos Cravos, ponto de partida, da narrativa. No entanto, apesar deste ser o pano de fundo de toda história, são, na verdade, os recortes de vidas, o cerne do livro, aonde o autor vai nos apresentando aos personagens, Augusto Mendes, um ilustre e nobre médico que escolhe viver numa longínqua aldeia,
“(...) na casa do demónio, onde até as cobras de lá fogem.” (Pág. 34)
como que para exilar-se e de lá assiste o mundo através das cartas enviadas por um amigo.
“(...) Até lá, foi o avô que lhas leu. Várias vezes, como se tratasse de verdadeiros contos de aventuras. (...) Mas, ao ler, pela primeira vez todas as cartas de Policarpo, Duarte experimentou outra surpresa ainda maior: as suas cartas preferidas como ouvinte estavam longe de ser as suas preferidas enquanto leitor.” (Págs.37 e 39)
Seu filho, António Mendes, era militar, enviado durante a ditadura às missões nas colônias africanas e teve seu juízo moído pelas lembranças do horror dos conflitos. Duarte, o terceiro na descendência é a quem mais a história se dedica, narrando episódios de vários momentos de sua vida. Extraordinário pianista, tem com a música uma relação incomum, não era efusivo, ou caloroso, sua música brotava sábia.
“Duarte conhecia aquela música por dentro. Intimamente. Como se conhece a casa que se habita, a ponto de se poder caminhar às escuras dentro dela (...) quando os dedos começavam a tatear (...) nunca o faziam com o deslumbramento de uma descoberta, com a excitação de quem se lança numa aventura, mas coma a serenidade de quem se movimenta num espaço que lhe é confortavelmente familiar.” (Pág. 69)
No entanto, a mesma música inúmeras vezes lhe impôs situações conflituosas, numa delas se deu por uma relação muito improvável dada às diferenças sociais e culturais, mas que se mostrou intensa e incondicional entre Duarte e seu amigo apelidado de Indio, por quem ele nutria profunda admiração, porém em certa ocasião, nem um, tampouco outro conseguiram superar um constrangimento ocorrido, e apesar de Duarte ser um grande beethoveniano, depois disso ele nunca mais tocou Beethoven.
Apesar de se tratar, parafraseando Nelson Rodrigues, da “vida como ela é, ”O Teu Rosto Será o Último”, não é uma literatura acessível, possui uma sofisticada estrutura, que exige atenção do leitor para tecer a teia dos acontecimentos aparentemente isolados. Talvez por isso, ou por outras das suas “subversões” que citei acima, demorei a me envolver com a leitura e até mesmo por um tempo o coloquei no modo “stand by”, depois de o retomar, algumas passagens ainda chegaram a me entediar, porém nada que me impedisse de chegar ao fim. Ainda bem que não o fiz, pois o final é surpreendente, João Ricardo Pedro soube bem, construir - desconstruindo, “segredos” de família. Uma obra interessante, que vale a pena conhecer, assim como “Por Este Mundo Acima” também da coleção Novíssimos da editora Leya, novamente indico a leitores experientes e versáteis, que gostem de ler romances menos convencionais e de conteúdo denso, àqueles que gostam de escrever, é uma ótima oportunidade para novos aprendizados linguísticos.
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Kailany.Freitas 28/09/2023

Mimha opinião sobre o livro
O livros é uma verdadeira aula de história kkkk

Ele não me prendeu muito, teve altos e baixos kkkkk
(Sou leitora de romances, sair da minha zona de conforto é estranho kkk)

Minha opinião é que o livro em si é bom mas com a linguagem muito difícil, ele prende em algumas partes mas em outras deixa a desejar, e ele não é um livro que eu leria de novo (tive dificuldade para entender algumas coisas)

Se vc me perguntar qualquer coisa do livro eu simplesmente não vou saber te responder muito bem. A única coisa que eu gravei foi, o livro é todo baseado na visão de Duarte, em cada capítulo é contado sobre uma pessoa e um lugar....
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