Armas, Germes e Aço

Armas, Germes e Aço Jared Diamond




Resenhas - Armas, germes e aço


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Bual 02/02/2022

Por que não foram os ameríndios que colonizaram a Europa?
É um daqueles livros, como os do Harari ou, mais particularmente, do Gabo, que você não quer esquecer de nada e quer reler o quanto antes.

Esse trabalho, que recebeu um Pulitzer em 98, descreveu, com base no método comparativo, sem deixar de ser cientificamente embasado, como e por que os humanos se desenvolveram tão diferentemente em diversos lugares do mundo ao longo dos últimos 13 mil anos, i.e., desde o fim da última era glacial.

Perguntas fundamentais, que até hoje eu me limitava ao ?porque sim?, me foram respondidas sob uma perspectiva científica, livre de preconceito e achismos.

Recomendadíssimo! Daqueles que mudam o leitor. Que sorte eu tenho de ter lido esse livro. Entrou na minha estante do lado do Harari.
Thiago Arruda Martins 02/03/2023minha estante
No primeiro parágrafo vc me convenceu a compra-lo. Obrigado


Bual 04/03/2023minha estante
E olha, Thiago, que eu nem recebo royalties hehe


Marcos.Siqueira 27/11/2023minha estante
Análise perfeita de um livro fantástico! Assino embaixo!


Mario Dias 10/04/2024minha estante
Esse livro está na minha estante esperando pra ser lido já faz um tempo, depois desse comentário ele saiu imediatamente da estante e já foi pra cabeceira da cama ocupando o posto de "próximo da fila"!

Obrigado!




Maurino 13/02/2011

O futuro da História como ciência.
Como o conquistador espanhol Francisco Pizarro e o seu pequeno bando de 62 homens invadiu a cidade peruana de Cajamarca subjugando um exército de 80.000 índios e capturando o seu líder, Ataualpa? O que tem a ver a diferença entre as direções entre os eixos principais das Américas e da África, Norte-Sul, e da Eurásia, Leste-Oeste, com a diferença do ritmo de expansão da agricultura e da pecuária, bem como com a disseminação da escrita, da religião, da roda e da política? Por que os arborígenes australianos ainda são caçadores-coletores enquanto a maioria de seus vizinhos, na Nova Guiné, tornou-se produtora de alimentos? Por meio de um incrível tour de force intelectual o professor de fisiologia da Escola de Medicina da UCLA, Jared Diamond, conclui, nesse "Armas, germes e aço", que a tecnologia, as doenças epidêmicas e as armas fundamentam a dominação de certos povos sobre outros. O seu assombroso trabalho de pesquisa, que perpassa a botânica, a zoologia, a epidemiologia, a teoria da evolução, a biologia molecular, a história, a arqueologia e a linguística, em um recuo de 13.000 anos na história dos continentes, encontra na biogeografia o seu Leitmotiv – para Diamond, são os fatores ambientais que determinam o curso dos acontecimentos. É um livro brilhante; um elogio à inteligência.
Davi.Rezende 11/07/2018minha estante
E a escrita, é fácil e agradável?




AleixoItalo 15/06/2020

Porque os Europeus dominaram o mundo e não o contrário? É respondendo uma variação dessa pergunta que Jared Diamond tenta dar sua visão e elaborar sua teoria que explica porque o mundo é o que é!
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Ao longo dos séculos diversos pensadores creditavam o sucesso dos Europeus à uma suposta superioridade de raça, mas embora tal teoria já tenha caído por terra, a pergunta ainda persiste e é respondida (pelos menos em partes) nesse clássico moderno: “As diferenças gritantes entre as longas histórias dos povos dos vários continentes não podem ser atribuídas a diferenças inatas dos próprios povos, mas a diferenças em seus ambientes.”
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Seguindo o molde típico de um livro de divulgação científica (mesmo modelo que consagraria outro clássico moderno anos depois: Sapiens) Jared Diamond reconta a história da humanidade pelo ponto de vista ecológico: domesticação de plantas e animais, controle dos recursos naturais, etc... Aqui Diamond é categórico: uma civilização localizada em uma ilha pequena sem recursos disponíveis, nunca será superior a outra civilização igual de uma grande área e com muitos recursos.
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Como um bom cientista (biólogo de formação), o narrador detalha seus pontos expondo suas problemáticas mas defendendo sua ideia, e mostra que alguns povos nunca se desenvolveram simplesmente porque não tiveram chances, e elenca possíveis fatores que fizeram diferença no confronto de vencendores com perdedores. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mesmo vencendo o Pulitzer e causando um grande impacto, o livro não tem uma aceitação unânime. A proposta de Diamond encontra resistência dentro da antropologia e outras áreas, devido a grande dificuldade de chegar a um consenso real do que explicaria o mundo e de se considerar seus pensamento como um tipo de “determinismo geográfico”.
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A obra sustenta suas ideias e é convincente em explicar pelo menos as discrepâncias da história. Eu diria que o meio ambiente dá as cartas, mas são os fatores idiossincráticos que ganham o jogo!
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Cris.Aguiar 25/02/2024

(...) pq a riqueza e o poder foram distribuídos dessa forma e não de qqer outra?
Essa é a pergunta que Jared Diamond responde com esse livro.

Didático e super simpático, a leitura flui super bem e nos faz repensar muito dos nossos paradigmas e conhecimentos. Livro que recomendarei sempre. Aventure-se.

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Diego 12/09/2020

Um panorama completo da evolução histórica do mundo
Muito bom o livro, apenas o epílogo, que expõe algumas divagações e propostas de encarar a história como uma ciência foi que achei um tanto confuso e pouco objetivo.
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seufuviu 28/02/2009

Armas, germes e aço - As metáforas da dominação
Resenha do livro: Diamond, Jared M - ARMAS, GERMES E AÇO: os destinos das sociedades humanas. Rio de Janeiro, Editora Record, 8ª ed, 2006, 472p.



Jared Diamond, professor de fisiologia da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, Los Angeles, iniciou-se na ciência pela fisiologia - adjetivou ao seu leque epistêmico pesquisas no campo da biologia evolutiva e na área da biogeografia. Seu livro - “ARMAS, GERMES E AÇO: os destinos das sociedades humanas” - chegou ao mercado recomendado pelo prêmio Pulitzer de melhor produção de literatura não ficcionista em 1998. Propõe em suas páginas analisadas por parâmetros da história ambiental, os fatores determinantes às mudanças sociais e culturais nas sociedades humanas - em argumentos, fotos, gráficos e mapas, ao longo de 19 capítulos, divididos em quatro partes e um epílogo, que procuram demonstrar as condições e o porquê de como diferentes grupos étnicos se encontraram a partir do último pleistoceno, e a forma que interagiram nesses encontros, sempre sob condições político econômicas de dominados e dominadores. O livro indicado a leitores inseridos na pesquisa histórica acadêmica, nas várias áreas do conhecimento científico, trata a temática ambiental nas diferentes sociedades do planeta. A mídia internacional anuncia seus enunciados como inteligentes, insinuantes, reveladores e simples, portanto indica sua leitura também a leigos, que tenham o hábito de ler os novos e interessantes assuntos da história humana.

Dentro desse contexto, o “best-seller” sobre o ‘destino das sociedades humanas’, afirma a importância das várias situações que transportaram as diversas civilizações na viagem histórica da humanidade, desde o fim da última era glacial, quando ocorreram os desaparecimentos dos grandes mamíferos e iniciou-se o desenvolvimento do homo sapiens, período que a arqueologia nomeou de revolução neolítica.

Este foi o 2º livro de uma trilogia iniciada com o lançamento da 1ª edição de “O 3º Chimpanzé”, 1991, que situa o homem como membro da família dos chimpanzés, com a mesma tipicidade do chimpanzé comum e o chimpanzé anão, tese amparada pelas variantes genéticas apresentadas neste livro. Finaliza seus três segmentos literários da ambientação histórica da humanidade, com o “Colapso: Como as Sociedades Escolhem o Fracasso ou o Sucesso”, 2005 , onde desenvolve um parecer que adverte para o temerário colapso em que as sociedades modernas poderão entrar na relação com o meio ambiente, por conseqüências típicas das atividades tecnológicas desenfreadas, adicionada pelo perigo de confiar que essas mesmas tecnologias poderão ser as salvadoras do planeta.

Os pressupostos semânticos pertinentes ao sentido conotativo empregado nas metáforas da dominação - “ARMAS”, posse de armamento em ferro, pólvora e chumbo, utilizadas para guerrear, conquistar e proteger, “GERMES”, doenças epidemiológicas que dizimavam os povos por elas contaminados e a posse de anticorpos que protegiam as populações que os retinham em seus organismos, “AÇO”, técnicas e tecnologias desenvolvidas por sociedades que conseguiram se estabelecer em um local, concentrar uma grande população, para assim fazer uma divisão social do trabalho, através da domesticação de animais e plantas - subtendidos pelo autor, Jared Diamond em “ARMAS, GERMES E AÇO: os destinos das sociedades humanas” (1998), delineiam-se por um saber multidisciplinar com o propósito de explicar porque certas populações capacitaram-se a prolongar objetivamente sua existência temporal e espacial no planeta.

A partir da leitura do livro “Metáforas da Vida Cotidiana” (2002), de George Lakoff e Mark Johnson, feita para aferir o tipo de linguagem usada por Diamond, verifico em seus escritos que a metáfora é uma figura de linguagem consistida na mudança do sentido do signo ou unidade lingüística pelo autor em: ARMAS, GERMES E AÇO, através do acréscimo de um significado próximo, GUERRAS, EPIDEMIAS E INVENTOS, assim, como em outras variáveis signas desdobradas a partir desse mesmo princípio; dá-se como exemplo a questão de que GERMES também puderam ser ARMAS, pois as epidemias mataram mais que as espadas e arcabuzes, a varíola, a peste bubônica, a malária são ícones dessa situação limite. AÇO podia estar intrínseco em GERMES, como técnicas que provinham à proteção das epidemias, como raízes e vacinas. ARMAS figuravam como AÇO, tecnologias agropecuárias, espadas, escudos etc. Sempre que por meio do sentido base e o acrescentado houve uma relação de parecença, de cruzamento, isto é, quando demonstrou traços semânticos inerentes, uma característica de procedência semântica, exeqüível devida à capacidade que permitiu relacionar coisas análogas ou semelhantes.

Este foi, em essência, o traço característico do processo metafórico utilizado pelo autor no livro ao nomear as características que continham as sociedades dominadoras, pois metaforizarão é conotação, a partir daí, ampliou-se o campo de abrangência do vocábulo ao introduzir-se a polissemia, indispensável à realização de qualquer processo de transformação, que exigiu variação e continuidade contidas nas metáforas da dominação e no signo ‘cargo’, contido na pragmaticidade locucional do povo de Yali para nomear os diferentes produtos frutos da produção de mercadorias e consumo dos diversos povos do planeta, como pratos, fósforos, remédios, ferramentas, sombrinhas etc. Nessa direção afirma-se que as metáforas geram realidades, pois as similaridades estabelecidas passam a ser real para a cultura que as recebem e as aceitam, daí a inquirição de Yaly a Jared Diamond:- “Por que vocês, brancos, produziram tanto ‘cargo’, mas nós, negros, produzimos tão poucos ‘cargo’?”.

A interrogação feita pelo amigo papua da Nova Guiné, Yali, incorpora-se à importância para o público leitor na construção da pergunta principal desenvolvida pelo livro - “Por que as variáveis culturais da humanidade, no espaço e no tempo, facultaram ou dificultaram a expansão dos humanos?”. O desenrolar da narrativa histórico ambientalista do professor Diamond responde a esta questão de forma naturalista, pois demonstra que o caminho do desenvolvimento das sociedades foi facilitado pelas condições da biologia, da fauna, da flora, bem como suas relações com o ambiente e entre si, isto é, as leis que os regem, os climas e a geologia - como demonstra através da tabela - “Fatores que marcaram um padrão mais amplo da história” (capítulo quatro, p. 85), onde esquematiza o conjunto de causas que levaram aos fatores imediatos, as metáforas da dominação - ARMAS, GERMES E AÇO - e dessa maneira permitiu a alguns povos a conquista ou domínio de outros, sempre direcionados pelos eixos continentais, que orientaram seus deslocamentos a partir do Crescente Fértil, em busca de condições satisfatórias de estabelecimento e ampliação de domínios - “o eixo dos paralelos/latitudes”, Eurásia - Leste/Oeste uma solução axial que permitiu aos povos que por ele deslocaram-se, situações semelhantes de ambientações climáticas, constitutivas de um menor número de obstáculos geoambientais na domesticação de plantas e animais, portanto facilitadoras do seus desenvolvimentos populacionais, tecnológicos e políticos, enquanto “o eixo dos meridianos/longitudes”, América e África – Norte/Sul, dimensionado por um processo de deslocamento/ assentamento demorado e dificultoso, em função das muitas barreiras geográficas/ climatéricas para o estabelecimento de sociedades sedentárias, livres dos germes provocadores das doenças epidemiológicas.

Ao partir dessa perspectiva ‘geoevolucionista’, Diamond logra à Europa uma propensão de domínio ambiental sobre outras sociedades; reafirma o legado europeu à domesticação de animais e plantas. O autor, jamais transparece temer ser identificado como defensor do determinismo geográfico, idealizado pelo alemão Friedrich Ratzel no séc XIX, em que o ambiente molda definitivamente o comportamento humano, ideologia doxológica que estruturava como mote o domínio da superioridade do homem europeu e branco sobre os ‘negros’ na África, e os ‘índios’ nas Américas. Ele nega aos ‘dominadores’ diferenças biológicas que afirmem suas supremacias, característica básica do racismo.



“Os racistas vão sempre distorcer qualquer idéia para justificar políticas dominadoras. Mas deixei claro em meu livro que, quando estudo as maldades registradas na História, como o genocídio dos índios americanos e o arpatheid na África do Sul, não desejo justificar tais atos. Ao contrário, meu objetivo é compreender como essas atitudes surgiram para que não se repitam”. (DIAMOND, JARED. Entrevista a revista época, Edição 182, 12/11/2001)



O marxismo afirma que na história nada se faz sem tempo e espaço, os escritos do historiador francês, Fernand Braudel, Escola dos Analles, reivindicam a compreensão do mundo negro africano à geografia, que prevalece sobre a história, em virtude dos contextos geográficos não serem os únicos a se imporem, mas são os mais significativos, ainda que a história sempre tivesse algo marcante a ser dito –A história pré-colonial da África Ocidental recebeu uma atenção especial graças à reabilitação das tradições orais como fontes ao lado de documentos escritos, feita pelo historiador senegalês, da Escola de Dakar, Cheikh Anta Diop, que através de suas pesquisas prova que a África tinha uma história de valor intrínseca aos grandes impérios medievais e que sofreu assaltos de conseqüências gravíssimas para seu acervo histórico, com o tráfico de escravos e a colonização européia.

São diversas as contribuições acadêmicas que projetam o dialogismo sobre a metodologia a ser utilizada nos estudos das diversidades africanas. Questões da variedade geográfica e a longa duração da sua pré-história colocam-se como raízes das diversidades de seus povos. A África possui uma extensão de 30.367.618 km2, e a exclusividade de situar-se entre os dois trópicos - Câncer e Capricórnio - para assim, ter sua extensão localizada entre as zonas temperadas do norte e do sul. Abrange três grandes áreas desérticas (30% dos desertos da Terra), além de uma extensa floresta tropico-equatorial. A África trouxe ao seu espaço os primeiros humanos - uma primazia sobre quaisquer outros locais do planeta.

Com relação ao estudo do negro, em África, a obra tem em seu capítulo 19, “COMO A ÁFRICA TORNOU-SE NEGRA” - uma crítica eloqüente às perspectivas dos conceitos excludentes, introduzidos pela mentalidade estrangeira, representados pelos pensamentos de muitos americanos e europeus, ao comparar os africanos nascidos na África ao negro africano levado como escravo para a América; os africanos brancos aos invasores do continente africano, e sua história racial à história colonialista européia, sempre vinculada ao tráfico negreiro. O erro dessas situações falaciosas é constatado pela importante heterogeneidade dos negros africanos, anteriores a chegada dos brancos europeus, quando seus territórios não eram habitados somente por negros (séc. XI), e sim por “negros, brancos, pigmeus africanos, coissãs e asiáticos” (ver figura 19. 1)Os componentes das diversidades étnicas são por ele reconhecidamente validados, ao afirmar que não se podem grupar humanos tão diferentes como os “... somalis e zulus”, sob o manto classificatório de ‘negros’; porque este ponto de vista exclui a diversidade que garante suas identidades étnicas, atestada pela grandiosa produção lingüística africana, que produziu um quarto das línguas faladas no planeta, e dessa forma construiu a grande diversidade do continente – ÁFRICA.

A ancestralidade humana oriunda desse berço, a cerca de sete milhões de anos, ampliou-se ao Homo sapiens e à sua anatomia, por ser conseqüência dos fatos africanos em desenvolvimento desde então, geminada por uma pré-história construída por movimentos migratórios, com destaque para o mais importante nos últimos cinco mil anos – “a expansão banto” – são essas reciprocidades com o passado que dialogam com os contextos atuais, e assim proporcionam as particularidades contundentes nas construções dos contornos históricos na atualidade africana. Até o século XIV, grandes partes dos povos negros habitavam áreas ao sul do Saara, grande parte da África Subsaariana, a costa ocidental africana, o leste africano, a parte setentrional sudanesa e a região mais austral da África; enquanto ‘brancos berberes marroquinos, egípcios e líbios’ viviam na costa litoral norte, mediterrânica - em sua maioria, tanto negros quanto brancos, dependiam das práticas na agricultura e no pastoreio - enquanto outras etnias – ‘pigméias’ - habitantes da floresta tropical da África Central, “os bosquímanos”, e ‘coissãs’ (os Khoi e os San), viviam nas regiões meridionais da África – ambos provinham-se da caça e da coleta de alimentos, sem assentamentos domésticos de plantas ou animais. Diamond especifica o cuidado às diferenças étnicas entre ‘negros’, ‘brancos’, ‘pigmeus’, ‘Khoi e San’, ao referir-se a eles desta maneira.

Através da valiosa contribuição lingüística (ver figura 19.2, p. 383), pode-se verificar que o tronco lingüístico – nígero congolês – espalhou-se pela extensão do ocidente africano em sua parte abaixo do Equador, sem que se pudesse localizar sua origem, porém os estudos da glotologia feitos pelo lingüista americano - Joseph Greenberg - indicam que os idiomas ‘nigero-congolês’ falados na África subequatorial pertenciam a um único tronco, o banto, com cerca de 200.000.000 de falantes. Com a prova identificatória de que os falares do nigero-congolês, banto, pertenciam aos povos ‘negros’, conclui que sem o empréstimo da pesquisa lingüística não se chegaria a nenhum procedimento científico, pois os conteúdos doxológicos da antropologia física não servem para identificar quem era quem nessas migrações. Ao verificar que os ‘pigmeus’ fragmentaram-se em suas motivações socioculturais, que transformaram sua forma de falar semelhante aos ‘negros’ - banto com quem comerciavam, e baseado na tendência que a peculiaridade dos povos leva a uma peculiaridade lingüística, Diamond sugere que as áreas originárias dos ‘pigmeus’ foram absorvidas/dominadas pelos agricultores ‘negros’ – banto. Quanto à postura lingüística dos ‘coissãs’, que aponta para uma incorporação muito mais contundente e restringida à região austral da África, anteriormente encontrada em falantes no extremo norte de seus atuais locais, demonstram que foram também subjugados/dominados pelos ‘negros’ – banto. Mais uma vez o conteúdo do raciocínio das propostas feitas no livro são amarrados pelas

variáveis polissêmicas das metáforas da dominação – ARMAS, GERMES E AÇO - pois os humanos que aprenderam e desenvolveram a técnica de dominar a terra, as sementes e os animais, puderam crescer, liderar, proteger-se contra doenças e procurarem motivos para suas expansões em sociedade.

O autor do livro, Jared Diamond, afirma que a arqueologia indica para a produção alimentar africana surgida no Saara (9000 a 4000 a.C.) - hoje uma área desértica - antes um local úmido, onde se encontravam paisagens verdes, compostas por lagos e prenhes de muitas caças, em uma data anterior à produção de alimentos no império egípcio, e que os ancestrais bantos - habitantes das savanas, Quênia, deram início à sua expansão por volta de 3000 a. C(ver figura 19.4, p.395), em direção ao sul, favorecidos pela umidade do clima, mantinham culturas de inhame e possuíam uma pecuária. Ao se expandirem mais para dentro da zona equatorial da floresta - nas margens do rio Congo, conseguiram ampliar sua população e por épocas próximas a 1000 a.C., conseguem obter o ferro do Sahel. Iniciaram o jugo aos ‘pigmeus’ – caçadores coletores – massificados em seu habitat – a floresta. A partir de então, passam a usar ferramentas de metal e com seus inventos transformaram-se em donos de uma atitude militar/produtiva insuperável. Encontram outros povos caçadores-coletores – ‘coissãs’ – que não possuíam o domínio do ferro nem domesticavam sementes ou animais. Os bantos – Zulus - chegam ao rio Peixe, na atual África do Sul, após dominarem os coissãs. Foi o avanço mais extenso de um povo na história africana. As contribuições dos estudos lingüísticos e arqueológicos suplantam os preconceitos dos paradigmas físicos e racistas, e assim respondem a uma das perguntas feitas no livro: “Por que foram os negros os que se espalharam tanto, em vez dos outros grupos étnicos, cuja existência os estrangeiros costumam esquecer?”.

Hoje, ao depararmo-nos com os novos conceitos de sociedade e espaço, que o sociólogo marxista, Manoel Castells - (A SOCIEDADE EM REDE-1999) – descreve como o acontecimento de uma revolução das tecnologias a operar modificações nas bases materiais da sociedade, que provocou o surgimento de uma nova realidade, iniciada desde o fim do capitalismo tardio (fim dos anos 60/70) – quando Yáli fez sua pergunta a Diamond, e coincidiu na historiografia com o surgimento de um novo cenário virtual – pós-moderno e globalizado – organizado por seus três processos independentes – a revolução nas técnicas da informação – o mundo virtual/real - a crise monetária do antigo capitalismo industrial e a derrota do estatismo. Surgiu uma nova atividade estruturante do social, induzida pelas tecnologias informacionais a um novo sentido de riqueza, poder e criação da codificação cultural. A sociedade da cultura virtual surgiu na forma de uma sociedade em rede, a ampliar suas teias de interesses globais por diferentes espaços, técnicas e negócios entre as “cities” pontuais do planeta,

A globalização edificou-se por um conjunto de parâmetros econômicos comuns, posicionados por um capitalismo endurecedor em seu mote, mas que comparativamente se flexionou muito mais que os outros modos de produção capitalistas - pelos quais as sociedades modernas passaram - em virtude de suas amarras econômicas estarem presas a uma mesma cultura virtual, e estimuladas pelas tecnologias informacionais, no entanto – Castells - alega que a sociedade não é determinada pela tecnologia, em virtude das diversidades de valores que interagem nas configurações pertinentes a cada momento histórico, e assim, deixa um espaço no tempo que permita configurar ao amigo da Nova Guiné uma nova pergunta a Diamond, pertinente a esse momento novo na história das sociedades humanas – “Será que o mundo globalizado, a reter no centro da ‘city’ suas decisões, responde de fato às novas questões que se formulem a partir da produção de mercadorias nas sociedades periféricas?”.

É notório perceber na leitura do livro - “ARMAS, GERMES E AÇO: os destinos das sociedades humanas” - que o ponto de vista de Diamond transita por questões relativizadas à natureza e não só a procedimentos socioculturais, quando se colocam frente aos eventos das sociedades. Apesar de sua acentuada dominância nos procedimentos instrumentais das ciências, nos campos genéticos, geográficos e biológicos, jamais abandona as outras disciplinas, ao se multidisciplinar pelas valias antropológicas, arqueológicas, históricas, sociológicas e lingüísticas. Atento a todas as inovações nas fronteiras do conhecimento das disciplinas histórico-sociais, o professor Diamond conduz sua lógica direcionada pelas metáforas da dominação – ARMAS, GERMES E AÇO - de uma maneira audaciosa e pertinente, o que corrobora com o propósito científico do livro, aliado ao intuito que prescreve de produzir argumentos de uma história das civilizações de cunho adjetivado à contribuição das leis da natureza, que permeiam seus escopos ambientalistas para a humanidade. Ainda que a geografia tenha uma interferência bastante consistente em seu discurso ambiental sobre o destino dos povos, há sempre ponderações importantes do autor, que alertam para o valor das atitudes decisivas às particularidades individuais e culturais dos humanos, ao colocar a crítica metodológica como vetor principal às atividades da natureza em seus múltiplos espaços, quer sob os matizes da ecologia ou sob as performances da história humana, portanto ratifica-se a recomendação do livro à comunidade científica e acadêmica em seus compartilhamentos docentes e discentes, assim como àqueles ávidos de uma boa leitura, que procurem respostas atuais num passado remoto - pertinente ao caminho da longa duração histórica das sociedades humanas - desde do surgimento dos primeiros hominídeos.
Marct 31/01/2012minha estante
Só uma dúvida: a 1ª edição de o terceiro chimpanzé é de 1991 mesmo?




Lukita 11/11/2020

Pra quem gostou de Sapiens do Yuval, com certeza vai se encantar com Armas, Germes e Aço, é uma leitura extremamente necessária e prazerosa. O livro é escrito em torno do que o autor chama de "a pergunta de Yali", do porque alguns povos prosperaram e outros não, essa pergunta dá margem para interpretações racistas da realidade, com afirmações de superioridade de povos sobre outros. É buscando rebater essa tese racista que Jared escreve esta obra.
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Paulo 29/02/2020

Uma pequena pausa em Dom Quixote para ler este livro
"A história seguiu diferentes rumos para os diferentes povos devido às diferenças entre os ambientes em que viviam e não devido às diferenças biológicas entre os povos."

Jared Diamond levantou um bom estudo sobre uma questão bem interessante da humanidade, a ver: Por que algumas sociedades se desenvolveram mais rápido que outras? Por que, por exemplo, os europeus chegaram no Novo Mundo com as maiores tecnologias daquela época enquanto os nativos americanos mal tinham inventado a escrita ou ferramentas de metal? Por que muitas das invenções humanas foram na Eurásia e seguiram para os outros continentes?

No decorrer do livro várias teorias (ou fatos) vão respondendo essa pergunta, muito embora as respostas certeiras talvez nunca saibamos. E nunca saberemos porque foram épocas sobre as quais já não temos todas as informações e que envolvem tantas variáveis que seria impossível de sabermos.

O livro em boa parte se assemelha àquele escrito por Noah Harari, Sapiens - Uma Breve História da Humanidade, principalmente no início quando se fala sobre os caçadores-coletores nômades e a peregrinação humana da África até todos os outros continentes, (na verdade, o Sapiens de Noah Harari que se assemelha a este livro, já que Armas, Germes e Aço foi escrito anos antes). Essas informações serviram de base para tentar explicar o avanço das diferentes sociedades.

Outros fatores eu nunca teria imaginado por minha conta, e dos quais eu achei bem interessante pensar, como por exemplo o formato dos continentes. A Eurásia por ter a maior faixa "equatorial" teve uma vantagem de clima e iluminação parecida, coisa que a América não teve, uma vez que o Novo Mundo a maior longitude é referente ao norte-sul e a variação de clima e bioma é grande demais. Isso influenciou todo o plantio e a produção de alimentos. A produção de alimentos, por sua vez, é mencionada bastante durante o livro; é ela que indica tribos mais centralizadas, e a vanguarda de outras tecnologias que viriam a ser a domesticação de animais, de plantas, a forja do metal para armas, e a evolução das defesas imunológicas do homem contra os germes que viriam a exterminar outras sociedades que não desenvolveram os mesmos anticorpos - os nativos americanos foram dizimados em sua maioria por doenças trazidas pelos europeus que já estavam praticamente imunes a elas.

Só não dei cinco estrelas porque pode ficar um pouco confuso às vezes pela saraivada de questões que o autor põe ao mesmo tempo; mal responde uma e já coloca outra questão por cima da outra. E os capítulos finais me pareceram um pouco repetitivos.
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Moises.Bauer 31/12/2020

Muito bom
Diamond discute como civilizações mais avançadas dominaram povos mais primitivos com sua tecnologia mais avançada (aço), armas e germes (infecções).
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Henrique_ 29/10/2022

Por que somos como somos?
Primeira uma trilogia, esta obra do renomado professor Jared Diamond tem como tema principal a investigação das razões dos diferentes ritmos do desenvolvimento humano nos diferentes continentes. Para o autor, o mundo é como é em razão das interações entre povos distintos, por meio de conquistas, epidemias e genocídio e não com base em explicações simplistas e determinísticas de fator único como as diferenças biológicas, ressaltando que o papel das diferenças ambientais onde cada povo se encontrava permitiu o desenvolvimento de armas, germes e aço, além de outros fatores que conferiram poder político e econômico para alguns antes de outros. Uma obra impressionante pela qualidade de pesquisa multidisciplinar e com grandes conclusões a respeito da complexidade de nossas sociedades atuais, fruto do surgimento da agricultura, causa última da existência de sociedades sedentárias densamente povoadas e dos excedentes estocáveis de comida. Com a agricultura, desenvolvemos outras instituições complexas, como os feudos e Estados, burocracia, governo centralizado, educação, economia de mercado, comerciantes, ferramentas, lealdade nacional, entre tantas outras. Apesar da escrita fácil e sem academicismos, a quantidade de informação típico de um trabalho deste porte torna a leitura densa e que requer disposição. As obras seguintes da trilogia neste ponto são melhores.
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Philippe.Dantas 26/12/2020

Sensacional
Ao longo do livro o autor vai destrinchando cada aspecto que determinou porque que algumas civilizações "evoluíram" mais rápido e subjugaram as outras e porque as vitórias e conquistas não se deram no sentido oposto.

Esse é um daqueles livros que chega a dar orgulho de ter lido. Jared Diamond dá uma verdadeira aula de História, Biologia, Antropologia dentre outros temas.
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Bruno.Vieira 28/04/2023

Livro excepcional
O autor não faz rodeios para explicar cada pensamento, mostra detalhes de cada situação e é totalmente imparcial a todo ponto. Coloca e cita autores com pensamentos opostos. Muito interessante para quem gosta de história, principalmente no tocante a origem da vida humana e suas realizações.
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Antonio Luiz 15/03/2010

Por que foram os espanhóis que conquistaram os incas do Peru e não o contrário? Por que foi a civilização ocidental se impôs ao resto do mundo? O livro do biólogo estadunidense Jared Diamond "Armas, Germes e Aço: os destinos das sociedades humanas" ganhou o Pulitzer de 1998 na categoria não-ficção por tentar dar uma resposta cientificamente satisfatória a essa pergunta sem pressupor a superioridade intrínseca de uma raça ou de uma religião – mas também deixa de levar em conta incômodas questões relativas a como as estruturas e conflitos sociais podem condicionar as forças e fraquezas das sociedades humanas.

Não é a primeira tentativa de buscar causas ambientais para realidades sociais. Nos anos 1920, o geógrafo norte-americano Ellsworth Huntington chegou a construir um complicado determinismo climático-racial para explicar as diferenças entre as nações. Concluiu que a Alemanha podia desafiar o mundo sozinha porque nenhum outro país tinha tantas pessoas sob um mesmo governo vivendo sob um clima tão estimulante. Ainda assim, o clima mais revigorante do mundo era precisamente o da cidade onde vivia – New Haven, Connecticut, sede da Universidade de Yale.

Muita gente no Hemisfério Norte acredita que a civilização depende do desafio de um clima rigoroso e não se desenvolve num clima tropical em que roupas são desnecessárias e bananas supostamente caem das árvores. Mas Diamond, ao estudar in loco a ecologia das selvas da Nova Guiné, pôde constatar na prática que sobreviver numa ilha tropical não é tão fácil quanto parece.

Propôs, em vez disso, uma nova linha de raciocínio. A dianteira inicial das culturas da Eurásia foi determinada pelo tamanho do continente, pela sua configuração geográfica e por sua fauna e flora. A grande extensão física possibilitou maior população humana e maior variedade cultural. Havia também maior variedade natural em vegetais cultiváveis e animais domesticáveis.

Tudo isso acelerou a invenção da agricultura, da criação de animais e de outras tecnologias. A disposição geográfica leste-oeste também contribuiu ao dividir o continente em grandes faixas climáticas paralelas, facilitando a difusão das novas invenções e descobertas de um extremo ao outro. Somado à convivência íntima com rebanhos, isso assegurou também que as populações do Velho Mundo fossem expostas a uma variedade muito maior de agentes infecciosos, desenvolvendo a imunidade natural que fez tanta falta aos índios das Américas.

Dito isto, é preciso assinalar que esse esquema, razoável para a pré-história e suas conseqüências diretas, torna-se insuficiente e forçado ao ser estendido a sociedades de classes, nas quais a organização do poder e da produção passa a ter maior poder explicativo.

Mesmo no caso da derrota de Atahualpa por Francisco Pizarro, é exagero explicá-la apenas pelo aço, pelo cavalo e pelos germes da varíola. Não se pode desprezar a superioridade tática, estratégica e organizacional da sociedade espanhola – preparada por Maquiavel e pela experiência das cruzadas – e sua falta de escrúpulos para tirar proveito dos conflitos internos e da ingenuidade de uma sociedade inca incapaz de compreender os objetivos finais do inimigo.

Essa façanha de 1532 não foi radicalmente diferente da de Robert Clive em 1757, quando abriu o caminho para a conquista britânica da Índia. Derrotou 50.000 homens do nababo de Bengala com apenas 900 soldados ingleses e 1.500 hindus, sem ter a seu lado a guerra biológica nem um abismo tecnológico. Dispôs da disciplina militar profissional do exército inglês contra uma multidão de aristocratas ociosos e turbulentos – e, o que foi mais importante, dispôs de dinheiro suficiente para subornar o principal general do nababo, fazendo-o conter suas tropas e não lutar.

Diamond também não convence ao procurar causas geográficas para uma superioridade tecnológica da Europa sobre a China que é relativamente recente e pode desaparecer num futuro não muito distante – usando argumentos que falham totalmente ao serem aplicados, por exemplo, à Índia. Tem algo a ensinar ao tipo de historiador que faz questão de ignorar tudo que não se refira às ciências humanas. Mas, como o proverbial sapateiro que criticou o pintor grego Apelles, falha quando vai demasiado além das sandálias que conhece bem.

Paulo Medrado 17/10/2013minha estante
Seu comentário é pertinente Antônio, no entanto, gostaria apenas de salientar que "Armas, germes e aço" é apenas uma teoria, e logo passível de contestação. A condição de uma teoria ser "boa" não é responder a todas as questões, mas conseguir ser razoável em número considerável de possibilidades e nesse caso creio que o autor conseguiu lançar luz em muitas questões obscuras da história. Importante lembrar que a obra do autor é um conjunto sendo difícil avaliá-la apenas
por um de seus livros, creio que o "Colapso" complementa o "Armas germes e aço", assim como o "Terceiro Chipanzé" complementa o "Porque o sexo é divertido", talvez a grande virtude desta obra seja explorar um tema tão fascinante como a evolução humana. Eu particularmente, gostei bastante do conjunto da obra do autor.
Forte abraço e até as próximas.


Antonio Luiz 13/11/2013minha estante
Para uma crítica de Jared Diamond mais severa que a minha, confira:

http://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/10455752.2013.846490#.UoQOIeJV9RY




Átila Castro 28/03/2011

Brilhante e provocativo!
Jared Diamond escreve uma obra primorosa, explicando de maneira inventiva e bastante lúcida a história da civilização e as causas que levaram ao atual estado dos povos e das culturas. Traz à tona - contra as idéias racistas de determinismo e de prevalência intelectual - a convincente explicação de como a geografia e as soluções aleatórias da evolução das espécies permitiram que determinados povos fossem contemplados com fatores que, mais do que eventual talento ou predisposição natural, permitiram o progresso e o domínio da tecnologia.
Imperdível!
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regifreitas 21/06/2020

ARMAS, GERMES E AÇO: OS DESTINOS DA SOCIEDADES HUMANAS (Guns, germs, and steel: The fates of human societies, 1997), Jared Diamond; tradução Silvia de Souza Costa, Cynthia Cortes, Paulo Soares.

Entrei nesta obra esperando algo parecido com o SAPIENS e o HOMO DEUS, do Yuval Harari. Mas não foi nada disso.

É um leitura muito boa, embora o texto de Diamond não tenha a mesma fluidez do texto do historiador israelense. Muito talvez por conta das constantes referências a datações, pontos geográficos e movimentações humanas ao longo da história, que exigem um pouco mais de abstração por parte do leitor.

Diamond procura demonstrar como se deu a evolução da espécie humana no planeta, norteada através dos três elementos que nomeiam a obra, e que foram as responsáveis, segundo o autor, pela humanidade ter seguido o rumo que tomou. Em síntese, tudo está na base da transformação das sociedades humanas de caçadores-coletores para agricultores, e de como isso ocorreu de maneira não uniforme no decorrer dos anos e em diferentes regiões do planeta. Essa mudança foi a principal responsável pela evolução e complexificação da vida que se seguiu a partir dela - domesticação de plantas e animais, invenção da escrita, evolução dos governos e das religiões, domínio das tecnologias, desenvolvimento do poderio político e militar etc.

É um trabalho de fôlego, que exige um ritmo diferenciado de leitura para que seja melhor apreciada tal a quantidade de informações trazidas. Com ele, Diamond ganhou o Prêmio Pulitzer de não ficção em 1998.
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