V.I.S.H.N.U.

V.I.S.H.N.U. Ronaldo Bressane
Fábio Cobiaco




Resenhas - V.I.S.H.N.U.


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Matheus 06/07/2016

Trata-se, com certeza, de uma obra interessante. Utilizando de uma realidade distópica, os autores nos levam a várias partes do mundo em seu enredo, criando uma história realmente universal em seu propósito. O desenvolvimento é bem feito, assim como os diálogos são o ponto alto dessa hq, principalmente aqueles travados com a entidade que passa a dominar os meios tecnológicos do mundo. Abordando a questão tecnológica por vários lados, incluindo discussões tanto positivas quanto negativas de suas implicações, esta obra consegue nos fazer mergulhar naquela realidade mostrada em suas páginas. Infelizmente, esse mergulho acaba não sendo tão prazeroso assim, pois não consegui em momento algum me acostumar com os desenhos. Praticamente sem desenhar fundos nas cenas mais fechadas, e com um traço extremamente ‘sujo’, quase lúdico, em vários momentos até não consegui entender direito o que estava acontecendo, pois a arte em momento algum parece se preocupar em nos localizar geograficamente na história. E não é um desenho feio. Os traços até são agradáveis em alguns momentos, mas pelo menos eu, que não estou acostumado com esse tipo de desenho, fiquei perdido em vários momentos, além de que vário personagens acabaram ficando prejudicados em sua composição, pois mesmo em closes é muito difícil discernir a expressão ou mesmo o formato do rosto de cada um. Tirando isso, essa hq conta uma ótima história, que merece ser lida, mesmo com o desenho te sabotando em alguns momentos.
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Felipe Novaes 23/09/2015

A história fala de um futuro não muito distante, em que a tecnologia domina a vida diária das pessoas através de inteligências artificiais fracas. Tudo muda quando, nos galpões de uma das empresas que pesquisa IAs, surge V.I.S.H.N.U., uma inteligência artificial forte, ou seja, com capacidade cognitiva igual ou superior à dos humanos.

A sigla V.I.S.H.N.U. é uma clara referência à divindade hindu chamada Vishnu, que é conhecido como o Mantenedor, aquele que mantém a realidade funcionando até que Shiva surge para destruir e reiniciá-la. Da mesma forma, o sistema de nuvem da história é responsável por manter outros sistemas em funcionamento, mas tudo vira de cabeça para baixo quando um pane na rede faz com que ele "acorde" e exija uma "encarnação". A IA deseja, literalmente, um corpo. Esse desejo também é outra referência ao deus hindu, uma vez acredita-se que ele assume vários avatares ao longo das eras, para encarnar e andar entre os humanos.

V.I.S.H.N.U agrada aos fãs de ficção científica, especialmente aos interessados em distopias futuristas e discussões sobre IA e a possibilidade de considerar organismos artificiais como seres realmente vivos, o que traz mais outras mil discussões, como o que seria vida.

Graficamente, a revista é primorosa. Adorei o formato quadrado e grande do material, assim como os desenhos em preto e branco e com um aspecto de borrão, lembrando bastante os suibokugas, desejos japoneses feitos com pinceladas contínuas.

Os argumentos do roteiro também são ótimos, só gostaria que tivesse sido trabalhada mais longamente as partes que explicam a natureza da IA Forte e sua relação com a matéria. Espero que isso seja esmiuçado na sequência, que me parece já estar programada.
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