anne marie 09/07/2023Quando iniciei este livro não sabia muito bem o que esperar. Ele foi indicação de uma amiga então pelo menos eu sabia que existia algo ali que poderia valer a pena e valeu.
O livro é uma distopia bem curtinha, com uma escrita simples e bem gostosa de ler.
A sociedade retratada ali é uma das mais bizarras que eu já tive oportunidade de ler a respeito, onde as pessoas são privadas de ter sentimentos, relacionamentos humanos reais, de escolher qualquer coisa, tudo em prol de sobrevivência.
Mas sem tais coisas será que vale mesmo a pena? E a resposta dentro do contexto do livro é: sim. As pessoas não conhecem nenhuma dessas coisas, logo tudo vale a pena. Elas não sabem o que é amar, elas não sabem o que é se importar de verdade, elas não sabem de nada. Elas vivem nessa sociedade extremamente controlada como se fossem ratinhos de laboratório, fazendo sua rotina diária e vão pra casa.
Elas nao conhecem o que é o sol, a neve, a grama, nada e o quão bizarro isso é? Eu diria muito. A única pessoa que detém todo o conhecimento, todas as memorias da humanidade é o Doador de memorias, um velhinho que passa tudo que sabe pro Jonas, o menino de 12 anos protagonista do livro que se torna o Recebedor.
Entao todo o livro é baseado nessa visão do Jonas e tudo que ele vai descobrindo, toda a sujeira que ele vai percebendo enquanto t
está começando a receber as memorias da humanidade. Ele vai conhecendo as cores, as sensações, a história da humanidade, as coisas mais simples como neve, o sol etc. O Jonas fica inconformado com tudo que percebe, com tanta coisa errada, com tanta privação que as pessoas sao submetidas inadvertidamente e no final ele foge a procura de mais respostas.
Enfim, é um livro pra se pensar muito. A leitura foi rápida e fácil mas apesar disso senti falta de um pouquinho mais de profundidade em algumas explicações. O final é um pouco questionável mas levando em consideração que existe um próximo volume vale a pena esperar por um desfecho adequado.