Raffafust 24/08/2014
Com dores na coluna, optei por levar no voo para SP indo para Bienal o livro " O doador de memórias", o motivo principal era o tamanho, pequeno e com 190 páginas me parecia ser uma opção acertada. O segundo foi que sempre que posso leio o livro antes de ver o filme, faço comparações sim, e quando dou na telha comparo personagens que achei que tem a ver ou não com os escolhidos.
Minha decisão foi sábia. O livro é sensacional. Por mais que tenha achado que deveria ter lido ele anos atrás, pois me pareceu pai dos milhares de distópicos que já li e que lotaram nossas livrarias. Loiis Lowry nos dá de presente uma história bacana, onde narrativa é clara e o que não o é ele vai nos fazendo conhecer ao decorrer da história .
Jonas é um menino prestes a completar doze anos, e com isso ele será um DOZE, o que quer dizer que terá sua profissão escolhida e participará do último evento a maioridade. Sim, para eles não importa os anos que vem depois dos 12 anos, existem cerimônias para os cinco, seis, sete, oito...e param nos doze.
O mundo que o garoto vive é perfeito, mas ele nem imagina que já existiu um mundo com pobreza, com roubos, etc Porque ali ninguém tem direito de guardar recordações.
Morando com os pais ele vai descobrir que o mundo que se diz maravilhoso não é assim tão bom, e o espanto maior será quando na sua cerimônia com os demais Doze ele for escolhido para ser o próximo Receptor de Memórias. O que é isso? Bem, Jonas vai ter o direito de ao contrário das outras pessoas : mentir, guardar recordações, etc
Mas isos não lhe tirará as injustiças do mundo perfeito que vai descobrir sabendo a verdade do mundo comum. Um exemplo é que crianças gêmeas somente uma sobrevive, o outro - o menor - é mandado para outro local. Só que ele na verdade descobre que os eliminados são na verdade exterminados o que acha errado e começa a se perguntar se realmente vale a pena para não terem crimes, pobreza e outras coisas criar regras onde se descriminem e se livrem de seres que não servem.
Enviado para ser doutrinado pelo atual Doador de Memórias, ele vai ver que o cargo exige muito mais do que esperava e vai se assustar cada minuto mais com as verdades.
Viver na utopia pode ser cruel e o mundo perfeito tem seu preço que Jonas vai tentar mudar roubando uma nova criança : Gabriel. O menino mora com os pais deles temporariamente e por não ter crescido muito teve uma nova chance. Mas Jonas vê que as mentiras existem sim e tenta salvar o menino.
Poderia ser só mais uma distopia, não o é. É um livro excelente, onde o fácil é iniciar a leitura e o difícil é interromper, porque sempre há algo mais que queremos aprender, seja do mundo de Jonas ou com o Jonas.