Água funda

Água funda Ruth Guimarães




Resenhas - Água Funda


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Nado 10/04/2022

Uma obra que merece ser lida e divulgada. Ruth Guimarães era uma escritora desconhecida para mim, eu tive a grata surpresa de conhecer a autora e esse clássico da literatura nacional, infelizmente abafado pelos hypes e pelo que as editoras consideram um título de mercado. A escrita de Ruth é acolhedora e você a sente sentada na sua frente, lhe contando uma linda história com brilho nos olhos. Recomendo fortemente a todo amante da nossa literatura brasileira.
Pâm 07/05/2023minha estante
Perfeito comentário. Eu achei o livro assim, por acaso. E, me encantei com a sinopse. Estou lendo como alguém que me conta a história, é muito fascinante.


Nado 07/05/2023minha estante
É muito bom. Tenho certeza que vai gostar até a última palavra.


Gabrielli.Quadrado 25/09/2023minha estante
Onde eu vou para conseguir ler?




Maria Clara Mendes 19/01/2021

Merecia o reconhecimento de clássico
Água Funda é o primeiro romance da Ruth Guimarães e foi lançado em 1946.

Uma prosa interiorana, mas como bem disse o Antonio Candido no prefácio, sem "querer imitar com ânimo de exotismo pitoresco os modismos caipiras foneticamente sugeridos". 
 
Vai contar histórias de diversos personagens e mitos do folclore brasileiro com toques de realismo mágico.

As histórias nem sempre se entrelaçam, mas estão presentes na vida cotidiana do interior que muitas vezes a gente só ouve falar, mesmo que não estejamos envolvidos. Filho de fulano, neto de ciclano, casado com beltrana.

Gosto de falar dos sentimentos que os livros despertam em mim e em Água Funda, muitas vezes me peguei extremamente indignada com as situações colocadas. Como as pessoas se comportavam frente a injustiça, como davam a vida e sorriam, mesmo sabendo que estavam sendo explorados.

E mais uma vez me deparo com o sentimento de viver. Viver, apesar da dificuldade. Apesar da ruindade. Apesar da indiferença. Contar os causos, lidar com doenças desconhecidas, sorrir sem motivo, se apaixonar, fazer serenata, duvidar e mesmo assim não pestanejar. Seguir a vida.

Não dá pra romantizar essas situações, mas certamente elas ensinam muito a sociedade. Uma passagem que exemplifica bem isso está a seguir:

"Ruindade, às vezes, é só falta de imaginar a tristeza dos outros. Imaginar mesmo bem pouco adianta. Ter dor de barriga é uma coisa. Pensar na dor de barriga alheia é outra coisa muito diferente. Sempre parece que a dos outros dói menos."

Fluido e bem ágil. Me pergunto por que não ouvimos falar dele na escola. É um clássico. Vale a pena demais.
Wanderson 19/01/2021minha estante
Falando assim deu vontade de ler :)


Maria Clara Mendes 19/01/2021minha estante
Que bom que você gostou, Wanderson. E te digo que vale a pena conferir. :D


Patresio.Camilo 09/10/2021minha estante
Obrigado pela resenha, estou começando a leitura agora e sempre gosto de ver uma resenha antes e achei a sua muito boa e produtiva.


Maria Clara Mendes 24/12/2021minha estante
Muito obrigada! Fico muito feliz que gostou ? espero que tenha aproveitado a leitura ??


Patresio.Camilo 26/12/2021minha estante
Maria Clara, sim, uma leitura gostosa e encantadora....




Pedro 08/03/2023

QUE SURPRESA FANTÁSTICA! Água Funda se tornou um dos meus livros favoritos da vida, caramba, é até difícil encontrar palavras pra expressar o que senti e sinto por essa obra-prima de Ruth Guimarães. É como se eu estivesse reunido com meus avós e eles estivessem me contando os casos de nossos antepassados. O romance se passa todo no universo caipira e por eu ser desse mundo (interior goiano) me vi no meu meio, que delícia é a sensação de pertencimento com um livro... Com toda certeza irei ler mais Ruth Guimarães pois fiquei realmente apaixonado pela escrita dessa mulher, estou em êxtase!!
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fev 23/11/2022

Espetacular
Fascinado pela escrita. Uma linguagem e uma narrativa sem igual. Não tem como um grande causo, como é Água Funda, ser algo ruim. Apesar de ter gostado mais da primeira parte, o conjunto final funciona é espetacular. Ruth Guimarães faz com destreza ao que se propõe: contar uma história com folclore e elementos regionalistas. É maravilhoso. Recomendadíssimo. Já passe o cafezinho para iniciar a leitura.
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Pandora 02/11/2023

Segundo livro que leio desta autora - o primeiro foi Contos Índios - e que delícia de escrita! Flui que nem água corrente.

Este é o primeiro romance de Ruth Guimarães, lançado em 1946, alguns meses antes do lançamento de Sagarana, de Guimarães Rosa. Foi sucesso de público e crítica e a jovem escritora nascida em Cachoeira Paulista passou a ser conhecida nacionalmente.

Água Funda se passa na região da fazenda Olhos d’Água, situada em algum lugar entre o sul de Minas e o Vale do Paraíba; primeiro no século XIX, em que Sinhá Carolina administra com braço de ferro sua propriedade e seus escravos e nos anos 1930, quando há uma usina no local, novas estradas estão sendo construídas e novos desafios são lançados ao povo daquela terra. Entre as duas épocas, acontecimentos que vão e voltam na linha do tempo. Aí têm destaque Joca, Curiango e uma série de personagens que nos aproximam do jeitão do interior, numa linguagem, que como definiu Antonio Candido em seu prefácio, é “uma linguagem suspensa entre o popular e o erudito, fazendo do livro obra que tem o timbre das realizações cheias de personalidade”. O narrador onipresente é uma figura à parte: assim como os contadores de histórias em volta da fogueira, ele vai nos envolvendo naquelas paragens e nas histórias daquela gente.

Como é natural em nossa terra, sobretudo nas comunidades rurais, a religião tem bastante influência; em Olhos d’Água o catolicismo se mistura às crendices populares, ao folclore, simpatias e pragas. “A interpenetração popular-erudito existe na própria concepção do livro (…). De tal maneira, que a história do par central pode ser lida tanto como consequência das vicissitudes comuns da vida, quanto como produtos de forças misteriosas encarnadas nos mitos intemporais.”

Esta dupla interpretação é tão forte na nossa sociedade, que ocorre nas conversas mais banais, ainda hoje, mesmo nas grandes cidades. Quem nunca ouviu que se algo não deu certo foi olho gordo, se deu certo foi por causa de muita reza?; quanta gente não faz simpatia, patuá, promessa?; não sobrevivem videntes, sensitivos e afins?

Mas para além do real e do místico, temos a história dessa gente e os anseios do corpo e da alma; suas mazelas individuais e as questões da comunidade e todo esse contar brejeiro, envolvente e prazeroso de Ruth Guimarães.

“A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.” - pág. 53.
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Maria10996 14/03/2024

Aquela leitura obrigatória boa
Li Água Funda em dois dias e simplesmente me apaixonei pela obra. Não sei exatamente o que é, mas alguma coisa no enredo, ou talvez na escrita, me prendeu na leitura e quando eu vi já tinha acabado.
A obra fala de muita coisa ao mesmo tempo, mas dá pra prestar atenção direitinho em cada detalhe. Não vou falar muito porque o mínimo que se fale já revela narrativa, e eu pessoalmente gosto de descobrir tudinho dentro do meu mundinho lendo o livro. Mas já adianto que é um livro muito bom de ler!
Provavelmente essa leitura vai ser obrigatória pra muitos por aí, então espero que a experiência seja tão agradável quanto a minha. Até porque sei o que é ter que ler um livro só pro colégio e geralmente não tem nada de agradável. Mas Água Funda me despertou curiosidade pelo desenrolar da história, e acho que vale muito a pena conhecer o livro!
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jota 07/08/2023

Pelas críticas que li antes, parecia muito mais interessante...
Lido entre 27 de julho e 05 de agosto de 2023. Avaliação da leitura: 3,7/5,0

A bela capa do livro traz a reprodução de Palmeiras, obra de Tarsila do Amaral de 1925, que evoca idealmente uma propriedade rural brasileira dos inícios do século passado. O que tem um tanto a ver com o ambiente onde circulam os personagens e as histórias criadas por Ruth Guimarães (1920-2014). Água Funda foi lançado duas décadas depois dessa pintura, em 1946, mas parece ter sido ofuscado por Sagarana, de Guimarães Rosa, do mesmo ano, uma abordagem muito diferente do mundo sertanejo daquela que Ruth fez.

De todo modo, a obra chamou a atenção da crítica especializada não apenas por suas qualidades literárias, também porque Ruth era negra, uma novidade então na literatura brasileira. E somente em 1960, outra escritora negra como ela, Carolina Maria de Jesus, mas escrevendo sobre o ambiente urbano, fez com que Quarto de Despejo de tornasse um sucesso aqui e no exterior. Curiosamente (ou minha memória não anda muito confiável), nem Ruth nem Carolina tocaram diretamente em problemas de negritude nos livros citados, ao contrário do que fizeram mais recentemente Ana Maria Gonçalves (Um Defeito de Cor), Itamar Vieira Junior (Torto Arado) ou Jeferson Tenório (O Avesso da Pele).

Bem, além do prefácio de Antonio Cândido, destacado já na capa, temos na parte final resenhas da obra escritas por especialistas da época, como Brito Broca, o próprio Antonio Candido escrevendo novamente e Alvaro Lins, bem como uma das primeiras entrevistas de Ruth Guimarães, saudada então como uma revelação de nossas letras, como destaca a sinopse da Editora 34, aqui presente.

Como leitor, confesso que há trechos do livro que me aborreceram ou me deixaram indiferente, mesmo reconhecendo a contribuição que a escritora deu para o conhecimento da cultura caipira do Vale do Paraíba e do sul de Minas Gerais. Porém, há uma história que praticamente atravessa todo o livro, a de Sinhá Carolina, aparecendo aqui e ali, que me pareceu a melhor de todas do livro, ou a mais curiosa, que fez valer a pena a leitura de Água Funda.
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Sophia 23/06/2023

Mais uma leitura de vestibular, confesso que achei essa bem mais difícil de entender, muitos nomes de personagens, muitos enredos em um livrinho curto, com o final eu consegui acertar a história certinha na minha cabeça.
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Lílian 25/10/2021

Um dos meus tipos preferidos de livros
Ah, que delícia...
Lembrou quando eu, menina da capital, sentava e pedia pra minha avó me contar as histórias do tempo e da cidade dela, no Recôncavo Baiano.
Hoje em dia, já não tenho mais minha avó, então, quando a família se reúne no sítio, peço a mesma coisa aos meus pais e tios, que são todos do Recôncavo também.
Uma roda boa de prosa com bolo de milho, de aipim, café fresco, chá de capim santo, Amós Oz (meu cachorro fofoqueiro) com a cabeça nos meus pés e a orelha em pé e hoooooras de causos, risadas, lembranças de infância, cantigas, expressões, ditados, palavreados dessa região da Bahia.
Esse livro traz exatamente essa sensação de trocar um dedo de prosa sem pressa, só que fala de uma região de Minas Gerais.
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Bruna2478 01/06/2023

Li pra escola (já começamos mal) mas até que não achei tão ruim, o livro é confuso por causa da escrita diferente e a quantidade de personagens, tanto que tinha lido 1/3, não tava entendendo nada aí, recomeçei prestando bastante atenção e dps a leitura fluiu na forma do possível, e aí percebi que a história não era ruim, só não da forma q eu estou acostumada.
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antuan_reloaded 18/02/2023

[8/10]
De todos os aspectos que compõem uma narrativa, acredito que a linguagem seja uma das mais desafiadoras de se construir. Digo isso, pois é a responsável por envolver e cativar todos os tipos de leitores.

Em "Água Funda", esse aspecto se sobressai, fazendo com que seja uma de suas maiores surpresas. Ruth Guimarães mimetiza de forma ímpar a essência da linguagem da região sul de Minas, onde viveu sua infância.

Em vários momentos, é como se o leitor estivesse sentado com anciãos que, misturando suas vozes, contam a história:

"A morte não é castigo, e Deus que poupou o Joca, à toa não foi. Alguma coisa ele tem para pagar [...]. Mas é melhor contar as coisas direito, sem pular para a frente, senão não se entende"

Nesse sentido, o narrador é outro aspecto fundamental para a riqueza dessa obra. Nota-se que a história é contada sob o ponto de vista de anônimos, uma espécie de voz coletiva.

No entanto, essa voz coletiva é formada por pessoas que viveram e conhecem aquela região e que somando um fato a outro vão compondo o imaginário polular dali:

"Onde mora? Mora no fundo da terra [...]. A gente enxerga um minuto só aquilo, avermelhado no ar. Depois some. Eu já vi. Vi com estes olhos que a terra há de comer, a Mãe de Ouro se mudando de Olhos D?Água."

Apesar desses pontos, senti que no final a escrita ficou meio perdida, assim como boa parte dos personagens. Consequentemente, as soluções dadas para cada um deles me pareceram um pouco previsíveis: todas trágicas.

De toda forma, isso não é capaz de tirar o brilhantismo de "Água Funda". Este é um romance para ser lido rápido e que, sem dúvida, tem o seu valor, seja para o imaginário popular, seja para a literatura brasileira.
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Glauber 10/06/2022

Uma obra-prima da nossa literatura
Um grande achado deste ano! Não só o livro como a autora.

O livro conta duas histórias paralelas, no mundo rural do Vale da Paraíba, entre Minas e São Paulo, onde a autora passou alguns anos da infância.

Acompanhamos a história de uma Sinhá do auge à decadência, mas também de um casal que vive na fazenda 50 anos depois. O que há em comum entre ambas as histórias? A atração da fatalidade do destino, que tanto pode ser lida como manifestação fantástica e folclórica, quanto um fato banal.

A autora nos mostra, de maneira vívida, a imaginação e a linguagem caipira, imergindo na realidade local como só a verdade artística consegue.

Ruth Guimarães foi contemporânea de Mário de Andrade e Guimarães Rosa, sendo uma autora de destaque desde o seu primeiro livro, que foi seguido de outros, entre ficção e não ficção, todos enriquecidos por pesquisa sobre cultura e folclore da sua região e do Brasil. Quero ter todos, quando puder fazer minha biblioteca!

"A gente passa nesta vida, como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada.

E quando alguém mexe com varejão no lodo e turva a correnteza, isso também não tem importância.

Água vem, água vai, fica tudo no mesmo outra vez"
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aline203 18/07/2022

A linguagem que o livro é escrito nos leva a outros tempos do passado, entendo que da escravidão até meados dos anos 30.
Mesmo não sabendo quem nos conta a história, sei que está por lá vivenciando tudo que acontecia na Fazenda Nossa Senhora dos Olhos d'Água...A troca de patrões, o entrelaço entre moradores e trabalhadores. O livro é narrado de forma muito agradável e fácil de ler.
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skuser02844 01/03/2023

Socorro
Ao contrário de muitos clássicos, que são interessantes e legais mesmo sendo antigos, esse livro é INTANKÁVEL. muito detalhista, confuso e cheio de personagens que vc n sabe quem é quem - e pior, personagens com o mesmo nome ?
não é um livro que eu recomendo, de maneira nenhuma, até pq de vc quiser conhecer melhor o folclore brasileiro e afins (o tema retratado no livro), tem muitas coisas mais interessantes pra você consumir do que essa obra. admiro quem leu e curtiu, mas eu não gostei não ?
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