Morte Súbita

Morte Súbita J.K. Rowling




Resenhas - Morte Súbita


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Gabriel 03/10/2013

Um mundo sem altruísmo verdadeiro.
O que seria do mundo se não houvesse a filantropia? Se não houvessem pessoas altruístas, que fazem o bem aos próximos sem buscar absolutamente nada em troca? Se todas as pessoas agissem de acordo com o seu próprio interesse, na filosofia barata de vários livros de auto ajuda que pregam que, sendo nós os responsáveis pelos nossos próprios atos, devemos ignorar, ou simplesmente lamentar que pessoas com os mais diversos tipos de problemas — o vício de drogas, por exemplo, que é abordado extensivamente ao longo do livro — não sejam elas igualmente responsáveis por si mesmas, que tudo isso depende apenas da força de vontade delas e que não temos nada a ver com aquilo? Em outras palavras: se só levássemos em conta a nossa responsabilidade pessoal aos nossos problemas, ignorando por completo, até mesmo desconhecendo-se a existência de nossa responsabilidade social? Creio que foi essa a matriz da discussão que a escritora inglesa J.K.Rowling (abandonando o mundo da fantasia depois de longos anos dedicados ao universo do jovem bruxo Harry Potter) quis desenvolver com o seu romance The Casual Vacancy, que em nossas terras ganhou o título de Morte Súbita.

Ambos os títulos estão de acordo, pois, com a morte súbita de Barry Fairbrother, o irmão justo, o último altruísta da cidade, logo na segunda página, o Conselho Distrital da cidade de Pagford ficou com uma vacância casual, pois Barry fazia parte desta organização, e a ausência dele é o que dará origem a quase todos os conflitos existentes ao longo da obra. O principal desses conflitos é a decisão de retirar da jurisdição da pacata e bela cidadezinha de Pagford o bairro de Fields, um típico bairro popular extremamente pobre, “lar de drogados, ladrões e prostitutas”, e que em nada combina com Pagford de pessoas “honestas e trabalhadoras”. Barry era a favor de que Fields permanecesse na jurisdição de Pagford. Ele acreditava que pessoas boas, importantes e educadas podiam sair de qualquer lugar, inclusive de um lugar tão devastado como Fields, e ele era o único que acreditava nisso, o único que podia fazer algo a respeito. Com sua morte, seu ponto de vista perde força, e a ruptura iminente de Pagford com Fields fará com que a única clínica de reabilitação de drogados da região seja fechada, pois o prédio pertence a Pagford, além, de segundo os anti-Fields, a clínica só atender pessoas de Fields com recursos de Pagford, sem grandes resultados e com grande prejuízo financeiro, pois “os drogados sempre reincidem”, como diz Howard Mollison, o chefe desse clã. Infelizmente, os gráficos e as pesquisas de eficiência da clínica que dariam voz aos pensamentos de Barry não são levados em conta. A catástrofe se aproxima.

O livro é apresentado no ponto de vista de várias pessoas através de um narrador onisciente em terceira pessoa. Esse estilo narrativo, faz com que nos identifiquemos em pouco tempo com os personagens, entendendo seus pensamentos, suas motivações e seu contesto. Quando observamos um personagem que conhecemos sobre a lente de um outro personagem, percebemos que, assim como em Harry Potter, o grande tema que move J.K.Rowling é o preconceito: “bom senso: é assim que denominamos nossos maiores preconceitos”, como diz Kay Bawden no livro.

Um grande mérito do livro é saber caracterizar tão bem seus personagens, principalmente os adolescentes. Os conflitos adolescentes são muito importantes para mover a história para a frente, e isto é curioso considerando a natureza adulta do romance. O mesmo cuidado ela não teve com alguns personagens adultos: ainda que haja personagens adultos bem construídos, como Kay Bawden e Colin Wall — de longe um dos personagens que eu mais gostei, pela complexidade decorrente do TOC que o acomete, e sua ousadia dentro de suas possibilidades e limitações —, uma boa parcela dos anti-Fields foram retratados de maneira estereotipada, como pessoas gananciosas, bonachonas, patéticas, o que enfraquece um pouco a obra, tornando-a um tanto quanto maniqueísta, e impossibilitando debates mais amplos dos problemas apresentados no segundo parágrafo da presente crítica. Para quem é acostumado com a literatura de Dostoievski, com amplos debates sobre problemas sociais e filosóficos, os debates deste livro decepciona um pouco em sua qualidade, mas tenho que entender que J.K.Rowling é uma autora de ações, e não de discussões, e sua narrativa ágil e agradável é utilizada a favor de questões super importantes, o que é muito bom para que adolescentes entrem em contato com esse tipo de questões, o que seria difícil para a maioria dos adolescentes, que nunca ouviram falar da literatura russa

Ainda assim, o livro retrata muito bem a realidade das pessoas drogadas e como o meio social contribui para a reincidência do uso das drogas, e no desenvolvimento desse núcleo de personagens, percebemos que por trás de todos eles, temos que levar em conta o histórico das pessoas antes de julgá-las e condená-las. E retrata o quão fundamental é a profissão dos assistentes sociais nesse tipo de ambiente.

Um ótimo livro, apesar de seus poucos defeitos. Nos faz pensar bastante, e eleva nosso senso crítico.
Maurinho 06/10/2013minha estante
Em que pese ter entendido o final, e a necessidade dele na construção da história, achei um dos mais tristes que eu já li na vida


Gabriel 22/10/2013minha estante
Sim, o final é triste, e já li sabendo que seria assim, mas... não foi tão estarrecedor como eu tinha imaginado, nem tão emocionante. Precisamos Falar Sobre o Kevin, de Lionel Shriver, tem um final bem mais triste. Só um exemplo.




spoiler visualizar
Thay 03/02/2013minha estante
Adorei sua resenha.
Todo mundo tem todo direito de nao gostar da historia, mas esses dias eu estava lendo uma critica, e no final a pessoa recomendou que nao
comprassem Morte subita pq seria perda de dinheiro, eu achei aquilo ridiculo, pq cada um tem seu jeito de avaliar um livro e ver se ele achou bom ou não,
e o pior de tudo é que nos comentários eu vi pessoas se deixando influenciar falando que foi bom ter lido aquilo e que desistiu de comprar.
Fiquei com pena, pq nunca vão saber o quão maravilhosa é a historia


Rodrigo Oliveira 03/02/2013minha estante
Eu concordo com você, Thay. Todo mundo deveria ler esse livro e descobrir por conta própria se gosta ou não.




Nath 09/02/2013

De tão real, chega a ser cruel.
Que J.K. Rowling cria personagens únicos e cativantes todo mundo já está cansado de saber. Porém em Morte Súbita vemos um lado da autora que até então se mantia clamufado, escondido nas linhas de Harry Potter: o lado verdadeiro, sincero, humano e hostil, chegando até ser cruel de tão real. J.K. conseguiu criar uma história que até então não havia lido: ao redor de tantos personagens, que em até determinada parte do livro você tem que fazer um esforço tremendo para se lembrar de quem é que a história está se referindo. Então, sem perceber, você conhece os personagens mais do que as linhas descrevem e sente o que eles sentem, talvez até um pouco mais. Lendo o livro percebe-se a crueldade dentro das pessoas, a individualidade e, infelizmente, a verdade sobre o que se passa em suas mentes. Com certeza durante a leitura, pode-se comparar os personagens com pessoas da vida real, e talvez até com si mesmo.

Durante a história fiquei absolutamente irritada em alguns momentos, por haver personagens tão auto-destrutivos, como Kay e Krystal. Também bastante surpresa com a atitude de alguns, mostrando o quanto os personagens são... bem... humanos como nós. O livro mostra sentimentos que conhecemos por vê-los em nós mesmos e em outras pessoas: amor, ódio, inveja, compaixão, vício, ciúme, violência, indiferença, solidariedade... são tantos personagens diferentes, tantas emoções e atitudes diferentes, que é impossível você não se apaixonar e se identificar com cada um de uma maneira única, mesmo que seja pequena.

Em nenhum livro que li vi narrativa parecida com que Morte Súbita é escrita. A história gira em torno de vários personagens, que são ligados por um vilarejo e pela morte de um único sujeito, Barry. A originalidade da história me surpreendeu muito, e me fez acreditar
ainda mais na autora. A maneira com que descreve os acontecimentos, os personagens, seus sentimentos, me faz perceber que Morte Súbita é um dos livros mais diferentes e mais bem escritos que já li.

J.K. Rowling provou com esse livro o que todos já tinham absoluta certeza: que seus personagens são VIVOS, marcantes, lendários e absolutamente apaixonantes. E, mais do que isso, provou a todos que seu talento vai além de Harry Potter, sendo a ótima escritora que é.
Artur 10/02/2013minha estante
Ótima resenha. Admito que queria eu tê-la escrito, mas Morte Súbita... não é um livro fácil. Parabéns


Jenni 10/02/2013minha estante
adorei sua resenha, escreveu exatamente a minha opnião sobre o livro.




KaioPi 24/05/2020

Injustiçado
Que livrão!! Chateado com a nota desse livro aqui no skoob. A gelera veio toda animada achando que tinha algo a ver com Harry Potter e deram nota baixa. Gente, é um livro maravilhoso, não se intimidem com as resenhas falando que não é bom. A escrita é perfeita, óbvio, estamos falando de J.k. É um livro da vida real, extremamente bem estruturado, quem leu e não gostou, saiba que você não foi feito para essa obra prima. Kkkkk
Isis Porto 24/05/2020minha estante
Concordo com você. Foi o primeiro dela que li e gostei bastante. A galera detona o livro porque realmente espera algo de harry potter (ouvi isso de várias pessoas) e eu fico triste ao ver a galera falando mal desse livro incrível.


RPericelli 24/05/2020minha estante
Que bom ver que teve mais gente com o mesmo sentimento de injustiça diante Morte Súbita. É o primeiro livro dela pós-HP em que se deixa claro sua habilidade como escritora, comprovado posteriormente pela coleção do Galbraith.




ToniBooks 15/04/2021

Por que não incrível?
- Terminei...Ufa! - disse o leitor.

Então você pode perguntar:
- Gostou?

O leitor poderia responder sim ou não. Mas, nesse caso, parece procurar uma terceira opção. Franze o cenho.

Você, diante do receioso leitor, fica insatisfeito..."Claro, que porra de resenha é essa que não toma um partido?"

Mas o leitor, talvez abalado pela magnitude do nome da autora, fica mudo feito um violão sem cordas.

- Não sei o que faltou: personagens tem de sobra; diálogos bem escritos abundam; cenas tensas emergem da história feito girinos em poça rasa...Mas falta...Sei que falta....Falta - diz o reticente leitorzinnho de meia-tigela (eu).
Desativado 21/08/2021minha estante
Faltou um foco na história...


ToniBooks 21/08/2021minha estante
Talvez tenha sido isso, Jhoanny.




Crissandreto 27/09/2023

Chato, longo, desnecessário, sem história.
Um livro ruim , com personagens ruins e uma história com somente o final bem desenvolvido.
Parece o Somos todos adultos aqui , num estilo de novela.
pedroomlo 27/09/2023minha estante
NOSSA SIMMMM, queria bater minha cabeça na parede antes da metade do livro, nem veio pro meu skoob de tanto desprezo


Crissandreto 27/09/2023minha estante
Quando terminei esse livro fiquei um pouco indignada. Tanta coisa para fazer e perdi horas lendo isso




Ana 22/07/2021

Quanta gente?
No começo é muito chato pelo fato de ela contar cada coisinha de cada personagem, aí fiquei meio perdida, só que você vai pegando o jeito de saber quem é quem porque cada um é bem diferente e eu achei isso bem legal, as histórias são bem razoáveis, acho que ela quis mostrar o lado real da vida adulta para velhice e tudo que não acontece no começo e meio do livro acontece no final de uma vez só.
Lais.Mesquita 09/08/2021minha estante
Fica bom em q parte? To na pag 240 e a um passo de abandonar


Ana 09/08/2021minha estante
Eu achei que começou a ficar legal na página 291, porém tudo depende do que você acha legal ou chato kkkkkkk




Thiago275 06/01/2013

O Fim da Magia
Harry Potter foi e continua sendo minha saga favorita de fantasia. J. K. Rowling, com sua linguagem simples e sua história cativante, me encantou e a meus amigos por toda a adolescência. Sendo assim, foi com muita ansiedade que, 5 anos após o fim da saga, comecei a ler o primeiro “livro para adultos” da minha amada escritora, sem saber o que esperar.
E que grata surpresa!
Primeiro, tudo aqui é diferente de Harry Potter, a começar pelos personagens: perfeitamente normais, “trouxas” no melhor estilo, porém o que mais chama a atenção é que, pelo menos para mim, nenhum é cativante, não há um protagonista bem delineado (exceto, talvez, o próprio morto e uma outra personagem, mas de qualquer modo isso só fica visível da metade para o fim do livro);
Temos também adolescentes aqui, mas são a completa antítese dos alunos de Hogwarts: falam (bastante) palavrão, usam drogas (lícitas ou não), sexo sem compromisso, praticam bulling, desrespeitam os pais, enfim, deve ser por isso que o romance é para “adultos”.
E os adultos da história também não ficam atrás: relacionamentos infelizes, adultério, hipocrisia, violência doméstica, todos problemas tão modernos e presentes que é impossível não se identificar com pelo menos um deles.
Assim, pelo modo como nos conta a vida dessas famílias do interior, a autora nos faz refletir durante a história se isso não pode estar acontecendo com nossos vizinhos, amigos e se nos importamos com isso ou fingimos não ver.
A crítica social e política aqui é também muito presente, assim como em Harry Potter (toda aquela história de Ministério da Magia, e Fudge é um exemplo de como não governar).
O que mais me surpreendeu, porém, foi que o livro é, em suma, triste. Isso eu não esperava. Mostra o que a negligência do governo e da sociedade, somada à impotência das famílias e à rebeldia e liberdade excessiva dos jovens podem causar.
Enfim, J. K. Rowling, como eu acreditava, não me decepcionou. O livro, seja pela história (um personagem morto desencadeia os fatos justamente por não estar mais lá), pelo modo como foi contada ou pelos personagens tão medíocres como todos nós, mostra a evolução da autora, que comprovou ser uma exímia escritora. Para crianças ou adultos.
Carol 08/01/2013minha estante
Eu tava na duvida se lia ou não..Depois do que vc falou vou correndo comprar o meu *-*


Thiago275 01/05/2013minha estante
Hehehehe Espero que goste!




Luna 08/07/2022

Inesperado
Como fã da saga Harry Potter, logo quando foi lançado o próximo livro de JK Rowling, eu já corri pra comprar. O ano era 2013, tinha 13 anos, e esse livro me entediou logo no começo, me fazendo abandonar completamente a leitura.
Quase uma década depois, decidi encarar esse livro, e dei graças por não ter lido naquela época, pois trata de temas muito adultos, como abuso de drogas, estupro e pedofilia.
É um livro longo, de escrita fácil, que conta detalhadamente (até demais) sobre uma realidade distante da que vivemos no Brasil, porém abordando temas comuns a qualquer ser humano.
Não é uma história excitante, que te deixa ansioso para ler o próximo capítulo, mas é interessante o suficiente para que você leia um pouco mais no dia seguinte, até que ela acaba em uma tragédia, deixando um sentimento de desesperança.
Mayara 08/07/2022minha estante
Também abandonei ele em 2013 e ainda não tive coragem de tentar novamente


Luna 14/08/2022minha estante
Vale a pena dar uma segunda chance!




Hudson.Miranda 18/06/2021

Sex and The City, sem o "Sex" ou a "City".
Com a passada de um cavalo manco, a empolgação de uma fila de banco e o compromisso de quem não sabe o caminho, J. K. Rowling conduz a drama do Conselho Paroquial de Pagford, após a morte inesperada de um de seus membros, e mostra que, como diria o piloto Maurílio, "livro de Harry Potter, sem Harry Potter, é golpe". A primeira metade da obra é como uma versão de "The Office" ambientada em uma repartição pública, produzida pelo SBT e estrelada pelo elenco da Record. Sem um mísero "cliffhanger", a narrativa gira em torno dos interesses que rodeiam a cadeira vaga no supracitado conselho, tangenciando um drama aqui e outro ali, e... só. Nada acontece. A segunda metade do livro, por outro lado, você só quer que acabe.
Para não dizer que não falei das flores, o início é interessante e o final, comovente (a tragédia mora é na meiuca).
Talvez minhas expectativas estivessem mal posicionadas, talvez eu não entenda nada desse gênero literário ou, talvez, Mrs. "It isn't hate to speak the truth" Rowling seja uma "one-hit wonder", vai saber. O fato é que o livro fica bem na estante, com sua capinha amarela, e virou minissérie (embora pudesse, facilmente, ser uma novela da Gloria Perez).
Péolla 19/06/2021minha estante
Parece empolgante. Principalmente a segunda metade do livro que vc só quer que acabe. Me lembrou política e desgoverno... Mas só a meiuca trágica. Vc tem algum cupom de desconto?


Hudson.Miranda 19/06/2021minha estante
Tá na promoção: você me diz o endereço e eu te mando de graça!




Guilherme 03/03/2015

Morte Súbita - J. K. Rowling
No interior da Inglaterra há um vilarejo chamado Pagford, aparentemente perfeito. Barry Fairbrother é o chefe do Conselho Distrital e o ponto de equilíbrio dessa sociedade.

Quando Barry morre, inicia-se uma disputa pelo seu cargo no Conselho. Essa disputa revelará as fissuras desse vilarejo aparentemente perfeito, fazendo com que as máscaras de vários de seus moradores caiam.

Em "Morte Súbita", J. K. Rowling apresenta de forma bastante fria e realista a face mais sombria e ambiciosa do ser humano. Chega a ser meio perturbador em certo momento, pois você poderá se ver em algum personagem ou verá pessoas que você conhece ali representadas.

É impressionante ver que uma autora lançada pela literatura fantástica tenha conseguido escrever algo tão marcado pela realidade que pareça até um registro pessoal.

Algo notável na obra, além do realismo, é a quantidade de personagens tão bem explorados e tão diferentes entre si, sejam os Weddon, Mollison, Wall, Fairbrother, Price, Bawden ou Jawanda. A autora apresenta magistralmente os conflitos internos e externos vividos por cada um dos membros de cada uma das famílias.

A troca de personagens pode confundir alguns leitores menos atentos, porém assim como em "As Crônicas de Gelo e Fogo" essa forma de narrativa nos fornece uma visão muito abrangente do que acontece em Pagford e arredores (Fields e Yarvil).

O livro é muito bem escrito, a trama é interessante, porém pode ser penosa para os leitores que querem descobrir logo o que acontecerá, porque J. K. Rowling apresenta um grande processo antes que efetivamente as consequências ocorram.

É um livro que necessita de muita reflexão para que se compreenda a intenção da autora ao escrevê-lo.

"O livro é como um grande e cada vez mais frágil jogo de dominó, onde cada personagem é uma peça posicionada em frente à outra. E Barry era justamente a primeira. A que jamais poderia cair"
Eric Rocha - Ersiro 04/03/2015minha estante
Ótima resenha, direta e rápida, quando menos percebi já tinha lido toda, rsrs, depois dela fiquei ainda mais curioso pra ler o livro! C:


Guilherme 04/03/2015minha estante
Obrigado Eric! Olha vale a pena. A leitura é interessante, só demora um pouco para chegar ao ponto... mas quando se chega lá vale bem a pena. rs




Luis 10/05/2015

Reversão de expectativas
Nunca li qualquer título da série Harry Potter. O máximo a que cheguei foi assistir aos filmes, embora não tenha completado a sequência (só fui até o penúltimo) e, mesmo assim, cheguei a dormir por alguns minutos dentro do cinema.
Há algum tempo, li uma interessante biografia de J.K. Rowling. Não deixa de ser uma interessante história de superação : Uma mulher recém separada, com uma filha pequena, desempregada, senta diariamente em um café onde cria uma das sagas infanto- juvenis mais bem sucedidas de todos os tempos, pontapé inicial de um verdadeiro império, que em poucos anos faria daquela jovem senhora uma das figuras mais conhecidas e ricas da Inglaterra. Nada mal e até que a história poderia terminar por aqui.
Mas Mrs. Rowling foi além. Em um gesto corajoso, encerrou a trajetória do bruxinho sem dó nem piedade e sem dar ouvidos aos pedidos de seus muitos fãs e, certamente, de seus satisfeitíssimos editores. O sétimo e último livro foi publicado em 2007. Cinco anos depois, cercada de grande expectativa, ela lança a sua primeira obra para adultos : Morte Súbita (Nova Fronteira, 2012).
A princípio, até pelo título, parece que a autora vai navegar pela estrada tranquila, larga e asfaltada dos best sellers, talvez num thriller com todos os ingredientes clichês do gênero. De fato, só a onda de interesse despertado pelo seu nome, já garantiria à obra lugar cativo em todas as listas dos dez mais. E aí é que está o grande barato da história. J.K. Rowling escreveu um grande livro, em todos os sentidos, e, definitivamente, para quem ainda duvidava, mostrou que é de fato uma Escritora com e maiúsculo, longe de ser refém de um personagem ou de uma fórmula.
A história gira em torno da disputa por uma vaga no conselho comunitário de uma pequena cidade inglesa, vaga essa aberta pela morte súbita de um de seus titulares, Barry Fairbrother que, embora saia de cena logo no início, é de fato o personagem mais importante do enredo. Barry tinha como principal traço de sua atuação a defesa de uma localidade pobre da cidade, onde a municipalidade bancava a permanência de uma clínica de reabilitação para dependentes químicos. A guerra fria entre os partidários pró Barry e seus opositores é a espinha central para os dramas e conflitos explorados com maestria pela mãe de Harry Potter.
Entre o farto elenco de personagens inesquecíveis, destaca-se o obeso e conservador Howard Mollinson, Presidente do Conselho e principal antagonista de Barry. Casado com Ruth, após a morte do conselheiro Fairbrother começa a manobrar nos bastidores para garantir a eleição de seu filho, Miles, um próspero advogado da comunidade casado com Samantha. A infelicidade do casal de meia idade Miles-Samantha, expresso pela monotonia sexual que leva a mulher a criar fantasias com os ídolos musicais de sua filha adolescente, oferece uma das grandes tramas paralelas do romance.
Enfrentando Miles, há a figura ambígua do atormentado Colin Wall e sua esposa Tessa. Educadores, amigos de longa data de Barry, querem a todo custo defender o seu legado através da candidatura de Colin. O casal tem uma relação conflituosa com o filho rebelde, Stuart, conhecido como Bola e que tem como grande amigo o jovem Andrew Price com quem divide segredos e experiências típicas da idade. O pai de Andrew, o violento Simon, submete a família, composta ainda do filho mais novo e da esposa, a um verdadeiro regime de terror. Simon também postula, embora com interesses escusos, a vaga no conselho.
Rowling aborda ainda a delicada questão da intolerância ao criar uma família de origem indiana, os Jawanda, composta de um casal de médicos (cuja a mulher, Parminder, também é conselheira associada à corrente de Barry) que tem três filhos, entre elas a sensível Sukhvinder que sofre em silêncio com o terrível bullying de que é vítima na escola, notadamente por parte de Bola.
O núcleo principal ainda traz Gavin Hugles, sócio de Miles e Kay, sua namorada, assistente social, que larga uma vida estabelecida em Londres para se mudar para a cidade na esperança de engatar um relacionamento estável com Gavin, cujo desinteresse por essa hipótese é notável, para grande decepção de Kay. Ao longo do livro, vê-se que o desprezo que Gavin destina à namorada é inversamente proporcional à dedicação dirigida à Mary, viúva de Fairbrother...
Kay também tem uma filha adolescente, a linda e autoconfiante Gaia, que logo de cara encanta o jovem Price e se torna praticamente a única amiga da depressiva Sukhvinder.
De todas as criações de Rowling, talvez a mais emblemática seja a atormentada Krystall, jovem protegida de Barry, que a colocou em sua equipe feminina de remo, no qual era treinador. Moradora da parte “pobre” da cidade e filha de uma das dependentes que se tratam na clínica que o conselho quer fechar, Krystall vive imersa em um estado de quase delinquência, em que vê a mãe, desesperada em sua busca por drogas, refém de um traficante para quem vive fazendo favores ou se prostituindo, relegando ao quase abandono a filha e o irmão menor, Robbie, de talvez uns 3 anos. A família é acompanhada por Kay em seu trabalho na Assistência Social. A descrição de sua visita à casa da adolescente, com toda a força narrativa oriunda dos detalhes sobre a sordidez do ambiente, incluindo o pouco cuidado com o menino Robbie, embora beire a repulsa, é um dos grandes momentos do livro.
No todo, J.K Rowling surpreende ao se aproximar da temática de alguns dos grandes escritores contemporâneos. No caso de “Morte Súbita”, é perceptível uma leve influência de John Updike ou mesmo de Tom Wolfe, transportando a criação de grandes painéis da sociedade americana para o outro lado do Atlântico.
A promissora estreia da autora no mundo da literatura “adulta”, deixa claro que a criadora de Harry Potter tem muito mais a dizer, ou a escrever, do que sagas mágicas sobre pequenos bruxos. Nesse sentido, “Morte Súbita” parece ter sido escrito com uma varinha de condão.

Gabi Moreira 10/05/2015minha estante
Adorei sua resenha, acho que Morte Súbita passará para primeiro lugar da minha lista de próximas leituras.


Luis 12/05/2015minha estante
Obrigado, Gabriella. Um abraço.




Juliana.Cantuaria 20/01/2017

Sensacional
À primeira vista ficamos tentados a imaginar que se trata de algum conto fantástico a lá Harry Potter. Mas basta ler o início e essa expectativa vai embora. O livro não tem nada de fantasia, pelo contrário, fala justamente sobre as agruras da vida real, dos dramas que pessoas comuns enfrentam. Particularmente gostei demais, pois a autora J.K. Rowling mostra que seu talento é muito mais profundo além da escrita fantástica.
O que mais me encantou, além da excelente escrita e o desenrolar dos acontecimentos, que são ambos espetaculares, foi a possibilidade de ver que, independente do país onde moramos, nos deparamos com os mesmos problemas, que a natureza humana é muito similar (pra não dizer idêntica) em qualquer lugar do mundo. Problemas como violência, tráfico, desvirtuação de valores, desestrutura familiar infelizmente não estão apenas presente na sociedade brasileira, mas em todas...
Recomendo. É maravilhoso! Obrigada J.K. Rowling!!
Dan Pontes 22/01/2017minha estante
Faz tempo que quero ler este livro. Vou tentar ler este ano.


Gabiis. 30/01/2017minha estante
Tô lendo ,mas com um pouquinho do pe atras




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