Poesia reunida

Poesia reunida Orides Fontela




Resenhas - Poesia Reunida


7 encontrados | exibindo 1 a 7


rayray 30/11/2022

Poesia reunida
As poesias são ótimas, eu recomendo muito para quem gosta, mas eu não entendi algumas mas a maioria eu gostei muito.
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Guinho 08/10/2022

Breves e enigmáticos
Tenho lido essa coletânea de poemas já faz alguns meses. Não tenho muita habilidade para análise de poesias, confesso. Mas lendo, pode se perceber que são poemas muito breves, espaçados, os espaços muitas vezes representando o silêncio.

Orides parece escrever sobre o instante, nada que leve muito tempo para ser realizado. Ações como beber água, olhar-se no espelho, ouvir o canto dos pássaros, ganham belas representações. Mesmo quando os poemas são mais abstratos o que parece predominar é a brevidade. Minha obra favorita nessa coletânea foi o livro "Rosácea" (1986).

Vou buscar outras coletâneas de poesia depois dessa leitura.
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sasa 27/03/2022

incrível.
poemas incríveis e tocantes, me senti totalmente nua lendo cada trecho, com sorriso no rosto o lágrimas.
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antuan_reloaded 12/02/2022

[10/10]
A poesia de Orides Fontela toca o âmago. Ela chega sorrateira, enigmática e quando menos percebemos estamos deslumbrados por seus signos. O silêncio, a água, o pássaro, a lucidez, a flor, a pedra, o círculo, o branco, o espelho compõem os lugares-comuns da sua poética de cunho metafísico.

Como diria meu antigo professor de Poesia Brasileira, Orides dá um novo rumo ao diáfano, ao volátil, à luz, ao brilho, à sombra. Com isso, opera ainda mais incerteza a tais elementos, tornando-os densos e lançando uma luz inquisitiva. Talvez, por isso, seja conhecida como a poeta filósofa, pois imprime o incerto sobre as zonas de conforto da nossa existência diária.

O silêncio, ao que pude perceber, é algo que atravessa toda a sua poética, mas não chega a ser um silêncio mudo, incapaz, contemplativo (apenas). Muito mais do que isso, o silêncio orideano pode ser entendido como o barulho calado da inquietação dado o caráter investigativo e lúdico por meio do qual a poeta lida com as coisas fugidias dessa realidade concreta, mas impalpável ao mesmo tempo.


FALA

Tudo
será difícil de dizer:
a palavra real
nunca é suave.

Tudo será duro:
luz impiedosa
excessiva vivência
consciência demais do ser.

Tudo será
capaz de ferir. Será
agressivamente real.
Tão real que nos despedaça.

Não há piedade nos signos
e nem no amor: o ser
é excessivamente lúcido
e a palavra é densa e nós fere.

(Toda palavra é crueldade)
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Lázara 07/08/2019

Sintética
Sintética, Orides nos mostrou o poder que há na economia de palavras. Diante dela, somente o silêncio faz sentido -- um silêncio respeitoso.
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Arsenio Meira 30/09/2015

ORIDES
Orides: motor do simples amor. Sua poesia falou-me de coisas que permanecem serenas e tranqüilas, não como idéia de armazenamento, porque não existe nem perdão nesse jogo, uma vez que não tem desculpa até mesmo porque não há culpa de nada. Disse-me como em carta, em retalho de “gatha”, seu pseudônimo budista: "o vento, a chuva, o Sol, o frio tudo vai e vem, tudo vem e vai. Tenho a ilusão de estar sonhando. Tenho o manto de Buda, que é nenhum."

Tudo que é adorável provoca encanto e espanto. Sempre atenta, serena e tranqüila para receber água, caminho, amor, luz fria e lágrimas. Tomar, com água de chuva, um banho para lavar todos os vestígios de ontem. Como em carta, os poemas de Orides são um convite para a “ceia” e a “partilha”, em sinfonia silenciosa e fraturada.

O homem contemporâneo, ao mesmo tempo que se fecha, menos se conhece, pois a alienação de seu modo de viver, tira dele a reflexão, o simples. Então, Orides alerta em silêncio para o trabalho de si, ela não apela, ela desperta abre oportunidades a partir da dor, da vida. Cada palavra ecoa por sua poesia, ela não cabe em si: transborda sentido e significado. A vida é assim compassada na tensão. A imagem dessa tensão em Orides é o próprio sangue, a cor que permite pensar o olhar, o próprio acontecer humano, como estender uma placa de aviso etérea dentro do espelho: "É importante vigiar/ o desabrochar do destino. - (p. 196)"

O estranhamento é sempre, e é constante sua volta. Ressoa por dentro em busca de uma resposta que está sempre por se fazer. Na espera voluntária do outro, não há busca. Vive a certeza de um acolhimento que está por se fazer à distância.

É trabalhando nesse limiar, nessa impossibilidade de viver, que de alguma forma as pessoas vivem. Orides viveu agitando um gênio irascível, e em extrema pobreza - por opção própria - quase sempre sob a assistência psiquiátrica, que ocorria tanto em manicômios como em asilos e hospitais psiquiátricos. Na busca da compreensão do equilíbrio entre loucura e razão, a saída possível seria desenvolver um pensamento sustentado pela mudança, na arte. A poesia de Orides Fontela parte deste pressuposto: o tempo sem medida diz da própria definição de tempo. É importante instaurar, se possível, um não tempo que, através do movimento brincante, desconstrói algo para aboli-lo, assim como é necessário mudar a mentalidade, “desamar os frutos” e “desviver o tempo”. Eis uma poeta que marca a alma da gente, a ferro e fogo. Em silêncio e de modo peremptório.

Orides Fontela morreu num sanatório em Campos de Jordão em 2 de novembro de 1998.
guidenker 30/09/2015minha estante
Que beleza.


Arsenio Meira 30/09/2015minha estante
Orides, Guilherme, adotou a lição drummondiana: "a poesia mais rica é um sinal de menos." Abraços


Jenifer 30/09/2015minha estante
Querido, que belíssimo texto. Obrigada! :')


Arsenio Meira 30/09/2015minha estante
Eu é que lhe agradeço, e lhe dedico todos os poemas belos do mundo!




Carlos Poeta 27/05/2011

Abstrativo de Orides Fontela
Esse livro exige que o leitor esqueça tudo o que já conhece sobre poesia.
Pois Orides Fontela te leva a uma nova concepção do que é a palavra e como usá-la.
Se você não gosta de poeisa que não consegue entender, recomendo que não leia.
Mas tente, talvez você tenha a concepção que eu tive ao ler o livro.

Suas poesias são curtas e cheias de mistério.
São o ápice da abstração de um sentimento.
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