Clube do Farol 08/08/2022
Resenha por Elis Finco @efinco
Olá, pessoa. Hoje o assunto é o primeiro livro da série O Estranho Mundo de Jane True, Garota Tempestade. Confesso que me encantei com a sinopse, afinal adoro histórias com meio-humanos, vampiros sedutores e criaturas sobrenaturais, então me preparei e mergulhei de cabeça nessa “urban fantasy”. E agora vamos à história.
Essa é a história de Jane. Ela vai nos contar como, mesmo tendo vivido todos os seus 26 anos na pequena e conservadora cidade de Rockabill, nunca se encaixou na sociedade pretensamente normal. Durante um de seus clandestinos nados noturnos no mar congelante, desafiando um perigosíssimo redemoinho, uma descoberta terrível leva Jane a revelações surpreendentes sobre sua herança genética: ela é apenas meio-humana.
E aqui, pessoa, começam as surpresas dessa história. Porque talvez, como eu, você erre feio sobre qual lenda a Jane “faz parte” e junto a isso começam as novidades que fazem dessa história especial. Afinal, junto com Jane vamos penetrar um mundo de mitos e lendas, povoado por criaturas sobrenaturais, aterrorizantes, belas e até mortais. Características que também descrevem perfeitamente Ryu, seu novo “amigo” — um vampiro poderoso, deslumbrante e muuuito sexy. Pausa para dizer que nada esse ser de presas lembra o da outra série famosinha, até porque, mesmo com uma capa fofinha, essa história tem seus momentos, bem, picantes... (risos) e quando digo picante, entenda 16 anos e acima... Afinal Jane não é uma adolescente e sim uma mulher, totalmente consciente de sua sexualidade que, por um longo período de jejum, anda meio necessitada, por assim dizer.
Não bastasse seu lado humano, ela vai descobrir que em seu “outro mundo” existem: goblin advogado, um espírito de árvore maquiador, uma súcubo dona de boutique, elfos diabólicos, homens inflamáveis, seres híbridos que se transformam em animais selvagens, nada é presumível. Mas, atenção, fica a dica, nunca mesmo esfregue a lâmpada do gênio.
Nessa imprevisibilidade de seres que normalmente não habitam as séries fantásticas ou não coexistem com tamanha diversidade se dá o ponto alto da história. Porque além da diversidade de seres e lendas, existe também a diversidade entre os seres humanos como as patroas de Jane da livraria “Morrer de ler” que são um casal com um dinâmica de relacionamento bem particular e arrancam além de boas gargalhadas, mostram que amigos se apoiam independente dos preconceitos e talvez ainda mais por eles.
A trama principal segue a jornada do herói, porém a autora soube dosar bem a trama para não ficar cansativo ou arrastado, pequenos mistérios garantem a necessidade de continuar lendo só por mais uns capítulos. Afinal, alguém está matando meio-humanos como Jane, o segredo que persegue Jane sobre a morte de seu primeiro grande amor, e a pergunta que não quer calar é: os assassinatos são fruto de uma mente doentia ou há um plano macabro para exterminá-los?
Às voltas com essas questões, vamos conhecendo o novo mundo, junto com Jane, aquele em que todas as lendas são possíveis e que existem limites delicados para manter a harmonia entre os mundos. Que o luto é uma dor sem prazo determinado para terminar e que seguir em frente depende muito mais de um perdão próprio do que continuar vivendo, existindo.
Mesmo Ryu sendo um personagem maravilhoso, algumas coisas me deixaram com o pé atrás com ele e meu coração shippou Jane com outro personagem... Mas nem todo mundo está pronto para essa conversa. A autora faz várias referências durante a trama, inclusive a outras histórias, a outros locais. Adorei o fato da história se passar no Maine e ter terminado me deixando com essa necessidade de ler o próximo livro. Valentina, ajuda aeh!! Então é isso, espero que você se aventure por Rockabill e descubra que por lá até as pedras contam histórias. Boa leitura e divirta-se!
AH!! Outro show de edição da editora com pequenas referências por toda a capa e na diagramação do livro, boa encadernação e impressão. Papel amarelo e fonte confortável para leitura, curti a tradução e algumas adequações para o brasileiro ficaram ótimas (como o X-Tudo) e não observei erros de ortografia ou digitação. Aquele alto padrão que a editora Valentina nos acostumou.
site: http://www.clubedofarol.com/2021/04/resenha-garota-tempestade-o-estranho.html