Barba ensopada de sangue

Barba ensopada de sangue Daniel Galera




Resenhas - Barba ensopada de sangue


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Yasmine.jasserand 24/01/2024

Barba ensopada de sangue definitivamente é um livro que pode te surpreender e te fazer refletir de diversas maneiras
Principalmente de formas que te levam a ter perspectivas diferentes do esperado.
Um dos únicos livros que consegue se encaixar em nenhum e em vários gêneros ao mesmo tempo - romance, mistério, policial, drama?-
É divido em 3 partes, que são por si, bem diferentes, mas que juntos se completam.
O final é controverso mas eu posso dizer que gostei SIM - viu diego?! Eu gostei do final haha-
Destaque para a Beta a cachorrinha mais guerreira que eu já vi (li).
Resumindo, um trama envolvente e descritivo sobre o idealismo do fugere urbem - morar de frente pra praia em uma cidade pequena- com uma condição neurológica um tanto quanto? incomum, ( prosopagnosia ) mas é real, e gostei mais ainda do livro por me apresentar isso.- O que te faz compreender o livro ter tantos detalhes físicos, mesmo que seja muita informação para pouca relevância ( para nós)
+ um conjunto de abordagem psicológicas pessoais, dramas familiares, lendas, reflexões, superstições , religiões?
Merece mais reconhecimento e estou ansiosa pra ver como filme vai abordar tudo.

? uma sociedade inteira despreparada pro sofrimento ou consciente demais do sofrimento. Quanto mais a gente compreende e trata o sofrimento mais a gente acha que sofre e ao mesmo tempo o sofrimento dos outros começa a parecer frescura. A felicidade aqui é muito verdadeira, tão verdadeira quanto o
sofrimento.? - Jasmim, Garopaba
Said Honczaryk 24/01/2024minha estante
???


Said Honczaryk 24/01/2024minha estante
???


Said Honczaryk 24/01/2024minha estante
Moça da 4 vai


Yasmine.jasserand 28/02/2024minha estante
^A nota foi atualizada pra 4.0 decidi q ele merece maas n ssi mudar aqui




selvia.ribeiro 26/01/2016

Uma viagem para Garopaba
Vi alguém do YouTube mencionando esse livro e logo de cara resolvi que iria lê-lo sem nem mesmo passar o olho sobre a sinopse ou ouvir qualquer coisa sobre o mesmo. A capa e o título me chamaram muito a atenção. Barba Ensopada de Sangue, um nome muito forte. Ensopada é uma palavra tão gostosa de falar que eu fiquei falando o título desse livro um monte de vezes. A capa também é super chamativa, parece que foi escrita com o dedo em cima de uma poça de sangue ou sobre um espelho embaçado. Se não me engano essa edição possui mais duas opções de capa no mesmo estilo apenas em cores diferentes, uma verde e uma azul.

Como já disse não li nada sobre o livro quando comecei a ler e cada página foi uma descoberta a mais até que fiquei muito envolvida na história.

Quando o protagonista é apresentado pela primeira vez ele esta tendo uma conversa meio complicada com o pai, e nessa conversa seu pai lhe conta uma história misteriosa sobre como seu avô teria morrido na cidade de Garopaba, no sul do país. Assim, depois da morte do pai, e querendo um pouco fugir das relações familiares difíceis, ele resolve ir para Garopaba, em Santa Catarina e lá empreende uma busca sobre a verdadeira história sobre a morte do avô em companhia de Beta, a cadela que era de seu pai. E é em cima desse mistério que o livro se desenvolve.
As descrições do autor durante o livro são deliciosas, ricas. É tão rica que Garopaba entrou na minha lista de lugares para visitar. Em determinados momentos a gente se sente realmente caminhando pela cidade, nadando no mar e conversando com os nativos. Esses detalhes foram o que para mim deixaram o livro mais gostoso. Parecia que eu realmente estava vivendo a vida do nadador. É muito realista.

Quando o protagonista se muda para Garopaba é o fim da temporada de verão, o que significa que a cidade já esta às moscas e a maioria dos comércios estão fechando ou para fechar. Ele detalhou perfeitamente a situação das cidades de veraneio quando não é verão, o lugar e os moradores meio que dependem do verão ficam quase em estado de hibernação, apenas esperando o verão voltar. Inclusive há um momento que uma das personagens comenta que os problemas psicológicos da região também respeitam essa sazonalidade, deixando as pessoas mais surtadas durante o inverno. Lembrando que como o autor fala, nesse tipo de região tudo que não é verão é inverno.

Nosso protagonista tem uma doença raríssima que o impede de memorizar fisionomias. Quando ele conhece uma pessoa, alguns minutos depois de virar as costas ele já não se lembra mais do rosto. Inclusive seu próprio rosto, que se não estiver olhando em um espelho ele não se reconhece.

Quando seu pai lhe contava a história sobre seu avô, o Gaudério, também mostrou a ele uma fotografia de quando este era jovem e isso o deixa mais impressionado ao se ver numa fotografia que não era dele, mas poderia ser se não tivesse sido tirada a muitos anos. Isso o deixa mais intrigado com a história da morte do velho Gaudério.

Outra coisa que talvez você se dê conta é que o nome do personagem principal nunca é mencionado. E confesso que fiquei completamente surpresa ao perceber isso. Como já disse só fui ler a sinopse do livro depois de já ter lido o livro e me surpreendi ao me dar conta que durante o livro todo seu nome nunca foi mencionado. Era sempre o professor, nadador, neto do Gaudério... Mas estava tão envolvida na história que não me dei conta disso até ler a sinopse (me julguem). Se você ler o livro também vai se apaixonar pela Beta, a cadela do nadador é tão protagonista quanto o próprio e seu papel é importante na história.

O livro não tem ação e aventura, então se você quer um livro sobre isso não é o livro certo. Vai haver alguns momentos de suspense psicológico. Os questionamentos que o personagem faz pela cidade sobre a morte do avô não agradam muito os moradores e todos ficam muito incomodados quando ele resolve se mudar para lá. Mesmo passando muito tempo da morte do avô Garopaba ainda tem receio de conversar sobre o assunto, por isso o protagonista quase sempre é rechaçado e ouve ameaças veladas quando o assunto é mencionado.

Em suma é um livro delicioso de se ler. A construção dos diálogos, as descrições, tudo deixa a história muito envolvente e você vai ler sem sentir. Gostei tanto da escrita do autor, que já estou procurando outros livros dele para leitura.

site: http://selviavanilla.wix.com/entregirassois
@estantedajulia 22/08/2016minha estante
Acabei de descobrir esse livro e pirei por ele se passar na minha cidade maravilhosa, Garopaba. Eu adorei a sua resenha e pelo visto o autor soube capitar muito bem esse negócio de nós, moradores, dependermos totalmente do verão (eu, por exemplo, só trabalho na temporada). Venha visitar, pois essa cidade é linda. Novamente, adorei sua resenha e me deixou com mais vontade de ler a obra.


Rox 03/10/2017minha estante
Acabei de ler o livro e numa tentativa de não me despedir ainda dele vim ler as resenhas. A sua foi perfeita!!


Rox 03/10/2017minha estante
Acabei de ler o livro e numa tentativa de não me despedir ainda dele vim ler as resenhas. A sua foi perfeita!!


selvia.ribeiro 19/10/2017minha estante
Obrigada!




Pablo Paz 24/07/2022

Li porque muita gente recomendava e a imprensa cultural, à época do lançamento, praticamente atuou como relações públicas do autor e da editora. Pessoalmente porém, que livro chatinho: aquelas partes do pai vivendo isolado na mata (ou caverna? Já esqueci...) é um porre... Mas, parafraseando um crítico gaúcho, é um livro bem 2012: "autorreferente, cosmopolizante e antipovo...". Para ser justo com a obra, não exatamente nessa ordem ou na mesma intensidade, mas o espírito da obra é esse aí. A começar pela 'poder de escolha' das capas do livro. Mais cafona do que isso só colunas greco-romanas (neoclássico) em mansões de classe alta...
Ana Sá 26/07/2022minha estante
Até ler sua resenha, eu achava que o problema era comigo! Tentei ler duas vezes e abandonei...


Ana Sá 26/07/2022minha estante
Um que li até o fim, mas não me convenceu tb, foi Diário da Queda, do Laub... Lembrei dele porque é recomendado no estilo do Galera... Não achei tão ruim, mas terminei por determinação... Lembro de sentir que era chato! rs


Pablo Paz 26/07/2022minha estante
Ana, essa turma aí é uma panelinha só... Mas são chatinhos! Tem muitos autores independentes (como tu) que acho muito mais relevantes.


Ana Sá 28/07/2022minha estante
Obrigada, Pablo! ?

É isso, se a gente começa a conversar sobre mercado e marketing editorial, vamos longe!! Por isso foi mesmo bom ver alguém que não curtiu "Barba...", eu me sentia um peixe fora d'água! rs




Celso 03/01/2013

Mais um livro chega as minhas mãos pelo Clube de Leitura da Companhia das Letras que acontece aqui no Conjunto Nacional. Para dizer a verdade, até então, não tinha nenhum interesse pela obra e foi só ser apresentada que percebi o monte de volumes na porta de várias livrarias e com chamadas de até de uma página em algumas revistas brasileiras.

Diante disso, parecia que a leitura seria das melhores, mas me decepcionei um pouco com o livro. Aliás, até agora fico pensando onde o autor gostaria de chegar ou se não poderia fazer tudo de uma forma menos longa.

Muita gente tem elogiado Barba Ensopada de Sangue, alguns têm apostado que se trata de um grande escritor nacional que vem se despontando, eu não duvido de nada disso, mas não encontrei um livro marcante. Sem dúvida, a forma como o autor desenvolve os diálogos e caracterização dos personagens seja o maior trunfo ao criar uma obra, diria, inovadora.

O livro conta a história de um rapaz com um problema neurológico: não consegue gravar a fisionomia das pessoas. Para isso, usa dos mais variados artifícios para lembrar das pessoas que gosta e da sua própria fisionomia. Diante do suicídio anunciado do pai, a perda do seu grande amor levado pelo próprio irmão e ao ter herdado uma cachorrinha que deveria ter sido morta – de acordo com a promessa feita em vida ao pai -, este sujeito parte para Garopada, interior de Santa Catarina, para fazer novos amigos e reconstruir sua história. Bem, pelo menos eu acho que era isso.

Como disse acima, a forma como autor apresenta alguns diálogos e não usa símbolos como de travessão, vírgula ou itálico para separar o que é fala e ação, parece ser inquietante. Por exemplo, alguns diálogos, entre vários personagens, são descritos em um só parágrafo em duas ou três páginas. Tentei descobrir um pouco da lógica do autor, mas não tive muito êxito.

Outro ponto que vale a pena destacar é a criação dos personagens que não deixa de ser rica e muito bem feita. Algumas discussões sobre a religião, a existência, o budismo e até mesmo sobre como viver em São Paulo, não deixam de deixar claro o talento do escritor.

Não sei se recomendo. Alguns o classificaram com um épico, bem!, acho que é por aí. Mas, não gostei muito. Senti um pouco irritado em muitas partes por não saber onde o autor estava querendo ir ou nos levar. Se era pela história do pai morto, do avô assassinado ou do amor perdido. Também, não consegui entender a “redenção” ou o “ganho” do personagem ao ler a última palavra. Porém, tem muita gente elogiando por ai e muita propaganda em jornal e revista.

Mais resenhas em: www.blogdocelsofaria.blogspot.com
Rosa Santana 27/08/2014minha estante
Uma voz a fazer coro com a minha. Tb não gostei. Não gosto de descrições tão detalhadas, a ponto de dizer ao leitor que picolé é gelado...
Galera outra vez? Tô fora!


Amanda 15/01/2019minha estante
Tbm não gostei. Achei as descrições exageradas e acabaram se tornando cansativas. Fora o fato que a história não leva a lugar nenhum. Apesar do excesso de detalhes parece a história principal se dividiu em vários assuntos como vc disse: a história do pai, da ex e do vô, fora umas discussões nada a ver. E no fim parece que não chegou a lugar algum.




Arsenio Meira 06/01/2013

Não há - para mim - dúvida alguma de que o escritor Daniel Galera merece ser chamado como tal: Escritor. É o primeiro livro que leio deste autor, e vou em busca dos demais.

A obra , em síntese, literalmente transporta o leitor ao Estado de Santa Catarina. Galera detém total domínio da técnica narrativa eleita (realismo ao extremo), e cativa-nos, de saída, com esse louvor de descrição minunciosa (geográfica e humana.)

Daí o painel apresentado ser tão rico e primoroso e o cumprimento aos ensejos da Literatura: dialogar com o leitor, convocá-lo para refletir e dar nome aos bois desgarrados.

A trama, inusitada, reflete igualmente o talento de Galera.

É um escritor influenciado por um realismo que chamo de benigno; um estilo bacana, (quando manuseado com maestria), na mesma esteira de DeLillo e Thomas Pynchon.

Não há qualquer prejuízo, em minha opinião, a torrente de informações que desponta na obra, e arrematando, interessante notar o olhar atento do escritor, que não se faz de rogado, e finca posição no que lhe parece errado ou ocioso, como as (pertinentes) críticas às "autoridades", aos chefões de nossa política raquítica, homicida e desmazelada. Essa gente, não duvidem, não difere muito dos mais "refinados" carteis do narcotráfico. Ambos, à sua maneira, metralham inúmeras vidas.

Não dei 5 estrelas pois acho que ele poderia deixar um pouco mais nas entrelinhas alguns trechos que permeiam o romance (que não revelo para evitar o spoiler.) No entanto, é questão pessoal mesmo, pois gostei demais do livro.
Walter 15/11/2016minha estante
Arsênio, seu comentário traduziu muito do que eu queria dizer. Também foi meu primeiro livro do Daniel Galera e me senti transportado ao ambiente e muito próximo ao protagonista, quase num estado de imersão.


Annalisa 17/10/2021minha estante
Resenha espetacular!!




Daniel 11/01/2013

Parece filme
Muito bom!!!

Prosa inovadora, bem escrita, lírica, verosímil.
Personagens bem caracterizados.
Interesse constante na narrativa, trama flui num crescente arrebatador.
Descrições detalhadas da paisagem e do cotidiano de uma cidadezinha como se o leitor estivesse de viagem ao litoral sul do Brasil. E cada descrição não cansa: descansa.
Abundância de cheiros, gostos, sons e sensações táteis.
Mergulhos no mar, caminhadas ao vento, sob sol, chuva e frio.
Reflexões aqui e ali sobre relações familiares, amores frustrados, amizade e o tal (ou a falta de) sentido da vida...



No final temos a impressão que não lemos o livro, mas vimos o filme. Dos bons, e em 3D.
Karla64 12/05/2013minha estante
O livro é ótimo... e termina 'redondo'!! Terminei ler faz dois dias e curiosamente sinto falta da leitura!! As descrições são incríveis e fazem a gente se sentir na cena... o mesmo acontece com a 'descrição' dos sentimentos!! Adorei ter lido!!


Mari 18/11/2014minha estante
Daniel, muito legal mesmo o livro. Acabei de ler, mas parece que o livro "continua" na cabeça.
Vi o pessoal reclamando pacas das descrições detalhadas, algo que realmente nem sempre é legal de se ler, mas concordo contigo: no caso de "Barba ensopada de sangue", as descrições não cansam, a meu ver porque criar o ambiente faz parte da história. Tanto em termos de cenário, quanto como construção da personalidade do protagonista.
Muito, muito bom!




Taina 21/04/2023

Não é pra mim
O livro conta a história de um homem que vai em busca de conhecer o passado de seu avô. Nessa busca, vai se tornando tal qual seu avô e repetindo um passado que ele só conhece por relatos tortos.
A narrativa, definitivamente, não me agradou. Muito descritivo, excessivamente descritivo, parado, truncado? usa um linguajar cafona, forçado, não há poesia ou requinte.
Não é transmitido um conceito e não induz a uma reflexão profunda - o que não é ruim! Mas é um livro de uma história contada de uma forma - egocentrada e até adolescente - que não me agradou.
Aline 26/04/2023minha estante
Nossa! Fiquei até desmotivada em ler. Haha


Taina 28/04/2023minha estante
Hahaha Nossa, não se desmotive! Tem mta gente que gosta. Eu que sou chata mesmo ?




jota 23/06/2014

Sem nome
Tem um filme interpretado por Burt Lancaster, The Swimner (1968), ou seja, O Nadador, que no Brasil recebeu o curioso título de Enigma de Uma Vida. Vi uma vez, faz algum tempo, e não me lembro direito da história que contava, mas do clima da fita: começa meio devagar mas depois vai ficando bastante interessante.

Lembrei-me de Enigma de Uma Vida enquanto lia o Barba Ensopada de Sangue, onde pintou o mesmo clima. E também porque ainda que as histórias de filme e livro não tenham nada em comum a não ser um nadador, o personagem sem nome de Galera é, sem dúvida, tão enigmático quanto aquele interpretado por Burt Lancaster.

A certa altura do livro cita-se Nietzsche (também tem budismo e outras discussões elevadas mas nada complicadas) que, como se sabe, dizia que a vida não tem sentido algum. Estaria então o nadador buscando algum significado para sua vida – se a vida não tem sentido algum então nós é que temos de dar algum significado para ela - quando se mudou para a pequena Garopaba, deixando a movimentada Porto Alegre para trás?

Ou não era nada disso e ele apenas pretendia viver ali, próximo do mar, nadar, simplesmente isso, como afirma sempre que lhe perguntam sobre sua mudança da capital gaúcha para a cidadezinha catarinense? Ainda que ao longo do livro nos sejam fornecidas várias pistas e também motivos para o comportamento do personagem, quando o livro termina você acaba ficando com uma questão em aberto. Eu, pelo menos fiquei: se o livro continuasse será que o nadador se manteria fiel ao que disse (nas derradeiras páginas), a Viviane - a ex-namorada - ou repensaria suas atitudes, agiria de outra forma então?

Exatamente por não saber como ele pode agir no capítulo seguinte ou na página seguinte, o que irá acontecer na sequência – também por outras questões ou tramas surgidas ao longo da narrativa -, a história fica um tanto viciante e foi um pouco difícil me desligar do livro e acompanhar os jogos e as notícias da Copa do Mundo nessa fase de grupos, tão viciantes quanto.

Conhecia Galera como tradutor (de David Foster Wallace, principalmente), nunca tinha lido nada dele antes mas fiquei agradavelmente surpreso com este livro que descreve Garopaba, reduto de surfistas e pescadores, com detalhes tão profundos que é quase como se você estivesse lá ou estivesse acompanhando tudo como num filme, exatamente conforme escreveu o leitor Daniel em sua resenha cinco estrelas.

Aliás, o livro todo é assim; é bastante realista sobre tudo o que se conta, mesmo quando alguns personagens falam acerca do avô do nadador, visto por eles como um fantasma vingador, ou quando se mostram adeptos de crendices populares, acreditam que os sonhos se tornam realidade, etc., notadamente as mulheres mais simples do local. Parece meio que um estudo sociológico da cidadezinha, com a vantagem de não usar terminologia da disciplina e tampouco aborrecer o leitor.

Filosofia, crendices e religiosidade à parte, em Barba Ensopada de Sangue impera mesmo o realismo: há páginas em que as coisas são descritas ou narradas como se estivéssemos lendo não um livro de ficção, mas um jornal. Como neste trecho em que Galera escreve sobre uma disputa eleitoral na cidade, mais ou menos nos moldes do que ocorre em quase todo o Brasil:

“Há um certo clima de ameaça no ar. Militantes do Partido dos Trabalhadores circulam no perímetro da praça com bandeiras vermelhas e a troca de ameaças e xingamentos [entre petistas e os opositores] é franca e sem indícios de bom humor.” O PT, como se sabe, quase sempre dissemina a divisão social e estimula o ódio por onde passa ou atua. Até mesmo na ficção...

Lido (entre várias partidas da Copa) no período de 15 a 22/06/2014.
Alê | @alexandrejjr 13/05/2021minha estante
Pena que o tempo mostrou que não é só o PT que é capaz de disseminar a divisão social, vide nosso atual - e péssimo - presidente. Belas pontuações, Jota, como sempre!


jota 13/05/2021minha estante
Sem dúvida. Sete anos atrás quem nos governava era o PT que pela corrupção e erros favoreceu a eleição dessa excrescência chamada Bolsonaro. Grato pela observação.




Brunno 02/07/2017

Barba ensopada de sangue
Os letrados vão dizer: "é um livro ganhador do prêmio jabuti. Não é pra qualquer pessoa ler etc." Pura besteira, o livro é ruim mesmo. Mais de quatrocentas páginas que leva o leitor à exaustão. Mas "H", e a história? A ideia original do autor não é nada inédita. Um homen vai atrás de seu avô, na procura de saber do seu desaparecimento; mas sabe aquela história que o autor poderia ter contado em 100 páginas e o livro seria um espetáculo, então é esse.
Não vou me ater a resenha, tem várias já aqui. Mas fica meu registro. O tempo é algo preciso, por isso dou ao leitor apenas dez páginas para ele me prender, do contrário o abandono.
Caique 14/01/2018minha estante
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Beatriz 17/05/2019minha estante
Acho que você não entendeu bem...




albert4 26/01/2017

Galera sabe escrever. Sabe construir personagens e sabe construir cenários, mas poderia ser menos prolixo. Há infindáveis descrições sobre coisas irrelevantes, mas no geral achei um bom livro. O desfecho ficou redondinho.
Aldo Jr. 27/01/2017minha estante
Sabe que nesse livro, em especial, achei que houve uma fórmula forçada. Algo do tipo "engrossa esse volume, meu caro".

Pelo que li do Galera, esse poderia ter umas 30 páginas a mais que "Até o dia em que o cão morreu" que contaria a história com perfeição.

Mas, de fato, é um bom livro.


Fernando 07/05/2017minha estante
Concordo!




Rosa Santana 28/08/2014

MUITO PELO, POUCA PELE!
Barba Ensopada de Sangue, Daniel Galera - Companhia das Letras, 424 páginas!

O que dizer dessa "Barba"? Que é muito pelo para pouca pele!
Achei o livro bom em parte: história bem construída, personagens verossímeis, embora o personagem principal seja meio que um anti herói, para o qual nada dá certo, eles são, sim, muito bem construídos, coerentes e bem realizados.
Gostei da forma com que o autor iniciou a narrativa. Só mais lá para o final fui compreender o porquê do recurso
A história é instigante, só que...
Sempre tem um "mas", quando as cinco estrelas não vem!
No meu caso, achei muita palavra para o conteúdo proposto. Descrições intermináveis, e, ao meu ver, dispensáveis porque infrutuosas! Detesto livros que usam esse tipo de recurso, porque ao dizerem mais do que é necessário subestimam o leitor.

Não sei se lerei outro livro do Galera, francamente!
Com tanta coisa boa por aí...
Paula 29/08/2014minha estante
Senti a mesma coisa em relação ao autor quando eu li Cordilheira, ele não me convence nas personagens femininas... e quando terminei de ler fiquei realmente pensando se ia tentar outro livro do autor. Adorei a definição: muito pelo, pouca pele! :) acho que isso resume bem o que sentiu. Gosto mais de pele, viu? :)

beijo!


Rosa Santana 31/08/2014minha estante
Paula, obrigada por fazer coro comigo. Poucos dos meus amigos o fazem. Quase todos gostam do livro...
E, ó, eu tb gosto mais de pele... Hehehe! Em todos os sentidos!
Beijo!!




spoiler visualizar
André Vedder 17/08/2020minha estante
Já li dele o "Mãos de Cavalo" e gostei muito...vou tentar ler esse em breve.


Maria 17/08/2020minha estante
Tenho certeza de que você irá gostar!




João Pedro 27/01/2022

Cru e temperado
A leitura de 'Barba ensopada de sangue', de Daniel Galera, há muito esteve em minha lista desejada. Pouco havia lido sobre o livro, mas esse título me atraía demais. Eu esperava intensidade. Fui com ganas de me cercar de uma leitura potente. E assim fui engolfado em mar de sangue e sal.

Não que seja um romance de terror ou de extrema violência. Não. É que achei a escrita de Galera tão verborrágica, tão robusta, que tanto mais palavras a cada página virada não se mostravam suficientes; era preciso mais, e mais, e mais. Completamente emaranhado pela trama, que se inicia bem, passa por uma segunda parte mais lenta e culmina em uma terceira parte de crescente tensão, embarquei nessa jornada e não me arrependi. Aliás, apesar de ter sentido um agridoce ao fim, foi a jornada que mais me agradou. Extensa e recompensante.

O enredo trata de um protagonista sem nome, para quem, por uma condição neurológica rara, todas as pessoas – inclusive ele mesmo – não têm rosto, em busca dos detalhes da morte de um avô que nunca conheceu. É um romance de descobertas. Um quebra-cabeças pessoal em que o protagonista vai montando e desmontando, em busca de uma imagem final. De algo que faça sentido para si. Mas paciência não é muito a praia desse cara. Ele arremessa as peças desse quebra-cabeças na parede e segue sua intuição. Ele é um ser feito de carne, osso e intuição.

De escrita crua, porém temperada, Galera sabe fisgar a atenção do leitor com descrições e caracterizações de personagens e ambientes bastante críveis, apresentando também uma forma de narrar em terceira pessoa, no tempo presente, que dá a sensação de imersão total, quase como se estivéssemos vivenciando o exato instante da narrativa. Os diálogos sem travessão, aspas ou qualquer sinal identificador podem estranhar, mas não prejudicam em nada a experiência. Ao final, recomendo reler o prólogo, para as coisas ficarem ainda mais às claras. Ou não.

'Põe a mão em volta do queixo e espreme a barba ensopada de sangue de cima a baixo, até a ponta, fazendo escorrer um filete rubro que forma uma pequena poça nas lajotas brancas do pavimento.' (p. 389)
Felps / @felpssevero 28/01/2022minha estante
Amei esse livro! Ótima resenha.


João Pedro 28/01/2022minha estante
É muito bom mesmo! Já quero ler mais do autor.




Henderson 28/12/2014

Razoável
“Barba ensopada de sangue” é um livro em que a forma supera o conteúdo. E pronto, eu poderia acabar essa resenha aqui, mas vamos nos aprofundar um pouco.
Daniel Galera tinha tudo para escrever um bom livro de suspense ou policial. Os requisitos estavam todos lá: o suicídio do pai logo no início, o misterioso desaparecimento do avô, a pequena cidade litorânea onde todos escondem um segredo, um protagonista gato, que pega todas as menininhas da cidade mas que é atormentado por uma estranha doença mental que faz com que ele não memorize os rostos das pessoas, o conflito com o irmão e a cunhada.
Mas o autor prefere focar no personagem principal e sua “jornada de auto-conhecimento”, onde a procura pelo avô se torna uma procura por si mesmo, ou algo parecido. Pessoas mais cultas e/ou mais estudadas do que eu devem ter enxergado influências de grandes psicólogos e/ou filósofos no livro de Daniel Galera. Como não é meu caso, vou poupar vocês de meus comentários a esses respeito. O resultado é muito parecido com uma novela da Globo em formato de livro. Dá até para imaginar o Luigi Baricelli como o protagonista-sem-nome, a Isis Valverde como a Dália, a Sheron Menezes como a Jasmin, o Francisco Cuoco como o pai e o José de Abreu como o avô. Teria até o “núcleo de humor” com o “budista hardcore” Bonobo (você vai ter que ler para entender).
Mas “Barba ensopada de sangue” está longe de ser um livro ruim. O estilo de escrita de Daniel Galera, com os detalhes da vida do protagonista-sem-nome sendo desvendados aos poucos, as lacunas propositais que mexem com a imaginação do leitor e os excelentes diálogos tornam o livro interessante. É muito difícil escrever um bom diálogo, mas o autor o faz de forma natural e a leitura fica, como disse uma pessoa que resenhou o livro, “fluida”. Um dos melhores personagens sequer tem qualquer fala: é a cachorra Beta, que vai ter participação essencial no final, que é onde um pouco de ação acontece e onde você vai saber porque, afinal, o livro tem esse título.
Pesando tudo, “Barba ensopada de sangue” é até um bom livro. Nada especial, e não acho que mereça todo o barulho feito em torno dele, mas diverte, faz pensar às vezes e a técnica do autor é inegável. Se você for ler, uma dica: ao terminar, volte e leia o prólogo de novo, senão o final não fará qualquer sentido.
Uilians 24/11/2015minha estante
concordo com você tem muito barulho em torno desse livro, mas o autor tem boa técnica




priscila 29/08/2016

Barba Ensopada de Sangue
Tão melhor do que eu esperava. A sinopse pode dizer sobre o que o livro é, pode apresentar o inicio da história, incluir seus personagens e induzir o interesse. Não foi assim. Adentrei pelas páginas do livro sem apresentações. Pelo nome do autor, indicação de uma amiga. Me apresentei meio recatada a uma das ótimas experiências literárias que chegou de uma coincidência. Não vejo melhor forma de se identificar com as pessoas do que falar sobre um bom livro, uma boa música, do que falar sobre os sonhos e histórias que em algum momento a vida já sugeriu pra você. Honestamente, no inicio me pareceu um personagem tão sem atrativos, com a vida comum e cotidiana que já nos impregna o suficiente. Em um inicio breve, tão breve. Talvez somente nas primeiras linhas, talvez só pelo meu afastamento involuntário de obras puramente literárias. Andava imersa em histórias e pesquisas e entrevistas. Tão melhor voltar dessa forma, com esse livro. Com uma conquista que foi se consolidando a cada página, em cada encontro do personagem, em cada imersão, quando o autor consegue fazer com que tenha a impressão de que esbarrou com essa pessoa pelas ruas, que andou pela orla dessa praia e acenou pra ele que não demonstrou nem sinal de reconhecimento. Alguns trechos ecoam, algumas frases lhe fazem sentir próxima. E de uma forma realmente estranha é difícil desapegar. Como se a água salgada em busca da sobrevivência não lhe tivesse sufocado o suficiente, como se a recuperação da cachorra não tivesse sido assistida o suficiente, como se o encontro imaginado, como se as imagens imaginadas por anos estivessem perto de concretizar e você não “assistiu”. Como se houvesse uma grande reviravolta por vir. Daí percebe que não é nisso que a beleza do livro chega ao extremo, é uma vida condensada de experiências que não precisariam ser extremamente exploradas pra fascinar, bastava. Os contos que a vida nos apresenta cotidianamente, as conversas que temos durante, os encontros que temos, as coisas em que esbarramos, as lendas e histórias familiares, o desmembramento da nossa árvore genealógica, são detalhes da vida que parecem tão mais interessantes agora. Surge um sorriso involuntário de despedida no meu rosto fechando o livro. A história não se encerra na minha cabeça essa noite. Amanhã abro espaço pro encantamento do novo.

site: http://aoreflexo.blogspot.com.br/
Mayara Tavares 29/08/2016minha estante
Esse livro é excelente, entre os meus preferidos!




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