Barba ensopada de sangue

Barba ensopada de sangue Daniel Galera




Resenhas - Barba ensopada de sangue


201 encontrados | exibindo 91 a 106
7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 |


Ana Roza 28/11/2016

para quem gosta de gírias e construções de personagem
Devo confessar uma coisa meio babaca da minha personalidade: nunca li muito literatura brasileira. Não preconceito, mas preguiça mesmo. Talvez a escola tenha essa parcela de culpa em não nos apresentar algo mais conteporâneo e mesclar diferentes gêneros, como André Vianco e Machado de Assis, mas de qualquer forma, assumo a culpa. E por preguiça, quando meu amigo falou que estava lendo um autor gaúcho, estranhei levemente esse pequeno achado pessoal dele. Era uma novidade boa, porém. Antes de embarcar em sua missão como mórmon, ele me presenteou com o então “Barba Ensopada de Sangue”, do Daniel Galera – e foi o melhor presente que ele já me deu.

O livro é curioso, com um ritmo próprio, o que o torna cativante para alguns e maçante para outros. No meu caso, explodiu minha cabeça com as novas possibilidades de escrita narrativa que eu reconheci. Logo nas primeiras páginas você encaixa sua leitura com a voz do autor e sua forma de estruturar o texto de maneira humana e objetiva. Essa foi a parte da leitura que mais me chamou a atenção: a facilidade de se contar uma história.

Daniel consegue estruturar um suspense em meio a vida pacata de um treinador físico. Com metáforas leves e sem muitas conclusões constantes sobre o desenrolar dos dias, ele narra a passagem de vida do protagonista dentro de uma pequena vila/cidade catarinense após o suicídio do pai.

Gaúcho, como o autor, ele logo nos cativa com o sotaque sulista. Bem, como sulista, meu sangue adora esse tu carregado de sorriso, mas como catarinense, admito que nada é mais charmoso que um “bá, tche!” bem colocado. Falas curtas, que se atém a explicar diretamente o que precisa ser explicado, também são uma boa forma de continuar a concentrar os leitores em uma história calma e misteriosa, ao mesmo tempo. A história, em si, é formada por camadas curiosas e um desenrolar anacrônico.

O número de protagonistas é limitado e bem construído, cada um com características próprias bem definidas – características, essas, ainda mais interessantes pelo fato que o protagonista (cujo qual o nome nunca é dito) não consegue reconhecer rostos por uma condição genética; seu cérebro apaga em sua mente qualquer traço conhecido, até mesmo os próprios que ele mira em frente ao espelho.

Essa confusão é ponto chave para o início da caminhada do rapaz em procurar mais informações sobre seu avô após o suicídio de seu pai. O homem só sabe que ele fora assassinado anos antes e se muda para a mesma cidade. É quase um ato automático, como um distanciamento justificado. Tendo a fisionomia extremamente parecida com a do velho parente, ele procura por indícios da vida do seu antepassado que permanecem como um segredo velado do local.

Me apaixonei pelo livro pela maneira simples e direta em que o protagonista leva a vida, cada vez mais se transformando no próprio avô que ele procura. A linguagem, o charme que uma cidade pequena transmite como um personagem em si e todos os detalhes de um romance atual e bem trabalho; Daniel conseguiu reunir pedaços desencaixados de um grande quebra-cabeça, e fez sentido.

***

Originalmente postada em Garagem de Luxo, com dicas de compra.

site: http://garagemdeluxo.com/analise-barba-ensopada-de-sangue-daniel-galera/
comentários(0)comente



Leonardo1263 07/12/2016

SUICÍDIO, PROSOPAGNOSIA E MISTÉRIO.
Bom, o que dizer desse livro, começou bem interessante, foi perdendo força, detalhando demais, incluindo acontecimentos que não deram em nada e quase que empaquei. Na minha opinião se tivesse metade do tamanho seria um ótimo livro. A simplicidade da história não empolga, parece que se trata de algo baseado em fatos reais, pois chega a ser cansativo de tão simples em determinadas partes. O nome é bastante curioso, a sinopse nos chama a ler, mas rapidamente mudamos a perspectiva de tudo. Porém, do meu ao fim, as coisas começam a esquentar um pouco mais, a trama começa a ficar mais dinâmica e te instiga a saber o que vai acontecer. Você vive a vida do personagem e consegue entender seus sentimentos e escolhas, lembrando também que o autor consegue usar muito bem a prosopagnosia do personagem principal para aumentar a tensão da trama. Sem contar que a edição da cia das letras é de uma qualidade superior a muitos outros livros das editoras afora, tanto na qualidade do material quanto a edição.

Curioso que o nome do personagem principal não é citado nenhuma vez, e só fui me dar conta disso no momento de escrever esse review. É um mix de realidade, lenda, folclore e comédia. Caso goste de uma narrativa detalhada, recomendo e muito, caso seja um pouco mais ansioso, acredito que não irá degustar tanto da leitura.

site: https://multiversonews.com/suicidio-prosopagnosia-e-misterio-no-livro-barba-ensopada-de-sangue-daniel-galera-2012/
comentários(0)comente



Franco 20/12/2016

História boa, escrita leve.
O livro começa com uma motivação típica dos romances policiais (um assassinato mal explicado). Disso, passa a divagar através de um protagonista contemplativo (o cara tá meio que em crise existencial). E nesse ínterim é preenchido com acontecimentos e personagens secundários (um mais louco, divertido ou bizarro do outro). No final, quando você acha que nada disso fará sentido, tudo se amarra e você tem uma história realmente gostosa de ler.

O cenário da trama é uma pequena cidade litorânea de Santa Catarina, e o livro tem ótimos trechos ao descrever a rotina dessa cidade, em especial fora de temporada, quando chove, faz frio, e as únicas pessoas na areia são pescadores e nativos.

Assim, propositadamente, o livro 'brinca' com essa ideia presente em quase todos nós de que seria ótimo poder morar na praia levando uma vidinha pacata e tranquila. O protagonista também segue nessa ideia, assim como muitos personagens. Mas aí, a seguir, o livro provoca: uma vez estando lá na praia, nossas inquietações existenciais se resolvem mesmo, ou quem sabe nosso problema é outro? Será que o buraco não é mais embaixo e o tal do 'morar na praia e pegar onda' não seria somente uma falsa promessa de felicidade? Sim, com sutileza e sem presunção, o livro trata sobre a incansável busca por sentido e coerência nessa vida besta.

Na sua escrita, o livro exige uma pequena dose de adaptação. A forma de trazer os diálogos é um tanto fluida, não demarcando bem um estilo e a gente demora um tantinho para se acostumar com isso. A presença da linguagem regional gaúcha também é notável, o que pode ser de maior estranhamento para quem não tem um contato prévio com ela. Aliás, o autor optou por escrever os diálogos conforme a linguagem falada (sem muitas vírgulas, com mais gírias, com verbos e palavras reduzidas), o que também gera um certo estranhamento até se acostumar com isso. Nada que estrague a leitura, mas de início dá umas travadinhas.

Por outro lado, a composição dos episódios secundários dentro da história principal ficou bem eficiente. É com eles que a gente tem doses de humor, aventura e até um pouco de romance enquanto giramos naquele eixo principal, que é a pegada de mistério (o assassinato mal explicado). A escrita ágil, indo daqui para ali de uma linha para outra, faz a leitura correr num ritmo nada cansativo. E as mais ou menos frequentes menções à cultura pop dão um arzinho de familiaridade, aquela sensação de fazer parte do universo ficcional e que geralmente falta na leitura de obras clássicas ou históricas.

No mais, vale destacar as pequenas tiradas filosóficas que às vezes aparecem num diálogo ou mesmo pelo narrados onisciente, e também as descrições detalhadas (mas não maçantes) das coisas e situações.

É, enfim, um livro de boa leitura, com conteúdo de diversão e reflexão, cujo efeito é sair por aí procurando outras obras do autor.
comentários(0)comente



Rosee.Moreira 31/12/2016

Interessante
A História tem um irredo massante, porém é bem interessante a história...
comentários(0)comente



Leandro 10/01/2017

Que livro maravilhoso!
Li o livro fazendo parte do #DesafioLivrosBr de 2017 e já adianto que valeu muito a pena. Fiz uma indicação em meu blog, mas não resenhei pois não me atrevo a tanto. O livro é bom demais e o leitor consegue se ver em muitos momentos no protagonista. Leia e não se arrependa!

site: https://dicadoleandro.wordpress.com/2017/01/10/desafiolivrosbr-janeiro-barba-ensopada-de-sangue/
comentários(0)comente



Saulo Dourado 11/01/2017

Liberdade ou Determinismo?
Muito se identifica o exercício artístico com a expressão total da alma, como transbordamento das emoções frente à razão e das intuições frente aos conceitos. Um dos efeitos é rechaçar qualquer atividade de pensamento para que não atrapalhe o processo de criação, pois racionalizá-lo é retirar-lhe a mágica da qual é feito. Esquece-se que este pressuposto mesmo é uma concepção de mundo, com a diferença de que não é posta em exame e se naturaliza. O que não afirma, logicamente, a inversão de acreditar que a arte deva ser produzida apenas pelo intelecto. Dizer que o apolíneo, e não o dionisíaco, é o grande estatuto da criação mantém ainda o problema em seu corte. A qualidade do último romance de Daniel Galera, Barba Ensopada de Sangue, é conciliar as duas vertentes e vibrar com calma, movimentar ideias no interior da pura ação, em equilíbrio.

Continua no site a seguir.

site: https://leraobenedito.wordpress.com/2016/03/25/impasses-em-barba-ensopada-de-sangue/
comentários(0)comente



Romulo 15/01/2017

Belíssimas descrições de um busca por entender uma história de família mal contada
"O verde das matas lateja nas encostas da serra do Mar e as montanhas pontudas com suas cristas emolduradas pelas janelas do ônibus aludem ao mistério dos lugares intocados. O balanço do ônibus é calmante e a paisagem deslizando do outro lado do vidro o leva a pensar obviedades que nunca se pensa... Na fileira oposta, uma guria está dormindo no colo do namorado com o pé esticado no meio do corredor... A composição toda remete a algo que ele já teve e de que não sabe dizer se sente falta. Sente e não sente ao mesmo tempo. É menos a lembrança melancólica de uma ausência e mais um atestado reconfortante de que isso existe e segue fazendo parte do mundo."
comentários(0)comente



Samuel.Basso 01/03/2017

construção da história
Os personagens transparecem uma profundidade psicológica e, ao mesmo tempo, dão fluidez à história. O personagem central do romance é descrito por um narrador externo que mistura sua impessoalidade com uma linguagem coloquial; isto aproxima o leitor do personagem e também estabelece uma atmosfera para o enredo. Algumas críticas concernentes às histórias paralelas que se alongam demais, embora não seja um problema em si pois dá vazão para a construção do personagem. Ademais o livro é de uma leitura tranquila, há poucos diálogos estruturados em torno de questões filosóficas e científicas, e os personagens são bem desenhados ao longo da trama.
comentários(0)comente



Vicente Moragas 29/03/2017

A história mais nonsense que você respeita.
E tenho dito.
comentários(0)comente



celof 21/06/2017

The best
Pra mim, o melhor dele disparado. Obrigatório e sensacional. Como já diria Tim Mais racional: leia o livro!!!
comentários(0)comente



leonel 17/07/2017

Cita o Veterano e God of War, então provavelmente já é melhor que todos os demais escritores contemporâneos. E tal.
comentários(0)comente



Michel 14/11/2017

Perfeito
Daniel Galera realmente escreve muito bem. A leitura flui com uma facilidade incrível. Senti uma empatia enorme com o personagem porque também nado, pedalo, corro, sou meio solitário e aventureiro. Vou ler outros livros dele com certeza.
comentários(0)comente



DaniM 04/01/2018


Um personagem sem nome se isola da família e amigos após o suicídio do pai e parte em busca da verdade por trás da história obscura de vida do seu avô. Nessa “viagem”, ele também vai tentar digerir os próprios dramas.
Nunca tinha lido Daniel Galera e sua escrita não me conquistou. Sei que ele é bem hype, seus livros viram filmes e são premiados e publicados mundo afora, mas achei-o detalhista demais em momentos extremamente monótonos da história, enquanto passa batido por momentos cruciais da narrativa. Demorei um século pra terminar, o que pra mim é um péssimo sinal.


site: https://www.instagram.com/danimansur/
comentários(0)comente



Luiza 09/02/2018

Barba Ensopada de Sangue carrega a prosa característica de Daniel Galera. Terceiro livro que leio do autor, faz com que mesmo quando os diálogos não são tão descritivos consigamos imaginar perfeitamente desde a entonação à expressão dos personagens. Tudo tão bem construídos, assim como os diálogos, os personagens, os lugares, a loucura de cada um, a filosofia respingada pelo livro inteiro. É encantador reconhecer os lugares de Garopaba - O Al Capone Pub, as diversas praias e bares, as ruelinhas, a vila dos pescadores.
O final do livro foi a cereja do bolo, completamente inesperado (pelo menos para mim), pois fiquei esperando que acontecesse algo que remetesse ao comecinho do livro. E remeteu, sim, mas de uma forma bem diferente do que achei que viria.
Terminou deixando tudo tão perfeitamente encaixado ou subentendido que dá um vazio por saber que acabou. Reli as primeiras páginas quando a história acabou e me emocionei.
Criei um carinho imenso pelos personagens, pela Beta, pela filosofia de vida do Bonobo, pelos cachos da Dália, e uma vontade imensa de olhar para o mar de Garopaba.
comentários(0)comente



Priscilla 10/02/2018

Ótima leitura
Sempre leio resenhas antes de começar um livro e sobre esta obra achei só elogios. Realmente é uma história muito interessante, super bem escrita e o que mais me agradou foi identificar o autor brasileiro na obra. Não gosto de literatura neutra. Gosto de poder identificar a cultura do autor em sua obra e Daniel Galera é bom nisso.
O livro às vezes é descritivo demais, o que enche o saco em alguns momentos. Achei que fazia parte do recurso narrativo da história, pois o protagonista tem a singularidade de não conseguir memorizar rostos, e isso o torna muito observador. Então pensei que o volume assombroso de descrições era por conta do personagem, mas não... li outro livro de Galera e ele é prolixo mesmo. Uma pena. Mas são poucos os autores que conseguem ser cuidadosamente descritivos sem irritar o leitor. Mas isso não importa porque o livro é muito bom e o ritmo é recuperado com o envolvimento na história e na identificação com os personagens.
comentários(0)comente



201 encontrados | exibindo 91 a 106
7 | 8 | 9 | 10 | 11 | 12 | 13 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR