Tatiane Buendía Mantovani 03/03/2013
Achei meio morno...
A autora oferece alguns elementos interessantes que faltaram no primeiro livro, como a mitologia dos Enviados e sua diferenciação dos Anjos, sua origem, poderes, e isto é bom. Ao contrário do primeiro livro, achei que faltou intersecção com a outra série, na forma dos personagens acidentais aparecendo aqui e ali, e isto eu achei ruim.
Para mim, Koldo prometia muito, desde o livro do Zacharel, mas achei que ele virou panqueca muito rapido nas mãos da Nicola (e com pouca mão, diga-se de passagem). De bad boy a romantico-meloso em poucas páginas e sem aquele momento crucial sempre presente no gênero que geralmente marca esta mudança.
A estória é bonitinha, a humana Nicola e sua gêmea Laila sofrem desde o nascimento de uma doença cardíaca que sempre lhe limitou viver a vida em sua plenitude. Perderam os pais num acidente de carro que as deixa sozinhas e faz com que a saúde de Laila decaia, no início do livro, vemos Laila internada em estado de coma irreversível segundo os médicos e Nicola velando seu 'sono', deprimida e atormendada pelos demônios do medo e da dúvida (ótima metáfora para os sentimentos que tem poder sobre nossa saúde). Koldo e Axel (Axel sendo uma grata surpresa neste livro, engraçadíssimo e inconvenientemente intrigante) estão em missão neste mesmo hospital para ajudar a um outro humano atormentado por demônios em outro andar, e acaba se deparando com o quarto das duas.
Tal qual o Zach no primeiro livro, ele instantaneamente se sente atraído pela Nicola e parte numa batalha para se aproximar dela, ajuda-la a vencer os demonios que debilitam sua saúde e restaurar sua fé, alegria e paz interior.
Ao mesmo tempo tem que lidar com seus próprios terrores: a mãe que (como sabemos do livro anterior) foi quem lhe cortou as asas quando era criança (antes da idade onde se regeneraria) os flashbacks iniciais da infancia de Koldo com a cadela da mãe são de cortar o coração. Sabemos que, no fim do primeiro livro, ele a resgata do inferno e a mantém em cativeiro enquanto planeja e saboreia sua vingança.
Um pai demonio que, dado até então como morto, ressurge do nada para tocar o terror e em vários momentos quase botar tudo a perder.
No finalzinho eu achei que alguns acontecimentos foram pouco convicentes... alguns milagres acontecendo ao acaso para salvar o dia aqui e acolá.
Mas a mensagem do livro é bacana... Aquela coisa do quanto perder a fé e a paz interior é capaz de se traduzir em doenças físicas e o poder restaurador da fé. Com a ressalva de que nos livros é mais fácil ter a fé restaurada com anjos guerreiros atraentes batendo à sua porta, e o próprio todo poderoso dando o ar de sua graça a todo momento ;-)
Quanto à temperatura da relação dos dois... me decepcionou. Pouquíssimas cenas calientes. Koldo demora uma eternidade para chegar aos finalmentes com a Nicola e quando chega, falta descrição :-(
E eu achei o pouco que apareceu do Thane de uma semelhança curiosa com Paris. É bom que a autora comece a separar melhor as duas personagens, sob o risco de fazer um livro-cópia quando Thane tiver sua vez.