Vê 22/11/2013Diferente de tudo o que já li, AEcM12 retrata um cenário futurista, onde o uso de robôs providos de inteligência artificial já é uma realidade, tão consolidada que esses seres possuem até uma legislação específica que garanta seus direitos. Os andoides vão desde pequenos robôs para ajudar nas tarefas domésticas até modelos mais complexos, como o recente lançamento: AEcM12, um mecamorfo capaz de reproduzir com enorme fidelidade um ser humano para substituir um ente querido que já partiu e manter as saudades menos dolorosas.
No dia do lançamento desta nova evolução, o primeiro da fila para adquirir essa geração de androides é Arivaldo. Nutrindo uma enorme paixão pela vizinha do outro lado da rua, ele está disposto a adquirir uma cópia perfeita da moça para poder lhe fazer companhia e lhe dar o que a de carne e osso se recusa a entregar e corresponder.
Antigo desenvolvedor de máquinas de uma empresa falida, Arivaldo tem habilidades com máquinas e, por isso, é "pai" de diversos pequenos robôs, construídos com peças variadas e nem sempre nas melhores condições. Sendo assim, não pode ser chamado de solitário, mas ele sente falta de uma presença feminina, ainda mais quando a que pode ser responsável por sua felicidade, reside logo ali, do outro lado da rua.
Então, após a aquisição da mecamorfo, sua versão da Lúcia verdadeira, Arivaldo está certo de que sua vida será completa agora. Não haveria como sentir-se infeliz se ele tinha uma versão só para si. Todos os aspectos da robô foram cuidadosamente projetados, baseados no tempo de convivência entre os dois, já que o pobre homem se oferecia de "terapeuta" para a vizinha. Não havia possibilidade de dar errado, era o final que ele tanto esperava. Mas...e se a verdadeira Lúcia esbarrasse em sua cópia?
AEcM12 foi uma leitura bem rápida, com um tema bem diferente do que estou acostumada. Confesso que não sou fã desse ramo da ficção científica. Robôs, inteligência artificial, tudo isso nunca me interessou muito, nem mesmo filmes do gênero como O Homem Bicentenário ou Eu, Robô. Mas a leitura foi bem agradável na medida em que deveria ser; apesar de todas as nomenclaturas técnicas, o que já era esperado, fiquei muito satisfeita em saber que o autor definitivamente fez sua tarefa de casa ao criar o mundo futurista e robotizado que desejava para ambientar essa história.
No entanto, a estrutura da narrativa não foi muito interessante, nem conseguiu me prender. Narrada em terceira pessoa, o texto é repleto de reflexões, a maioria delas separadas por sentenças curtas. Para mim, é algo completamente diferente do que estou acostumada a ler em outros livros e, talvez, não seja o tipo de narrativa para mim. Foi um fato que se repetiu nessa nova obra do autor e que eu já havia conferido na leitura de Três Amores Instantâneos, provocando o mesmo incômodo durante a leitura.
Outra coisa que me incomodou muito na leitura foi o estado em que o livro chegou para mim. Com as páginas levemente amareladas, o choque maior foi quando, em plena leitura, uma folha caiu no meu colo, completamente descolada da brochura. Eu não sei como o livro saiu das mãos do autor para o Book Tour, se estava novinho em folha ou já com certas marcas de uso, mas ainda assim achei bem estranho a folha se desprender do livro.
No mais, a leitura foi interessante, uma saída da minha zona de conforto. Apesar da narrativa um pouco cansativa para mim, o enredo foi bem desenvolvido e, para os fãs de ficção científica e cenários futuristas, é uma ótima opção.
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