João Miguel

João Miguel Rachel de Queiroz




Resenhas - João Miguel


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JuanComjota 14/04/2024

?Deus é para os ricos, Dona Angélica??
"...ensinando que o homem foi feito na semelhança de Deus... Que dirá se não fosse!"

João Miguel nunca foi pai, mas poderia ser. O seu. O meu.
João Miguel bebeu o veneno que incendeia coragem nos homens. João matou.

O cárcere transforma quem o vivencia, mas não em outro. Como ser outro se não a si mesmo?
A privação, a criação de novos vínculos, o encerramentos de velhos ciclos. Uma traição, várias lições.
Muitas camadas de interpretação, mas uma me atravessou de forma mais poderosa, mesmo sendo uma leitura curta, a reflexão tende a perdurar mais tempo na minha cabeça.
O sofrer de quem te fez desesperar pode até te trazer prazer, mas nunca, nunca, nunca vai ser um alivio pra sua própria dor.
João preso, traído, se compadece (mesmo que pouco e embriagado pelo amargor da lembrança) da situação de quem uma dia chamou de "Santa".
Escrita leve de uma história tão áspera, carregada e cheia de paralelos. De se levar para a terapia, para descobrir sobre si mesmo. Excepcional!
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@Matcholo 14/03/2024

Rachel dispensa comentários meus amigos, vocês sabem que sou fã de carteirinha e João Miguel foi mais um grata surpresa, acompanhar o dia a dia do protagonista preso por matar um cabra a facadas se torna por demais interessante na narrativa da autoral, com um final lindo de doer, mais um que entra na minha lista de favoritos, LEIAM RACHEL DE QUEIROZ, recomendo fortemente.
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Vanessa.Vtknas 04/02/2024

Retrato de um ser humano que sofre a consequência de um erro
É a história de um homem simples que comete um crime numa bebedeira e vai preso. O livro, escrito em terceira pessoa mas do ponto de vista do preso, relata o cotidiano dele na cadeia, suas angústias, sua visão sobre o crime e suas relações pessoais. É uma interessante maneira de humanizar os detentos, bem escrito e envolvente.
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Sylvia 19/12/2023

Rachel de Queiroz simplesmente não erra uma!

Uma história melhor que a outra; um livro melhor que o outro!

Maravilhosa!
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Hono 15/08/2023

Above the Mother Earth
Gostei. Um livretinho rico em questões, ótima leitura de verão. Sobre temas do profano ou juízos divinos. Rachel de Queiroz consegue transitar muito bem (para o segundo livro publicado da vida dela). Uma boa inspiração para a obra que tô tentando juntar em palavras.
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Tiago 18/02/2023

Rachel de Queiroz e a psicologia do preso
"João Miguel" conta a história do protagonista que dá nome ao romance logo após ele ser preso por assassinato e durante o tempo que passa na prisão. O livro começa exatamente com a cena do assassinato, onde João Miguel, completamente bêbado, se desentende por um motivo fútil com a vítima. Ele é imediatamente preso e é levado ao estabelecimento prisional da cidade, onde irá aguardar o julgamento.

A forma como Rachel de Queiroz conta o tempo que João Miguel passa na prisão é fascinante. Ela consegue explorar muito bem a psicologia do preso sob várias dimensões. Temos o abandono e equecimento paulatino por parte das pessoas que estão do lado de fora bem destacado nesta passagem: "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar." .

Observamos também como se dá a criação de novas relações dentro da cadeia (tanto com os funcionários quanto com outros presos), os momentos de solidão onde o preso muitas vezes "analisa" o próprio crime e, também, como o trabalho na cadeia é uma via de escape dos maus pensamentos.

Alguns diálogos do livro tem reflexões bastante interessantes, principalmente se a pena de prisão é realmente a forma mais adequada para um criminoso pagar pelo seu crime: " Me diga, Seu João, me diga, pelo amor de Deus, qual pode ser a vantagem para esse homem que morreu, e para o povo do Riaçhão, em me botarem apodrecendo aqui neste chiqueiro, meus filhos morrendo de fome, minha mulher se acabando para arranjar um cozinhado de feijão ou uma cuia de farinha? Por aquele infeliz ter ido para debaixo do chão valia a pena se fazer essa desgraça toda a tanta gente?"

Mais um grande trabalho de Rachel de Queiroz. Este é o segundo livro que li da autora e mais uma vez gostei bastante do seu estilo de escrita.
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voandocomlivros 27/09/2022

〰 "A grande causa de esquecimento, a responsável pela pouca contrição da gente e a pouca constância no arrependimento, é o tempo não ser, como o espaço, uma coisa onde se possa ir e vir, sair e voltar... O que se passa no tempo, some-se, anda para longe e não volta nunca, pior do que se estivesse do outro lado de terra e mar.

Afinal, quem se pode manter, num espelho, uma imagem que fugiu?"


"João Miguel" é aquele livro que começa quietinho, bem de mansinho, e quando a gente menos espera, ganha uma proporção gigante.


Foi meu primeiro contato com a escrita da Rachel de Queiroz e eu só sabia ficar encantada com tamanha delicadeza em transmitir suas mensagens. Uma prosa regionalista cheia de oralidade agradável.


O protagonista do livro dá título a obra, "João Miguel" trata a história desse homem de vida simples, humilde, um homem comum, que em um dia de samba, fica bêbado e acaba por tirar a vida de outro homem. Como consequência, João Miguel vai para a cadeia.


〰 "Mas o pior desta vida não é a gente viver só não, dona... Em qualquer parte se acha companhia. O pior é a gente saber que não presta pra nada no mundo, que só serve pra andar se alugando, de patrão em patrão, feito burro de frente."




Quase 100% do livro se passa na cadeia. A Rachel consegue trazer a perspectiva da vida de um preso. Mas a obra não é apenas isso, de maneira muito singela, a autora construiu várias camadas significativas que propõem, ao leitor, inúmeros questionamentos e reflexões. João passa a se autoanalisar, e essa visão interna constratando com a externa fazem borbulhar nossos pensamentos.


Outra questão proposta nesse romance que também pode ser nomeado como social é como a justiça funciona de forma diferente para os ricos e os pobres.


"João Miguel" foi publicado pela primeira vez em 1932, mas que ainda hoje grita por atenção ao sistema carcerário brasileiro.


Eu não sabia muito o que esperar do desfecho, mas confesso que a surpresa foi muito positiva. Esse livro/protesto me fisgou e agora eu só desejo ter oportunidade de ler outras obras da autora.


Você já leu Rachel de Queiroz?

site: https://www.voandocomlivros.com/post/jo%C3%A3o-miguel-resenha
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Rae 12/02/2022

Interessante, porém repetitivo.
Digamos que esta seja uma leitura para quem gosta de livros mais simples em entendimento. O enredo se passa sempre em um mesmo local, sob a perspectiva de um observador-narrador quase que por inteiro. Há um aprofundamento psicológico do protagonista, o que permite o entendimento sobre a questão desenvolvida no enredo de uma forma mais justa. O livro é bom se você pretende usar como repertório para redações, por exemplo, pois retrata de uma outra perspectiva, as angústias e mazelas de quem vive a realidade do cárcere. Talvez seja um ponto de partida pra quem tem resistência sobre essa temática. Aconselho a dar uma chance para além das primeiras páginas, e que se permita vivenciar uma experiência de imersão durante a leitura, porque essa é acima de tudo, uma leitura sensorial.
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Lucas.Batista 24/04/2021

Rachel é Rachel.
Narrativa curta. Sucinta.
A diferença que sentimos quando lemos uma escritora do calibre de Rachel de Queiroz, para quando lemos um Torto Arado, por exemplo, é nítida.
Aqui encontramos um agreste pobre, triste e, acima de tudo, crível.
As denuncias e críticas sociais são tão fortes quanto qualquer narrativa nova, porém aqui você enxerga também a humanidade desses personagens. Eles possuem erros e acertos. Erros que, muitas vezes não são desculpáveis por sua condição social.
E a narrativa de Rachel é chover no molhado. Sublime. Regionalista no ponto certo. Te insere em uma conversa nordestina, mas sem utilizar-se de tanto regionalismo que acaba por excluir a compreensão do leitor de fora.
A é, e a história? João Miguel, logo na primeira página, fica "de fogo" e mata um homem num pagode. A novela se passa então dentro da cadeia, acompanhando as reflexões dele e de seus companheiros. Personagens muito bons e que mostram a maestria dessa escritora, pois ela, em menos de 150 páginas, constrói personagens profundos.
Ótimo livrinho, para ler numa sentada.
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Clau 26/03/2021

Drama da prisão. Traição. Investigação psicológica. Romance social.
João Miguel é o personagem principal do livro: um homem simples e comum que foi preso em flagrante por ter cometido um crime por ele não planejado. A tomada de consciência do preso, sua angústia e tensões vividas na prisão são o foco da narrativa. O enredo do romance se passa no interior do Ceará, traz muito da cultura e registros típicos da linguagem do povo nordestino. Vale a pena ler.
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Jéssica Santos 16/09/2018

Rachel de Queiroz vem com o seu segundo livro, também dotado de regionalismo, eu AMO isso nela, me sinto em casa lendo as obras da mesma.
Nesse livro nós temos a história de João Miguel e como ele foi parar na cadeia, o livro acaba humanizando encarcerados ao mostra o ponto de vista deles e porque estão presos.
Em resumo trata da solidão da vida humana, a forma como nascemos e morremos sozinhos, a maneira que podemos errar durante nossa trajetória, e isso pode ser caracterizado como uma punição pela lei OU uma punição pela vida, vemos isso claramente ao repararmos como a vida de Santinha acaba, afinal qual terá sido a maior perda? A de João Miguel ou a de Santinha? Fica aqui a reflexão.
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Dayana116 13/01/2018

Ler Rachel de Queiroz sempre me traz a sensação de encontrar velhos conhecidos. O lugar da minha infância, mesmo quando as personagens são tão diferentes de mim parece que já ouvi falar daquele tipo em uma era remota. Talvez por isso sinta tanta afeição pelas suas narrativas.

João Miguel, personagem que dá título ao livro, é um homem comum que sob embriaguez cometeu um crime. Um homicídio. E por causa deste ato de insensatez ébria acaba preso. E a partir daí o cenário da narrativa é o cárcere. Um cárcere bem peculiar, só possível no interior de uma cidadezinha nordestina dos anos 30, onde os presos transitam com certa liberdade dentro das dependências da cadeia, a exceção de João Miguel que ainda não foi para o sumário (ou seja, não foi julgado e sentenciado) e permanece trancado.

Os presos, “livres” na cadeia, mas aferrados ao compromisso resignado de cumprir sua sentença, parecem submetidos a uma Lei moral ou apáticos demais para fugir. Por exemplo, quando João Miguel, recém-chegado, questiona a outro preso, Zé Milagreiro, o porquê de um terceiro preso não fugir visto que vive uma espécie de regime semiaberto, Milagreiro responde: “Pra quê? Onde é que, fugindo, se escondendo, ele podia viver melhor do que aqui? Só tem mesmo essa obrigaçãozinha de vir dormir na cadeia”.


Em “João Miguel” Rachel introduz uma breve discussão sobre o sistema penitenciário, sobre sua validade e capacidade, ou não, de recuperação; discussão que me pareceu o mais relevante deste livro. No entanto, as personagens, apesar de aceitarem a pena resignadas, pareciam não sentir nenhum remorso pelo assassinato cometido, o que me causou certo estranhamento.
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Raquel Lima 10/09/2017

Liberdade ?
Como O Quinze , um encanto de literatura regionalista. A simplicidade bruta que tem sua poesia no rude , no sofrimento sem esperança .
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regifreitas 02/09/2017

Existe crítica social. Existe aprofundamento psicológico, sobretudo do personagem título. Mas tudo diluído em um enredo que progride muito pouco. Os personagens partem de “A” e chegam em “B”, mas não há mudanças significativas, pois não se desenvolvem, não evoluem, não crescem como pessoas. De positivo, o texto é simples, mesmo com a presença de traços de oralidade e alguns regionalismos típicos, que não prejudicam tanto a fluidez da leitura (como na obra anteriormente lida, de José Lins do Rego).

Segunda obra da autora que leio, o primeiro tinha sido O Quinze (1930). Por coincidência, e sem intencionalidade da minha parte, são respectivamente os dois primeiros livros escritos e publicados por, uma ainda jovem, Rachel de Queiroz (então com 20 e 22 anos, nessa ordem). Talvez seja por isso que nenhum dos dois tenha me agradado tanto. Talvez por trazer as marcas de uma autora em construção (?) e ainda não no domínio pleno de sua técnica (?).
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Na Literatura Selvagem 19/11/2016

As agruras de um homem encarcerado... João Miguel, de Rachel de Queiroz...
Tive contato com a escrita de Rachel de Queiroz uns anos atrás, quando me deleitei com a leitura de O Quinze, um de seus títulos mais famosos... Recentemente ganhei de um amigo o livro João Miguel, e resolvi me entregar a leitura sem saber muito da história... Mas se tratando de Rachel, já previ uma narrativa intensa e fluida...

João Miguel se envolve numa briga e o resultado dela é a prisão, depois de ter matado seu oponente... Houve um crime num ambiente ruralista e o drama surge daí. João precisa aprender a lidar bem com seu tempo na cadeia, a preencher as horas ociosas, e vendo seu relacionamento com Santa ir minguando com o decorrer dos meses...

leia mais em

site: http://torporniilista.blogspot.com.br/2016/11/as-agruras-de-um-homem-encarcerado-joao.html
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