Bru 22/07/2013Há uma flor nos meus espinhosPostais do Coração foi uma leitura que tinha tudo para me conquistar, mas, infelizmente, acabou me decepcionando em alguns pontos.
Basicamente podemos dividir o livro em três enredos. O primeiro conta a crise no casamento de Conor e Jess. Na verdade os dois nem casados legalmente são. Eles estão juntos há algum tempo, já têm um casal de gêmeos e se amam profundamente, mas jamais disseram sim um ao outro diante de um juiz de paz. Quando Conor começa a investir, quase que integralmente, seu tempo para escrever um livro, Jess começa a ficar enciumada e reclama que ele não dá mais atenção para a família. A partir de então o clima entre os dois só piora.
Em uma segunda perspectiva temos a vida amorosa de Saffy, uma mulher bem sucedida, que trabalha em uma agência de publicidade famosa na Irlanda e namora um dos atores mais em alta do momento, Greg Glesson. O problema é que o cara não quer nem saber de casamento, já Saffy quer porque quer esta união.
Por último, mas não menos importante – na verdade, na minha opinião, este é o enredo mais importante do livro – temos a vida familiar de Saffy. Sua mãe super protetora descobre ter uma grave doença, ao mesmo tempo que a jovem precisa lidar com a saudade que sente do pai, pois acredita que ele a abandonou quando ela ainda era criança.
Muitas outras situações acabam surgindo durante o livro, mas essas são as três histórias base que dão “pano para manga” durante a obra de Ellen Griffing. Tudo o mais que acontece acaba inserindo-se no meio de algum desses três enredos.
A história de Conor e Jess até poderia ter me cativado, e digo que por um momento achei que seria realmente boa. Mas o seu desfecho foi frio, presunçoso e nem um pouco convincente. É aqueles que nos deixam imaginando o que aconteceu em seguida, mas as minhas perspectivas de o que aconteceu depois do fim da história deles não terminam com “Felizes para sempre”. Então, acho que faltou algo. Faltou um cuidado maior com alguns detalhes que ficaram no ar, superficiais e que acabaram deixando o lindo romance deles sem encanto algum.
Já a vida amorosa de Saffy muito me decepcionou. Achei a personagem muito covarde em diversos momentos da história. Ela tinha muito medo de falar a verdade, preocupada com o que os outros iriam pensar ou dizer. O desfecho desta catarse toda me pareceu muito forçado. Nos 45min. do 2º tempo tudo virou arco-íris e o mundo foi coberto de purpurina. Não, minha gente, as coisas não são assim! Se tivesse acontecido de outra forma a história dela até poderia ter me conquistado. Mas não. No finalzinho houve um fato que estragou tudo. Ele foi contra tudo o que vinha acontecendo na história; contradisse o que eu estava esperando que acontecesse e me deixou decepcionada.
Mas nem tudo são espinhos, e no meio deles sempre há uma rosa escondida. Como eu disse antes, a história dos pais de Saffy muito me agradou. Todo o drama da doença da mãe dela e o mistério envolvendo o pai da jovem me deixaram muito comovida e contente com o rumo que a história tomou. Este enredo não é cem por cento feliz, e isso é um dos detalhes que me fez gostar ainda mais dessa parte, pois torna a história mais plausível, mais próxima da realidade.
Resumindo, o livro é bom, e tem um grande potencial de trama e tudo mais. Só acho que algumas partes poderiam ter sido melhor trabalhadas. Muitas coisas poderiam ter sido suprimidas, pois só aconteceram para ocupar espaço. Enquanto que outras situações que deveriam ter sido mais exploradas acabaram sendo tratadas de maneira superficial. Acho que cada um deve ler e tirar suas próprias conclusões sobre esta história.
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