Eric Rocha - Ersiro 28/12/2020
Astronauta - Magnetar
Aborda principalmente os temas solidão, espírito aventureiro, relações e laços afetivos. A solidão aqui é a companheira; representada com o ressoar e eco de cada pensamento do Astronauta. Os pensamentos no início se dão com explicações científicas e dotados de consciência e culminam em insanidade e uma tempestade de emoções. É interessante observar no começo da história uma certa prepoderância de Astronauta ao afirmar que não é como o avô, pois é inquieto e vive para ir a lugares onde ninguém jamais esteve. Porém ao seguir o caminho oposto do avô que preferiu viver em um lugar só, na fazenda e cuidar dos que estavam ao seu redor, e não se arriscou, Astronauta esqueceu (ou ignorou) o conselho do avô baseado em experiência própria e, no fim, trilhou o mesmo caminho, só que com a escolha inversa: preferiu desbravar o universo e como consequência, obteve a solidão. É emocionante captar a mudança de percepções do Astronauta reproduzidas no início que trata a relação familiar e afiliativa com afastamento para, por fim, ser o que mais quer desesperadamente: voltar ao lado daqueles que o amam. Isso mostra o quão humano é este personagem e permite nos aproximarmos e nos identificarmos com ele, pois simboliza de igual forma, nossas próprias inquietudes. É o primeiro da Graphic MSP que leio, mas tenho completa convicção que a ideia de releituras do universo e personagens do Maurício é sensacional; permite outros olhares contemporâneos sobre eles.
Nota 5.