Nenhum Olhar

Nenhum Olhar José Luis Peixoto




Resenhas - Nenhum Olhar


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Rodrigo Brasil 02/08/2019

A fantasia é real
Este livro é tão incrível, mas tão difícil de escrever uma resenha à altura.
Do que se trata? Do cotidiano numa vila rural do Alentejo. Mas não é um cotidiano normal, neste cotidiano encontramos o gigante, o demônio, um idoso com 150 anos, gêmeos ligados. É tudo muito fantasioso, mas ao mesmo tempo tudo tão real. É a vida como ela é. Com suas traições, paixões, solidão, amor e angústias.
É o terceiro livro que leio do Peixoto. Todos são igualmente especiais, cada um com suas características. Mas sempre cheios de sentimento nas palavras.
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BrunaKoelln 17/02/2019

Prefeito!
Li devagar para absorver cada detalhe e desejando que não acabasse. Escrita incrível!
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Cândida Bernardi 15/12/2018

"...talvez os homens existam e sejam, e talvez para isso não haja qualquer explicação; talvez os homens sejam pedaços de caos sobre a desordem que encerram, e talvez seja isso que os explique."
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Marcos 13/04/2011

Resenha
Troco minha resenha por uma 6ª estrela
Renata CCS 01/09/2014minha estante
Adorei!




DIRCE 22/10/2010

Mero detalhe
Ao ler a resenha da minha amiga Vivi, não resisti a tentação e conclui: tenho que ler esse livro, mesmo porque já compartilhamos leituras de alguns livros e não me recordo de discordâncias em nossas opiniões (exceto Saramago, mas este não conta – ainda chego lá).
Logo na primeira página pensei: que lindo!Este livro promete,mas (tem sempre um mas) o que vejo de repente? Um demo fuxiqueiro servindo na venda do judas? Um gigante? É isso mesmo? Reli e era isso mesmo. Ai!ai!ai!... não vou gostar. Afinal em Cem Anos de Solidão tive que travar uma batalha...Será que o Sol carioca "fritou" os miolos da minha amiga?
Vamos ver no que vai dar, pensei, e segui em frente.
Gostaria muito de dar uma de intelectual, de sabichona, e de poder dizer que entendi tudo o que José Luiz Peixoto quis transmitir com suas alegorias. Dizer que entendi o porquê de todos os nomes bíblicos. Dizer que sei dizer qual é protagonista da história, entretanto, o que aconteceu foi que os meus QI´s se tornaram polar: o meu Q.E ( quociente de entendimento) foi lá pro Polo Sul, e o Q.S ( quociente de sensibilidade) foi lá pro Polo Norte e, penso que não houve,em momento algum,uma congruência entre eles.
Entretanto, a cada linha lida, o meu quociente de sensibilidade começou a se fazer presente. O ENTENDIMENTO? Diante da beleza da escrita ele( o entendimento), se tornou tão, mas tão minúsculo. A cada frase, a cada página, a emoção começou a tomar conta de mim de forma contundente. A leitura desse livro foi como ouvir uma bela canção interpretada numa bela voz, porém, em um idioma que eu desconhecia só que, isso, era um mero detalhe porque a beleza e a dor vislumbradas eram tamanhas que me levaram as lágrimas. Terminei o livro numa espécie de estado de choque. Transcrevo abaixo três dos muitos fragmentos que fizeram com que as lágrimas rolassem:

(...) Imagino-te a ver esta noite da varanda dos meus olhos, a entrares nesta floresta de mil estrelas por contar, estas estrelas que não chegam para iluminar a terra, mas que iluminam pequenas circunferências do céu à sua volta. Imagino-te a ouvires-me enquanto se calhar embalas o menino com essa cantiga com que o teu pai, quando eras pequena, te adormecia e que assobiava no telheiro da tarde. pág. 55

(...) Mãe como gostava de ter de ter-te sentido dentro dos meus braços, como gostava de ter estado dentre os teus. Mãe para ti a morte não é cruel , pois há muito escolheste existir apenas para me lembrares o amor e, agora que nada em mim tem regresso eu sou definitivamente uma vertigem (...), pág. 181.

(...) Aproxima-se o fim e o desespero, E, sei agora, o fim e o desespero são a serenidade de uma solidão eterna e irremediável, tudo eterno e tudo irremediável, são o silêncio de quem chora sozinho numa noite infinita(...)pag.182

Afinal de que trata o livro? Penso que da DOR, da SOLIDÃO, do TEMPO, da existência , melhor dizendo, da NÃO EXISTÊNCIA, da morte e de tudo que está “impresso no DNA” da humanidade.
MAG-NÍ-FI-CO, mais um a figurar um dentre os meus favoritos.



Obs: Releitura em 10/2019. Melancólico, lindo. Graças a generosidade da minha amiga Vivi , tenho um exemplar com uma dedicatória do autor com os dizeres: Para a Dirce. Este é um romance de homens e mulheres da terra. Com a estima de José Luiz Peixoto. Rio (17/12/2012)
Hoje (11/11/2019) acrescentaria às palavras de J.L.P as palavras sobreviventes heroicos.
Um livro que deve ser LIDO, RELIDO E DIVULGADO.
Viviane 23/10/2010minha estante
:)
Também tive essa mesma reação inicial. Achei que não fosse gostar pelos mesmos motivos que vc citou e, de repente, a obra me atingiu de forma irremediável. Achei tudo tão poético e tocante que o entendimento racional deixa de ser um objetivo.
Não sei se vai acontecer com vc, mas eu passei a gostar ainda mais do livro alguns dias depois da leitura. Viu como ainda não estou sofrendo de insolação? ;)


Ladyce 19/10/2012minha estante
Dirce, ótima resenha. Ela ajuda a quem às vezes resiste à uma leitura... Obrigada!


Ladyce 19/10/2012minha estante
Dirce, ótima resenha. Ela ajuda a quem às vezes resiste à uma leitura... Obrigada!




*Carina* 03/10/2010

As palavras, a morte e a vida.
"Não tenho medo das palavras. Vê como digo morte: morte morte morte morte morte. Repito-a assim e roubo-lhe o sentido. Roubo morte à morte."

Eu, ao contrário de Peixoto, confesso que tenho medo das palavras. Tenho medo de sua incompletude, da impossibilidade de ser perfeitamente compreendida, da eterna dissonância entre o que se quer dizer, o que se diz, e o que é escutado. Além disso, a impossibilidade de controlar as palavras uma vez que essas deixam nossa boca - ou nossos dedos - é algo assustador. Essas palavras aqui, por exemplo, podem fazer com que alguém resolva ler esse livro, ou desista de lê-lo. Então como posso escrevê-las, sem ter certeza de seu efeito para cada um que as lerá? Só posso, e só o faço, por me submeter justamente a essa alteridade que a dimensão da palavra traz tão forte. Só digo o que digo aqui, porque preciso part-ilhar da minha experiência na leitura desse livro. Preciso deixar que essa parte de mim se vá em palavras, para que o livro reste em mim como efeito.

Todo esse devaneio não era - como nunca é - o que eu tinha em mente ao começar a escrever essa resenha. Mas como foi o que saiu de meus dedos irei deixá-lo aqui, em homenagem a Peixoto e sua liberdade com as palavras que tanto me encantou. "Nenhum Olhar" é um livro belíssimo. Tem uma história majoritariamente triste, mas a destreza do autor com as palavras é tão grande que mesmo a tristeza me causava uma certa alegria, um contentamento por poder ler o que ali estava escrito. E tem pelo menos três cenas incríveis, uma delas, na página 55, é uma das cenas mais belas que já li na vida, só de lembrá-la meus olhos já se enchem d´àgua.

No trecho que citei no começo da resenha, Peixoto diz que "Rouba morte à morte". Eu discordo; o que ele faz, através de suas palavras, é dar vida à vida.
Paula 29/09/2010minha estante
Linda a sua resenha, Carina. Eu já comprei esse livro desde o início do ano e ainda não o li, mas será um dos próximos. José Luis Peixoto realmente sabe brincar com as palavras, dando vida ao texto. Dele já li Uma casa na escuridão e Cemitério de pianos, mas pelas resenhas que tenho lido parece mesmo que Nenhum Olhar é a obra prima do autor =]


Amandha Silva 30/09/2010minha estante
Estou com o livro aqui na fila eterna. Sua resenha me fez querer lê-lo mais ainda. O que um livro é capaz de deixar em nós é o legado mais bela que a escrita pode proporcionar, e quando isso é bom, é perfeito.


Nessa Gagliardi 30/09/2010minha estante
Cá, mais uma linda resenha sua. Parabéns! Ainda bem que meu "Peixoto" já está à caminho!




Viviane 01/09/2010

Todos os sentidos
Não conhecia a escrita de José Luís Peixoto, não sabia nada sobre o livro, não tinha lido nenhum comentário a respeito da história. Escolhi "Nenhum olhar" simplesmente porque era português e estava disponível na biblioteca. A leitura era tão despretensiosa que iniciei o livro no intervalo do almoço, com apenas 15 minutos disponíveis e a vontade simples de me distrair.
Mas então o texto me atingiu. Os primeiros 15 minutos foram interrompidos por obrigação e as palavras daquelas primeiras páginas reverberaram durante todo o dia.
Num ambiente rural marcado pela simplicidade, a vida ganha personagens fantásticos e os sentimentos emergem muito verdadeiros, sem a companhia das palavras, sem explicações possíveis. O sofrimento se percebe e se sente, a tristeza é visível, o afeto é real.
Em determinados momentos a poesia é tão grande que se desprende da narrativa. E mesmo quando o mundo acaba, é belo.
Terminei o livro já com vontade de reler muitas passagens e a certeza de que o olhar de Luís Peixoto desperta em mim todos os sentidos.
DIRCE 03/09/2010minha estante
Que linda resenha, Vivi.
Ai, Ai! Será que vou me viciar em Luiz Peixoto também?
bjs




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