Ju 22/02/2013Presságio: o assassinato da freira nuaO livro é completamente eletrizante. Me pegou de jeito desde o início, e não consegui largar. Terminei de ler em menos de 24 horas.
Alice é uma garota de 26 anos que tem presságios. Visões de coisas que aconteceram, estão acontecendo ou vão acontecer em breve.
"- Sabe o que é clarividência? (...) - É a capacidade de ver os fatos por meio da energia impregnada nos objetos."
Mas os presságios dela são um tanto quanto peculiares... os melhores e mais completos surgem quando ela tem um orgasmo. É, vocês entenderam direito... rs... Ou seja, podem esperar um suspense policial muito bom com algumas cenas sensuais.
Alice normalmente tem uma visão ao tocar alguma coisa ou alguém. Está se consultando com o oitavo psiquiatra, e nenhum dos médicos com quem ela já teve contato acredita que o que ela tenha seja um dom, e sim algo que precisa ser controlado com os medicamentos adequados.
Até que a garota tem a visão de um assassinato. E o assassinato de uma conhecida, que aconteceu durante uma festa em que ela esteve presente. Não que ela amasse profundamente a pessoa, mas um assassinato não é algo que possa ser esquecido ou deixado de lado.
"Levantou-se e correu até a janela. Ao abri-la, Alice viu uma lua imensa que parecia estar manchada de vermelho-alaranjado. E naquela luz estranha ela enxergou o rosto demoníaco pintado de vermelho, os cabelos untados com gel, a maquiagem sinistra com gotas negras que pareciam escorrer de seus olhos, como lágrimas de ódio e morte."
Alice diz à polícia o que viu, mas os responsáveis pelo caso deixam bem claro que não acreditam que visões possam ser levadas a sério.
"- Só é louco quem fala demais! Porque , se você não fala nada, as pessoas não adivinham o que está dentro da sua cabeça! Pode ser a pirada mais demente de todas! Mas, se você não fala nada, você é normal, entendeu?!"
A garota decide correr atrás da solução do crime sozinha. Ela é extremamente corajosa (e sim, tem um pouco de doida também, se arrisca o tempo todo). Alice passa por tanta coisa! Precisa de muita persistência e perseverança para ir até o fim. Se machuca de todas as formas possíveis, mas não desiste de jeito nenhum. Ela quer fazer justiça, é claro... Mas quer mais do que isso. Precisa ter certeza de que não está enlouquecendo. Tem consciência de que suas visões não são alucinações mas, com tanta gente dizendo o contrário, fica difícil manter a fé em si mesma sem conseguir a comprovação.
Só achei que ela se recupera muito facilmente no final. É legal que ela consiga seguir com a vida, mas acho que pulou a parte do choque... Fiquei com muito nojo de algumas cenas, que me deixaram extremamente revoltada. E o pior é que não duvido da existência de cenas como as que o Leonardo escreveu fora dessas páginas.
Adoro livros que têm esse poder. Que mexem com a gente, nos fazem viver todo tipo de sentimento e nos colocam pra pensar.
"- Você pode imaginar uma coisa dessas? Ter ódio de alguém que ama você?"
O mistério vai se desvendando aos poucos... quando a gente pensa que terminou, surgem fatos novos. Só o último de todos os mistérios eu desvendei facilmente, na primeira vez em que uma pessoa apareceu na história. A trama é muito bem construída, e todas as informações são muito bem amarradas.
O livro tem aquilo de castigar culpados, sim (eu realmente sinto falta disso quando não acontece). Mas nem todo mundo é desmascarado. E o autor deixa margem para uma continuação. Eu não queria que a Alice sofresse mais, mas acredito que ela não vai ter escolha, se existir uma sequência.
Publicada originalmente em: http://entrepalcoselivros.blogspot.com.br/2013/02/resenha-pressagio-o-assassinato-da.html