denis.caldas 25/05/2023O liberalismo é uma doutrina política......voltada para a melhoria das condições materiais do gênero humano. Seu propósito é reduzir a pobreza e a miséria, e o meio que propõe para que esse objetivo seja atingido é a liberdade. O pensamento econômico e a experiência histórica não conseguiram, até hoje, sugerir um outro sistema social que seja tão benéfico para as massas quanto o liberalismo. (da pg. 109 do Cap. III)
Inicio essa pequena resenha com um trecho que resume o que é o liberalismo, pois sempre me sinto bem quando leio um livro sobre o assunto, pois simplesmente não há hipocrisia ou venda de um sonho, é como se você estivesse conversando sinceramente com um grande amigo seu, falando sobre as coisas da vida, sobre a vida como ela realmente é. É diferente do que conversar com pessoas que dizem uma coisa e fazem outra, é diferente do que ler sobre belas palavras teóricas que afundam na práxis do cotidiano.
Eu sei que você está pensando que, mais importante do que o material é o espiritual, que devemos proteger os frascos e os comprimidos, mas para fazer isso somente com a riqueza e o progresso humano, só é possível repartir o bolo se fizermos ele crescer, pois, como disse Bertolt Brecht, "primeiro a barriga, depois a moral". Enfim, só conseguimos distribuir riquezas se, primeiramente, a promovermos por um bem comum.
Por isso que é tão combatido em todos os países em menor ou maior medida, pois beneficia o povo em detrimento das elites intelectuais, econômicas e políticas.
"O que importa, por ora, é consignar que a adoção da regra e a submissão a ela surgiram na humanidade como um meio para atingir o objetivo de aumentar a satisfação ou diminuir o desconforto. A implementação de leis ou regras que contrariem os inexoráveis determinantes da ação humana só poderá ser feita pelo aumento da coerção. Na medida em que isso ocorra, a sociedade livre transforma-se em uma sociedade submetida a um poder autoritário, seja ele o monarca, o déspota, o ditador militar ou o representante de uma eventual maioria que controla um Estado todo-poderoso." (4 - As regras de justa conduta; em II - Ação humana e economia) É aqui que começo a entender o porquê do Direito Consuetudinário ser melhor do que o Romano, do Natural ser melhor do que o Positivo. E como o jogo de palavras mascara a realidade: o Direito Positivo deveria se chamar Impositivo; Progressista não tem nada de progresso etc.
Enfim, diferente de livros mais voltados à realidade do hemisfério norte, além de ser mais didático do que alguns livros de Mises, neste livro o autor foca na realidade do Brasil, e faz algumas propostas liberais. Por isso, é um dos meus muitos favoritos.