Angélica 27/04/2013Uma tragi-comédia em quadrinhos"Manual da Auto-destruição" é um dos materiais autobiográficos mais diferentes que já tive a oportunidade de conhecer. Ao invés de falar de um assunto ou fase específica da vida de maneira linear, como acontece na maioria das obras do gênero, Ryot aproveita ao máximo as vantagens da mídia pela qual se expressa: através de tiras curtas e ilustrações avulsas, não relacionadas diretamente umas com as outras, o autor fala sobre ideias e situações que percorrem a sua vida. Ao invés de contar uma história, este álbum funciona mais como um guia sobre o quê o autor pensa sobre uma série de assuntos.
O material possui todas as características marcantes do estilo de Ryot: o traço com a aparência meio desleixada, as imagens oníricas, e o humor misturado com doses cavalares de pessimismo. As histórias têm um clima de tragi-comédia, já que o humor está justamente nas situações negativas e pensamentos pessimistas das personagens. A arte final, feita totalmente em preto, branco e tons de cinza, combina bem com as reflexões que aparecem na revista.
Em suma: se você gosta das tirinhas do Ryot, dificilmente não irá gostar do "Manual da Auto-destruição". É uma leitura rápida e engraçada, mas também levemente perturbadora, assim como boa parte dos quadrinhos do autor. Vale a pena conferir, =).