Glória

Glória Victor Heringer
Victor Heringer




Resenhas - Glória


26 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Jess.Goulart 21/11/2023

Tragicômica glória
Um livro que não é tão fluido, recheado de referências para amantes das artes em geral, com um humor único e pessoas peculiares.
Do início ao fim, "Glória" encanta por sua narrativa tão mirabolante quanto desafiadora, tão prazerosa e tão penosa.
O autor faz um excelente trabalho ao retratar, nessa família, a fragilidade e peculiaridade do ser humano.

O livro já começa brincando - ou não - com o fato de ser uma história dentro de uma história. Vamos acompanhar a saga de uma família amaldiçoado, onde todos os seus membros morrem de desgosto.
Os primeiros capítulos já dão o tom da narrativa: numa família que não é religiosa, todos os filhos tem nomes bíblicos, e nem mesmo deus está à salvo do humor ácido e debochado deles.
Mas quando o pai tragicamente morre de um desgosto agudo e inesperado, essa mãe, até então descrente dessa maldição fará de tudo para poupar os filhos de igual destino.

O tom ácido, inteligente e debochado do autor é único, brilhante e se mantém durante toda a narrativa. Nessa história repleta de absurdos, nos vemos cada vez mais nos identificando com esses personagens, suas manias, medos, ambições e loucuras.
Apesar de ser um bom livro, como é repleto de referências à arte num geral, às vezes perdemos algumas piadas interessantes, mesmo com as notas de rodapé, que são um show à parte. Afinal, o humor aqui é deboche mas também é "cabeça"e tentaracompanhar tudo de enlouquecer.
comentários(0)comente



renan639 07/11/2023

Todo mundo é um Costa e Oliveira
Glória é um livro inquietante. Nosso encontro com a família Costa e Oliveira é marcada por angústias que nos levam a refletir nossa própria condição. A ideia de que as pessoas dessa família morrem de angústia e que todo mundo é um Costa Oliveira pode ser tanto uma esperança quanto uma ameaça. O protagonista é quase como um anti-herói e as situações do cotidiano, presentes também neste livro, dão esse ar intimista pra narrativa. Nos aproximamos dos personagens na medida em que nas pequenas coisas tecemos uma relação de reconhecimento: das fragilidades e fraquezas humanas. Heringer captou muito bem as nuances culturais a exemplo das redes sociais, bem como uma sensibilidade maior para a depressão. A beleza do livro está na história e no estilo inconfundível do autor, sempre tão atento aos detalhes.
comentários(0)comente



Fabi 25/09/2023

Sarcasmo do começo ao fim.
(E até depois do fim - procurem ler o epílogo e sobre o autor)
A história sobre uma família que rua de tudo, até que acontece a perda de um familiar e a vidinha deles começa a tomar rumos inesperados. Um casamento improvável, uma profissão inesperada, uma piada mal entendida que colocou um casamento em risco. Perturbador, irônico, engraçado e um tanto triste.
comentários(0)comente



Teca Fernandes 22/08/2023

Paz na terra para todos os seres. Seja lá qual paz for.
A vida amigos, é um tédio.

Entre capítulos que lembram um folhetim, o Victor Heringer descreve de forma irônica a vida dos Alencar Costa e Oliveira, uma família atípica que tem a proeza de falecer de desgosto. Isso mesmo, ninguém morre de doença, acidente ou outro mal. Morre-se apenas de desgosto.

Mesmo com uma escrita densa, o livro é divertido e inteligente. A pacata vida dos três irmãos e seus respectivos mundos (tão diferentes e ao mesmo tempo tão idênticos por causa da banalidade) nos trazem pequenas reflexões sobre a vida. Sobre as pessoas e sobre o fim.

Impossível não falar desse título e não mencionar o fim (físico) do autor. Que decidiu encerrar a sua, em 2018. Talvez seja ele também um Costa e Oliveira. Afinal, "Todo mundo no mundo é um Costa e Oliveira".

Paz na terra para todos os seres. Seja lá qual paz for.

Um ótimo livro!

site: https://www.instagram.com/literalmenteca/
comentários(0)comente



Zé Guilherme 12/06/2023

A prosaica saga dos Alencar Costa e Oliveira etc e étecetera
Imagine um livro escrito todo como uma longa pilhéria. O ritmo de chiste do Victor Heringer, tem hora que dá um nó nas nossas cabeças. Do café Aleph, as ruas modorrentas do bairro da Glória no Rio de Janeiro, somos apresentados ao destino triste, curioso e apocalíptico dos Alencar Costa e Oliveira.

É uma pena que o livro fique praticamente todo num quase. Ele quase é genial. Ele quase é indispensável. Ele quase poderia ser inesquecível. E a gente fica assim, nos quase finais dos irmãos Benjamin, Daniel e Abel. Fiquei perdido.
comentários(0)comente



Luciano 03/12/2022

Acho que curti menos do que esperava, porque "O amor dos homens avulsos" é um dos meus livros preferidos, então eu comecei a ler esse aqui com muitas expectativas.
comentários(0)comente



magiuu 27/10/2022

A família brasileira
A família Costa é Oliveira são como todos os brasileiros, três filhos e cada um representando uma parte diferente do ego.

Para bom entendedor meia palavra basta, pode não parecer, mas a proposta do livro vai muito além da zombação. Li para o clube do livro, mas como estudante de psicogia eu apreciei muito mais. Personagens muito bem construídos.

Minha nota é devido ao meu gosto pessoal.
comentários(0)comente



Luisa 26/10/2022

to convencida de que qualquer coisa que esse homem já escreveu vai me envolver, mesmo sentimento que tive com annie ernaux, ambos autores que me fisgaram tanto esse ano que nem esperei o ano seguinte pra ler mais uma obra. só lembro de ter feito isso antes com machado de assis (e o victor é o perfeito herdeiro para o posto).

ao mesmo tempo que glória é divertido de ler, também me deu uma machucadinha. me vi muito no benjamin e nos medos dele, e não é nada lisonjeiro dizer isso já que ele tem tanto medo que acaba não vivendo. talvez tenha sido justamente por colocar esse traço de forma tão aberta e sincera num livro que fala de uma família que morre de desgosto, um falso amor que nasce e morre em fóruns de internet, de um moleque sem graça que vira padre e transforma o livro da tia sobre a família em uma bíblia, de um cara que preocupa os outros por fazer piada demais? num rio de janeiro que eu consigo visualizar tudo direitinho e na escrita maravilhosa do heringer. esse livro foi demais! acho que no fim das contas acabei gostando ainda mais do que ?o amor dos homens avulsos?.

leiam glória e aproveitem a jornada?
comentários(0)comente



oipedro 10/04/2022

Um protagonista que não tem vocação para ser protagonista; uma família comum de Copacabana; um outro olhar sobre o Rio de Janeiro. Glória, primeiro romance do genial Victor Heringer,conta a história de uma família que, olhando bem, pode ser a de qualquer um de nós. Até que a morte chegue, paz na terra a todos os homens.
comentários(0)comente



Pedro 03/01/2022

Ironia fina e humor nonsense
Como uma risada num funeral, a obra é um romance familiar que, de forma extremamente irônica, aborda temas do dia-a-dia como depressão, fracasso, mediocridade e simplicidade do ser humano. Embora eu saiba que nem todos que lerem vão curtir, fica minha recomendação para que prestigiem esta obra do incrível Victor Heringer.
comentários(0)comente



Livia 28/11/2021

Como o autor pretendia
Glória é uma obra irônica do título ao epílogo. É uma ode ao copo meio vazio, à mediocridade do cidadão médio, sua irrelevância e efemeridade perante o destino inexorável da morte e do desgosto. Nada grandioso acontece e tudo da errado com os personagens principais, ninguém é feliz de verdade e todos são pelo menos um pouco loucos. A narrativa usa de um humor meio macabro e uma ironia que carrega umas piadocas até metade da história, logo depois fica tudo muito cansativo, difícil de continuar a acompanhar a história enfadonha de personagens propositalmente desinteressantes. Depois que terminei fui atrás para saber um pouco do autor e mais uma vez é uma obra que me faz achar que não é possível separar o autor de sua produção. Não se pode saber como ele se sentia, mas é possível ter uma ideia de como o mundo funcionava para o escritor.
"Deus é, era, gago. Paz na terra para todos os seres."
comentários(0)comente



bobbie 18/08/2021

Felizes leituras tristes.
Ler Victor Heringer é indissociável de ler a pessoa do autor. Quando se sabe que o jovem se suicidou aos 29 anos, qualquer leitura de sua obra se torna a clara expressão da melancolia de quem sabe que tem pouco tempo. É triste ler a amargura em cada linha, cada capítulo genial. Heringer escreveu muito (no sentido qualitativo) sendo tão jovem. Foi gênio, culto, canônico antes de sê-lo, embora seus livros não sejam de fácil fruição (sim, é fruição mesmo, com "r"). Não duvido que vários abandonem seus livros antes de terminá-los. A tentação é grande, mas a vontade de chegar ao final é maior. Glória conta a história de uma família carioca conhecida por morrer apenas de desgosto. E na contracorrente desse sentimento amargurado, vivem de deboche e escarnecimento constante. Fogem do desgosto para tornar a cair nele, pois é inevitável: em Glória, a vida, ainda que comum, linear, pouco fantástica, sem muitos malabarismos de tristezas e decepções (e, talvez, justamente por isso), é uma sucessão de desgostos. Não entendam mal: nada de muito desgostoso acontece na trama, mas mesmo assim Victor nos faz experimentar o gosto amargo do fel da vida, do desgosto inerente, na luta por vencer e escapar desse desgosto, ainda que ele seja inevitável. E Heringer escreve fácil, embora com plena erudição. Ele nasce clássico, pleno, rico, literário. Tão maravilhoso e tão triste ver tanta genialidade em alguém tão jovem, tão talentoso e tão... morto.
Maria Clara 07/01/2022minha estante
É inacreditável ele ter escrito esse Livro entre 22 e 24 anos... Eu não gostei do Livro, mas reconheço a Genialidade dele... E me bate uma Tristeza muito grande por ele ter ido embora tão cedo, da maneira que foi...




pequeninina 12/08/2021

Perdida e encontrada ao mesmo tempo.
Acabo esse livro meio sem saber como cheguei até aqui mas com a sensação de que gostei da caminhada. Uma leitura que me pegou e me fez companhia em semanas difíceis. Victor tem disso, tornar o difícil dizível sem necessariamente dizer nada. Não sei dizer se entendi, mas também não me importa muito esse verbo.
comentários(0)comente



Lú Ribeiro 29/10/2020

A vida como ela é, sem delongas...
O livro vai direto ao ponto.
Muitos de nós, já vivemos na carne e na alma situações ali vividas pelos personagens.
Vale super a pena a leitura.
comentários(0)comente



Ve Domingues 15/10/2020

Com sua prosa afiada, Victor Heringer faz um retrato da sociedade contemporânea: pessoas perdidas com dificuldade de encontrar um propósito, algumas se "escondendo" no mundo perfeito das redes sociais, outras tentando seguir uma vida padrão, sem pensar muito sobre as suas escolhas. Todo mundo é um Costa e Oliveira, afinal.
comentários(0)comente



26 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR