Felipe 16/01/2013
Asimov em todo seu irresistível talento para romances de ficção científica
Se não bastasse ser mais uma obra-prima de Asimov, de ter vencido o Prêmio Hugo de melhor romance de ficção científica de 1983, o livro ainda é continuidade de uma das maiores trilogias já escrita – a trilogia da Fundação. No terceiro livro da série “Segunda Fundação” o enredo encerra quatrocentos anos após Seldon ter dado início ao seu plano de reconstrução do império galáctico que duraria mil. “Limites da Fundação” dá continuidade a trilogia cem anos após os episódios narrados em “Segunda Fundação”.
Para quem não leu a trilogia, não há problema em ler “Limites da Fundação”, porque Asimov faz um resumo dos três livros no início do volume que coloca todos os leitores de primeira viagem na saga da Fundação a par dos acontecimentos. A narrativa tem duas frentes, uma na Primeira Fundação (com sua tecnologia avançada) no planeta Terminus e outra na Segunda Fundação (com seu poder mentálico) no planeta Trantor.
Na Primeira Fundação disputas políticas entre a prefeita Harla Branno e o conselheiro Golan Trevise levam este última ao exílio com a missão especial de achar a Segunda Fundação, que tinha sua existência posta em dúvida pela maioria dos habitantes de Terminus. Neste exílio, ele teria a companhia de um historiador que acreditava ser possível encontrar o mítico planeta de onde todos os seres humanos do Universo teriam vindo e que a grande maioria duvidava que existisse, a Terra.
Em Trantor também havia disputas políticas entre os oradores. O Primeiro Orador Quindor Shandess tinha que administrar entre outros, o ambicioso Stor Gendibal. Em uma manobra política da oradora Delarmi, Gendibal também sobre uma espécie de exílio e também parte em missão pelo espaço, junto a uma habitante local de Trantor que parece ignorar o poder mental de seu companheiro de jornada.
As duas missões partem rumo ao planeta Sayshell e depois para outro mítico planeta que nem aparece nas detalhistas enciclopédias estrelares da Primeira Fundação, o planeta Gaia. Quando as duas missões se encontram nas redondezas deste planeta, junta aos dois grupos uma esquadra da marinha da Primeira Fundação comandada pessoalmente pela prefeita. Deste encontro vai depender todo o futuro do universo, o do plano Seldon de um novo período de paz e desenvolvido para todo o Universo, e tudo dependerá de Trevise.
O livro de Asimov além de ser ótimo para fãs de ficção científica têm elementos de suspense dignos dos melhores romances policiais. Este quarto livro ainda não termina a saga, o que deixa o leitor com vontade de ler o próximo volume imediatamente, na busca pelo mítico planeta Terra e na execução do Plano Seldon. Apesar de a tecnologia imaginada por Asimov na década de 1980 já estar a muito superada, nada prejudica a esfera futurista e o clima irresistível das sagas espaciais. Imperdível.