Lude 07/12/2010
Merece ser tão lido, apreciado e festejado aqui quanto o é na Rússia.
Era uma vez a Rússia pós-soviética. O país que ostenta uma das heranças literárias mais ricas do mundo se achava em problemas para achar uma nova identidade literária. Entrementes, a população se esbaldava em romances policiais de baixa qualidade. Entre estes estava a mulher do autor, que colocava capas de papelão em seus livros quando os lia fora de casa para que os passantes não soubessem o que ela estava lendo. Foi aí que Boris Akunin decidiu escrever obras policiais que honrassem a herança dos clássicos russos e que ninguém tivesse vergonha de ler em público.
Ao terminar a leitura desse livro posso dizer que Boris Akunin pode se considerar bem-sucedido. Vendeu milhões de exemplares e passou a ser considerado o melhor a surgir recentemente na Rússia.
Os livros do detetive Erast Fandorin fizeram por merecer todo o barulho feito em seu país de origem e em diversos outros. Muito bem escritos, aliam magistralmente o suspense da investigação e um excelente senso de humor. Um adjetivo que assenta bem a toda a série é "elegante".
Dos 13 volumes publicados na Rússia, 5 foram publicados no Brasil. Todos valem a leitura. Um dos objetivos de Akunin foi explorar em cada livro uma modalidade diferente do romance policial. Consegue com louvor.
Esse primeiro narra o começo da carreira policial do empobrecido estudante Erast Fandorin na Moscou de 1876. Após ser aprovado no concurso da polícia (o qual prestou por precisar de dinheiro para se manter), o jovem Fandorin tem sua curiosidade despertada pelo estranho e aparentemente despropositado suicídio de um jovem rico num parque moscovita em plena luz do dia. A investigação o conduzirá à descoberta de uma conspiração de proporções inesperadas.
Sofre de alguns problemas típicos de estórias de origem, mas é grande leitura. Não perca!