Eve Barcelos 14/08/2013
A Última Nota - Por Evelyn Barcelos
"Quando você toca, você faz música. Quando você acredita, você faz mágica." P. 150
Alícia Mastropoulos é uma jovem de 21 anos, de origem greco-brasileira que estuda na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Seu avô, Amadeus Mastropoulos, que era violinista, passou sua paixão e seu talento para a neta e assim ela se tornou a spalla (primeiro violino) da Orquestra. Além da faculdade, Alícia trabalho com os pais no restaurante tradicional da família e é noiva de Theo, também de origem grega e um ótimo partido, segundo seus pais.
Em sua primeira apresentação como spalla, ela decide tocar Gratia, uma composição de seu avô, ao invés de Nocturne de Chopim, como era o combinado. Após essa apresentação sua vida toma um rumo totalmente diferente e imprevisível. Já no dia seguinte, Alícia recebe uma ligação do hospital informando que um jovem havia dado entrada e chamava por ela. Pensando ser Theo ela vai o mais rápido que pode mas ao chegar lá se depara com um rapaz totalmente desconhecido e perfeitamente lindo.
"Ele não era apenas um homem belo. Ele era um deus grego. E de deuses gregos eu entendia muito bem." P. 31
O jovem de olhos azuis não se lembra de nada, apenas do nome de Alícia. Sem entender e achando até que podia ser uma piada de mau gosto, ela vai embora do hospital. Como as surpresas não poderiam parar por aí, ela descobre que sua avó Cecília hospeda o rapaz em sua casa e, como ele não se lembra do nome, passa a chamá-lo de Sebastian. Logo, Alícia passa a conviver mais do que gostaria com ele e isso começa a mexer com sua cabeça e sentimentos.
"Seu olhar continuava a me explorar, profundo e perigoso como um abismo, infinito e pacífico como um oceano. Fosse o abismo ou o oceano, eu já havia mergulhado e podia ver meu reflexo neles." P. 116
Em A Última Nota, nos deparamos com um romance leve, sensível e misterioso que, muitas vezes, nos faz querer acreditar no inexplicável. Passando por questões familiares, autoconhecimento e aceitação, a história consegue nos envolver de forma totalmente única. Alícia sempre quis ser uma filha perfeita,ainda que isso a afastasse do seu verdadeiro eu, mesmo assim muitas de suas escolhas eram reprovadas por seus pais. Até o relacionamento com sua avó, uma das coisas mais bonitas da história, é motivo de discussões entre ela e sua mãe. O motivo de se casar com Theo é, em grande parte, por ele ser de uma família grega tradicional e isso faria seus pais felizes. Tudo isso vai afastando Alícia cada vez mais do que ela realmente é e ela percebe que só consegue ser ela mesma quando está com Sebastian.
Vários aspectos da cultura grega se fazem presente e, por mais sutis que sejam, nos levam a conhecer um pouco melhor sobre ela. Eu sou super fã de saber mais sobre outras culturas, portanto isso me encantou. Outro ponto que me cativou foi o contato constante com a música. Amo de paixão, acho lindo quem toca qualquer instrumento (até tento, mas não é meu maior dom) e ler sobre isso no livro me trouxe ótimas sensações.
Como o foco principal é o romance não posso deixar de falar como ele me surpreendeu. Diferente da maioria a qual estou acostumada a ler, o amor de Alícia e Sebastian é inocente, sincero e totalmente apaixonante! A narrativa, assim como cada palavra, parece ter sido pinçada, já que os sentimentos transmitidos pelos personagens são facilmente sentidos pelos leitores. Com certeza a escolha de escrever o livro a quatro mãos deu super certo!
Ainda não li outras obras de nenhum dos autores, mas depois da experiência com este livro vou correndo procurar!
Ahh, agora uma das coisas que mais me conquistou: a capa! Sério, é uma das capas mais perfeitas do mundo! (Sem exagero) Me apaixonei assim que bati o olho e, confesso, que decidi comprar o livro só por ela. Mas como já cometi alguns erros fazendo isso, fui ler a sinopse e, para minha sorte, tive certeza da compra. =)
A única coisa que, no início, não me agradou muito foi o final. Fiquei com tantas perguntas quando o livro acabou que até senti um tiquinho de raiva. hahaha
Mas depois de alguns dias pensando sobre, vi que as minhas perguntas não precisavam ser respondidas, acho que essa é a graça do romance: não entender, só acreditar!
Livro suuper recomendado.
Vou deixar só mais um quote que me fez suspirar:
"Antes de conhecer Sebastian, eu me sentia como as flores secas que impedem a natureza de reiniciar o ciclo. Depois que o conheci, o que era seco em mim foi substituído por uma vida nova, fresca e viçosa como flores de primavera. Era assim que eu me sentia quando estava com ele. Eu precisava da primavera na minha vida."
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