Contos completos

Contos completos Virginia Woolf




Resenhas - Contos Completos


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Arsenio Meira 02/10/2013

Em Bloomsbury, nos quatro cantos do mundo, para sempre.

Virginia Woolf transborda seu gênio indomável, através das páginas dessa edição muito bem cuidada (pra variar da Cosac Naify), com belíssima capa e ótimas referências ao final, que servem como guia através da obra. Os quarenta e seis contos revelam uma artista magistral: observadora sensível, porém cáustica, crítica e sempre forte, mesmo quando delicada.

Vários dos textos interagem entre si, formando uma espécie de tecido onde a autora costura a sua obra. Por vezes, inescapável a visão de somos conduzidos para uma mesma cena sob óticas diferentes; Virginia mergulhando no mundo interior de cada um dos personagens, que transitam de um texto a outro sem muitos pudores.

No conto "Uma simples Melodia", por exemplo, observa-se (com outros olhos) personagens antes apresentados nos contos "Felicidade", "O vestido novo" e no tocante "O homem que amava a sua espécie", todos convivendo numa mesma festa, na casa da aclamada personagem Clarissa Dalloway. Sim, a mesma Mrs. Dalloway do mais célebre romance da escritora.

À medida que se sucedem os contos, percebemos que Clarissa Dalloway não é só uma personagem, mas um verdadeiro universo, uma força (o alter ego da própria Virginia Woolf) quase que onipresente; ela reúne personagens, tem efeito catalisador em outros (como no introspectivo e belíssimo "A apresentação"), permeia todo um elenco de pessoas, situações e sentimentos.

Mrs. Woolf faz com que os seus núcleos girem em torno de Clarissa, da sua casa, de sua festa, de sua personalidade, de modo que a própria Dalloway lance uma luz ímpar sobre as outras figuras.

Ao mesmo tempo, é interessante perceber as nuances da escrita de Virginia Woolf. Se já nos primeiros contos (escritos antes de 1917) a autora começava a fazer uma dura crítica da sociedade em que vivia, iniciando um flerte com o feminismo e um deslocamento avant-garde, ela também se move facilmente pelo terreno pantanoso da introspecção, de um lirismo que, mais tarde (especialmente na década de 20), viria a ser sua marca registrada, o famoso fluxo de consciência.

E é justamente nesses monólogos internos, por vezes aparentemente desconexos e abandonados, que a sua obra se mostra inovadora e, por que não, arrasadora.

Virginia Woolf era uma observadora impiedosa, e freqüentemente parece se situar à margem do mundo que examina, como mera espectadora do teatro das relações e dos sentimentos humanos. Seus textos, entretanto (ou talvez por isso mesmo), trazem uma miríade de temas já abordados por um milhão de outros autores, que a escritora britânica tratou com delicadeza singular: a superficialidade da sociedade da época, o isolamento das pessoas, o sentimento de inadequação (social, cultural, sexual), o medo, a solidão.

São temas comuns, mas sob a pena da Dama de Bloomsbury, deixam rapidinho de ser comuns e se transformam em grande Arte.
Daniel 02/10/2013minha estante
Ótima resenha, Arsenio. Se os contos de Virginia Woolf ainda hoje exalam criatividade e modernidade, imagine o quanto não representavam na época em que foram escritos, nas primeiras décadas do século XX...


Arsenio Meira 02/10/2013minha estante
Oi Daniel, muito obrigado. A época, o local... O Fantasma da infâmia e da covardia que praticaram com Wilde ainda era recente demais. Dentre outros motivos, tenho que foi por isso que eles criaram "uma turma", o famoso grupo que sabemos, para dar vazão a essa criatividade. A Literatura Inglesa não deve nada a Literatura Russa, ou Francesa. Abraços




Lista de Livros 24/12/2013

Lista de Livros: Contos completos, de Virginia Woolf
“Minha mãe me diz que a verdade é sempre o que há de melhor.”
*
“A vida impõe suas leis, a vida barra a passagem; a vida é um tirano.”
*
“Os livros são em sua maior parte indescritivelmente ruins.”

P.S.: A última frase cabe exatamente a este próprio livro dela.

site: www.listadelivros-doney.blogspot.com.br/2013/04/contos-completos-virginia-woolf.html
Anne__ 02/12/2023minha estante
Gostei muito da sua observação sobre o livro dela. Que irônico.




Anica 27/11/2009

Contos Completos (Virginia Woolf)
Uma vez minha professora de estudos Shakespearianos comentou que se o Bardo tivesse nascido em outra época – digamos assim, nos dias de hoje – ele simplesmente não produziria obras primas da literatura mundial, como Hamlet e Macbeth. A combinação de fatores vai além da questão histórica ou do conhecimento de mundo que um autor como ele poderia ter naqueles tempos. E eu não só concordo com minha professora, como prolongo essa ideia para outros escritores geniais. É o caso de Virginia Woolf.

Nascida ali no final do século XIX, acompanhou de perto os horrores da Primeira Guerra – o que se vê claramente refletido em seu trabalho mais famoso, Mrs. Dalloway. Fazer parte de um movimento que buscava contrariar o que se lia naqueles tempos (e andar com gente do naipe de T.S. Eliot) obviamente também contribuiu. Mas a condição da mulher nos tempos de Woolf também pesaram muito para a criação de suas histórias, que não seriam as mesmas se ela tivesse nascido em outro tempo, vivido outra época.

Woolf não é a primeira escritora a lidar com o universo feminino, não é isso que quero dizer. Outras figuras da literatura inglesa mesmo já tinham dado conta de “cutucar” a sociedade da época, como pode ser visto de forma mais leve nas obras de Jane Austen, por exemplo. Mas Woolf não lida com tipos. Ela lida com pessoas. As personagens que o leitor encontra no livro Contos Completos parecem vivas, gente que você poderia ter conhecido em qualquer lugar.

Nesse caso, mesmo que a opção de organização dos contos seja declaradamente cronológica, foi um acerto abrir com o excelente Phillys e Rosamond. Não só porque ele vai lidar com um tema que se repete ao longo dos quase 50 contos, mas também para dar a chave para a leitura desses:

"Nesta época tão curiosa, quando já começamos a necessitar de retratos de pessoas, de suas mente e sua indumentária, um contorno fiel, desenhado sem maestria, porém com honestidade, é bem capaz de ter algum valor.

Que cada homem, ouvi dizer outro dia, ponha-se a anotar os detalhes de uma jornada de trabalho; a posteridade há de ficar tão contente com o catálogo quanto ficaríamos nós, se tivéssemos um tal registro de como o porteiro do Globe e o homem responsável pelos portões do Park passaram o sábado, 18 de março, do ano da graça de 1568.

Como os retratos desse tipo que temos são quase invariavelmente do sexo masculino, que se empertigava pelo palco com proeminência maior, parece valer a pena tomar como modelo uma dessas muitas mulheres que se agrupavam na sombra. (…)"

E é o que ela faz. E talvez justamente por isso alguns contos chamem tanto a atenção – seja uma pessoa olhando uma mancha na parede e se perdendo então em variados devaneios, seja alguém se aprontando para uma festa qualquer. São pequenos recortes de uma vida normal, e através do excelente domínio de narrativa de Woolf, faz com que o leitor não só consiga acompanhar os caminhos sinuosos dos pensamentos de suas personagens como também se veja um pouco nessas situações.

Publicado aqui no Brasil pela Cosac Naify, a edição é (como esperado) um mimo à parte. Até pouco mais de uma semana o livro ainda estava saindo por 29 reais na Saraiva, mas aparentemente a promoção acabou, agora está na faixa dos 69. Mas nem que seja para emprestar, busque o livro porque vale a leitura.

Sobre o livro:

Contos Completos (Virginia Woolf)
Editora Cosac Naify
472 páginas
Publicação 2005 – 4º reimpressão 2009
Tradução de Leonardo Fróes.
Facó 26/08/2016minha estante
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 16/05/2010

Virginia Woolf - Contos Completos
Editora Cosac Naify - 472 páginas - Publicação 2005 - 3º reimpressão 2008 - Fixação de Texto e Notas de Susan Dick, Projeto Gráfico de Luciana Facchini, Tradução de Leonardo Fróes.

Novamente a editora Cosac Naify surpreende ao realizar um trabalho de excelência editorial, desta vez com o lançamento da coleção “Mulheres Modernistas” que inclui tratamento gráfico diferenciado, novas traduções e alguns textos inéditos de autoras do nível de Virginia Woolf, Katherine Mansfield, Karen Blixen, Marguerite Duras, Gertrude Stein e Flannery O'Connor.

Este volume, traduzido do original "The Complete Shorter Fiction of Virginia Woolf", apresenta um apêndice com notas detalhadas sobre a origem de cada um dos contos, ano de publicação e particularidades do processo criativo e biográfico da autora. Na parte final foi incluída uma bibliografia com extensa relação de trabalhos de ficção, ensaios, diários e correspondência lançadas no Brasil e exterior. Virginia Woolf (1882 - 1941) utilizou nos contos, assim como em seus famosos romances "Mrs. Dalloway" (1925), "Rumo ao Farol" (1927) e "Orlando" (1928), muitas das características que marcaram o seu estilo literário e também todo o movimento modernista do século XX, técnicas como o fluxo de consciência e narrativas não lineares com polifonia narrativa e ausência de ação, pelo menos da maneira tradicional. A seleção obedece uma ordem cronológica de apresentação em cada um dos seguintes blocos:

(1) Primeiros contos, antes de 1917 - Nesta primeira parte o destaque vai para o conto "Phyllis e Rosamond" que mostra como a autora, logo em seus textos iniciais, demonstra sua simpatia para com o movimento feminista em contraste com a rigidez de costumes da Era Vitoriana. A seguinte passagem ilustra bem o destino das mulheres nesta época: "Phyllis tem 28 anos, Rosamond, 24. São pessoas graciosas, de faces rosadas, vivazes; um olhar minucioso não encontrará em seus traços uma beleza perfeita; mas seus trajes e maneiras dão-lhes o efeito da beleza, sem lhes dar a substância. Parecem nativas da sala de visitas, como se, nascidas em vestidos de seda para a noite, jamais tivessem posto o pé num solo mais irregular do que o tapete turco, ou reclinado em superfície mais áspera do que a poltrona ou o sofá. Vê-las na sala cheia de mulheres e homens bem trajados é como ver um negociante na Bolsa, ou um advogado no Fórum".

(2) Contos de 1917 a 1921 - "Kew Gardens" é como um quadro impressionista, uma paisagem de uma tarde de Julho no jardim de Kew Gardens , onde praticamente não há nenhuma ação, exceto pela descrição dos efeitos de luz e cor no canteiro de flores e a passagem de homens e mulheres como fragmentos de memórias que são tão importantes na narrativa quanto o movimento de um caracol no jardim que "já havia considerado todas as possíveis maneiras de atingir seu objetivo sem contornar a folha seca nem subir por cima dela".

Ainda nesta fase, uma outra composição que impressiona pela originalidade da narrativa é "Objetos Sólidos" na qual o protagonista, um influente político que concorre ao parlamento, vai se desligando aos poucos de sua brilhante carreira e obrigações em troca de uma surpreendente paixão por objetos sem valor como cacos de vidro e porcelana. A maneira como Virginia Woolf descreve os detalhes de forma e cores de tais objetos, associados ao gradativo processo de alucinação do personagem, tudo isso no espaço limitado de um conto, é verdadeiramente um caso de estudo.

(3) Contos de 1922 a 1925 - Em mais de um conto desta fase, Virginia Woolf utiliza a personagem Clarissa Dalloway que parece ser um elemento central no seu universo de ficção, costumando ligar outros personagens da narrativa como no caso de "Mrs. Dalloway em Bond Street", que inicia, de maneira semelhante ao famoso romance: "Mrs. Dalloway disse que ela mesma ia comprar as luvas". Passagem conhecida do grande público através do filme "As Horas" (2002), de Stephen Daldry, com Nicole Kidman. A partir desta etapa, cada vez mais a introspecção e o fluxo de consciência são utilizados na narrativa, confundindo o leitor menos atento.

(4) Contos de 1926 a 1941 - O conto "Momentos de ser: pinos de telha não têm pontas" mostra a indefinição sexual de Virginia que, apesar de um longo casamento com Leonard Woolf, teve um relacionamento amoroso com Vita Sackville-West e também um caso de paixão literária pela escritora Katherine Mansfield. Segundo consta das notas desta edição: "Em 8 de julho de 1927 ela disse à tambem escritora Vita Sackville-West: ´Acabei de escrever, ou reescrever, um saboroso continho sobre safismo, para os americanos`. Em 14 de Outubro ela se referiu a ´sessenta libras recém-recebidas da América por seu continho safista, cuja clara intenção o editor não viu (...)`".
Lígia Guedes 08/08/2010minha estante
Aprendi a gostar da Virgínia, rsrs

:)


Nanda 21/07/2013minha estante
Olá Kovacs,tudo bom? Podepor favor, me informar os nomes dos contos em que a Clarissa Dalloway
aparece?




Raquel 01/05/2022

Virginia Woof / Contos Completos
Quem tem medo de Virginia Woolf, porque a autora tem fama de ser uma leitura muito difícil, deve começar por seus livros de contos. Eu nunca tinha lido nada dela e acho que foi uma ótima primeira experiência.

Nessa edição da extinta Cosac Naify ( que ficou 11 anos na minha estante aguardando sua vez!), todos os contos de VW estão reunidos em ordem cronológica, que nos permite ir conhecendo aos poucos a forma de se expressar da autora. Alguns são escritos no famigerado fluxo de consciência, mas a maior parte apresenta narrativa em prosa, então dá pra ler todos os contos tranquilamente. E se vc não entender os que são em fluxo de consciência, dá pra reler fácil porque são contos e não romances.

Adorei:

O misterioso caso de miss V.
A marca na parede
Uma sociedade
A dama no espelho: reflexo e reflexão
O legado
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Manuel 13/06/2012

Meu livro de cabeceira
Para mim, dois contos já valem o livro por inteiro: "Phyllis e Rosamond" e "A dama no espelho:reflexo e reflexão". Virginia tem a rara capacidade de emocionar,divertir e fazer refletir na vida ao mesmo tempo. Livro para ler e reler sempre.
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Danton 25/01/2018

DA VEZ EM QUE, BÊBADO, VI VIRGINIA WOOLF
Hoje, semi-embriagado, há muito distante dessa gostosa sensação, percebi que o mundo com cerveja pra mim é como a escrita de Virginia Woolf. No conto Kew Gardens, em específico. Gosto de como o fluxo de consciência funciona ali. Que faço eu com meus insights?

É que teve um tempo (agora posso dizer "da época de universitário") que eu percebi que teria de aprender a fazer as coisas sozinho para então ter companhia depois. E assim eram com as festas. Gostava eu de chegar, pegar minha breja e rodar por aí, avaliar o local.

Feito isso, nas reps, tinha sempre um sofá por ali, desocupado. Pois eu ia e ficava por lá, sentindo o álcool cumprir seu efeito. E então começava observar com gosto a festa acontecer ao redor, girando, como num fluxo de consciência, hora aqui, hora ali.

Quando eu via, estava bem comigo mesmo, imerso. E alguém chegava junto pra trocar ideia. Se eu tô a vontade tenho sempre uns insights gostosos de ouvir e sou engraçado. A conversa era sempre boa. E assim ia.
Porque isso é Virginia Woolf, isso eu não sei. Talvez eu me sinta o próprio jardim Kew Gardens.

#virginiawoolf #kewgardens #vidadeleitor #cotidiano
Dan 25/01/2018minha estante
Gostei da resenha.Virginia escreve divinamente bem.




Caroline Gurgel 17/03/2014

Uma escrita...yummy...primorosa!
Dizem que começar a ler a obra de um escritor pelos seus contos não é a melhor maneira. Bem, não tive muita escolha, esse foi daqueles livros que escolhe o leitor, e não o contrário. A intenção era começar por Mrs Dalloway, mas entre os livros da autora na estante da livraria aquela capa vermelha, rígida, minimalista, tão bonita gritou por meu nome.

É difícil comentar um livro de contos, pois gostamos de uns, de outros nem tanto; nos identificamos com tantos e alguns, mal compreendemos. Sim, alguns mal compreendi. Li e reli, e nada. Meio malucos, como se só ela soubesse do que se tratava e desejasse que assim continuasse. Marquei-os para reler daqui a um ou dois anos, quem sabe não depende do momento do leitor.

A escrita é primorosa, riquíssima, de uma elegância que eu nunca tinha visto igual. A Virginia Woolf tem uma sensibilidade apurada acerca do universo feminino e o descreve com esmero, sem poupar-nos de qualquer minúcia.

Adorei o primeiro conto, Phyllis e Rosamond, e demorei para encontrar um outro que me marcasse tanto quanto. A Marca na parede, Kew Gardens, O vestido novo, A dama no espelho: reflexo e reflexão e Lappin e Lapinova também estão entre os meus prediletos. É claro que há tantos outros, mas esses foram os que, no momento da leitura, tive vontade de marcar.

Levei quase 6 meses para terminar, e não por ser enfadonho, mas pelo fato de serem pequenas estórias, para serem saboreadas com calma e paciência, quando bem lhe der vontade. Quem gosta de adjetivação em demasia não tem como não amar a Virginia, para os mais minimalistas, só experimentando para saber, e digo: experimentem!

"São pessoas graciosas, de faces rosadas, vivazes; um olhar minucioso não encontrará em seus traços uma beleza perfeita; mas seus trajes e maneiras dão-lhes o efeito da beleza, sem lhes dar a substância. Parecem nativas da sala de visitas, como se, nascidas em vestidos de seda para a noite, jamais tivessem posto o pé num solo mais irregular do que o tapete turco, ou reclinado em superfície mais áspera do que a poltrona ou o sofá."
(Phyllis e Rosamond)

★ ★ ★ ★ ★
❤ ❤ ❤ ♡ ♡
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Messias 28/12/2022

É muito bom conhecer toda a versatilidade de Virginia Woolf como escritora. Embora os romances e os ensaios sejam mais conhecidos, os contos conseguem dialogar de forma agradável com as demais obras, mostrando um traço que acho formidável no trabalho dela: a coerência na construção dos argumentos, dos pontos de vista e dos subtextos.
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Marcella Fleury Berquó 04/02/2024

Virginia Woolf – Contos Completos (1906-1941). Organização Susan Dick
A obra é composta inteiramente por contos escritos pela autora inglesa Virginia Woolf desde 1906 a 1941 (ano de seu falecimento).
O livro é dividido em 04 eras e, confesso que, nas primeiras duas (1906-1916 e 1917-1921), a minha leitura ficou mais truncada e senti muita dificuldade em fazê-la fluir. Talvez isso seja um reflexo do meu estranhamento com a escrita ou narrativa escolhida, ou talvez um estranhamento com experimentações da autora.
A última era foi, definitivamente, a minha favorita (1926-1941). Sinto que deixou evidente o amadurecimento da escrita e criação narrativa da autora.
Também vale a pena reconhecer o lindo trabalho de organização dessa coletânea feito pela Susan Dick (1940-2010), todo conto tem, ao final, um parágrafo falando sobre a sua suposta data, bem como curiosidades constantes nos diários de Virginia Woolf, pedidos feitos pelas editoras da época, alterações nos manuscritos, entre outros.
A tradução (ótima, por sinal) é do Leonardo Fróes.
Caso não queira adquirir o livro e tenha interesse em conhecer alguns contos da Virginia Woolf, segue a lista dos meus favoritos:
A cortina da babá Lugton (1924); Três quadros (1929); O holofote (1931); Cigana, a vira-lata (1939) e O legado (1940).
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Isa 03/01/2011

Demais!
Virginia Woolf!

Quando comprei este livro, confesso que realmente fiquei com medo de não entender as mensagens que essa brilhante autora gostaria de nos passar. Porém, ao ler o seu primeiro conto, me apaixonei. A escrita bem articulada, os detalhes do dia-a-dia, a observação de pessoas e coisas, a perfeita descrição de objetos e paisagens.. V. Woolf se tornou uma das minhas autoras prediletas. Certamente, outros livros dela virão para minha estante.


Altamente recomendado.
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booksdalaus 09/12/2023

Contos completos
Numa carta de 1908, Virginia Woolf dizia querer ?reformular o romance e capturar as multidões de coisas hoje fugidias? e ?dar forma a uma infinidade de formas estranhas?. De fato, nas décadas seguintes ela ajudaria a promover, ao lado de escritores como James Joyce, Marcel Proust e William Faulkner, uma verdadeira revolução no romance moderno, em obras célebres como Mrs. Dalloway, Ao farol e As ondas. Foi, porém, nos contos que ela aperfeiçoou as técnicas narrativas que empregaria em seus romances. Organizado por Susan Dick, estudiosa da obra woolfiana, este volume reúne todos os contos e esquetes da autora, num total de 46 histórias, desde ?Phyllis e Rosamond?, de 1906, até ?O lugar da aguada?, escrito semanas antes de sua morte, em 1941. Com sua prosa lírica, súbitas mudanças de perspectiva e mergulhos profundos no mundo interior das personagens, Virginia traz para seus contos toda a sutileza e complexidade que a ciência, a filosofia e a psicanálise começavam a desvendar a respeito da natureza subjetiva e relativa da realidade. Além de ter estado na vanguarda artística de seu tempo, a autora foi também pioneira na causa feminista. Narrando histórias em sua maioria sobre mulheres, usou a escrita para colocar em questão o papel secundário destas na literatura e na sociedade e para desafiar, com coragem e ironia, os privilégios masculinos. Este e outros aspectos de sua prosa são analisados no prefácio inédito do poeta Leonardo Fróes, escrito especialmente para esta nova edição ? revista e anotada ? de sua já consagrada tradução.
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