O pacifista

O pacifista John Boyne




Resenhas - O Pacifista


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Henri B. Neto 19/10/2016

Resenha: O Pacifista
Terminei O Pacifista a algumas horas e ainda não consigo deixar de pensar sobre ele. Fazia MUITO tempo que um livro não me afetava tanto ao ponto de meus sentimentos provocarem uma dor e cansaço extremamente físicos, mas é assim que estou no momento: esgotado. Emocionalmente sobrecarregado... E, não vou mentir, impactado.
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Esta é a primeira vez que me interesso por um romance completo de John Boyne - e isto só aconteceu pois descobri que este livro possui uma ligação com a única coisa do autor que li (uma história de Natal terrivelmente triste que li a uns dois anos atrás...). Não sabia praticamente NADA sobre a história, apenas que se passava durante a Primeira Guerra Mundial (um momento histórico que me interessa desde a minha leitura de Entre o Amor e a Paixão, que também se passa no conflito)... Então, fui totalmente desarmado para o livro. E ao mesmo tempo que isto foi um trunfo, também foi um grande erro. Não estava psicologicamente preparado para ele.
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Dividido entre os conflitos do jovem Tristan no pós Guerra, e suas memórias aterradoras de sua experiência no conflito, o livro me revelou tanta coisa sobre o ser humano que a única coisa que eu pensava era "o que eu faria no lugar dele?". Esta é uma história que não existem mocinhos, ou heróis... Os personagens erram constantemente e isto te leva a uma miríade de sentimentos.
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Empatia. Surpresa. Culpa. Traição. Medo. Egoísmo. Tristeza. Raiva. Vergonha. Ciumes. Esperança. Desilusão. Pena... Foram tantos os momentos que passei com Tristan que não sei se o julgo, se o entendo, se o amo ou se odeio ele. Eu não sei. E esta é a beleza de tudo.
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Apesar de fino, O Pacifista não é uma leitura leve. Apesar de dinâmico e narrado em primeira pessoa, não foi uma leitura fácil. Devorei a história pela madrugada, porém mais por prazer sádico do que deleite em si. No momento, não posso quantificar o que sinto pelo livro. Mas definitivamente me marcou.
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Henri B. Neto
''Na Minha Estante''

site: http://naestante-henribneto.blogspot.com.br/2016/10/resenha-o-pacifista.html#more
Anne 19/10/2016minha estante
Então esse livro possui relação com Dia de folga? Ou seria outra história de Natal à que vc se refere? Dia de folga me deixou triste pq eu amo o Natal e, confesso, esperava por alguma coisa bonitinha e não foi isso que eu recebi. Contudo, já li outras coisas do John Boyne de que gostei muito e ao ler essa resenha eu pretendo com certeza ler esse tbém!


dani 22/10/2016minha estante
Esse livro é um dos meus favoritos da vida. A história é linda e triste, tão tocante...


Henri B. Neto 27/10/2016minha estante
Anne, tem um relação sim com Dia De Folga, mas não é com o mesmo personagem não... Se bem que tenho a ligeira impressão de que a história de O Pacifista é mencionada no conto, mas não lembro com toda a certeza.


Henri B. Neto 27/10/2016minha estante
dani, este livro me empurrou para uma quase ressaca épica... Estou LUTANDO para sair dela. Yeap.


Débora 15/02/2017minha estante
Henri, amei sua resenha despertou muito meu interesse pelo livro. Vc cita uma livro Entre o amor e a paixão quem é o autor????? Parabens!!!!


Augusta 09/03/2017minha estante
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Augusta 09/03/2017minha estante
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Henri B. Neto 10/03/2017minha estante
Débora, é da Lesley Pearse, foi lançado por aqui pela editora Novo Conceito... Vale super a pena ler. '')




NatGil 17/12/2012

Estive aguardando a estréia desse livro por muitos meses, mesmo sem ter muitas informações sobre a história, apenas pelo meu fascínio pelos livros do John Boyne. A escrita é, como sempre, deliciosa, leve e suave, apesar de narrar os acontecimentos mais sórdidos de uma guerra e da profunda melancolia dos personagens, como se quisesse tornar a história mais tolerável para o leitor.

O livro é narrado por Tristan Sadler, - nome provavelmente criado para reproduzir a tristeza do personagem, remetendo à palavra “sad”, do inglês, triste – menino inglês de 17 anos que opta por se alistar na Primeira Guerra Mundial, mais pelo desejo de escapar da sua solidão do que pelo orgulho de defender seu país. Com isso, o autor nos insere em um universo composto pela agonia das condições enfrentadas pelos soldados, pela ilusão de que a guerra seria benéfica e motivo de orgulho, pela dor dos familiares perdidos e pela intolerância às diferenças.

Após o fim da guerra e a morte de seu amigo e amante Will Bancroft, Tristan se obriga a procurar a irmã do falecido soldado para devolver alguns pertences e, finalmente, tentar aliviar sua consciência sobre o que havia de fato acontecido. Assim, o livro cria paralelos entre a vida de Tristan antes de se alistar, os acontecimentos da guerra e os diálogos entre Tristan e a irmã de seu amigo, sem seguir necessariamente uma ordem cronológica.

Se for preciso resumir a história em uma linha, eu diria que é a pura tristeza do início ao fim, mas retratada ainda com uma beleza extraordinária.


-- Quem ainda não leu e não quer SPOILERS, aconselho acabar a leitura aqui. Caso não se importe, vá em frente.--



Embora minha nota para essa obra nunca seja menor do que cinco estrelas pelo tanto de comoção provocada, eu gostaria de ressaltar alguns problemas de coerência nos diálogos entre Tristan e Marian, pois, apesar de as perguntas feitas por ela serem fundamentais para o andamento do livro, algumas não me parecem plausíveis para alguém que não conhecia inteiramente a história. Talvez a inteira personagem de Marian não tenha me convencido muito.

Mesmo assim, achei interessante a abordagem sobre o amor homossexual em um ambiente de conflitos tão intensos, como se fosse a única coisa genuinamente bela e humana possível de ser encontrada em uma guerra, mas ainda assim destruída por ela e pela intolerância da época. Intolerância essa também direcionada aos indivíduos contrários à guerra, os chamados opositores de consciência e pacifistas, que acabavam sendo considerados covardes por acreditarem que tirar vidas em uma luta não solucionaria os conflitos mundiais.

Apesar de ser considerado covarde por todo o seu grupo, Will adota a ideia de não guerrear como princípio e prefere ser fuzilado pelo exército inglês a desistir dela, coisa que tanto Tristan quanto ele mesmo acreditam ser a maior prova de coragem possível, como pode ser visto no último diálogo entre eles. Entretanto, acredito ser claro seu afeto por Tristan, apesar das palavras repugnantes escolhidas para ofender a opção de seu amigo e da justificativa dada por ter correspondido o romance em vários momentos e acredito que, mesmo sendo corajoso quanto aos seus ideais políticos, Will não foi tão corajoso quanto Tristan ao assumir o que sentia.

A cena da morte de Will foi completamente desesperadora, mas naquelas circunstâncias, não acredito que muitos agiriam de forma diferente, o que me leva a sentir uma empatia ainda maior por Tristan e carregar parte sua tristeza comigo também, ou seja, todos os sintomas de ter lido um bom livro.
Eduardo 13/01/2013minha estante
Também sou fã de John Boyne, parabens pela resenha !


Gaitista 15/02/2013minha estante
Essa resenha me deixou uma vontade imenta de ler o livro!


NatGil 16/02/2013minha estante
Obrigada! Recomendo bastante.


Lennon 19/08/2013minha estante
Realmente, ele tem uma escrita suave. Quero verdadeiramente conhecer os outros livros dele. Estou lendo "O Menino do Pijama Listrado" e amando!


Tammy 19/12/2013minha estante
Adorei sua resenha! O Pacifista foi o tipo de livro que me pegou de jeito. Eu sabia mais ou menos o que esperar, mas cara, é um livro maravilhoso.


Naty Dark Side 28/09/2015minha estante
Esse livro é com certeza pavorosamente triste, acontecimentos fantásticos, escrita linda e uma depressão extasiante ao terminá-lo. Faz bem 2 anos que o li e quando lembro dele a agonia é a mesma. :]




tiagoodesouza 21/12/2012

O pacifista | @blogocapitulo
Quando temos que falar de um autor que a gente gosta muito, normalmente tendemos a exaltá-lo tanto que alguém pode nos achar louco ou extremamente puxa-saco. Da editora? Do autor? Eu não sei. Mas não tem como falar deste livro do John Boyne sem dizer um belo de um palavrão: PUTA QUE PARIU.

Eu confesso que eu não curti muito a capa do livro. Comparada com a capa dos outros livros dele que eu li, essa era até então a menos chamativa. Mas depois que eu fechei o livro, após a última página, passei a vê-la com outros olhos.

Vamos conhecer um pouco mais sobre O pacifista.

O ano é 1919 - e se vocês se lembram das aulas de história, este é o ano subsequente ao fim da Primeira Guerra Mundial. Tristan Sadler tem 21 anos e lutou nas trincheiras, mas agora, de volta a Inglaterra, ele tomou um trem para a cidade de Norwich com uma missão: entregar algumas cartas para Marian Bancroft, irmã de um camarada com quem ele combateu. E quando os dois finalmente se encontram num café, Tristan é levado de volta ao passado e revive a dura vida durante a guerra e os momentos anteriores a ela em que o definiu como homem.

O livro é dividido em aproximadamente seis partes, alternando o passado e o presente, contado pelo ponto de vista de Tristan. Tristan ainda não tinha 18 anos quando se alistou e conheceu Will e os outros camaradas que iriam para a guerra junto com ele. Essa é uma das partes interessantes do livro em que o autor já prepara o terreno para o que virá mais a frente e que algumas coisas são definidas. Conforme as conversas com Marian vão se alternando, Tristan se vê cada vez mais perto de contar um segredo que é uma das razões do palavrão ali em cima e é uma das passagens mais emocionantes do livro. John Boyne conseguiu mostrar de forma sensível uma questão que hoje em dia é um enorme tabu e que, à época em que foi contextualizada em O pacifista, era passível de condenação.

“'Eu não sei o que sou', disse em voz baixa. 'Para falar a verdade, passei a maior parte dos últimos anos tentando encontrar resposta para isso.'"
Pág. 135.

John Boyne explora a humanidade, ou falta dela, envolvida na guerra. Um dos exemplos é quando Will encontra um alemão e o faz prisioneiro e os ingleses precisam decidir o que fazer com ele. Eu realmente nunca vou entender o que leva um ser humano a matar outro e, ainda assim, ser considerado algo nobre morrer pelo seu país. E quando um homem mostra seus ideais e resolve não fazer parte desse massacre, é, definitivamente, estúpido considerá-lo covarde.

Eu acredito muito que John brincou com o nome dos personagens neste livro. Tristan é um homem com uma história bem triste mesmo antes da guerra entrar na sua vida. Seu sobrenome bem pode ter origem na palavra inglesa para tristeza, "sad". Assim como "ban/croft" pode dizer muito sobre Will.

A minha identificação com Tristan se deve ao fato de ele ser um solitário, triste e, ainda assim, com uma certa esperança de que as coisas deem certo para ele. Também tem o fato de ele ser um leitor e gostar de escrever. É possível enxergar com clareza seu desenvolvimento; de um garoto com ideias erradas, beirando ao infantil, a um homem com culpa buscando redenção e perdão, por exemplo. Há passagens tão intensas que conversam conosco como se estivéssemos ali, no lugar do personagem. Marian é um mulher muito à frente de seu tempo, emancipada, e com uma sensibilidade incrível. Will é aquele tipo de pessoa que, de tão confusa, acaba nos confundindo sobre o que pensar sobre ele. Ele foi justo ao dizer aquelas coisas? Ele tinha o direito de brincar com algo tão complicado como o sentimento de outra pessoa? Ele foi verdadeiro?

“(...) 'O que eu estou sentindo?'
'Duas coisas, eu diria. A primeira é culpa.
Permaneci calado, mas sem deixar de fitá-lo. 'E a segunda?'
'Ora, você se detesta.
Pág. 29.

Eu não costumo colocar playlist nas minhas resenhas, mas foi inevitável lembrar de duas músicas ao ler este livro. Uma delas é Under pressure e a outra, Bohemian rhapsody. Ambas da banda inglesa Queen. De algum modo, as letras dessas músicas "se casam" com a história de Tristan.

Parem tudo o que estão fazendo e leiam John Boyne!
Fernando 03/02/2013minha estante
Olá, também nao gostei da capa quando vi o livro, mas Boyne é Boyne e por ele comprei o livro. devorei e estou com estômago embrulhado té agora... Puta merda. So falando assim! Fantástico!


Luiz 19/03/2013minha estante
Eu tb comecei a ver a capa com outros olhos depois de lê-lo.
Cara, é o tipo de livro que quase me fez gritar "Não faz isso" no meio de um ônibus lotado, fantástico!
Ah, muito boa resenha.


tiagoodesouza 24/03/2013minha estante
Oi, Luiz!

Imagino em qual parte você quis gritar isso. Cara, eu achei que não fosse acontecer aquela parada lá e fiquei muito surpreso.

Abraço!


Paulo Sutto 02/04/2013minha estante
Estou lendo, mas comparado ao Menino de pijama listrado, é muita boilice aquilo. Vou terminar de ler pra ver onde vai dar aquilo.


tiagoodesouza 03/04/2013minha estante
Suttão, não tem nem o que comparar uma história com a outra. São completamente diferentes e se você ler com essa ideia de comparar, você não vai entender o que o autor quis mostrar. E se tem esse preconceito, melhor não continuar lendo.




Kleilson.Torquatto 16/07/2023

Amor, guerra, traumas e arrependimentos.
Como eu já comentei aqui em algumas resenhas eu amo essa temática de guerras, mesmo que eu sempre sofra e saia destruído com a história que sempre meche muito comigo. Rsrs..

Na maioria das vezes é a segunda guerra que passa a ser mais retratada nos livros e pouco é se falado na primeira guerra.
E nessa história a primeira guerra é abordada de forma tão palpável que eu emergir completamente nesse cenário cruel de dor, lutas e abandono e de todos os combates que foram traçados ali.

O livro é narrado em primeira pessoa e em dois períodos de tempo, o período da guerra e o ? Pós guerra?. É através desses dois períodos que começa a se desenvolver a trama, protagonizada por Tristan Sadler e Will Bancroft, dois soldados que se apaixonam durante a guerra.

O que o John Boyne faz nesse livro é surreal! Ele traça uma trama tão bem estruturada, de ambientação até a caracterização dos personagens principais e secundários de uma forma primorosa. E o desenrolar da história?? Meu Deus!! Ele vai envolvendo o leitor, soltando partes da história sem entregá-la de uma só vez, aguçando a curiosidade, te deixando angustiado e aflito para saber o que vai acontecer em seguida. Eu não conseguia largar o livro de tão preso que eu fiquei.

Outra coisa que achei muito bem contada foi a delicadeza com que o autor descreve a vida dos personagens e em como o amor dos dois é conduzido. Em nenhum momento ele chega a afirmar com todas as letras que Tristan é gay, ele vai revelando em pequenos atos na história, mesmo sem afirmar completamente, deixando assim implícito ao leitor.

A história toda é uma grande tensão de guerra e tensão amorosa que se instala entre os dois, e o final não traz nenhuma redenção ao Tristan, deixando uma sensação bem amarga e vazia no leitor. Pelo menos foi isso que senti. Longe de ser um final ruim, FOI INCRÍVEL!!

Enfim, é um livro Brilhante, zero defeitos, que vai me fazer refletir por muito tempo e vai ficar comigo pra sempre, pois é mais um FAVORITO DA VIDA! ??
Genteeeeee vcs precisam ler isso aqui!!
Peter.Molina 16/07/2023minha estante
Já está na minha lista!


_paulo_ 16/07/2023minha estante
também amo temas assim!! principalmente me filmes!! amei a resenha, só aumentou o desejo de ler essa maravilha rs.


Kleilson.Torquatto 16/07/2023minha estante
Isso é uma Obra-prima! Queria tanto um filme ou uma série desse livro, ia ser o máximo. ??


Isaias Junior 16/07/2023minha estante
Está na minha lista a um tempo, preciso ler.


Kleilson.Torquatto 16/07/2023minha estante
Pra mim foi zero defeitos esse livro.




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NatGil 07/03/2013minha estante
Gostei muito da resenha, ótima sensibilidade.


Mateus 11/03/2013minha estante
Obrigado, Joy!


Isa 08/05/2014minha estante
Você percebeu e sentiu o livro exatamente como eu! Li em algumas resenhas o pessoal falando que Will não o amava. Mas, SIM, eu acredito que SIM! E que toda essa confusão na sua cabeça o levou a tomar os atos que o levaram ao "paredão". Legal saber que mais alguém enxergou como eu! hehe


Mateus 21/05/2014minha estante
Isa, que bom encontrar alguém que sentiu o livro da mesma forma. Obrigado pelo retorno!


Dea 09/11/2019minha estante
Amei sua resenha!




Wal 08/08/2018

Maravilhoso!!!
Eu não sei como colocar em palavras o quanto eu amei esse livro, que apesar de não ser o mais perfeito de todos os livros, conseguiu me fazer ama- lo de uma forma que eu não amo um livro a muito tempo.

Com uma escrita belissima, o autor conseguiu criar uma estória maravilhosa que desde o início sabemos que iremos sofrer com ela mas que no final nos surpreendemos por sofrer muito mais do que o imaginado.

O livro possui personagens maravilhosos, por ter sido tão bem construídos. Personagens que amamos e as vezes odiamos na mesma proporção, mas que acima de tudo nos conectamos e entendemos como foi difícil para cada um as determinadas decisões tomadas.

Está não é uma estória fácil, é dolorosa, triste, e muito mais profunda do que eu imaginei, e por isso eu vou ama-la pelo resto dos meus dias, pois foi uma das estórias mais surpreendentes que eu já li, não por ser algo algo único, mas por ser algo que eu não esperava.
Lucas Brandão 23/10/2018minha estante
Estou louco pra ler, MDS!


Wal 23/10/2018minha estante
Acredito que você vai amar essa leitura. Esse livro é maravilhoso:)


Lucas Brandão 23/10/2018minha estante
Uau, com uma recomendação assim eu tenho que adianta-lo na lista de leitura haha


Wal 23/10/2018minha estante
Tenho certeza que você não irá se arrepender se fizer isso:):):)




Thomas 11/01/2013

Inquietante, questionador e trágico, O Pacifista nos leva para um desconhecido passeio de bicicleta

Decidi estrear minha viagem literária nas obras de John Boyne com O Pacifista, e creio que não seria possível que eu tivesse feito escolha melhor. Apesar de ouvir falar muito bem do aclamado O Menino de Pijama Listrado, tive o desprazer de ver o filme antes de saber que existia um livro e hoje isto serve como desânimo para eu conhecer a obra.

Pois bem, em seu mais novo lançamento, Boyne procura abordar os princípios de um ser humano em tempos de guerra e ao desenrolar da história deixa no ar indagações como: será que devo morrer lutando pelo meu País e, quem sabe, sobreviver para contar minha história, ou devo levar em conta os ensinamentos que me foram passados e respeitar minha integridade, independente de se há ou não uma nação lá fora que depende de mim?

Outro ponto que o autor quis abordar e conseguiu com bastante maestria, foi o despertar de sentimentos homossexuais numa época onde tais atos beiravam o absurdo e morbidez, e com isto podemos ter uma visão mais real e direta do que realmente acontecia com quem tinha de conviver com a ignorância daqueles tempos.

Os dois protagonistas são personagens surpreendentemente complexos, e o livro não tem pressa alguma em explorar essa complexidade.

Alternando entre décadas distintas, segredos são aos poucos revelados, tensões vêm e vão a todo instante e não é difícil de sentir os pelos se eriçarem com diálogos e pensamentos carregados de tristeza e melancolia.

A narrativa é muito leve e calma; John Boyne não tem pressa. Seu livro não é um trem em alta velocidade, é uma bicicleta conduzida por alguém que não está muito preocupado em voltar pra casa, não tem hora pra chegar, nem tem certeza de que quer ir a algum lugar. Tudo que tem em mente é colocar a tristeza pra fora, e andar, andar, andar.

Um romance intimamente interessante, questionador, inquietante e, sem sombra de dúvidas, trágico. Final feliz não é uma opção em O Pacifista. Mas se a intenção do autor era chocar o leitor de uma forma delicada e intensa, fico feliz em dizer que ele cumpriu seu papel.

Fernando 03/02/2013minha estante
Não deixe de ler o livro,mesmo que tenha visto o filme. O livro é muito sensível...


Thomas 03/02/2013minha estante
Obrigado pela indicação, Fernando. Vou lê-lo assim que possível. ;)


Helder 03/11/2017minha estante
Linda resenha. Sua comparação entre o trem e a bicicleta soou tão sensivel quanto o texto de Boyne. Parabens!




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Douglas.Reis 08/07/2015minha estante
Gosto muito desse livro !


Dani Vale 14/07/2015minha estante
Livro perfeito, profundo e genuinamente triste.


Carla Aires 22/01/2017minha estante
Concordo com você! Pra mim, o covarde na história é Will. Sinceramente, o posicionamento dele no final me pareceu mais a atitude de um homem mimado e covarde, que foi mto cruel, brincando com os sentimentos de Tristan. Quase não senti pena dele.




Jp Mathielo 18/11/2014

Dramático
A história de Tristan é complicada, marcada por imensos conflitos, internos e externos, o livro é daqueles que se você tiver uma tendência depressiva, talvez é bom nem ler, drama do início ao fim praticamente sem folga, porém como foi descrito, "um livro impactante" , e a grande lição, a vida do homem deve possuir princípios !!! John Boyne mais uma vez correspondendo muito bem !!!
Carla Buffolo Altoé 18/11/2014minha estante
Foi o único livro do John Boyne que não deu 5 estrelas. Até hoje não consegui "digerir" todo esse livro.


Carla Buffolo Altoé 18/11/2014minha estante
Foi o único livro do John Boyne que não deu 5 estrelas. Até hoje não consegui "digerir" todo esse livro.


Douglas P Da Silva 05/07/2016minha estante
O Pacifista é uma história incrível, sútil e impactante ao mesmo tempo; uma história de guerra e de amor, uma história que prova que até mesmo nas piores circunstâncias, o amor é "a única coisa que importa". "John Boyne é único. *-*"




Lela Tiemi 18/07/2014

Lindo!
O livro é simplesmente lindo! Eu devorei a leitura em dois dias. Esta foi minha primeira experiência com uma obra de John Boyne (autor de "O menino de pijama listrado") e fiquei encantada com a destreza do autor em escrever de forma tão bela e envolvente. A maneira não linear em que ele decidi nos contar a história também deixa o enredo muito mais interessante. Boyne alterna as narrativas entre o tempo presente - a viagem para encontrar Marian, irmã de Will, e lhe entregar as cartas - e o tempo passado - na Primeira Guerra Mundial, desde o treinamento até o combate nas trincheiras na França - fazendo com que os segredos de Tristan sejam revelados aos poucos e prendendo o leitor no desenrolar da trama da primeira à última página.

Faço questão de ler tantas outras obras possíveis de Boyne daqui pra frente. Entretanto, não se trata apenas da maneira como o autor escreve que faz desta história especial como também a trama criada por ele. Ainda estou chocada com o que li. Sinto que posso passar dias e dias refletindo sobre a história. O fato de ter criado personagens tão cativantes também é um ponto a favor do autor. Não há como não se compadecer por Tristan por conta de tudo que enfrentou na vida: pelo fardo da culpa que carrega, o segredo que guarda, a família que o abandonou por não o aceitar como é. E, temos Will. Will que nega até o fim ser quem ele é e sentir o que sente, mentindo para si mesmo. Will que não aceita a crueldade da guerra e decidi lutar por princípios que parecem esquecidos em meio a tantas atrocidades.

Com toda certeza, eu não consegui transmitir toda a comoção que o livro me causou. Tudo que posso dizer é que todos deveriam lê-lo, não só para relembrar os horrores da guerra e quão desumano podemos nos tornar em meio dor causada por ela - ou por um coração partido -, não só para relembrar o quão difícil pode ser conviver com nossas culpas e remorsos como um pagamento por nossos atos, mas também para lembrarmo-nos que somos humanos, ou seja, somos vulneráveis aos nossos próprios sentimentos.

Livro sensível e enternecedor. Eu recomendo.


site: leiturasecomidinhas.com.br
Cristina 02/11/2014minha estante
Me senti exatamente como você. Nunca um livro me emocionou tanto, me deixou de coração partido quanto O Pacifista.
Também foi minha primeira obra de John Boyne, e pretando continuar. Chorei das primeiras páginas do livro até a última.


Maíra 25/11/2014minha estante
Já li todas as obras dele e na minha opinião esse é o melhor!


Helder 03/11/2017minha estante
LInda resenha. "para lembrarmo-nos que somos humanos, ou seja, somos vulneráveis aos nossos próprios sentimentos." Colocação perfeita!




Manuella_3 06/03/2014

Lindo!

‘O Pacifista’ é o segundo livro de John Boyne que leio. Depois da maravilhosa experiência com ‘O Palácio de Inverno’, apostei todas as fichas no autor e não me decepcionei. Pelo contrário. Boyne sabe contar uma boa história com sensibilidade, criatividade e muitas emoções.

Tristan Sadler tem 21 anos e finalmente marca um encontro com Marian Bancroft, na intenção de lhe entregar as cartas trocadas com o irmão William Bancroft, durante a Primeira Guerra. Tristan e Will foram combatentes e amigos muito próximos nos duros dias de luta. A verdade é que nosso protagonista quer revelar fatos que ficaram bem guardados, com os quais não consegue lidar.

Narrado em primeira pessoa, Tristan nos conta seus dias difíceis em meio à guerra, alternando o tempo passado (França, 1916) e o tempo presente (Inglaterra, 1919). Curioso observar que, ao falar do passado, no auge da guerra, Tristan fala como se estivesse no tempo presente. E, falando no tempo presente, usa o verbo no passado. Para o leitor bem atento à trama, fica a impressão de que o grande fato da sua vida está bem vivo nas lembranças e no coração e jamais será esquecido.

O leitor é conduzido para a loucura das trincheiras, com detalhes muito ricos da rotina de uma guerra, com cenas fortes de sangue e dor, atrocidade e desumanidade. As relações entre soldados e superiores, os medos e as angústias a cada turno em que avançam em direção ao inimigo. O autor, com sua habilidade magistral, nos proporciona um texto crescente e cheio de descobertas, que insere o leitor no tempo e nas emoções dos personagens envolvidos.

Sobre os personagens: Tristan é apaixonante. Solitário, passou por dificuldades na infância, com um pai cruel e uma família que não compreendeu suas atitudes e o abandonou. Já William é um rapaz inseguro, apesar das atitudes extremas que toma. Impulsivo, mas confuso em relação aos seus sentimentos, prefere se adequar ao que a sociedade aceita a enfrentar as consequências de suas escolhas. E Marian, uma mulher engraçada e contraditória, mas sensível e, aos poucos, o leitor vai entender suas razões.

Há um fato principal no livro e prefiro não comentar, ainda que seja apresentado nas primeiras páginas. Sugiro que o leitor interessado na obra não leia resenhas, pois boa parte conta qual o tema do livro. Como não sabia, fui desconfiando e descobrindo, o que me deixou feliz com minhas apostas bem sucedidas, hahaha...

O final é muito bonito, apesar de não ser o esperado pelos leitores que adoram finais felizes. Particularmente, adoro desfechos que me surpreendam, em harmonia com toda a trama contada e que finalize engrandecendo a narrativa.

Um livro lindo! Mais uma vez John Boyne arrebata meu coração e se consagra como um dos meus autores preferidos! Depois de ler ‘O Pacifista’ e ‘O Palácio de Inverno’, a vontade é adquirir todos os seus livros. Indicadíssimo, cinco estrelas!
Renata CCS 17/03/2014minha estante
Outra resenha sedutora!


Manuella_3 18/03/2014minha estante
Vale a pena a leitura de Boyne, sempre. Adoro e sou suspeitíssima pra falar do autor, de quem sou fã, Renara CCS.


Arsenio Meira 03/04/2014minha estante
Manu, bela resenha. No ponto. E obrigado pela advertência. Não li resenha alguma sobre esse livro, e graça a você, agora é que não vou ler; nem as orelhas merecerão minha atenção. Vou ler, isto sim, é o livro para saber, dentre outras coisas, qual fato a que fazes referência. Gosto do Boyne .Ele é um grande fabulista (no sentido amplo do termo. ) Um prosador que cumpre a risca sua arte.
Abraços
Arsenio




Lima Neto 28/12/2012

extraordinário
John Boyne tem, definitivamente, uma sensibilidade rara. é capaz de criar histórias muito pesadas, com dramas e pano de fundo histórico muito densos, mas conta-las de uma forma tão suave, sutil e delicada que é capaz de cativar a todos os que abrem as páginas de seus livros e mergulham e sentem a fundo suas histórias, que vivem a vida e os dramas de cada um de seus personagens. com "o pacifista" não foi diferente. o livro tem uma densidade impressionante, mas é conduzido de forma tal que nós, leitores, o devoramos, e só nos damos conta do quão "pesada" é a historia quando, já no fim, nos vemos desesperados para saber o que motivou Tristan Sadler a agir como ele agiu, a esconder o que ele escondeu.
como se não bastasse toda a sua sensibilidade, Boyne, ainda por cima, tem nos prendido com um mistério que vai nos deixar curiosos até o fim. não sabemos (embora possamos suspeitor) dos dramas que levaram a vida de Sadler (protagonista) a ser como é, nem os motivos que o levaram a ser tão fechado e os segredos que guarda consigo, que faz com que desenvolva um verdadeiro câncer na alma, um amargor que carrega consigo, uma angústia que faz com que nós, leitores, passemos a sentir certa pena dele a ponto de desejar ajudá-lo a carregar tal fardo.
"O Pacifista" é um livro que mexe, além de tudo, com temas delicados, num pano de fundo histórico rude e pesado, assim sendo, ficamos entre a delicadeza de um amor e um mundo rude e brutalizado da guerra.
livro extraordinário, delicado, denso, "misterioso",sutil e intenso, como só os grandes livros dos grandes autores o são.
Fernando 03/02/2013minha estante
O livro realmente tira a respiração da gente...


Bruna 26/10/2013minha estante
Estou lendo agora... realmente emocionante!




Anderson 15/01/2013

O pacifista
Nunca sei como começar a resenhar um livro bom. E com o ''O pacifista'' não poderia ser diferente. Não por ser um livro bom, mas sim, por ser um livro PERFEITO.
O pacifista conta a história do nosso querido Tristan Sadler, quê, aos vinte um anos de idade, pega o trem de Londres a Norwich, para entregar algumas cartas à irmã mais velha de William Bacroft, que foi um soldado que lutou ao lado dele na Grande Guerra.
Neste encontro com Marian Bancroff - irmã de Will - Tristan revive seus momentos de treinamento em Aldershot, aonde conheceu will, e sua vida nas trincheiras durante a guerra.

O relacionamento de Tristan e Will mexeu comigo de tal forma que não sei explicar. Em alguns momentos eu torcia para que eles continuassem com o relacionamento deles até o fim da guerra e para além dela. Em outros, torcia para que Tristan mandasse Will se danar e vivesse sua vida sem ele. Durante a leitura do livro, percebi que o sentimento de Will por Tristan ia além de uma amizade, e eu ficava feliz por isso. Mas o que me dava raiva, era o fato de que o Will, em certos momentos, se ''jogava em cima'' do Tristan, e em outros, ignorava ele como se o mesmo fosse um ninguém. Mas enfim, vai saber o que se passa pela cabeça de um homem durante uma guerra, né?

Narrado em primeira pessoa, o livro tem uma escrita que, por si só, já seria digno de cinco estrelas. John Boyne é um mestre, sabe lidar com as palavras, e sua escrita me cativou desde as primeiras linhas. Os personagens são muito bem construídos. Me apeguei ao Tristan de tal forma que nunca tinha acontecido antes por nenhum outro personagem da literatura. Me identifiquei muito com ele, e apesar de ele ter vívido em uma época bem diferente da nossa e bem mais complicada, eu tinha uma noção de como ele se sentia.

*SPOILERS* Desde o começo do livro, eu imaginava que o final não seria como eu queria que fosse. E não foi! Antes da metade do livro, o autor já deixa claro que o Will morreu. Fiquei a leitura toda esperando esse momento. Sabia que iria acontecer, mas quando aconteceu, eu simplesmente não consegui conter a emoção, e as lágrimas vieram a tona. *SPOILERS*

Enfim, acho que não preciso dizer mais nada sobre mais essa obra-prima de John Boyne, né? Livro altamente recomendado. Minhas cinco estrelas foram mais do que merecidas.
Só digo uma coisa a você que acompanhou essa resenha até aqui: leiam ''O pacifista''

"Quer saber? O amor é coisa de louco." "Mas é a única coisa que importa."
Fernando 03/02/2013minha estante
Muito foda o livro!


Anderson 03/02/2013minha estante
Foda mesmo. John Boyne é único. *-*




spoiler visualizar
Isa 05/05/2014minha estante
Robson, desculpe o palpite, mas não seria melhor você marcar sua resenha como spoiler? rsrsrs Abraços!


Robson 05/05/2014minha estante
Vou marcar ela como contendo spoiler sim, Isa. Obrigado pela dica! :)




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