Lima Neto 28/12/2012
extraordinário
John Boyne tem, definitivamente, uma sensibilidade rara. é capaz de criar histórias muito pesadas, com dramas e pano de fundo histórico muito densos, mas conta-las de uma forma tão suave, sutil e delicada que é capaz de cativar a todos os que abrem as páginas de seus livros e mergulham e sentem a fundo suas histórias, que vivem a vida e os dramas de cada um de seus personagens. com "o pacifista" não foi diferente. o livro tem uma densidade impressionante, mas é conduzido de forma tal que nós, leitores, o devoramos, e só nos damos conta do quão "pesada" é a historia quando, já no fim, nos vemos desesperados para saber o que motivou Tristan Sadler a agir como ele agiu, a esconder o que ele escondeu.
como se não bastasse toda a sua sensibilidade, Boyne, ainda por cima, tem nos prendido com um mistério que vai nos deixar curiosos até o fim. não sabemos (embora possamos suspeitor) dos dramas que levaram a vida de Sadler (protagonista) a ser como é, nem os motivos que o levaram a ser tão fechado e os segredos que guarda consigo, que faz com que desenvolva um verdadeiro câncer na alma, um amargor que carrega consigo, uma angústia que faz com que nós, leitores, passemos a sentir certa pena dele a ponto de desejar ajudá-lo a carregar tal fardo.
"O Pacifista" é um livro que mexe, além de tudo, com temas delicados, num pano de fundo histórico rude e pesado, assim sendo, ficamos entre a delicadeza de um amor e um mundo rude e brutalizado da guerra.
livro extraordinário, delicado, denso, "misterioso",sutil e intenso, como só os grandes livros dos grandes autores o são.