May Furlan 24/01/2011
Tentaram plagiar... Falharam miseravelmente.
Com o grande sucesso da série "Twilight/Crepúsculo" (sucesso alcançado, infelizmente, após aquele filme ridículo, que foi, na minha opinião, uma das piores adaptações já feitas [sim, eu amei o livro, aguardei o filme, me decepcionei com o que vi, e critico tanto a adaptação do roteiro quanto os atores escolhidos para certos personagens {ok, admito, odiei todo o elenco escolhido, nenhum realmente combinava com o personagem}]) eis que nos deparamos com "Marcada".
Vi esse livro pela primeira vez na "Lojas Americanas", enquanto verificava se "Amanhecer" já havia saído do status "pré-venda" (e para minha decepção, ela ainda se encontrava nesse status deplorável). Fragilizada e necessitando saciar minha sede por leitura (não aguentava mais reler minha pequena biblioteca particular), resolvi aceitar a dica de uma máquina. Lá no rodapé da página, tentando me forçar a gastar mais dinheiro para sustentar o sistema capitalista, havia algumas sugestões. Sim, um computador começou a me dar sugestões de consumo, e eu, fragilizada, cai na tentação. Em um pacote promocional (promoção uma ova, era só enganação) ele me oferecia os três livro da série "Crepúsculo" mais o novo grande sucesso "Marcada". Com a minha curiosidade aguçada pela capa similar, cliquei para saber mais sobre o tal "Marcada". Lendo as informações, vi que não só a capa era parecida, e sim que o tema era o mesmo... Os novamente populares vampiros... Particularmente não gosto do tema, em "Crepúsculo" me interessei pelo fato de ser um romance, mas como as semelhanças eram muitas, quem sabe o fato do livro ser bom também não seria copiado?
Por sorte, antes de gastar meu suado dinheirinho, baixei "Marcada" em forma de e-book, para ver se o livro era bom o suficiente para ser comprado.
Comecei a ler o condenado. E pela primeira vez na vida, abandonei a leitura de um livro. Sim, decidi não gastar o precioso tempo de minha vida com essa coisa. Parei na quinta página. Agora escreverei o motivo de ter abandonado a leitura, e para isso irei incluir alguns spoilers, mas não se preocupe, o spoiler só vai até a página 5.
O começo do livro é entediante. Um diálogo patético, tentando parecer adolescente (mas, pasme, é idiota até para um adolescente)entre a protaginista-que-não-me-lembro-o-nome com a amiginha-fútil-que-não-me-lembro-o-nome sobre o namorado idiota da protagonista. Só continuei a ler o livro na esperança de que ele fosse melhorar nas páginas seguintes...
E então eu li uma das coisas mais nonsense de minha vida...
Analise a seguinte situação: Você mora em um lugar onde vampiros com marcas ridículas na testa fazem parte da sociedade, e são aceitos pelos humanos. Ok, isso não faz sentido... Mas calma, a coisa piora. Você está andando com a sua coleguinha, sustentando um diálogo retardado, enquanto caminha em direção ao seu armário no colégio. A alguns passos de distância do seu destino final, você vê um vampiro com tatuagem na testa, e o dito cujo está parado ao lado do seu armário. Qual seria a sua reação, o que qualquer pessoa sensata faria nessa situação? (Nota de rodapé: você tem medo do vampiro)
1. Você passaria reto do dentuço.
2. Você pediria para uma cobaia, quero dizer, amiguxo ir pegar o que você precisa no seu armário.
3. Você pediria para o Chuck Norris arrebentar o vampiro.
4. Você daria meia volta e fugiria correndo.
5. Você seria tapada o suficiente para continuar o seu caminho até o armário, e como consequência até o vampiro, mesmo morrendo de medo, uma vez que seu objetivo de vida é atuar em filmes de terror no maior estilo trash.
Qualquer uma das quatro primeiras opções seria plausível. Mas, adivinhe, assinando o atestado de burrice a protagonista escolhe a quinta opção.
E então a m*rd* está feita, e a sequência a seguir é um dos maiores lixos que já li na minha vida.
O vampiro estica o braço, aponta com o indicador e diz para a protagonista que ela irá a meia-noite (mais clichê impossível) na Casa Tremendona do Mal para se juntar a eles, e então ele toca a testa dela e ela vira vampira. SIM, ELE TOCA, TÊ-Ó-CÊ-A, TOCA A TESTA DELA!!!!!! Ele não morde o pescoço, ou o pulso, ou pé, ou até mesmo a testa da garota, ele simplesmente dá uma dedada nela e ela vira uma vampira tatuada.
E não para por aí... Depois da dedada a protagonista faz "AH!", e sua amiga-idiota/fútil faz "OH!!!" para depois se afastar correndo dando uma desculpa qualquer.
A partir daí, fechei a janela do e-book, deletei o arquivo, limpei minha lixeira, e queimei minha CPU. Tudo isso para apagar qualquer vestígio na história de que um dia meus olhinhos leram essa coisa monstruosa.
Lendo outras resenhas, percebi que as autoras, não contentes de tentar plagiar "Crepúsculo", tentaram também copiar J.K Rowling, fazendo um tipo Hogwarts para dentucinhos. Bem, aí está a prova de que nem sempre duas cabeças pensam melhor do que uma, uma vez que para produzir um lixo desses, bem que alguém podia ter feito sozinho.
P.S: Cá estou eu, anos depois de escrever essa bendita resenha, editando-a novamente. Minha primeira resenha no Skoob e talvez a mais comentada. Amada por muitos (ok, nem tanto) e odiada por outros (esses sim eram a maioria) foi um baque quando percebi que, de uma forma ou de outra, as pessoas se importavam com o que eu escrevia a ponto de usar parte de seu dia para me elogiar ou tentar me queimar viva. Foi uma experiência interessante. Porém, devo dizer que sinto uma tremenda vergonha do que escrevi a ponto de, vira e mexe, cogitar seriamente excluir essa resenha do Skoob e viver como se nada tivesse acontecido. Mas me contive e decidi deixá-la aqui, exposta como em um mural da vergonha, para aprender a nunca mais ser tão babaca, arrogante e cheia de humor pseudo sarcástico adolescente de meia tigela. Entenda, eu era exatamente isso, uma adolescente apaixonada por leitura que, por se comportar levemente diferente da maioria, achava que havia escapado da sina de ser chata e se sentir pertencente a um grupinho exclusivo como todos nessa fase. Fato: até o término do seu ensino médio e parte da sua faculdade você ainda não amadureceu o suficiente para ser o que pensa que é. Enfim, eu cresci. Vejo agora como essa resenha acabou sendo desnecessária, pelo menos o modo como foi escrita, beirando o ridículo. Desculpe por te fazer você ler tanta asneira, desculpe se fui grossa ao te responder. Não, não mudei minha opinião sobre o livro e não tentei ler novamente. Esse livro é sim ruim demais e muito mal escrito, só que não acho válido sair gritando por aí como se quem lê e gosta desse tipo de literatura seja alguém pior do que você mesmo. Com a vida se aprende que gosto é subjetivo e muitas verdades não são absolutas. Nesse caso não é diferente. Se quiser tirar algo de útil aqui da resenha e ainda desejar a minha opinião, ainda aconselharia a não ler (quando digo que "Marcada" é ruim, estou falando sério) e recomendaria de prontidão outro livro, mas perdoe a adolescente crepusculana intelectual que fui e essa resenha de matinê, basicamente é esse o motivo da edição depois de tanto tempo. Ah, só mais um detalhe, demorou mas aprendi o que realmente significa plágio e descobri que ele não se aplica à "Marcada". Acho que mais exato seria só dizer que ele só se aproveitou da fama do hit do momento.