Jpg 26/08/2011
São Paulo é contínua.
Há pessoas que vivem em São Paulo, como se fosse qualquer outro lugar do mundo; e pessoas que vivem São Paulo. As do segundo tipo, definitivamente vão se interessar pelo livro. O autor, que dá nome à uma das Avenidas mais importantes da cidade, usa um linguagem modernista que me parece bem adequada ao clima da terra da garoa: coloquial, com gírias(da época), frases rápidas, dizendo apenas o necessário; não deixando de ser surpreendente. Os contos são fragmentos da cidade e, assim como ela, parecem nunca acabar. Às vezes parecem até tratar mais de um determinado bairro, do que dos personagens, o que me proporcionou a sensação de ter nas mãos um esqueleto de São Paulo, e me deu vontade de explorar cada canto mencionado no livro. E agora, toda vez que me aventuro nos labirintos da pauliceia, me parece que tudo o que acontece hoje não passa de continuação dessas histórias.