Resenhas - O que os cegos estão sonhando?

Clio0 09/04/2020

Eu não sei bem o que dizer sobre esse livro... Ele é dividido em três partes: um diário, uma crônica e uma crítica. A que mais me interessou, obviamente, foi o diário de Lili Jaffe.

Lili relatou sua experiência na Iugoslávia nazista durante a 2 Guerra Mundial, especialmente ao ser enviada com sua família para um campo concentração - bem diferente do já conhecido Diário de Anne Frank, que termina quando as pessoas são presas pela SS.

É um relato pungente, embora simples de uma garota de dezessete anos que ainda não tem uma boa ideia do que está acontecendo. Isso fica por conta da crítica que sua filha, Noemi Jaffe, faz ao abordar a própria experiência de ser criada no Brasil, já longe da Guerra, mas ainda assim em contato com os traumas provocados por ela.

Leda Cartum, a neta de Lili, tenta reconstruir sua própria experiência com o tema em um breve relato.

Deveria ser adotado pelas escolas brasileiras ao retratarem o período, por enquanto ele fica infelizmente relegado a leitura de nicho.

Rafael Flores 26/06/2022

Não costumo ler a temática de memórias sobre o holocausto, mas essa sinopse me chamou a atenção e não foi à toa. A autora traz à luz os escritos dos diários de sua mãe que sobreviveu em Auschwitz, e também os acontecidos posteriores sob os cuidados dos suecos e dinamarqueses. Um livro que demanda pausas entre a leitura pelos impactos chocantes de seu relato.
Na segunda metade da obra, Noemi Jaffe vai escrever de forma brilhante, os impactos profundos do fenômeno nazista que aterrorizou os povos considerados inferiores, ao passo que a autora mergulha na reflexão das atitudes e discursos que matam o outro em nome de uma cultura hegemônica.

Carlos Tourinho 13/04/2017

Os conflitos do Holocausto
Centrado em experiências e conflitos relacionados ao Holocausto, o presente livro nos traz visões conflitantes (ou não) de três gerações sobre o tema acima.
Em sua primeira parte, lemos os diário escrito por Lili Jaffe, sobrevivente de Auschwitz. Então com 18 anos, Lili nos leva pelos trens e barracões pelos quais passou entre 1944 e 1945. Um trajeto traçado por seu instinto de sobrevivência e a sua esperança de encontrar sua família viva após a libertação. Um relato cru é impactante sobre a máquina nazista e seu processo de animalização dos prisioneiros.
Na segunda parte, a crítica literária Noemi Jaffe (filha de Lili) nos escreve um ensaio sobre as experiências vividas por sua mãe e a sua própria quando em 2009 visitou Auschwitz. Um texto ao mesmo tempo conflitante e reconciliador, que tenta entender a visão dá mãe sobre o destino e a personalidade que aquela acabou adquirindo após ter passado pelos campos de concentração.
Na terceira e última parte, Leda Cartum (neta de Lili e filha de Noemi), então com 19 anos (idade de Lili quando foi libertada) nos traz seu relato curto após passar pelas mesma experiência da mãe em 2009. Um texto, por sinal, menos conflitante que o da mãe, mas tão denso quanto aquele.

Neide22 01/12/2022

Livros sobre a segunda guerra sempre me despertam interesse.
Lili Stern relatou num diário sobre sua passagem em Auschwitz e como foi sair de lá.

Machado.Sarmento 18/02/2024

O primeiro livro em que pulei algumas partes
O livro é divido em duas partes, a primeira parte é o diário da Lili, que se estende por 94 páginas, e é excelente! Fiquei presa e li muito rapidamente. Os relatos são incríveis e me encantei pelos relatos pós guerra sobre ela "reaprender " a viver, se apaixonar, como foi tratada pela sociedade. A segunda parte são as percepções e conjecturas da filha da autora do diário e achei um pouco maçante e por isso acabava pulando algumas coisas. Mas o livro é ótimo, a leitura e fácil e flui bem. Gostaria muito de uma nova edição com uma terceira parte, com as declarações do seu pretendente que completam o diário, e talvez uma foto da Lili!