O Caçador de Andróides

O Caçador de Andróides Philip K. Dick




Resenhas - O Caçador de Andróides


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Escriba 19/04/2013

Mais denso que o filme.
OBS.: esta resenha também foi postada em meu blog, onde listo referências (links) interessantes a respeito da obra e do autor.

Confira em: http://escribaencapuzado.wordpress.com


Escrito pelo americano Philip K. Dick, O Caçador de Androides* é uma ficção científica indicada ao Prêmio Nebula de 1968, ano de sua publicação. Foi editado no Brasil somente em 1983, um ano após o lançamento de Blade Runner: O Caçador de Androides, adaptação cinematográfica dirigida por Ridley Scott e estrelada por Harrison Ford. A despeito do lapso temporal, a obra se mantém atual nas reflexões que propõe, mas pode não agradar aos fãs do filme.


O cenário é a Terra do futuro**, arruinada por uma guerra sobre a qual restam pouquíssimos registros. Suas consequências, porém, estão presentes no cotidiano: a radioatividade impregna o planeta; flora e fauna praticamente extintas dão lugar a réplicas artificiais. Os incapazes de se refugiar nas colônias marcianas estão fadados à sobrevivência num ambiente miserável, inóspito e repudiado.


Insuflada pela necessidade e pela monstruosa engenhosidade humana, a tecnologia evoluiu e atingiu o zênite com o advento dos androides orgânicos. Feitos à imagem e semelhança do ser humano, eles somente podem ser distinguidos por intermédio de testes especiais de empatia, faculdade que mal podem emular; isto representa uma ameaça, pois os androides, tidos como mão-de-obra escrava, acabam por revoltar-se contra sua condição.


Nesta distopia tétrica vive Rick Deckard, caçador de recompensas de meia-idade a serviço da polícia que é convocado para localizar e “aposentar” androides rebeldes fugitivos de Marte. Vivendo uma crise matrimonial e de consciência, Deckard busca conforto na aquisição de uma ovelha legítima, um artigo de luxo. Envolvido na caçada contra sua vontade está J.R. Isidore, um “especial” cuja vida é a própria representação da realidade sinistra desta sociedade pós-apocalíptica.


Ainda que livro e filme se fundamentem na mesma premissa, há diferenças consideráveis, a começar pela caracterização do ambiente. A película apresenta uma Terra superpopulosa, com arranha-céus decadentes, carros voadores, e letreiros luminosos bombardeando propagandas a todo instante. A combinação de sombra e luz traduz um clima decante e sujo, mas ao mesmo tempo fascinante e brilhante.


No romance, impera a sensação de desolação. O mundo é um lugar escuro, silencioso, vazio; a visão de Dick é soturna, desesperadora, e sobressai-se à de Scott. Este aspecto é nítido nas cenas protagonizadas pelo marginalizado Isidore, responsável por expor o horror e a penúria de sua subsistência ao leitor.


Duas particularidades instigantes do cenário que foram ignoradas no cinema se destacam: a existência de uma tecnorreligião – que, infelizmente, surge envolta numa aura de confusão, o que talvez justifique não ter sido abordada no filme – e a possibilidade de manipulação das emoções humanas via estímulos elétricos.


O autor expõe as particularidades de sua visão pessimista do futuro com maestria, mas peca ao conduzir a ação em torno da perseguição aos androides. Exceto por dois pontos específicos da trama, é difícil ao leitor preocupar-se com o destino do protagonista – apesar do texto frisar a capacidade superior dos androides, Deckard nunca parece estar verdadeiramente ameaçado por eles.


Fãs da obra de Scott ficarão incomodados também com a frágil descrição do combate final contra o androide Roy, que é descrito como o mais poderoso do grupo caçado: o confronto aqui é patético se comparado a da versão cinematográfica, repleta de energia e poesia.


Contudo, Dick consegue acertar em cheio no tom em alguns pontos, como quando Deckard é confrontado com uma possibilidade aterradora que o leva a questionar a si mesmo, num dos momentos mais bem trabalhados do enredo – este deve ter inspirado a eterna questão acerca da natureza do protagonista no filme, dúvida esta que logo é sanada no livro.


O desfecho deixa a desejar: lento e inesperado, representa um verdadeiro anticlímax, ainda que induza a muitas reflexões. Toda a história ocorre num único dia da vida do protagonista, o que é curioso. Infelizmente, isto reforça a sensação de que Deckard jamais esteve em perigo, tornando-o excessivamente habilidoso e capaz em seu trabalho – e também inverossímil.


O valor da obra de Dick está justamente na proposição de questões filosóficas e sua leitura proporciona um exercício de reflexão, em vista da complexidade dos temas. Quem buscar aqui a grandiosidade cinematográfica do filme de Scott irá se decepcionar. Não é, em absoluto, uma leitura fácil. Pelo contrário, O Caçador de Androides é aquele tipo de livro que requer releituras com um olhar atento, maduro, para lhe decifrar os mistérios. Concedo-lhe, assim, 3 penas-tinteiro (estrelas).


E esta é a humilde opinião de um escriba.


NOTAS:
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* Tradução aberrante do título original, Do Androids Dream With Eletric Sheep

** Na edição original a história era ambientada no ano de 1992, mas esta data foi alterada em edições posteriores para 2021 pelas filhas do autor, detentoras de seu espólio. A intenção era evitar que o livro parecesse datado ou ultrapassado.
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Cristiane F. 15/02/2010

Quase cinco...
Ótima leitura... ótimo enredo... belas citações...

Só não foi melhor... porque quando li já estava impregnada de outros elementos (audiovisuais)... e impregnada com tal maravilhamento... que não pude atribuí-los totalmente às palavras proferidas pelo autor...

Mas... sempre vale a conferida... e de mais a mais... acho que isso de atribuir conceitos, depende muito dos "humores do momento"!
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Elba Mara 28/10/2014

Piração total, não a uma boa história , mas tem alguns bons personagens , e um plano de fundo interessante. O negócio de animais elétricos é até interessante, mas a história me parece confusa como um todo.
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HARRY BOSCH 30/05/2018

Caçador de Androides
O Contexto do livro realmente é muito interessante,personagens bem construidos e boa narrativa mais é uma obra na qual esperava mais da referida obra.
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Marcos Carvalho 29/03/2010

Empatia pelos animais
Em minha opinião, o tema central do livro não é a religião "Mercerista", e nem a caça dos andróides propriamente dita, mas sim a preocupação do status pós-apocalípticas das pessoas em se ter um animal. Mas a maioria dos disponíveis são animais falsos e se paga uma fortuna para se ter um verdadeiro. Semelhança observada também em outro livro de Dick, em "O Homem do Castelo Alto" em que as pessoas pagam altos valores por antiguidades americanas antes da II Guerra para obter status na sociedade nipo-germânica, mas a maioria disponibilizada no mercado são imitações (falsas).
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Marina 23/12/2022

Eu li e esqueci de fazer a resenha, mas lembro ter gostado da narrativa. O protagonista me incomodou em certos momentos, mas era para ser o objetivo, geralmente as distopias me frustram por conta dos personagens principais serviram como crítica. Em uns momentos gosto, outros não. Mas de qualquer forma, isso é opinião pessoal minha. Muito bem escrito, rápida leitura e super engaja.
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Marcu 19/02/2023

Boa leitura
Uma terra inóspita cheia de sucata e poluição, onde poucas pessoas habitam e os andróides são tão parecidos, que é preciso algum teste psicológico ou cirúrgico pra indentificar se é humano ou máquina. Não bastasse isso, o trabalho de um cara que deve "retirar" certas máquinas ilegais se torna mais difícil quando se vê diante de questões morais e de identidade.

Além dessas reflexoes sobre a relação com a tecnologia, existe uma crítica válida ao consumismo e à degradação do meio ambiente, mas que se torna repetitiva. O final, arrastado.
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FrankCastle 11/08/2016

OBS: Omiti vários parágrafos na resenha abaixo que, mesmo sem grandes revelações, poderiam ser considerados spoilers. Para conferir texto na íntegra e artes conceituais bem interessantes, acesse o link.

Este é um livro que há muito queria ler, escrito entre 1966 e 1968 pelo renomado autor Philip K. Dick, a obra de ficção científica que serviu de base para “Blade Runner — O Caçador de Andróides” (1982), filme mais emblemático do subgênero cyberpunk.

No prefácio, existem algumas informações interessantes. Você, provavelmente, já deve ter ouvido falar que Blade Runner teve grande influência dos filmes “noir”, tanto o livro, quanto o filme tiveram influências dos respectivos livro e filme “O Falcão Maltês”, história detetivesca publicada em 1938 e com uma famosa adaptação para o cinema em 1941.

Quando foi publicado em 1968, a história de “O Caçador de Andróides” se passava em 1992. No filme de Ridley Scott, o ano é 2019. Já em algumas edições mais recentes do livro (como essa da Rocco, conforme sinopse acima), alteraram a data para 2021. Provavelmente uma decisão dos editores, afim de evitar que a visão de futuro próximo do livro se perca.

“Emigre ou degenere! A Opção é Sua”
Depois da Guerra Mundial Terminus, a Terra e seus habitantes sofrem com os malefícios causados pela poeira radioativa. Os seres humanos são encorajados a deixar o planeta e partir para Marte, para colonizá-lo. Porém, apenas pessoas saudáveis são aceitas: são realizados exames mensais para definir quem está apto, os reprovados estão “condenados” a passar o resto de seus dias no, antes chamado, planeta azul.

"… Seja como criado particular, seja como incansável trabalhador braçal no campo, o robô humanoide fabricado sob medida — projetado especialmente PARA SUAS PRÓPRIAS NECESSIDADES, PARA VOCÊ E SOMENTE PARA VOCÊ — é-lhe entregue à sua chegada, inteiramente gratuito, totalmente equipado, da forma especificada por você antes de sua partida da Terra…"

Os androides, também chamados de “andros”, foram criados para servir aos humanos na colonização de Marte. Mas com o avanço da tecnologia de sua fabricação, era cada vez mais difícil distinguir os androides dos humanos. Quando estes saem do controle, fica a cargo dos caçadores de cabeça a prêmio, identificá-los e aposentá-los (é este o termo usado no livro para se referir ao extermínio de um androide).

Rick Deckard, é um destes caçadores de androides, vive com sua mulher, Iran, em um edifício. Durante os diálogos, somos apresentados a alguns aparatos tecnológicos, como o videofone e o curioso orgão condicionador Penfield, um aparelho que induz seu usuário a determinadas emoções e sensações, tais como: depressão, sono, alegria, entusiasmo… tudo através da discagem de um número, por exemplo: Disque 888 para ter vontade de assistir TV, qualquer que seja o programa.

Empatia
s. f. Psicol. Tendência para sentir o que sentiria outra pessoa caso se estivesse na situação experimentada por ela.

Com certeza, o aparelho mais estranho mostrado no livro é a Caixa de Empatia, proveniente de uma religião denominada Mercerismo. Seu usuário a liga, segura nos “punhos” da tal caixa e compartilha diversas sensações com outros usuários que, porventura, estejam usando a caixa de empatia no mesmo momento. Wilbur Mercer está para o Mercerismo como Jesus Cristo para o Cristianismo. No momento que as pessoas fazem a “fusão” com Mercer, o visualizam subindo uma colina e depois sendo apedrejado, geralmente os usuários da caixa de empatia sentem uma destas pedradas.

Você vai perceber que a questão da empatia é algo recorrente durante o livro, nesta resenha também.

Grande parte da fauna e flora foi extinta devido a poeira radioativa e, talvez por essa escassez ou pela “necessidade de empatia” [acho que viajei quando escrevi isso, em 2013 :-P], as pessoas são muito apegadas a animais de estimação. Não apenas os comuns cães e gatos, na verdade, os mais cobiçados são os de maior porte, como: ovelhas, bodes, cavalos, avestruzes, etc. E quanto maiores, mais caros.

Todos tem sempre a mão a edição mensal do Catálogo Sidney de Animais & Aves, que é uma referência no que diz respeito a valores de compra e venda [uma espécie de Tabela FIPE para animais]. E, justamente, por ser raro (e caro) encontrar um animal autêntico, se criou também um mercado de sucedâneos (animais artificiais).

Isso não fica muito claro no livro mas, pelo que entendi, após a Guerra Mundial Terminus, as pessoas não tiveram mais filhos na Terra. Não sei se haviam abortos espontâneos devido a radiação ou algo assim. O fato é que, além da insinuação de colonização em Marte, não existe menção alguma a crianças no livro.

O que nos faz imaginar uma sociedade pós-guerra formada, em sua maioria, por pessoas de meia idade. Esta seria uma outra especulação afim de explicar porque as pessoas se apegam tanto aos animais, sejam eles artificiais ou não, aliás hoje em dia mesmo é muito comum vermos casais que criam animais de estimação como se fossem filhos.

E como a maioria dos habitantes teve pouco ou nenhum contato com animais de verdade, muitos não conseguem diferenciar um animal autêntico de um artificial. Sendo assim, muitas pessoas vivem de aparências, pois os vizinhos não sabem que seus animais são sucedâneos.

No passado, Deckard teve uma ovelha autêntica, que morreu de tétano. Rapidamente a trocou por uma ovelha elétrica “idêntica”, mas almeja comprar novamente uma nova ovelha verdadeira ou até mesmo outro animal. Tudo isso devido a perspectiva de ganhos que tem em sua nova missão: aposentar seis androides do modelo Nexus-6: os mais avançados que existem, fabricados pela Rosen Association.

Máquina do Teste de Empatia Voight-KampffSe os androides Nexus-6 são tão parecidos com os humanos, como identificá-los? A resposta está no Teste de Empatia Voight-Kampff. Todo caçador de androides carrega em sua maleta a aparelhagem para executar este teste. Ele consiste em uma série de perguntas sobre situações hipotéticas, a medida em que as respostas são dadas, são avaliados dados como: tempo de resposta, pulsação e dilatação da pupila. De acordo com o livro, androides não possuem empatia.

Tenho que ser sincero: o livro não possui uma descrição muito detalhada acerca de veículos, construções e bugigangas. E mesmo que tivesse, seria difícil desassociar do visual apresentado no filme Blade Runner (para quem, como eu, assistiu o filme antes de ler o livro).

Mas isto não é um ponto negativo, muito pelo contrário: é como ver alguma construção feita com Lego e pegar as mesmas peças usadas nela para montar algo diferente, foi algo mais ou menos assim que fiz mentalmente para criar toda ambientação. Vale lembrar que o livro apresenta muitos locais e personagens que não existem no filme.

Com uma taxa de natalidade baixa (ou nula) somada a emigração para Marte, em certas regiões era possível encontrar prédios gigantescos abandonados. Em um deles, reside John Isidore que, além de não ter passado nos exames médicos para emigração, devido a seus genes deformados, não passou nem mesmo no teste de faculdades mentais mínimas. Pessoas assim, eram estigmatizadas na sociedade e chamadas de “debilóides”. Ainda assim, possuía uma profissão: motorista de uma caminhonete de uma empresa de reparo de animais artificiais.

Rick Deckard continua sua busca e suas investigações, sempre consultando seu catálogo Sidney e tentando decidir qual animal comprará, a medida que vai aposentando os androides. Mas, antes disso, visita a Rosen Association. Com o objetivo de aplicar o Teste de Empatia Voigt-Kampff em um grupo de androides e um de controle (humanos), afim de provar a eficiência do teste para detecção dos modelos Nexus-6.

Tanto em sua chegada a sede da Rosen ou em sua residência, temos algo curioso: Rick Deckard chega a esses locais sempre através dos telhados e depois pega um elevador para descer (o contrário do que fazemos hoje em dia, a não ser que você seja um milionário e use um helicóptero!). Tudo isso graças aos hovercars (carros voadores).

O livro me surpreendeu positivamente, até mesmo pela época em que foi escrito. Temos uma ambientação legal, que é reforçada pelas referências visuais que temos hoje em dia, inclusive pela própria adaptação da obra para o Cinema.

Apesar do filme dirigido por Ridley Scott seguir uma trama semelhante a do livro, as motivações e desfecho são bem diferentes. Mergulhamos neste mundo e, junto com Rick Deckard, vamos descobrindo, nos surpreendendo em meio as reviravoltas.

Um livro, talvez, para ser lido mais de uma vez. Mas, por outro lado, uma obra que nos faz também pensar e refletir, pois Philip K. Dick mistura diversos elementos, como: alta tecnologia, psicologia e religião. “O Caçador de Androides” é altamente recomendado, em especial para os fãs de ficção científica e do subgênero cyberpunk.

OBS: Omiti vários parágrafos na resenha que, mesmo sem grandes revelações, poderiam ser considerados spoilers. Para conferir texto na íntegra e artes conceituais bem interessantes, acesse o link.

site: https://medium.com/@7seconds_/resenha-o-ca%C3%A7ador-de-andr%C3%B3ides-6137c18d8973#.wyp7s1n3y
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Caronte 27/06/2015

Ovelhas Sonham com Humanos Elétricos?

Deckard, um caçador de recompensas ou de androides se preferir ou ainda melhor de andys (mas esse é pros íntimos), recebe uma missão de “aposentar” 4 deles que fugiram das colônias de Marte, e ao que parece eles mataram uns humanos e fizeram o maior reboliço pra chegar na Terra, onde se infiltraram e estão se passando por humanos. Essa é a missão de Deckard nessa história: identificar quem é um androide, usando um teste de empatia, e eliminá-los... ah e ganhar dinheiro por cada um.

Muito bem, agora, vou pedir pra você fazer um esforço pra imaginar a humanidade entrando em outra guerra contra si mesma. Okay? Vou fingir que conseguiu, sei que é muito difícil. Dessa guerra, chamada de Guerra Mundial Terminus, ganhamos o quê? A extinção de inúmeras espécies de animais, além de mutações, é claro. Como? A guerra soltou no mundo uma poeira radioativa, que funciona mais ou menos como uma tempestade...

Para saber um pouco mais sobre o contexto pós-apocalíptico do livro, ou da característica "pet ostentação" da sociedade retratada, veja o texto completo no Parágrafos para Grifos \o/


site: http://paragrafosparagrifos.blogspot.com.br/2015/06/ovelhas-sonham-com-humanos-eletricos-1.html
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Lili Machado 26/10/2010

Do androids dream on eletric sheep? - O livro que deu origem ao filme Blade Runner – obra prima de Riddley Scott
Rick Deckard é um caçador de andróides, na São Francisco pós guerra atômica, quando a maioria dos humanos já se mudou para o planeta Marte.
Quase todos os animais foram extintos da face da Terra, com exceção de alguns que são vendidos por verdadeiras fortunas no mercado negro. Para suprir essa deficiência, animais andróides são fabricados e também vendidos por grandes quantias. Há, até mesmo, um tipo de guia para controle dos preços.
Que bom seria se eu pudesse, como no livro, encomendar réplicas dos meus gatinhos, quando eles morrerem.
Parece que a religião/filosofia predominante no mundo pós apocalíptico de 2021, o Mercerism, prega que toda família tem de possuir um animal. Como os de verdade são escassos e caríssimos, as pessoas se viram com os falsos, mentindo que são verdadeiros.
A base do Mercerism é a jornada de um homem chamado Wilbur Mercer, subindo uma montanha, caindo e repetindo o processo, cada vez que chega a seu topo (tipo a mitologia grega de Sísifo). Seus praticantes usam da empatia, de forma que consigam se relacionar com os outros indivíduos – a alegria e o sofrimento de um, contribuindo para a alegria e o sofrimento de todos.
Alguns andróides fabricados para auxiliar os humanos em seu trabalho diário, apresentam um “defeito de personalidade” e revoltam-se, tornando-se perigosos – o trabalho de Deckard é eliminá-los, para conseguir dinheiro, para comprar um animal de verdade, em substituição ao seu carneiro elétrico que já está dando defeito.
O que vem a ser uma “mood machine”? Pelo que entendi, é um aparelho em que você programa como quer que seu humor esteja, ao acordar, como se fosse uma espécie de despertador: acordado e feliz; ou acordado e zangado, se tiver que participar de alguma discussão difícil ao longo do dia; ou acordado e depressivo, se desejar continuar na cama absorvendo a ausência de vida (mood 382); ou acordado e com esperanças renovadas (mood 481); acordado e ansioso pelas notícias diárias (mood 888); ou, até mesmo, acordado com interesse no trabalho (mood 594) – creeeeedo! Dial 670 in the Mood Machine for Peace - que legal seria se pudesse acontecer, né? Quero uma máquina dessas!!!
Os andróides não possuem a habilidade da empatia. Para que sejam facilmente diferenciados dos seres humanos, aplica-se o teste Voigt-Kampff, que mede pequenos movimentos dos músculos oculares e faciais, quando as pessoas ficam chocadas com alguma coisa que lhes é dita – uma reação física que não se pode controlar.
“Every creature which lives, sometimes has to do things it doesn´t believe in. We all have to accept that." - Não concordo - e vocês?
Acabou. Esperava mais do livro – gosto tanto desse filme que acho que isso me cegou quanto à estória em si. Contrariamente, à maioria absoluta, dessa vez, prefiro o filme ao livro...
Willian 23/12/2010minha estante
Lili, também gostei mais do filme, mas ficou tão diferente por que até onde eu sei, Ridley scott nunca chegou a ler o livro, apenas utilizou o roteiro como ambientação para o que ele queria contar.
Quanto à frase concordo com ela, menos a parte de aceitar.

Keep up the good work!


Lili Machado 23/12/2010minha estante
Obrigada pelo comentário da resenha, William. Volte sempre. Que o velho Mescer nos ajude... eh,eh,eh




Rafaela 06/10/2014

A historia se passa em um futuro apocalíptico, em que a Terra esta praticamente destruída, sendo habitada apenas por pessoas que não podem migrar para as colônias em Marte. Neste mundo possuir um animal é muito importante, não apenas pelo status ou porque são raros, mas cuidar de um animal demonstra empatia, uma característica que difere os humanos dos androides.

Rick Deckard é um caçador de androides que possui uma ovelha elétrica, motivo de muita vergonha, e essa necessidade de ter um animal verdadeiro é o que motiva a perseguir seis androides fugidos de Marte, tão parecidos com os humanos, mas incapaz de sentirem empatia ate mesmo por outros androides.

A caçada de Rick serve de pano de fundo para questões como a paranoia, crise de identidade, religião, depressão, enfim o livro foi muito alem do que eu esperava
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Daniel 13/06/2014

Quando uma história noir e contada em um cenário de ficção científica
O Caçador de Androides de Philip K. Dick antes de ser uma ficção científica sem dúvida alguma é uma história de detetive hard-boiled, no qual o protagonista Rick Deckard tem que, a todo momento dar sua cara a tapa para cumprir seu trabalho e conseguir dinheiro para comprar o animal orgânico que tanto deseja.
Porém a parte de ficção científica serve para debater algumas questões filosóficas,(até porque o próprio escritor foi um estudante de filosofia) o órgão de condicionamento mental é um perfeito exemplo, ou então a religião de Wilbur Mercer o mercerismo que é um show a parte, e claro os androides.
Os únicos pontos negativos na minha opinião são alguns trechos do J. R. Isidore que são um pouco arrastados, e algumas mudanças repentinas de terceira para primeira pessoa na narrativa de Rick Deckard (que talvez possa ser da tradução, até porque a edição que tive contato foi a dos anos 80).
Mas sem dúvida nenhuma é um ótimo livro, acredito que agradará até pra quem não é muito fã de ficção científica, vale a compra e leitura.
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Mateus 08/02/2019

Complexos e envolventes androides
Quem espera encontrar em “O Caçador de Androides” (ou “Androides Sonham com Ovelhas Elétricas?”, tradução literal e como a obra é conhecida hoje), maiores explicações para o filme Blade Runner (1982), é melhor ir deixando as expectativas de lado. Isso porque o filme é apenas inspirado no livro e está longe de ser uma adaptação fiel – uma vantagem e tanto, já que temos duas obras distintas e de grande qualidade, ambientadas no mesmo cenário distópico.

Em 2019 (ou 2021, dependendo da edição), a Terra foi devastada por uma Guerra Mundial e a maior parte da população se mudou para Marte, em busca de maiores perspectivas de vida e cidades não contaminadas pela poeira radioativa resultante da Guerra. Já a Terra ficou povoada quase exclusivamente por pessoas “especiais” (uma forma de se referir a deficientes mentais) e os chamados “caçadores de cabeças a prêmio”, como Rick Deckard, contratados para matar (ou “aposentar”) androides rebeldes e inteligentes que fugiram de terras marcianas.

Apesar da caçada de Deckard pelos androides ser constante no livro, essa não é a premissa principal da narrativa como é no filme. Aqui, o enredo é muito mais profundo e de múltiplos significados, abordando principalmente a obsessão de Deckard por obter um animal biológico, símbolo de prestígio em um mundo onde a maioria dos bichos morreram; e o Mercerismo, espécie de religião em que as pessoas usam “caixas de empatia” para experimentar diferentes sensações.

Apesar de curto, o simbolismos presente em “O Caçador de Androides” deixa a história rica, envolvente e complexa, principalmente graças aos personagens bem construídos, à sociedade futurista muito bem detalhada e à escrita afiada de Philip K. Dick. Por isso, é um livro muito interessante para refletir, criar suas próprias interpretações e se perguntar: “quais androides fingem ser humanos?”. Além, é claro, da eterna questão: “os androides são o futuro da humanidade?”.
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Gu1lh3rm3-Kun 08/02/2012

Do Androids dream with a Blade Runner...?
O Livro leva o leitor à um universo muito mais profundo do que o apresentado no filme que ele baseou "Blade Runner", aprofundando muito mais a relação entre Deckard e os replicantes (andróides no livro), e seus questionamentos sobre seu trabalho, religião, a sociedade, seu casamento, chegando até a se questionar se ele é humano ou outro replicante, além disso as cenas que foram representadas no filme ficam muito mais filosóficas e marcantes no livro, como por exemplo o teste de empatia com Rachel Rosen, uma das melhores cenas do filme e do livro, uma ótima indicação para quem gosta de ficção cinetífica de autoreas como assimov, ou pra quem gostou do filme e tem vontade de se aprofundar nesse maravilhoso universo criado por Philip K. Dick
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