Lú 27/02/2014A história se inicia com um casal, Hugh e Evadne, que acabam de chegar em Creta, na Grécia, onde irão passar um pequeno tempo. No lugar, Hugh herdou um casarão que está abandonado, porém, Evadne se apaixona pelo lugar, ao passo que Hugh só quer saber de voltar para a Inglaterra. O contexto é a Segunda Guerra Mundial e Hugh é um diplomata. Ele acaba indo para outro lugar por conta do trabalho e deixa Evadne no casarão. A pequena população da ilha começa a chamá-la de Divina, talvez pela semelhança do nome "Evadne" e por ser um tanto difícil para eles pronunciarem. Divina conhece Anthi e juntas irão protagonizar este livro. Anthi é uma mulher forte, possui duas filhas, um marido sem escrúpulos, um avô e uma avó adoráveis, uma irmã e uma mãe desprezíveis.
Anthi e Divina se tornam cada dia mais próximas, as duas compartilham as meninas, filhas de Anthi e uma passa a visitar a outra. Divina decide mudar a casa, deixá-la mais limpa, fazer uma reforma por completo. Nesse processo ela conhece um rapaz que acaba por abalar seus preceitos de mulher casada. E aí a história amarra o processo de desenvolvimento.
A Casa da Poeira e dos Sonhos é um livro forte, emocionante, lúcido e principalmente esclarecedor de visões preconceituosas. Um livro que traz a tona eventos que são motivos de mortes e brigas. Divina tem uma personalidade que é incomum para mulheres da época, ainda mais nesse contexto quando o que importava era a ordem do patriarca dentro de casa. Outro ponto a ressaltar do livro é a amizade entre Divina e Anthi, é algo muito bonito de se ver, muito real, muito fiel. Anthi é aquela mãe que faz tudo por suas filhas, e Divina se apaixona pelas meninas como se fosse a mãe delas também.
A narrativa foi o ponto que me fez tirar uma estrelinha da avaliação, pois achei parada e um tanto arrastada. Em alguns pontos a leitura fluiu de forma excelente, mas em outros eu relutava em continuar a leitura. Apesar disso, eu quis saber o que aconteceria no final do livro e acabei persistindo. A autora fez uma mesclagem de capítulos, ora Anthi, ora Divina; o que acabou por deixar um pouco mais emocionante a leitura. Um ponto relativo foi a descrição de como a Segunda Guerra Mundial estava afetando aquela população, uma vez que, em determinada ocasião isso se tornou interessante, mas quando o evento era diferente, era enfadonho ler.
O desenvolvimento da história é bem interessante, pois assim como sua intercalação de capítulos, ora é legal, ora não. No entanto, devo admitir que a história foi bem estruturada, cada letra foi pensada em quem iria ler esse livro e que o sentimento fosse de prazer. O amadurecimento tanto de Anthi quanto de Divina é algo que chama muito a atenção, ambas tiveram seus momentos de sofridão, mas aprenderam com eles e se tornaram mulheres mais fortes e cheias de personalidade.
A diagramação do livro é linda demais, assim como toda edição do livro. Quem ainda não leu, merece ler!
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