Cinema Pirata

Cinema Pirata Cory Doctorow




Resenhas - Cinema Pirata


10 encontrados | exibindo 1 a 10


CooltureNews 12/01/2013

Publicada em www.CooltureNews.com.br
G.E.N.I.A.L.

Achava que nenhuma leitura iria me fazer começar uma resenha utilizando apenas uma palavra para descrever o livro, até esse momento isso foi verdade. Posso afirmar que os dois livros de Cory Doctorow que li, o primeiro ano passado, ambos ficam fáceis no meu Top 5 anual. Com uma narrativa atual, personagens de fácil identificação e histórias envolvendo questões tecnológicas, o autor realmente coloca o dedo na ferida e nos instiga a reagir quanto à opressão, seja ela qual for. Só para deixar claro, esses aspectos estão presentes em ambas as obras, que tiveram sua publicação pela Galera Record.

"COMPRAR ENTRADAS DE CINEMA APENAS OS ENCORAJA. CADA CENTAVO QUE VOCÊ GASTA É USADO PARA COMPRAR MAIS PORCARIAS DE LEIS DE DIREITOS AUTORAIS. SEUS FILHOS ESTÃO SENDO PRESOS PARA PROTEGER LIXO COMO ESTE."

Posso dizer que estive presente desde o nascimento passando pela tentativa de assassinato e no momento estou aguardando a ressurreição de um dos maiores sites para downloads que já existiu, sim estou falando do Megauplod. E como muitos de vocês, fiquei completamente indignado com tudo o que houve não que sou a favor da pirataria, só acredito que seu conceito deva ser reescrito. Voltando ao tema, todo aquele sentimento que tive naquele momento voltou com força total durante essa leitura, mas não ficou só restrito a isso. É patético você ver o governo mundial agindo contra a pirataria virtual com mais força do que agem para resolver problemas básicos como saúde, educação, segurança e alimentação. Em Cinema Pirata tudo isso ganha proporções gigantescas.

Atualmente o mundo já está em uma situação irreversível a caminho a total digitalização, e é exatamente nesse cenário que a história se passa, um mundo sinistro onde serviços básicos só são possíveis de serem realizados através da internet. Até aí sem problemas, a menos que você resolva baixar arquivos protegidos por direitos autorais - e isso quer dizer TUDO – ilegalmente, afinal os computadores são montados com ferramentas espiãs, uma versão virtual do Big Brother de George Orwel, neste caso a sua família poderá ser punida e ficar sem acesso a internet por determinado período.

Trent McCauley é um aficionado por cinema, mas devido a essas leis absurdas, é praticamente impossível encontrar filmes completos na internet, então como passa tempo ele baixar trechos de filmes e os sobrepõem, criando assim suas próprias histórias e dando vazão a sua grande imaginação. Bom, Trent é pego, sua família acaba perdendo o acesso a internet. Com isso sua irmã passa a ir mal na escola, afinal, quem ainda utiliza biblioteca? Ainda mais quando seu horário de funcionamento é pouco funcional e ninguém mais vê utilidade em mantê-las, afinal tudo já possui sua versão digital, seu pai que trabalhava em casa através da internet se vê desempregado, sua mãe não consegue solicitar o auxilio, afinal só é possível pela internet. Aí vocês podem dizer que poderiam utilizar a internet do vizinho, mas isso também é ilegal. Você poderia ir a centros e bibliotecas para acessar a internet, mas o trabalho para isso é enorme e você não é o único que está nessa situação surreal.

Resumindo, Trent acaba fugindo de casa e indo parar nas ruas de Londres, onde realmente encontra um meio de sobreviver e de tabela consegue grandes amigos, descobre o amor, e recomeça a dar vazão a sua grande imaginação. Trent é um garoto que não tinha nenhuma pretensão de lutar por seus direitos, simplesmente saiu de casa pois se sentia culpado, mas seus vídeos se tornam importante, passam mensagens que importam, mesmo que ainda assim poucos resolvem agir, e com isso acabam fazendo uma grande diferença no mundo. Mas para chegar nesse ponto foi preciso muitos tombos que quase os fizeram (ele e seus amigos) desistirem, afinal enfrentar gigantes não é nada fácil principalmente quando você é um sem teto que sobrevive comendo aquilo que é jogado fora.

Sei que essa resenha está enorme, mas a minha vontade era de enchê-la com citações do livro, inclusive selecionei algumas, mas antes de chegar à metade percebi que seria inviável. O livro é repleto de frases de efeitos que realmente surtem efeitos! E minha vontade agora ao chegar ao fim é realizar ou participar de algum ato contra esse tipo de leis que têm conseguido cada vez mais serem aprovadas, guardando o direito de grandes corporações em detrimento dos direitos do povo.

Tenho vontade de contar toda a história do livro e estou completamente eufórico. No momento que essa resenha está indo ao ar já emprestei o livro para dois amigos e outro está na fila. Isso não é um livro, é um manifesto a favor dos nossos direitos, e isso ficou claro assim que li os agradecimentos do autor na primeira página do livro. DEFINITIVAMENTE é uma leitura recomendada, posso afirmar que á aquela que você deve passar na frente de todas. Dê uma pausa nos romances (aqui também tem!) e alimentem o cérebro ao invés do coração, de uma pausa nos livros fantásticos e coloque o pé na realidade, ela está mudando e não para melhor. LEIAM, REVOLTE-SE, REAJA!
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Laís 04/06/2021

Quando li Pequeno Irmão, há alguns anos, a história me fisgou completamente: eu tinha lido 1984 há pouco tempo, daí ler um livro que tivesse uma narrativa ambientada em um mundo atual, com personagens que pude me identificar, foi tudo pra mim. Quando soube do lançamento de outro livro de Cory Doctorow, fiquei super animada e ansiosa. Mas só agora, acho que uns 6 anos depois, tive a oportunidade de ler Cinema Pirata.

Não foi a mesma coisa do que ler aos 14, 15 anos, mas isso não desmerece o livro. Ele aborda uma discussão muito válida, que é a da pirataria e do download ilegal, em uma perspectiva de futuro próximo. Em certos momentos, usa uma linguagem muito técnica, ou detalha demais, o que deixou a narrativa um pouquinho arrastada pra mim. Mas o livro é divertido, consegue entreter e nos deixar ansiosos pra saber o que vai acontecer em diversos momentos. Recomendo para quem se interessa pela discussão ou por assuntos de tecnologia e internet e busca uma leitura que seja acessível e informativa.
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Andrea 11/01/2023

A resenha é apenas uma junção dos meus históricos de leitura, pois anybody got time pra dissertar sobre livro ruim ultimamente, amirite?

07/01/2023 | 6% (24 de 432)
"Infelizmente, não anotei a data que recebi este livro de troca, mas sei que tem algum tempo já. (Sendo ele lançado em 2012, já dá pra ter uma noção, hahaha.) Se não me engano, me interessei por ele na mesma época que o Como a Música Ficou Grátis e sempre acho, por envolver pirataria, que são do mesmo estilo. (E não são, pois este é ficção, apesar de aspectos da nossa realidade. Quem aí lembra do SOPA, neutralidade da rede etc?) Vamos ver, tenho altas expectaivas. Por enquanto, a história parece bacana e gostei da escrita, só preciso me comprometer A LER. Comecei anteontem e ontem nem peguei no livro, hehehelp."

11/01/2023 | 19% (81 de 432)
"Eita que eu já comecei bem: primeiro livro do ano e primeiro abandonado, hehehelp. Mas nunca precisei, né? Ainda bem que a minha meta neste ano de 2023 de nosso senhor é desovar os livros que tenho. 🙏 Foi a terceira ou quarta vez que peguei pra ler o livro, desde que comecei, e, nesta última, me veio o pensamento, "por que estou lendo isto?". A história é do ponto de vista de um adolescente que faz a família perder o acesso à internet (e é como se ela fosse um dos pilares da sobrevivência pras pessoas), pois anda fazendo download de conteúdo protegido (trechos de filmes) pra fazer um fancam erótico de um ator (juro!). Daí que ele fica consternado com o que fez (mas ainda quer fazer a montagem!), junta as coisas numa mochila e foge pra capital. Chegando lá, obviamente ele é roubado no primeiro dia. E a história segue daí. E nem é spoiler isso, é o que acontece nas primeiras páginas. Sem necessidade seguir a história de uma garoto de 17 anos cuja motivação de vida é fazer uma montagem de vídeo adulto, né? Devia ter seguido o conselho antigo de "LEIA MAIS MULHERES!!!". (O pior é que acredito que a maioria dos livros que tenho são escritos por homens, kkkkrying.)"
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Isabel 07/03/2013

Toda vez que baixo um arquivo, chego a conclusão de que combater a pirataria é inviável.
Nomes falsos, torrents divididos em milhares de pedacinhos, servidores aéreos – são incontáveis os estratagemas para que possamos assistir filmes e seriados de graça. Embora milhões ainda sejam gastos com o combate, a indústria já percebeu: é necessária outra maneira de ganhar dinheiro que não na venda de ingressos, CDs e DVDs.

Em Cinema Pirata essa alternativa não foi levada a sério: o lobby da indústria de entretenimento levou a aprovação de uma lei quase global com punições severas para downloads ilegais. No caso da Inglaterra, a terceira infração é punida com a expulsão de todo o domicílio da internet.

Considerando que somente 7% da população brasileira tem acesso regular à internet, pode até parecer dramático chamar isto de severo. Mas para Trent isso tem conseqüências catastróficas: seu pai (um operador de telemarketing que trabalha em casa, o único tipo de emprego abundante na cidadezinha onde moram) perde sua renda, sua irmã tem dificuldades para estudar para os exames e sua mãe (aposentada por invalidez) não consegue mais solicitar a sua pensão nem marcar consultas médicas necessárias.

E tudo isso graças a sua obsessão por Seth Watson, uma estrela de cinema há muito morta.

Pois é, Trent tem um hobby bem legal: remixar vídeos, criando obras completamente únicas a partir de trechos já existentes. Confesso que fiquei com uma pontinha de inveja dele e de seus amigos – sou uma menina de poucas obsessões. Enjôo rápido de séries muito longas, não escrutino cada palavra de um livro ou cena de um filme, enfim, prezo o geral em prol do específico. Enquanto todos os outros aspectos da personalidade de Trent são meramente mornos (alguns até mesmo ruins) toda vez que ele exalava sua paixão pelos filmes de Seth Watson eu não conseguia conter um sorriso.

Morrendo de vergonha pelo que fez para a sua família, ele foge para Londres. Depois de uma primeira noite difícil, ele encontra Jem, um profundo conhecedor dos truques e macetes da cidade grande – o rapaz sabe a melhor maneira de pedir esmolas, onde conseguir boa comida de graça e até mesmo ocupar um prédio dentro dos conformes da lei.

Aí reside minha principal crítica quanto ao livro: em termos materiais, tudo é fácil demais para Trent. Ele consegue comida chique de graça nos lixos de delicatessens, morar de graça em um pub e até mesmo roupas legais em lojas de caridade, compradas com dinheiro de esmolas. Isso pode até ser possível – vai saber – mas para o leitor médio, com certeza soa irreal.

Outros personagens vão surgindo na forma de novos amigos para Trent, e são do meu tipo preferido – eles não estão lá simplesmente de enfeite, possuindo também dramas próprios. Há Chester e Cão Raivoso, também “diretores de filmes remixados” – respectivamente de discursos e terror – além de 26, menina que além de ter um nome peculiar adora política e apresenta a Trent maneiras de lutar contra a lei anti-pirataria.
Ah, sim: até mais ou menos a metade do livro, achei a sinopse um pouco dramática ao chamá-la de distopia. Sim, ser expulso da internet é desastroso, mas não é um cenário tão desolador. Aí somos apresentados a uma nova lei de direitos autorais, aprovada com muito lobby e que mandará qualquer um com registros de downloads piratas no HD para a cadeira. Na sua maioria, adolescentes, alguns recém saídos da infância.

Cinema pirata se destaca entre as distopias por mostrar um mundo que, com exceção das leis de copyright, é igual ao nosso. Mas de qualquer maneira, a impressão é que fica é que faltou verossimilhança – uma dose cavalar, na verdade: embora as dificuldades em lutar contra a lei sejam inúmeras, o novo dia a dia de Trent, como já foi comentado, não as apresentam. Personagem bom é personagem que sofre, não que consegue ter uma vida linda e perfeita na cidade grande. As descrições dos filmes remixados por Trent e seus amigos são vivas, e não poderia amar mais a linguagem – algo bem cru, no estilo do diário de um desbocado.

Uma boa revisão teria eliminado tais errinhos e tornado o personagem mais real, mas o que fazer? Não deixa de ser uma boa leitura – e uma perspectiva assustadora.

Publicada originalmente em distopicamente.blogspot.com.br
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Gabi SN 09/04/2013

Quando os artistas são ladrões
A obra conta a história de Trent, um adolescente que vive num futuro não muito distante onde as pessoas são punidas se pegas fazendo downloads ilegais. Isso acontece com ele, claro, e aí toda a sua família é condenada a ficar sem internet por um ano. Morrendo de vergonha e desesperado por ter causado isso, Trent foge de casa e vai para Londres, onde descobre que a situação envolvendo pirataria e direitos autorais só está piorando.

Trent é um tipo de cineasta da internet 2.0: ele baixa diferentes filmes, comerciais, clipes, etc. e os edita de modo a criar a sua própria obra. Não ganha dinheiro com isso, claro, e não quer ganhar nada. A única coisa que ele quer é o direito de compartilhar sua criatividade com as outras pessoas sem ser preso ou considerado um ladrão. A mesma coisa acontece com seus amigos. Mas a coisa vai ficando cada vez mais feia, ao ponto de que adolescentes pegos fazendo downloads ilegais começam a ir para a cadeia ou são condenados a pagar multas milionárias para as empresas donas das obras. Fica óbvio que tudo só pode ir cada vez mais ladeira abaixo, então Trent e seu grupo de amigos piratas resolvem iniciar uma guerra contra a Indústria do Entretenimento e lutar pela cultura compartilhada.

A discussão do livro é muito importante e extremamente atual. O autor tem muita propriedade e você percebe que ele sabe do que está falando e que tem ideias muito bem resolvidas. Tudo é um exagero do que estamos vivendo e, por isso, boa parte dos argumentos podem muito bem ser utilizados em discussões como aquela do SOPA no ano passado e tantas outras que com certeza irão surgir no futuro. Mas, talvez por conta desse foco, o livro se perca um pouco na parte de personagens e história mesmo. Os personagens são bacaninhas e a história é interessante, mas em nenhum momento ele aprofunda tanto quando o faz com o tema de direitos autorais, pirataria, etc.

Ou seja: é um livro sobre um tema, que propõe uma discussão (extremamente relevante, aliás). Não é um livro sobre personagens, a falta de profundidade começa a deixar todos um tanto genéricos (o que não acontecia no Pequeno Irmão) e, por isso, fiquei um tanto decepcionada. Mas, no geral, é um livro bacana sobre um tema extremamente atual e que ainda vai ser muito debatido nos próximos anos.

Para ler o texto inteiro: http://aestanteladecasa.wordpress.com/2013/01/11/quando-os-artistas-sao-ladroes/
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Diego Martins 31/12/2018

Por que você está me contanto coisas que eu não preciso saber?
Nossa que livro entediante!! A história é legal, mas como ela é contada é um tédio só!
O Cecil é um péssimo narrador, ele conta umas coisas que não tem importância para história! Tipo ele diz: "O dia estava lindo fui até a padaria X que está no mesmo lugar a 15 décadas e seu estilo... blá, blá, blá, blá... e tem vários opções de pães, bolos, blá, blá, blá... o atendimento é blá, blá, blá... fui ao encontro de fulano que estava na porta e seguimos em frente em caminhar na rua" PARA QUE VOCÊ ME CONTOU ISSO SE VOCÊ NEM ENTROU NA PADARIA?! E também diz coisas do passado que não muda o presente "Fulano a duas semanas quebrou a perna e ficou no quarto por dias fazendo isso, aquilo, aquilo outro, e mais isso, e isso aqui também, hoje ele já está andando normalmente. Disse "oi" quando e vi e segui meu rumo" PELO AMOR DE DEUS!!
E claro a história gira em torno de si mesmas 80% do livro. Os capítulos são gigantes e muitos são com acontecimentos tipo "Eu fiz um filme e ai queriamos exibir ele, procuramos uns lugares, fizemos isso e isso para chegar no lugar, fomos eu umas festas e teve isso e isso, ai exibimos o filme e foi um sucesso. fim do capítulo" (olhos virando)
E uma coisa que me irrita em livros é usar referencias QUE NÃO EXISTE! Tipo Seth Watson! Caguei pra quem ele é, se é bom ator ou não, não quero saber da vida dele, eu não o conheço para ter uma nostalgia ou referência dele! E outra coisas, o livro é cheio de "E eles cairiam na gargalhada" ai o IDIOTA do Cecil vai contar E NÃO TEM GRAÇA NENHUMA!! Argh!!
Acho legal a ideia do livro, porque remete muito ao Artigo 13 que surgiu exatamente na Inglaterra assim com a RPI, mas acontece tanta coisa inútil nesse filme, com personagens sem graça que nossa... nem vale muito a pena não.
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Roberto 01/03/2013

Chato
Chatíssimo... A sinopse engana. Uma história bastante improvável e banhada de "aventuras" e romance juvenil bem bobinho. Pelo menos até a metade, onde tive paciência para ler, rs. Sinceramente esperava algo mais emocionante.

Não recomendo.
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Jardel Maximiliano 26/12/2014

Surpreendente
Este livro acabou em minhas mãos por acaso e foi só começar a ler, que não consegui mais parar. A narrativa é divertida, bem realista e vem discutir sobre a internet e os downloads. Ele trata de forma bem interessante a cultura digital e traz questionamentos que são bem pertinentes. Temos legisladores que tomam atitudes à revelia dos eleitores, jogos de poder que ignoram a população, leis inúteis e opressoras visando os interesses dos mais poderosos.

Temos aqui personagens que são obrigado a viver à margem da sociedade e serviram como podem, lutando por cada dia e por seus ideias. Leitura leve e bem envolvente. Recomendo!
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Cheiro de Livro 21/12/2016

Cinema Pirata
Cory Doctorow ganhou todo o meu coração com o ótimo “Pequeno Irmão”, não só porque é um ótimo livro, mas porque fala sobre tecnologia e todos os desafios que enfrentamos com as tentativas de governos e empresas do controle da internet. Se em “Pequeno Irmão” Doctorow falava sobre privacidade em “Cinema Pirata” o tema são os downloads ilegais e as inúmeras tentativas dos conglomerados de entretenimento de combater a pirataria.

Em um futuro não muito distante as leis de combate a pirataria todas foram aprovadas e uma família pode perder o acesso a internet por um ano se três infrações forem detectadas. Trent é um jovem de 16 anos fã do ator Seth Watson que adora fazer montagens. O livro começa com Trent fazendo sua família perder o acesso a internet por estar trabalhando em uma montagem com filmes de Watson que, é claro, ele baixou ilegalmente. Nesse futuro imaginado por Doctorow a internet é ainda mais essencial na vidas pessoas, a irmã de Trent, Cora, não consegue fazer os deveres de casa da escola sem a internet, a mãe não consegue se cadastrar para receber benefícios do governo e o pai perde o emprego. Para tentar evitar maiores transtornos para a família Trent foge para Londres.

Em Londres, depois de um período de adaptação, Trent se transforma em Cecil B. DeVil e começa a parte mais interessante do livro. A parte em que um grupo de jovens resolve lutar para acabar com as leis anti-pirataria. A primeira batalha explica como as grandes corporações controlam partidos e parlamentares que votam a favor de leis que não tem nenhum apoio dos seus eleitores. É uma ótima oportunidade para se entender como funciona o lobby e quão desconectados podem se tornar os nossos representantes, uma historia que entendemos muito bem aqui no Brasil.

A segunda batalha de DeVil e seus amigos é a mais interessante. É nesse momento que Doctorow levanta as mais importantes questões sobre pirataria e a importância da internet. Ele defende que a internet é um direito inalienável, que no mundo moderno e conectado tirar alguém da internet é negar a cidadania plena. A repressão policial e a conhecida inabilidade da indústria do entretenimento de lidar com uma geração que não entende como ilegal baixar filme, música e livros da internet. A indústria continua tentando manter um sistema que tem pouco ou nenhum futuro, algumas tentativas geram resultado como a do canal HBO de passar a série “Game of Thrones” no mesmo dia no mundo todo. Não é mais simplesmente ver o episódio, é ver o episódio junto com os amigos, junto com o mundo e comentar em tempo real, é a experiência. Mesmo com a estratégia vitoriosa a série ficou entre as mais baixadas da internet.

Voltando a livro, Trent tornar-se a cara do movimento que quer acabar com a Lei de Propriedade Intelectual. Seus filmes e a forma como ele e seus amigos travam a batalha contra a indústria do entretenimento é idealística e fascinante, tem aquele clima de livros de aventura de adolescentes, com romance, perigo, festas e até um grupo chamado de Jamies Dodgers . É uma aventura bastante geek, com muitos termos de tecnologia envolvidos, mas Doctorow consegue explicar de forma simples até os mais complexos conceitos de tecnologia usados e não fica em um didatismo chato. Da metade para o final não dá vontade de largar o livro.

Todos os livros de Doctorow são assim, mensagens importantíssimas sobre o nosso mundo conectado em uma ótima historia de aventura com jovens e adolescentes. No site dele você pode baixar de graça todos os seus livros em inglês e, se quiser, doar esse mesmo livro para escolas e bibliotecas pelo mundo.

site: http://cheirodelivro.com/cinema-pirata/
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Diane 21/02/2019

Juventude e revolução!
Livros que abordam a temática da tecnologia me chamam a atenção de cara, e não foi diferente com Cinema Pirata. Um ótimo livro que nos apresenta a história de Trent, que vive em um mundo onde downloads ilegais são severamente punidos, e no caso dele, a punição foi deixar a família sem internet por um ano! E ai ele foge pra Londres, conhece uma galera que tá passando pela mesma situação e juntos tentam derrubar essas leis punitivas. Confesso que esperava bem mais da narrativa, mas no final achei um livro bem bacana, que nos leva a questionar a importância da internet em nossas vidas atualmente.
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