O Efeito Lúcifer

O Efeito Lúcifer Philip Zimbardo




Resenhas - O Efeito Lúcifer


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Paula 22/03/2024

Efeito Lúcifer
Philip Zimbardo apresenta no livro uma detalhada exposição dos acontecimentos decorrentes de seu experimento na Universidade de Stanford, no campo da Psicologia Social, onde, aleatoriamente, voluntários de sua pesquisa foram divididos entre guardas e prisioneiros, simulando a rotina em uma prisão. O propósito de seu estudo é desenvolver a ideia de que circunstâncias sociais, tóxicas e autoritárias, podem fazer com que indivíduos bons e sadios cometam ações maléficas, se tornando, assim, pessoas ruins dentro de determinados contextos. O seu estudo é comparado com a sua experiência nos processos polêmicos envolvendo ações degradantes de soldados norte-americanos nas prisões de Abu Ghraib, no Iraque, Guantánamo, em Cuba, e em ações isoladas no Afeganistão. O autor, além de listar o seu próprio estudo e experiência, fundamenta as suas argumentações a partir de experimentos realizados por psicólogos sobre o tema, que afirmam o poder da autoridade em formar uma ação sistêmica para a projeção do mal, associado à inação e passividade do indivíduo que recebe ordens de seus superiores. Por fim, o autor faz uma comparação da banalidade do mal com a banalidade do bem, indicando formas de como agir nessas circunstâncias e exemplos de indivíduos que se opuseram a obedecer regras que inferiorizavam, degradavam e infringiam o direito à vida de outros seres humanos, sofrendo as consequências de seus atos e se tornando heróis de seus tempos.
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Everton Godoy 17/11/2023

Livro muito muito bom mesmo
Adorei esse livro. Primeiro comprei para utilizá-lo como um livro base para a minha tese de TCC, mas acabei me apaixonando demais pelo livro e aprendi muito com ele.
Recomendo a leitura, pois o livro ensina muito sobre como o meio de convívio influencia em nossas tomadas de decisões, em nossa personalidade e muito mais!!
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Almond Blossom 1890 16/02/2023

Existe um antes e depois de ler esse livro
A teoria do Zimbardo é incrível, muito lógica e prática. Era exatamente o que eu esperava da psicologia, explicações para o comportamento humano, certos padrões que geralmente são seguidos, mas tudo isso depende das circunstâncias.

A teoria é sustentada pelos acontecimentos na prisão de Abu Ghraib, entre outros extremamente chocante e o experimento da prisão de Stanford. É uma leitura muito interessante, relativamente rápida para um livto de pesquisa e com um potencial enorme de mudar nossa visão de mundo e ações. Mostra que todos somos vulneráveis e nos ensina a não sermos ecravos das circunstâncias.
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Ana 10/05/2022

Como é fácil se perder de si mesmo(a)....
Esse livro que foi publicado pela primeira vez em 2007, escrito pelo professor e psicólogo Philip Zimbardo, relata com níveis de detalhes assustadores, o experimento prisional em Stanford. Uma universidade nos E.U.A. ocorrido em 1971. E tbm relata outros casos de abusos e torturas em outras épocas e outros lugares.
É divido em 16 capítulos e tem 720 páginas.
O experimento prisional em Stanford foi uma pesquisa empírica que mudou a nossa forma de encarar a maldade. Surgiu como um projeto de graduandos de psicologia a respeito dos efeitos do aprisionamento. Teve o objetivo de analisar a mentalidade dos prisioneiros e da equipe do sistema prisional.
O grupo de pesquisa era composta por Philip Zimbardo, David Jaffe, Andrew Prescott, William curtis Banks e Craig Haney.
Esse experimento consistia em dividir um grupo de jovens homens entre prisioneiros e guardas. E simular nos porões da universidade uma prisão. É importante salientar que a escolha de quem seriam guardas e quem seriam prisioneiros foi completamente aleatória. Assim como é fundamental ressaltar que esses jovens passaram por diversos testes antes e todos apresentaram boas condições físicas, mentais, intelectuais e psicológicas. Por isso foram selecionados. Por serem comuns e "normais". Além de terem um nível de instrução acima da média, já que eram universitários.
Zimbardo escreve extensivamente sobre a pseudo prisão. O nível de detalhes é vasto. Ele relata o dia a dia dos presos e dos guardas e as descrições vão ficando cada vez mais tensas e densas a medida que o tempo vai passando.
O que ele defende é que dependendo da situação, do lugar, do ambiente, ou seja, do sistema que organiza e controla algum lugar, as pessoas internalizam comportamentos, valores, atitudes e se transformam em outras pessoas.
É incrível como aqueles jovens internalizaram rápido seus papéis e ficção e realidade se misturaram. Começaram a acreditar piamente que aquilo era mesmo uma prisão e que não conseguiriam sair de lá. Assim como os jovens que eram os guardas acreditaram serem responsáveis por mantê-los ali e comportados a qualquer preço. O papel do guarda estimulava o sadismo, o papel de preso provocava a confusão e a vergonha possibilitando diversos comportamentos violentos.
O autor cita alguns processos que levam a atos violentos que são:
Desindividuação, anonimato, desumanização, imagem do inimigo, pensamento grupal, desligamento moral e facilitação social.
Essa experiência foi planejada para durar duas semanas, no entanto, teve que ser abortada depois de seis dias, devido ao nível de violência física e psicológica que os guardas estavam perpetrando nos presos. Dois tiveram que ser libertados depois de um colapso nervoso. Antes dos seis dias.
Zimbardo nos instiga o tempo todo a nos colocar no lugar dos agressores e nos convencer que em determinadas situações, em certas condições, faríamos o mesmo, nos transformaríamos em pessoas cruéis. Ele parte das conclusões que tirou dessa experiência que é a maldade não é uma questão de caráter e sim de circunstâncias, que ela está em todos nós e que não existe uma linha definida e clara que separa alguém bom do mau. Todos temos os dois lados.
E se tem uma coisa que ficou clara nessa experiência e em outros que ele cita como o de Milgram, que mostrou como as pessoas são influenciáveis e tendem a obedecer ordens mesmo contra sua vontade, é que pessoas consideradas boas podem praticar atos terríveis. O mal costuma ser muito mais presente porque além de ser ativo, ele tbm é passivo. Ao contrário da bondade que só pode ser ativa.
Zimbardo tbm nos informa sobre as torturas horrorosas que aconteceram em Abu Ghraib. Um complexo penitenciário situado a oeste de Bagdá, no Iraque.
É impressionante a semelhança da dinâmica que se desenvolveu lá e a de Stanford. Só que lá foi muito pior!!!
Um grupo de soldados Estadunidenses foram "libertar" esse complexo do poder de Saddam Hussein durante a guerra dos E.U.A. contra o Iraque. E teoricamente estava tudo sob controle, até que veio à tona em 2004 fotos horripilantes de torturas e humilhações que esses soldados estavam praticando contra os presos. No livro tem essas fotos e me provocaram ojeriza. O autor utiliza esse acontecimento para corroborar com o que aconteceu na sua pseudo prisão e a tese que defende de que as Situações Influenciam e até determinam os comportamentos humanos.
"Quão bem vc conhece a si mesmo? Seu autoconhecimento advém da Observação do seu comportamento em Situações familiares? Uma tese deste livro é que a maioria de nós conhece apenas a limitada experiência que envolvem leis, Proibições, pressões que nos restringem. Mas se estas Situações se transformam, seu antigo eu pode não funcionar como esperado quando as regras básicas se modificam ." Zimbardo.
O que me deixou mais abismada com esse livro foi perceber o quão manipuláveis são as pessoas!!!! Elas não costumam Negar. Questionar. Refletir. Indagar. Por que eu tenho que fazer isso? Pra que estou fazendo isso? O que acontece se eu fizer? e se eu não fizer? Não quero. Não me sinto bem fazendo isso e portanto, não vou fazer.
Não. Elas só vão lá e fazem. E quando alguém pergunta. Elas respondem:
Eu não queria fazer. Mas tive que fazer porque mandaram. Mesmo que tenha provocado dor ou desconforto no outro. Tive que fazer. Porque Eu só estava cumprindo ordens. Só executei o meu trabalho. Não existe poder de questionamento. É como uma boiada subindo num caminhão para o frigorífico. São como bois indo para o abate. Vão porque alguém mandou.... E é isso....
Percebi dois pontos negativos nesse livro:
O primeiro é que chega um momento que as narrativas e as descrições das torturas ficam muito repetitivas e ele defende o mesmo ponto de vista várias vezes. O que torna o texto prolixo, cansativo e mais pesado ainda....
O segundo ponto negativo é que as notas de rodapé estão no final do livro. A gente esta lendo e tem que ir para o final para saber o que esta escrito lá. Isso deixa a leitura travada. Eu prefiro quando as notas de rodapé estão embaixo da página. Aliás, é por isso que se chamam notas de rodapé...
Foi uma leitura densa, intensa e pesada. O autor tenta terminar o livro de um jeito otimista dizendo que se a maldade está em todos nós, então a bondade tbm está. Tenta salientar atos heróicos e relacionar a banalidade do mal com a banalidade do bem. Que o heroísmo tbm existe e faz parte da natureza humana. Mas é impossível terminar esse livro sem um gosto amargo na boca e com a sensação de vergonha da humanidade.
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Carlos.Magalhães 06/03/2022

Somos ou Não Somos Capazes de Cometer o Mal?
4° leitura concluída do ano!
Na verdade iniciada em dezembro/21, entretanto, em razão da profundidade do tema não é um livro para ser lindo, mas sim estudado bem lentamente, refletindo sobre os temas abordados nas suas 759 pags.
O autor nos leva a refletir sobre o porque pessoas aparentemente boas cometem atos maus, chegando ao ponto de utilizarem de atos abomináveis de tortura e assassinato de uma forma natural, sob o argumento de agirem sob a obediência de comando, por exemplo.
Segundo Philip Zimbardo, qualquer um de nós, pessoas comuns, frente a situações extremas, pode vir a cometer atos reprováveis. Para ratificar a sua tese o autor utiliza como pano de fundo um experimento de sua autoria realizado na Universidade de Stanford e o caso dos abusos de militares dos EUA na prisão de Abu Ghraib.
Apesar de não concordar com algumas posições do autor, considero um livro de leitura obrigatória para todos que desejam conhecer um pouco da personalidade humana.
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Ale Giannini 14/02/2022

O experimento da prisão de Stanford
O que leva uma pessoa boa a cometer atos moralmente reprováveis? Philip Zimbardo responde essa e outras questões nesse livro que conta a história do Experimento da prisão de Stanford, um estudo realizado na Universidade de Stanford que submeteu voluntários divididos entre presos e guardas, tornando-os emocionalmente instáveis ou sádicos.

A noção de maçã podre é substituída pela do cesto podre, onde o meio, a aprovação social e o reconhecimento podem ser fatores que fazem as pessoas se tornarem más.

O livro é muito detalhado, e por vezes se torna um pouco repetitivo.
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Rqsk 30/08/2021

ótimo livro
Depois que li este livro, percebi que somos capazes de qualquer coisa. Nesta obra, o autor mostra o poder das circunstâncias e como elas influenciam nossos comportamentos. Provavelmente há coisas de que você se julga incapaz de fazer; porém se exposto a determinada circunstância, certamente as fará. No experimento conduzido por Zimbardo, no porão da faculdade de Oxford, fica claro a influência externa sobre nossos comportamentos.
É muito difícil resistir a elas. Não podemos responsabilizar o indivíduo por algo sem levar em consideração o contexto.
Aprendemos a ter bons modos, a praticar a empatia, a ter paciência com as pessoas; em suma: aprendemos o bem.
Repreendemos o ódio, a impaciência, a inveja; em suma: repreendemos o mal.

Bom, acredito eu que o mal exista em ato; e o bem, em potência. Ambos podem ser desenvolvidos e, consequentemente, alcançar o suprassumo, a depender o ambiente.
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Luis 27/10/2018

"Só estava cumprindo ordens"
Neste tratado de Psicologia Social, Philip Zimbardo faz seu relato sobre o famoso (e infame) Experimento da Prisão de Stanford, no qual estudantes universitários assumem o papel de guardas ou prisioneiros. A intenção inicial era testar a força das circunstâncias, selecionando jovens equilibrados e saudáveis para fazer parte de um ambiente no qual ocorrem muitos abusos, mas que podem ser atribuídos ao histórico violento dos prisioneiros e/ ou guardas.
O resultado foi que o experimento tragou todo mundo, ocorreram vários tipos de violência, e até o pesquisador e seus assistentes se transformaram em soldados de um sistema injusto. Quando alguém veio e conseguiu abrir os olhos para o que estava acontecendo, o experimento foi interrompido.

Após o relato, o autor discorre sobre as implicações deste e de outros experimentos famosos na área, especialmente o de Stanley Milgram sobre obediência. Analisa vários casos históricos de atrocidades sistemáticas, como o nazismo, a ditadura brasileira e genocídios étnicos. Em todos os casos, percebe-se que pessoas comuns foram os principais agentes da barbárie, ecoando a tese de Hannah Arendt da "banalidade do mal".

Na parte seguinte, nos deparamos com uma replicação não-intencional de seu experimento, na prisão de Abu Grahib, com soldados cometendo abusos e tirando fotos sorridentes, o que chocou o mundo. Para mim, este é o melhor momento do livro, com o autor abandonando qualquer pretensão de imparcialidade e descrevendo os horrores da situação, enquanto usa toda sua experiência para defender um soldado e responsabilizar gente com mais poder de comando.

Por fim, o livro termina em um tom positivo, analisando o heroísmo e dizendo como podemos evitar ser tragados por forças sistêmicas que impelem para o mal. E conclui, da mesma forma que o mal pode ser feito por qualquer um, o mesmo vale para o bem, possibilitando uma "banalidade do heroísmo".
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Danilo.Jones 16/10/2018minha estante
Excelente, amigo!


Humberto Faloni 17/10/2018minha estante
Obrigado!


Marcelo Dias 02/11/2021minha estante
Ótima resenha! Pretendo ler o livro ainda esse ano...




none 07/01/2017

Registro histórico inteligente porém excessivo, verborrágico.
"Você pode ler muitos livros sobre o conflito, mas isso talvez nada tenha a ver com o entendimento do conflito.", afirma Krishnamurti, filósofo indiano do século XX.
Zimbardo usa o livro como uma espécie de desculpa ou catarse por ter realizado o experimento prisional de Stanford na década de 70. Experimento só interrompido graças à intervenção de sua futura esposa. Não há dúvida sobre a importância do experimento, aliás ele é utilizado para estudar o comportamento dos soldados ''responsabilizados'' pela tortura e abuso de presos em Abu Ghraib no Iraque de Bush, Cheney, Rumsfeld. Curioso é que o sistema nunca é culpabilizado, aqui no livro o autor até abre todo um capítulo para provar que a C-I-A- e o governo norte-americano sabiam e apoiavam métodos de tortura dignos dos piores ditadores que eles afirmavam perseguir e punir. O fato é que os EUA saíram do Iraque deixando o país pior do que quando ele estava sob o regime ditatorial de Hussein. Zimbardo inclusive foi chamado para defender Chip Frederick, um dos apontados como incentivadores das torturas. O medalhado soldado não tinha a mínima condição para comandar o centro prisional, quanto mais a ronda noturna de Abu Ghraib. Deu no que deu. Foi preso e a ''maçã podre'' foi descartada do barril. Quando na verdade o barril inteiro estava podre desde o início. Zimbardo é brilhante na pesquisa de estados ditatoriais, menciona inclusive o Brasil, como brilhante país-pupilo dos EUA em matéria de aprendizado de torturas e manipulações sistemáticas. O problema é quando ele finaliza em tom Hollywoodiano: ''mas existem as boas pessoas, e mais, existem os heróis!", o problema, Zimbardo, é que todo herói tem sua nêmese. Procure estudar tragédia grega, procure estudar história e ler os jornais. Não há heróis, há figuras criadas para exaltar o pior dos países e suas nacionalidades e -ismos tolos, para viver 15 segundos de fama e se extinguir.
Maygeek7 08/09/2020minha estante
Recomenda?




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