spoiler visualizarHumberto Faloni 24/06/2018
O Efeito Lúcifer - Como Pessoas boas se tornam más.
Boa tarde pessoal,
Hoje terminei a leitura do livro O Efeito Lúcifer como pessoas boas se tornam más.
Um livro muito interessante que faz você notar e entender a natureza do mal e do bem. No livro explica com detalhes o experimento do professor Zimbardo no porão da universidade de Stanford. Zimbardo entende que a maldade é uma questão de poder. É o exercício de poder para intencionalmente infligir a alguém o mal psicológico ou físico. O experimento prisional de Stanford na década de 70 foi incrível e ao mesmo tempo gerou polemicas, mas que hoje serve de base para estudos de comportamentos de soldados responsabilizados pela tortura e abuso de presos em Abu Ghraib no Iraque de Bush, Cheney, Rumsfeld. (Quem quiser conhecer um pouco de como foi o experimento tem um filme no #netflix que chama “O experimento de aprisionamento de Stanford”.
No livro comenta sobre o ‘Estrupo de Ruanda’ que foi uma sucessão de mortes e assassinatos entre hutus e tutsis. Relatos também sobre o estupro em Nanquim, China Os soldados japoneses trucidaram entre 260 a 350 mil civis chineses em poucos meses sangrentos. Dos casos mais horríveis de mortes, estrupo, torturas no qual não temos uma medida até onde pode chegar a maldade de nos seres humanos. Podemos considerar que a maioria das pessoas, na maior parte do tempo, são criaturas morais. Mas imagine que essa moralidade seja um câmbio de automóvel que as vezes é colocado no ponto morto. Quando isso acontece a moralidade é desligada. Se ocorre de o carro estar em uma ladeira, carro e motoristas se precipitam declive abaixo. É, portanto a natureza das circunstancias que determina os resultados, não as habilidades ou intenções do motorista.Outro Experimento interessante que relata no livro foi o ‘Experimento de Milgram’ (quem quiser assistir o filme e conhecer mais sobre o experimento tem no #netflix “O Experimento de Milgram”. Esse experimento revela as verdades perturbadoras sobre o comportamento humano sobre a obediência. O Experimento revelou claramente a docilidade da natureza humana; quase todo mundo poderia ser totalmente obediente ou quase todo mundo poderia resistir as pressões da autoridade. Tudo depende das variáveis situacionais que vivenciam. Essa parte do livro vale muito a pena ler e perceber os detalhes e o impacto que pode causar um obediência no qual pode fazer a pessoa cometer uma coisa muito desumana. Tema que chama a atenção é a investigação a dinâmica social de desindividuação, desumanização e o mal da inação. O sentimento de falta de identidade pessoal pode induzir ao comportamento antissocial. Na pagina 429 descreve um dado interessante que chama o ‘efeito terça-feira gorda: a desindividuação coletiva como o êxtase. Desumanização é um processo central no preconceito, no racismo e na discriminação. A desumanização estigmatiza os outros, atribuindo-lhes uma ‘identidade estragada’. Como exemplo, o sociólogo Erving Goffman’ descreveu o processo pelo qual as pessoas com deficiência são socialmente desacreditadas. O Romance de Willian Golding, ‘O senhor das moscas’, pergunta como uma simples mudança na aparecia exterior de alguém pode disparar alterações dramáticas no comportamento no manifesto.O mal da Inação os famosos espectadores passivos. Sua presença silenciosa na cena dos maus feitos torna ainda mais imprecisa a linha nebulosa entre o bem e o mal. Um dos maiores e menos conhecidos colaboradores do mal passam ao largo dos protagonistas da injuria e prevem do coro silencioso que olha mas não vê, que escuta mas não ouve. Em situações na quais o mal esta sendo praticado, há criminosos, vitimas e sobreviventes. Entretanto, há com frequência observadores das atividades em andamento, ou pessoas que sabem o que esta acontecendo e não intervem para ajudar ou contestar o mal, e, portanto, permitem, por sua inação, que o mal persista.
No livro detalha sobre os abusos e torturas da prisão de ‘Abu Grhaib’. Nessa Prisão foi um tremendo absurdo de horrores, abusos, torturas em resumo o pior do lado mal do ser humano. Chip Frederick se recorda de alguns: Nudez, algemar nas portas das celas, forçar o uso de roupas intimas femininas, poses sexuais, ameaçar detentos com pistolas 9 mm carregadas, despejar água fria sobre os detentos nus, espancar detentos, filmar e fotografar detentos homens e mulheres, forçar detentos a se posicionar em diversas posições explicitamento sexuais para serem fotografados, colocar corrente de cachorro no detento, guarda fazendo sexo com detentas,utilizar cães para assustar os detentos, forçar grupos de detentos do sexo masculino a se masturbarem enquanto são fotografados e filmados. No livro o autor até abre todo um capítulo para provar que a CIA e o governo norte-americano (George W. Bush) sabiam e apoiavam métodos de tortura dignos dos piores ditadores que eles afirmavam perseguir e punir. Os EUA saíram do Iraque deixando o país pior do que quando ele estava sob o regime ditatorial de Hussein. Zimbardo inclusive foi chamado para defender Chip Frederick, um dos apontados como incentivadores das torturas. O medalhado soldado não tinha a mínima condição para comandar o centro prisional, quanto mais a ronda noturna de Abu Ghraib. Foi preso e a ''maçã podre'' foi descartada do barril. Mas a verdade o barril inteiro estava podre desde o início. Zimbardo é brilhante na pesquisa de estados ditatoriais, menciona inclusive o Brasil, como brilhante seguidor dos EUA em matéria de aprendizado de torturas e manipulações sistemáticas.
Os sete processos sociais capazes de tornar uma pessoa mais suscetível a cometer algum tipo de maldade: 1. Dar o primeiro pequeno passo sem pensar: normalmente algo quase insignificante, mas que abre as portas para abusos cada vez maiores e que, quando aumentado pouco a pouco, não se percebe o resultado final. Como um choque de 15 volts. 2. Desumanização do outro: é mais fácil fazer mal a alguém quando não se vê ou não se sabe quem é essa vítima. Os prisioneiros de Stanford não se chamavam John ou Peter, mas 416 e 325.Guerreiros anônimos 3. Desumanização própria: quando se está anônimo numa multidão, sua maldade é diluída entre os demais. O antropólogo R. J. Watson estudou 23 culturas em seus processos de ir à guerra. Dos oito povos que iam para a batalha sem pinturas ou ornamentos específicos, apenas uma tinha alto grau de violência, isto é: torturavam, mutilavam e/ou matavam seus inimigos. Mas dos outros quinze que mudavam a aparência (ou se escondiam atrás de óculos escuros espelhados e uniformes padronizados), tornando-se anônimos, doze matavam e mutilavam. Ou seja, das que matavam e mutilavam, 12 entre 13 mudavam a aparência. Mais de 90%.4. Difusão da responsabilidade pessoal: quando um criminoso é linchado, a culpa é da multidão e não dos socos e pontapés individuais. Mais do que a covardia do grupo, representa a diluição da culpa.5. Obediência cega à autoridade:como demonstrado por Milgram, a autoridade também funciona como pára-raios para atribuição de culpa de quem apenas executa ordens.6. Adesão passiva às normas do grupo: odiar a torcida adversária faz parte do ritual de vestir o uniforme do seu time – mesmo que o seu irmão esteja do outro lado da arquibancada. Mesmo que você odeie uma pessoa que nunca viu apenas por causa das cores que ostenta.7. Tolerância passiva à maldade através da inatividade ou indiferença:muitas vezes o indivíduo não é o responsável direto pela maldade mas permite, inabalável, que ela seja praticada, conforme descrito no texto sobre Latané e Darley.Quando essa cadeia de eventos ocorre numa situação que não lhe é familiar, ou seja, onde seus habituais padrões de resposta não funcionam, você está pronto para perpetrar o mal – e nem se dará conta disso. Sua personalidade e princípios morais já estarão desligados.O autor explica que a chave para tal comportamento está na situação em que a pessoa se encontra e na enorme influência que ela tem sobre os indivíduos. O sistema formado pelo conjunto de bases acadêmica, cultural, social e política do indivíduo cria as situações que haverão de corrompê-lo. Para finalizar no fim do livro comenta sobre a resistência às influencias das circunstancia e celebrando o heroísmo. Um programa de dez passos para resistir a influencias indesejadas.1-“Eu errei”comecemos encorajando a admissão de nossos erros, primeiro os nossos, depois os dos outros, aceite o ditado de que errar é humano.2-“Estou atento”em muitos ambientes, pessoas espertas fazem coisas tolas por que falham em se preocupar com características-chave nas palavras ou ações de agentes de influencia, e falham em prestar atenção em sinais situacionais óbvios. 3-“Eu sou responsável” assumir a responsabilidade pelas próprias decisões e ações reinsere, para o bem ou para o mal, o ator na direção. 4-“Eu sou o melhor que posso” Não permita que os outros o desindividuem, que o coloquem em uma categoria, uma gaveta, um encaixe, que o transforme em um objeto. 5-“Eu respeito a autoridade justa, mas me rebelo contra a autoridade injusta”. 6-“Desejo a aceitação do grupo, mas valorizo minha independência”. 7-“Serei mais vigilante com o quadro geral”. 8-“Eu equilibrarei minha noção de tempo”. 9-“Não sacrificarei minhas liberdades cívicas e pessoais pela ilusão de segurança”. 10-“Eu posso me opor a sistemas injustos”. Conforme descrito no livro o Heroísmo pode colocar em pratica todas estar variações de coragem. É o desprezo pelo perigo, não por ignorância ou imprudente leviandade. Mas a partir de uma nobre devoção a alguma grande causa e uma justa confiança de ser capaz de encontrar o perigo no espirito desta causa.