Tami 05/02/2013Crônicas para se divertirResenha publicada em: http://gavetaabandonada.blogspot.com.br/2013/02/resenha-adultos-sem-filtro.html
Sempre tive curiosidade para ler algo da Thalita Rebouças, essa escritora brasileira de tanto sucesso entre os jovens. Porém os livros dela sempre pareciam um pouco adolescentes demais para mim, até que surgiu esse. Adultos sem filtro é uma seleção de crônicas sobre assuntos bem variados já publicadas da escritora, e finalmente pude entender o porque de tanto sucesso.
As crônicas são divididas por assunto: "Linda e magra", "Celebridades e subcelebridades", "Hipocondríaca? Eu?!", "Fala sério, taxista!", "Fofura em pessoa", "Ai, ai... humanos...", "Grande família", "Eu te amo", "Lisboa, querida Lisboa", "Eu, uma escritora". Todas as histórias tem uma escrita super leve, e a grande maioria pende para situações cômicas que a autora passou.
"A minha bunda caiu. Do nada. De repente. Assim, sem avisar, sem nem uma preparação, uns tapinhas no ombro ou um chororô. Fui dormir com ela redondinha e alegre. Acordei com ela triste e alasanhada - quadrada e compacta." (Maldita lei da gravidade - pág. 15)
Entre as que mais gostei, posso citar: "Gente que fala", "Você por aqui!", "Beleza interior", "É cada taxista que me aparece (II)", "Voar, voar, subir, subir", "Amiga de banheiro", "Conheces o Tony Ramos?". Detalhe para essa última crônica citada, que se passa em Lisboa, e narra uma conversa com um leitor (talvez um pouco... sem noção). No final o mesmo pergunta se pode pegar uns marcadores e pega uns 70 logo de uma vez. Capaz que não me identifiquei!
Acho que uma das partes que mais ri foi a "Hipocondríaca? Eu?!", onde parece que estamos conversando com uma amiga. A Thalita passa uma imagem de ser uma pessoa muito alegre e espevitada. E completamente louca por exames, remédios e médicos. Já viram alguém cujo sonho é fazer uma endoscopia? Pois é, ta aí.
Outra parte interessante do livro é a "Eu, uma escritora", onde as crônicas falam um pouco dos percalços da vida de escritora iniciante. Thalita nos conta como foi a sua primeira Bienal, onde era completamente desconhecida e chegou a colocar peruca e subir em uma cadeira para chamar a atenção. Depois vai narrando como foram as outras, até chegar no sucesso que é hoje. Fala também sobre outras coisas da vida e, no fundo, em como batalhar (muito!) pelos seus sonhos compensa.
Dei boas risadas com o livro. Sempre gostei de crônicas (leio diariamente no jornal) mas não é todo livro desse estilo que me agrada. Esse me surpreendeu e fico até curiosa para finalmente ler os outros livros da autora. Um livro super leve e pequeno, ótimo para ler passando o tempo. Ah, e para quem acha que livro da Rocco e de autores brasileiros são sempre caros, paguei 9,90 por esse ;)
"Respeito a opinião de quem não gosta de Paulo Coelho, assim como respeito quem não gosta dos meus. Mas sua importância para a divulgação da literatura brasileira no mundo é inegável. Ninguém faz mais do que ele, os números não mentem. As portas que Paulo Coelho abriu para outros autores brasileiros continuam lá. Quem quiser que corra atrás." (Uma tarde em Veneza com Paulo Coelho, pág. 190)