Taisa 24/11/2016Aiii que livro gracinha!
Ultimamente nos livros de YA é difícil achar um que se destaque, parece sempre a mesma história com poucas variáveis e felizmente aqui encontramos gratas desconstruções. A autora colocou um enredo até que simples e batido em um pano de fundo original e deu certo!💓
A vaca autoproclamada protagonista vive se metendo em confusões, seja com drogas, bebidas ou sexo irresponsável. É rica, mas o que sobra em dinheiro falta em empatia, pessoas são apenas peões que ela manipula de um lado para o outro quando mais a convém.
Mas tudo tem limites, até para nossa odiada Sophie, então como punição ela é enviada a um orfanato Uganda na África, território carente e extremamente violento, palco de constantes conflitos civis.
É ai que o livro começa a ficar bom. Me emocionei muito a situação vivida ali, crianças carentes são meu calo mais dolorido, não consigo não me envolver e sofrer com essa triste realidade.
A evolução da Sophie é muito bonita e apesar das poucas páginas é sutil. A autora é eficiente em não deixa-la carismática no inicio, é tudo muito frio . Mas o calor de Uganda vai derretendo esse gelo, além disso ela tem ajuda de pessoas maravilhosas, uma especial que vai tornar essa viagem/leitura muito mais suspirante, o lindeza do Ian....*suspiros, suspiros e mais suspiros*.......😻
Achei que a autora cria uma tensão sexual como ninguém, diálogos espertinhos, apaixonantes e interações que fogem da mesmice, mas fiquei um tanto frustrada com o “pós”. Meu coração ficou aquecido em grande parte do livro, estava tão esperançosa e angustiada e de repente......... oi? Perdi alguma coisa? Não que foi ruim, mas é que não fez tanto jus a expectativa que criou.
As interações deles com seus respectivos familiares também me estranharam, algumas coisas foram jogadas, tudo resolvido na nossa cara de qualquer jeito, a meu ver não ficou muito coeso com toda a ideia proposta.
Mas tirando essas minhas cricrizices eu adorei e super recomendo! As editoras deveriam trazer essa belezura para o Brasil!!! Acho que esse universo de livros jovem adulto é bem carente desse contexto citado, é sempre bom dar de cara com a realidade, sair desse universo encantado e começar a troca: pedir menos e se doar e agradecer mais.
“Ninguém pode conhecer a felicidade sincera, Sophie, sem primeiro ter conhecido a tristeza. Nunca se pode apreciar a enormidade a raridade de uma felicidade ardente sem ver a miséria, tão injusto quanto possa ser. "
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