O Primeiro Terço

O Primeiro Terço Neal Cassady




Resenhas - O Primeiro Terço


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Zeka.Sixx 08/04/2020

As origens da lenda
Nesta que foi sua única obra "inteira" publicada - em 1971, três anos após sua morte - o famigerado Neal Cassady se propõe a narrar o que seria o "primeiro terço" de sua vida. Em realidade, não chega a tanto, uma vez que o livro começa em um interessante - embora extenso - prólogo narrando as origens da família de Cassady, desde seus ascendentes de sangue irlandês, até efetivamente chegar à infância do próprio Neal, contando, em especial, sua trajetória entre os cinco e os nove anos de idade.

Relatando a infância miserável - no sentido financeiro - de uma criança sendo criada por um pai vagabundo e alcóolatra que, apesar de tudo, nutre um amor inocente e protetor pelo filho, este romance autobiográfico é um retrato nu e cru da Grande Depressão que varreu os Estados Unidos nos anos 30.

Do convívio com o círculo de amigos vagabundos e bêbados do pai nas ruas de Denver, no Colorado, passando pelas viagens pela América clandestinamente escondido em trens de carga, até chegar às primeiras experiências de cunho sexual - com homens e mulheres -, os relatos desse pequeno período da vida de Cassady não deixam de fornecer pistas que revelam a formação do caráter daquele que viria a se tornar o inspirador do lendário Dean Moriarty, de "On the Road".

Um livro impressionante e imprescindível para aqueles que curtem a Geração Beat.
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Raul_rzd 18/04/2021

A história de uma lenda
O primeiro terço já surpreendeu minhas expectativas logo de inicio, trazendo um prólogo que narra a história da família Cassady inteira, acompanhando mais de perto seu pai, até a chegada do protagonista da história, o próprio Neal que só surge no final dele.
Infelizmente toda a narrativa adota um estilo jornalístico que a acompanha do começo ao fim do livro, mostrando que mesmo se esforçando bastante Neal não tinha o dom e nem a experiência que leva alguém a ser um escritor realmente talentoso, apenas o desejo. Mas eu acho que isso que é o importante e o que deve ser considerado no final das contas: o desejo de querer fazer algo, a vontade de criar e elaborar uma coisa que possa repercutir na história. E não é isso que o pouco instruído Nela Cassady conseguiu? Sua vontade de viver e provar o real significado das coisas o fez ser admirado por mentes geniais como Kerouac e Ginsberg e entrar em suas obras magníficas; o fez deixar de ser um mero assaltante de carros e andarilho para se tornar uma verdadeira lenda nesse pedaço de terra que chamamos de mundo.
Mas, voltando ao livro, tenho que dizer que se você está se aventurando no mundo beatnik agora, deixe esta obra pra depois. Acho que O Primeiro Terço é um livro mais voltados pros verdadeiros fãs desse gênero literário; para aquelas pessoas que querem entender mais sobre aquele sujeito icônico que apareceu em On The Road; para aqueles que leem o primeiro roubo de carros do pequeno Neal ou suas aventuras nos vagões de trem repletos de vagabundos e sentem um arrepio e uma sensação nostálgica que quase faz seus olhos lacrimejarem.
Resumindo, um livro bom, não mais que isso.
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Victor 23/08/2012

Neal Cassady narra sua infância
"O Primeiro Terço" é uma incursão pelas memórias da infância do herói de Kerouac, gravadas em longos textos beats muitas vezes confusos e divagantes demais. Funciona como um teste para Neal Cassady, sua primeira tentativa de se enxergar como um escritor misturando suas influências como se fossem tons de tinta prestes a serem jogados numa tela. As cores escorrem, tentam se fundir mas o resultado é mesmo um borrão, uma pequena imagem encharcada de subjetividade e com inúmeros indícios de que seu autor tentou enfeitá-la sem muito sucesso.
É legal observar a diferença entre as escritas de Neal. O prólogo é de um jeito, em terceira pessoa; o texto principal é documental, experimental, baseado em reminiscências e recordações postas no papel com o auxílio de parágrafos pretensiosos; os diversos fragmentos e cartas são espontâneos, profusos e informais. É através desta última parte que vislumbramos o Neal Cassady do qual tanto lemos a respeito.
No fim das contas vale pela curiosidade, pelo certo caráter histórico que "O Primeiro Terço" possui tendo como panorama o movimento beatnik. Não iniciados jamais verão beleza nas palavras deste pequeno e infeliz vagabundo.
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Dose Literária 06/03/2013

sua escrita em quase nada se assemelha com o estilo próprio dos beats
Quem foi Neal Cassady? Esse nome é estranho para muitas pessoas, inclusive para estudiosos de literatura. Talvez ele seja mais conhecido pelo pseudônimo que ganhou no livro On the Road: Dean Moriarty. Ele foi o companheiro de aventuras de Sal Paradise, ao longo da Rota 66. Paradise era ninguém menos que o próprio Kerouac. Juntos, eles cruzaram os EUA, chegaram ao México, experimentaram diversos sentimentos de amor e ódio e conheceram pessoas diferentes. Algumas passagens do livro apontam uma certa tensão sexual entre os dois, levando o leitor a crer que tiveram algum tipo de envolvimento dessa natureza. Depois, cada um seguiu seu rumo: Kerouac terminou seus dias na casa de sua mãe, sofrendo de cirrose; Cassady morreu de causas desconhecidas, mas especula-se que ele teve problemas nos rins.

Cassady escreveu apenas um livro chamado O Primeiro Terço, publicado pela editora LP&M aqui no Brasil, que deixou inacabado. Nele, conta a trajetória de seus familiares, desde seus avós, até chegar a certos acontecimentos de sua infância. Ele tinha muitos irmãos e seus pais se separaram quando ele ainda era muito novo. Apesar de seu pai ser alcoólatra, Cassady demonstra muito carinho por ele ao longo de sua escrita.

Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/10/o-primeiro-terco.html
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Deividy 30/07/2014

livro essencial para quem quer entender Dean digo Neal. mesmo tendo um prólogo por demais extenso e cansativo, e seu desenvolviemento lento, vale para entender o comportamento de Dean em On the Road.
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Gabriela 26/01/2021

Desinteressante.
Quem gosta da geração beat e tem amor pelos escritos de Jack Kerouac, vai se decepcionar com a leitura desse livro. Cassady, nosso famoso Dean, viveu uma vida de loucuras, liberdade e muita paixão. O primeiro terço não nos mostra nada disso. Aqui, o leitor encontra um relato sobre a família de Neal, e uma quase documentação dos seus 10 primeiros anos - toda sua infância triste e decadente.
O final foi o que considerei a melhor parte. As cartas que Cassady escreveu pra Kerouac (o que rendeu ao livro a estrela que eu dei na avaliação).
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