marrdduda 22/11/2023
Punpun
"sabe o que eu acho, punpun? há uma solidão que é parte de viver como ser humano, da qual você nunca consegue se livrar."
"não importa o quanto as pessoas procurem ou machuquem umas às outras, elas nunca se entenderão completamente, então, no que elas devem acreditar, hein?"
em contrapartida ao primeiro volume, sinto que consegui aproveitar totalmente este segundo. talvez eu só precisasse me acostumar com o estilo de narrativa do autor ou a atmosfera do mangá, só sei que achei este bem mais profundo, e é por isso que gostei mais.
apesar de algumas problemáticas (como o seiki já fumar sendo tão novo e toda a complicação com a família do punpun) a parte das crianças, em específico a cena onde elas voltam juntas, de mãos dadas, para casa me deixou com o coração quentinho e com saudade da infância.
podemos ter um desenvolvimento mais aberto com relação aos pais do protagonista. a interação entre ele e o pai foi extremamente humana e, para mim, de muita reflexão ? ver o lado humano de um covarde que batia na mulher. quanto à mãe passarinho, a cena em que punpun volta pra casa e a reação dela me pegou: "não deixe a sua mãe completamente sozinha, punpun", mostra a vulnerabilidade e a necessidade do contato com o filho, apesar de tantas falas da mesma o renegando e se mostrando arrependida por tê-lo. a descrição da mulher pelas palavras do tio de punpun (que gosto bastante, inclusive) me fez refletir sobre ela também.
no fim, tudo isso para mostrar o que é ser humano. que temos tanto lados bons quanto ruins, que todos nós passamos por problemas e que todos reagimos à eles de acordo com nós mesmos, e de acordo com a forma como vemos, ou tivemos a oportunidade, de ver e entender o mundo, o nosso único ? porém compartilhado e vivido por todos ? mundo.
"se eu pudesse realizar apenas um desejo, eu queria ter asas.
por favor, me dê asas brancas, em minhas costas como um pássaro,
quero abrir minhas asas e voar,
por esse céu azul e vasto.
sem nenhuma tristeza,
voar em direção ao céu livre.
eu quero bater minhas asas e voar
'asas por favor'."
- composta por kunihiko murai, letra de michio yamagami.