natália rocha 05/04/2021Infinitamente aqui e atemporalmente agora.??A ilha?? foi o último romance escrito por Aldous Huxley, autor inglês conhecido principalmente pela sua distopia ??Admirável mundo novo??. Ao contrário de sua obra mais famosa, aqui somos imersos em uma utopia.
A história se passa em uma ilha fictícia chamada Pala, isolada do resto do mundo e com um funcionamento totalmente utópico. Nesse lugar, o consumismo não é incentivado e a busca pelo autoconhecimento é constante.
A narrativa é guiada pelo jornalista Will Farnaby, que vai parar acidentalmente na ilha após um naufrágio. Ao se deparar com uma sociedade completamente diferente da sua, ele passa a viver entre os habitantes da ilha e é guiado em uma jornada não só para conhecer o lugar e suas particularidades, mas também para conhecer a si. É incrível acompanhar essa jornada e sentir ao longo do livro Will se encantar com esse novo modo de viver.
Quem conhece um pouco a obra do autor sabe que ele costuma trazer reflexões sobre diversos temas, o que torna a experiência de lê-lo ainda mais rica. Aqui nesse romance não é diferente, em cada capítulo nos deparamos com um debate diferente entre Will ? o representante do nosso mundo ? e algum nativo da ilha de Pala. São inúmeros os temas dessas discussões, como religião e fé, o processo de morrer, núcleo familiar exclusivo e inclusivo, medicina não tradicional, criação de vínculos afetivos saudáveis, entre outros vários.
Um aspecto, no mínimo, curioso é que há uma família de grande importância em Pala que vai contra esse sistema sereno de civilização, defendendo o progresso tecnológico e o consumo desenfreado; e conforme a narrativa avança, nós, leitores, passamos a enxergá-los como vilões. Ou seja, enxergamos o nosso modo de vida atual como algo vil, detestável (!)
O livro é repleto de trechos muito bonitos e de grande profundidade, é o tipo de leitura que tu não sai ileso, algum aprendizado tu vai levar contigo.
Escrever sobre meu livro favorito foi um desafio, há muitos pontos que gostaria de desenvolver, mas fico por aqui. Espero ter te deixado com vontade de conhecer a ilha de Pala :)