Totem e Tabu, Contribuição à História do Movimento Psicanalítico e Outros Texto

Totem e Tabu, Contribuição à História do Movimento Psicanalítico e Outros Texto Sigmund Freud




Resenhas - FREUD - OBRAS COMPLETAS, V.11 - TOTEM E TABU


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Vênus_Alice 30/03/2023

Totem e Tabu
Aqui Freud propõe um estudo sobre povos primitivos e sua relação ao criar uma divindade, rituais, proibições, regras e superstições.
Essas particularidades culturais sobreviveram ao passar do tempo, até os dias de hoje vemos formas de regular um grupo, uma religião para suprir perguntas que não temos respostas e rituais/superstições que usamos para nos organizar no mundo, estes apenas sofreram mudanças de acordo com as mudanças do mundo.
Freud faz um link com as relações psíquicas e como vamos nos construindo e talvez adoecendo a partir disso.
Há algumas colocações equivocadas dele, mas no geral é um texto muito bom e que nos faz abrir mais a mente.
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Gladston Mamede 22/05/2020

É fácil ler Freud. Ele não complica e o tradutor também não complicou. Se bem que não se lê, apenas. Medita-se, cogita-se, questiona-se. Fui devagar e levei um bom tempo. Muito interessante, aliás, não parar em Totem e Tabu, mas ir até o final, ler a Contribuição à História do Pensamento Psicanalítico (um verdadeiro tititi científico), a análise sobre o Moisés de Michelangelo e os demais textos. Uma leitura que amplia horizontes, por certo. Preciso ler os outros da coleção.
Arthur.Henriques 16/11/2020minha estante
Dizer que ler Freud é fácil é um mito.




jubileu 04/08/2021

um ótimo acréscimo aos estudos psicanalíticos!
totem e tabu foi, pra mim, um acréscimo a toda a prática psicanalítica, a todo o entendimento da forma como somos e agimos hoje em dia, onde tudo isso fora graças as regras inseridas nas sociedades mais primitivas com suas crenças e inserções a o que chamamos de tabu a partir dos totens, religião e família. este livro de freud também nos deixa entender mais a fundo sobre a história da psicanálise e sua criação, então para aqueles que querem a formação como psicanalistas ou apenas entender como que tudo funciona, é um ótimo livro para tal. eu adorei! ?
Polly 04/08/2021minha estante
??????????




Mariah 31/07/2022

(esses textos não estão no livro eu só não confio em nada pq cai em um conhecimento filosófico de verdades incompletas que torna tudo isso sem propósito)

Mas está fichado e resumido, são textos importantes do Freud

ESCRITOS CRIATIVOS E DEVANEIOS.
____| Ao crescer, as pessoas param de brincar e parecem renunciar ao prazer que obtinham do brincar. Contudo, quem compreende a mente humana sabe que nada é tão difícil para o homem quanto abdicar de um prazer que já experimentou. Na realidade, nunca renunciamos a nada; apenas trocamos uma coisa por outra. O que parece ser uma renúncia é, na verdade, a formação de um substituto ou sub-rogado. Da mesma forma, a criança em crescimento, quando pára de brincar, só abdica do elo com os objetos reais; em vez de brincar, ela agora fantasia.
____| Podemos partir da tese de que a pessoa feliz nunca fantasia, somente a insatisfeita. As forças motivadoras das fantasias são os desejos insatisfeitos, e toda fantasia é a realização de um desejo, uma correção da realidade insatisfatória. Os desejos motivadores variam de acordo com o sexo, o caráter e as circunstâncias da pessoa que fantasia, dividindo-se naturalmente em dois grupos principais: ou são desejos ambiciosos, que se destinam a elevar a personalidade do sujeito, ou são desejos eróticos. Nas mulheres jovens predominam, quase com exclusividade, os desejos eróticos, sendo em geral sua ambição absorvida pelas tendências eróticas. Nos homens jovens os desejos egoístas e ambiciosos ocupam o primeiro plano, de forma bem clara, ao lado dos desejos eróticos. Mas não acentuaremos a oposição entre essas duas tendências, preferindo salientar o fato de que estão freqüentemente unidas. Assim como em muitos retábulos em que é visível num canto qualquer o retrato do doador, na maioria das fantasias de ambição podemos descobrir em algum canto a dama a que seu criador dedicou todos aqueles feitos heróicos e a cujos pés deposita seus triunfos. Veremos que aqui existem motivos bem fortes para ocultamento; à jovem bem educada só é permitido um mínimo de desejos eróticos, e o rapaz tem de aprender a suprimir o excesso de auto-estima remanescente de sua infância mimada, para que possa encontrar seu lugar numa sociedade repleta de outros indivíduos com idênticas reivindicações.
____| Os ‘bons’ são aliados do ego que se tornou o herói da história, e os ‘maus’ são seus
inimigos e rivais.
____| Tentemos, por exemplo, aplicar à obra desses autores a nossa tese anterior referente à relação entre a fantasia e os três períodos
de tempo, e o desejo que o entrelaça; e com seu auxílio estudemos as conexões existentes entre a vida do escritor e suas obras. Em geral, até agora não se formou uma idéia concreta da natureza dos resultados dessa investigação, e com freqüência fez-se da
mesma uma concepção simplista. À luz da compreensão interna (insight) de tais fantasias, podemos encarar a situação como se segue. Uma poderosa experiência no presente desperta no escritor criativo uma lembrança de uma experiência anterior (geralmente de sua infância), da qual se origina então um desejo que encontra realização na obra criativa. A própria obra revela elementos da ocasião motivadora do presente e da lembrança antiga.
____| Não devemos esquecer, entretanto, de examinar aquele outro gênero de obras imaginativas, que não são uma criação original do autor, mas uma reformulação de material preexistente e conhecido. Mesmo nessas obras o escritor conserva uma certa independência que se manifesta na escolha do material e nas alterações do mesmo, às vezes muito amplas. Embora esse material não seja novo, procede do tesouro popular dos mitos, lendas e contos de fadas. Ainda está incompleto o estudo de tais construções da psicologia dos povos, mas é muito provável que os mitos, por exemplo, sejam vestígios distorcidos de fantasias plenas de desejos de nações inteiras, os sonhos seculares da humanidade jovem.
Poderão dizer que, embora eu tenha colocado o escritor criativo em primeiro lugar no título deste artigo, me ocupei menos dele que das fantasias. Reconheço o fato, e devo tentar desculpar-me alegando o estado atual de nossos conhecimentos.
____| O escritor suaviza o caráter de seus devaneios egoístas por meio de alterações e disfarces, e nos suborna com o prazer puramente formal, isto é, estético, que nos oferece na apresentação de suas fantasias. Denominamos de prêmio de estímulo ou de prazer preliminar ao prazer desse gênero, que nos é oferecido para possibilitar a liberação de um prazer ainda maior, proveniente de fontes psíquicas mais profundas. Em minha opinião, todo prazer estético que o escritor criativo nos proporciona é da
mesma natureza desse prazer preliminar, e a verdadeira satisfação que usufruímos de uma obra literária procede de uma libertação de tensões em nossas mentes. Talvez até grande parte desse efeito seja devida à possibilidade que o escritor nos oferece de, dali em diante, nos deleitarmos com nossos próprios devaneios, sem auto-acusações ou vergonha. Isso nos leva ao limiar de novas e complexas investigações, mas também, pelo menos no momento, ao fim deste exame.

PERSONAGENS PSICOPÁTICOS NO PALCO (1942[1905 OU 1906])
____| Para tal finalidade, o fator primordial é,
indubitavelmente, o desabafo dos afetos do espectador; o gozo daí resultante corresponde, de um
lado, ao alívio proporcionado por uma descarga ampla, e de outro, sem dúvida, à excitação sexual
concomitante que, como se pode supor, aparece como um subproduto todas as vezes que um
afeto é despertado, e confere ao homem o tão desejado sentimento de uma tensão crescente que
eleva seu nível psíquico. Ser espectador participante do jogo dramático significa, para o adulto, o
que representa o brincar para a criança, que assim gratifica suas expectativas hesitantes de se
igualar aos adultos. O espectador vivencia muito pouco, sentindo-se como “um pobre coitado com
quem não acontece nada”; faz tempo que amorteceu seu orgulho, que situava seu eu no centro da
fábrica do universo, ou, melhor dizendo, viu-se obrigado a deslocá-lo: anseia por sentir, agir e criar
tudo a seu bel-prazer - em suma, por ser um herói. E o autor-ator do drama lhe possibilita isso,
permitindo-lhe a identificação com um herói.
———> ele chama de heroi o que deveria se chamar “persona principal” o que os jovens hoje em dia tem consciencia perfeita chamando de ser o “main character” uma fantasia vivida. se popularizou e muitos entender o erotico nisso pois o tiktok é de todo erotico e se popularizou por la.
—> ele ainda chama a satisfacao do heroi em meio as turbulencias de uma satisfacao sadomasoquista meu deus discordo plenamente.
____| O primeiro desses dramas modernos é Hamlet. Seu tema é a maneira como um homem até então
normal torna-se neurótico devido à natureza particular da tarefa com que se defronta, ou seja, um
homem em quem uma moção até ali recalcada com êxito esforça-se por se impor. Hamlet
distingue-se por três características que parecem importantes para a questão de que estamos
tratando: (1) O herói não é um psicopata, transformando-se em tal apenas no decorrer da ação.
____| sigamos o curso de seu desenvolvimento junto com aquele que adoece. Isso é particularmente
necessário nos casos em que o recalcamento não está já dentro de nós, mas precisa primeiro ser
instaurado, isso significa dar um passo além de Hamlet na utilização da neurose no palco.
____| além de um outro implícito no problema da
peça: não nos é possível ter a convicção solidária de que somente determinada pessoa tem o
privilégio de satisfazer a moça plenamente. Por isso não podemos colocar-nos no lugar dela.

estudos > estética > filosofia
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Paulo Silas 29/12/2021

Compreendendo a produção escrita de Freud entre os anos de 1912 a 1914, o volume 11 das obras completas, publicada pela editora Companhia das Letras, inclui os dois importantíssimos trabalhos mencionados na capa, grandes contribuições (termo esse constante inclusive em um dos textos) para a psicanálise. Com a elogiada tradução de Paulo César de Souza, as mais de quatrocentas páginas que compõem esse volume seguem com grande êxito a proposta de reunir todo o trabalho escrito de Freud, com o plus de se tratar de uma bela edição que encanta qualquer bom leitor.

Em "Totem e Tabu", principal texto da obra que abre o livro, Freud aborda as duas questões mencionadas no título do trabalho pelo viés psicanalítico, destacando desde logo que o tabu seria, em sua natureza psicológica, o imperativo categórico kantiano. Mesmo considerando todo o avanço pelo qual passou a sociedade, esse progresso teria afetado muito pouco o tabu - principalmente quando comparado ao totem. Freud inicia o trabalho percorrendo os primórdios da humanidade e o horror ao incesto, buscando as bases psicanalíticas que deram fundamento para essa rejeição, passando então pela ideia de tabu, pela noção de animismo e pelo conceito totemismo, estabelecendo assim o liame dessas questões no desenvolvimento da humanidade de acordo com a psicanálise.
Já em "Contribuição à história do movimento psicanalítico" o que se tem é o minucioso registro do percurso histórico da psicanálise desde a sua criação por Freud até quando da publicação desse trabalho (1914), contendo nesse trabalho como a psicanálise foi pensada, difundida, atacada e defendida.

Para além dos trabalhos mencionados, a obra conta com outros três textos (sem mencionar os "textos breves" sempre presentes em cada volume): "O interesse da psicanálise", onde Freud destaca a importância e o interesse que a psicanálise pode ter para outras áreas do saber, "Sobre a fausse reconnaissance (o "déjá raconté") no trabalho psicanalítico", onde Freud aborda a falsa impressão de alguns pacientes que acreditam já terem falado sobre um determinado episódio durante a sessão que na verdade é inédito para o analista, e "O Moisés de Michelangelo", onde Freud tece sua considerações ao analisar uma obra de arte (a Estátua de Moisés de Michelangelo). O volume 11 das obras completas é um dos tantos freudianos cuja leitura se faz necessária. É aqui que o leitor encontra o mito do pai primitivo (em "Totem e Tabu"), bem como é nessa obra que se tem conhecimento sobre algumas rusgas e divergências teóricas que culminaram no afastamento de Freud e Jung (em "Contribuição à história do movimento psicanalítico"), sendo esses motivos mais que suficientes para evidenciar a importância para a psicanálise desses trabalhos. Um livro que deve ser lido, portanto.
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Karllinha 22/04/2022

Não é fácil!
A facilidade ou não com relação à leitura de determinados textos está muito relacionada com a experiência que se tem até aquele momento com o ato de decodificar é interpretar as palavras. A presente obra não oferece dificuldades em termos de compreensão vocabular, mas pela falta de experiência com esse tipo de discurso e pelo distanciamento provável do contexto sócio-econômico e cultural entre autor e leitor. Por isso que foi dito e mais, esse não é um livro de cabeceira, mas de escrivaninha com uma caneca de café do lado. Vale a pena encher a caneca, a leitura poderá ser longa!
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ErideCalcinha 28/03/2023

Heterodoxamente brilhante
O início da obra pode suscitar uma interpretação errônea sobre o livro e sobre o autor, porém, de forma alguma, a obra tem a intenção de subjugar ou inferiorizar os povos "selvagens" da Austrália. Mas, devo dizer que Freud não se preocupa em arrefecer com palavras uma possível interpretação de algum leitor menos atencioso de achá-lo preconceituoso; é um compêndio de textos de Freud, as duas últimas partes do compilado deixa de ser puramente teórica e dá exemplos de soluções psicanalíticas para casos corriqueiros, além de terminar com uma das análises mais brilhantes que já vi em algum livro (escultura de Moisés).
8.3/dezembro de 2022
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Artur160 13/02/2024

Importante para diversas áreas
Freud desenha aqui, alicerces deveras sólidos para a Psicanálise, com debates e "demonstrações" fundamentais para a tentativa de solidificar essa área do conhecimento. Dá uma contribuição muito oportuna também à Sociologia e aos estudos antropológicos, analisando sociedades autóctones e delineando uma forma embrionária das regras jurídicas. Por fim, dá uma leitura brilhante sobre o Moisés de Michelangelo. Falando sobre possíveis pechas: uma coisa que me intrigou na leitura e, sinceramente, não sei se incorro num afã interpretativo anacrônico, foi a rispidez nas palavras ao tratar das sociedades primevas, tratando-as com inferioridade. De novo, posso estar sendo anacrônico, mas foi o que senti. Outro ponto seria a falta de linearidade literária do livro, que por ser um amontoado de artigos separados, fica prejudicada.

Em suma, livro oportuno e sólido.

7.3
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