Resenhas - O Habitat Humano

Rodrigues 14/12/2020

O livro não é de um todo ruim. Heber Carlos fala bem sobre antropologia, mas tem pontos de vista um tanto contestadores quando se trata do criacionismo bíblico, com tendências evolucionistas. Particularmente faltando, prefiro ler seus inscritos sobre teologia sistemática.

joaocrz @joaocrz 15/02/2016

O habitat humano no tempo de Adão e Eva
Com a leitura deste segundo livro, abriu-se um leque sobre as coisas que eu pensava sobre a origem dos nossos primeiros pais. Dentre tantos fatos comentados, segundo o autor Heber Carlos de Campos, deixarei alguns que mais me chamou a atenção.

4. MUDANÇAS FISIOLÓGICAS DE CARÁTER PERENE NOS MACRO-ORGANISMOS

Por "perene" entenda-se duradoura, não definitiva nem mesmo eterna. A perenidade dessas mudanças tem a ver com a sua duração desde a queda até o tempo da restauração de todas as coisas. Portanto, essas mudanças têm vários milhares de anos. p. 309-310.

1. Antes da queda, homens e animais não eram carnívoros
"E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez." Gênesis 1.29-30

Os dois versículos de Gênesis, analisados a seguir, mostram claramente que não apenas os homens, mas também os animais receberam como comida original no Éden as plantas com suas sementes e as ervas verdes da terra. Desde o início da criação, as plantas apropriadas foram dadas aos seres vivos, homens e animais, para que eles desfrutassem e se alimentassem delas. P. 315

B) Antes da queda, os animais eram herbívoros

Hoje, estudiosos, mesmo dentro da esfera do evolucionismo, admitem que os atuais animais carnívoros eram, por natureza, onívoros, ou seja, comiam de tudo. "Todos os modernos carnívoros foram originalmente herbívoros que se adaptaram a condutas predatórias em alguns casos." Chris W. Ashcraft, Designed to Eat Plants - Then Cursed to be Unable p. 317

C) A Celulose nas plantas

O nosso entendimento de celulose se restringe quase que especificamente à produção de papel, plásticos ou derivados. No entanto, há um aspecto da celulose que desconhecemos e que é muito importante para entendermos a sua função nas plantas.

A celulose é um composto orgânico que tem em sua fórmula muitas unidades de glucose. Ela é parte das células da planta que não são digeríveis pela maioria dos animais. Na verdade, a celulose é a fibra indigerível nos alimentos.

É inexplicável como a maioria dos animais mais fortes e violentos é destituída da capacidade de utilizar uma grande quantidade de açúcar que está na celulose das plantas, já que originalmente esses animais foram criados para comer plantas, e sua dieta deveria ser exclusivamente de plantas. No entanto, por razões que ainda desconhecemos, Deus manteve em alguns animais certa capacidade de se apropriar melhor das propriedades nutrientes das plantas. Podemos ver que alguns animais não violentos possuem alguma capacidade de usar os benefícios da celulose, ainda que não plenamente. "Os ruminantes (vaca, ovelha, etc.) possuem um sistema cooperativo que utiliza a capacidade enzimática da bactéria para ajudar na digestão da celulose. De outra forma, nenhum herbívoro seria capaz de digerir esse polissacarídeo abundante sobre a terra."

A maldição sobre Adão, registrada no Gênesis, é a única teoria que explica a razão pela qual os seres humanos não mais têm a capacidade de digerir o que é mais rico nas plantas.

Teoricamente, se levarmos em conta a nossa inteligência, nós, os seres humanos, deveríamos ser capazes de metabolizar a celulose, mas o fato impressionante é que não podemos fazer isso. Se pudéssemos digerir celulose, isso liberaria mais substância essencial para a realização do metabolismo do que qualquer outra fonte que está disponível para nós. Mas isso ainda está bioquimicamente bloqueado. De uma perspectiva do design inteligente, nós deveríamos ter a capacidade de digerir celulose. Se a tivéssemos, nenhum organismo sobre a terra jamais passaria fome. Ao contrário, grandes quantias de energia bioquímica estariam abundando sobre a terra.

Tantos os homens como muitos animais se tornaram incapazes de digerir essa celulose porque, devido à queda, eles perderam os genes necessários para transformar a planta em energia. Somente as bactérias e os fungos têm capacidade de decompor essas fibras, porque eles ainda possuem os genes necessários para isso.

É espantoso que nós - que, segundo os evolucionistas, evoluímos de micro-organismos - não tenhamos os genes necessários para a digestão da celulose das plantas. Ashcraft faz uma observação interessante que não pode ser omitida:

"Do ponto de vista da evolução, a ausência desses genes nos organismos mais elevados é um mistério se os animais verdadeiramente evoluíram dos micróbios, visto que eles todos têm a capacidade de digerir celulose. A vantagem da sobrevivência desses genes é tão grande que a seleção natural é inconcebível. Se nós evoluímos dos micróbios, nós deveríamos ter também esses mesmos genes."

A resposta a esse problema misterioso encontrado pelos evolucionistas está na maldição divina no Éden. Deus mexeu na natureza de muitos animais a ponto de eles não mais poderem digerir os alimentos da forma como faziam antes da queda. pg. 324-327

1. DEUS LANÇOU ADÃO PARA FORA DO JARDIM DE UMA FORMA IRÔNICA

A promessa de Satanás a Eva em Gênesis 3.5 "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal." era que, se os nossos primeiros pais comesse do fruto proibido, eles haveriam de ser "como Deus", conhecedores do bem e do mal. Adão e Eva caíram na esparrela de crer numa falsa promessa de Satanás e se arriscaram a "brincar de Deus". O pecado entrou no mundo dos homens porque eles creram na mentira de Satanás, e não na verdade de Deus. A queda ocorreu no lugar santo, o jardim de Deus. Por uma ironia da soberania divina, a mentira de Satanás se deu no jardim santo, assim como a desobediência dos homens.

"Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal(...)" Gn 3.22

Aproveitando-se da ideia sugerida por Satanás, e antes de lançá-los fora do jardim, Deus usou uma linguagem irônica e sarcástica a respeito do resultado do pecado de Adão. Essa ironia, Deus mostrou para si mesmo. Dá-nos a impressão clara de que Deus está conversando intratrinitariamente, porque ele fala de o homem se tornar um de nós (Pai, Filho e Espírito Santo, três pessoas na mesma e única divindade). Deus possui uma ironia fina e inteligente. Se não entendermos como uma ironia divina, o verso não faz sentido, por duas razões: 1) Ao pecar, o homem não se tornou conhecedor do bem, e sim somente do mal. Na verdade ele perdeu a noção real e experimental do bem. 2) Ao pecar, o homem não poderia nunca se tornar como Deus, porque Deus é absolutamente santo. Adão e Eva não experimentaram nenhuma dessas duas coisas. pg. 324-327

site: http://www.nwcreation.net/plantcellulose.html