Gean 22/09/2023
Releitura 01/2023. De início, relatar que saiu da minha lista de livros favoritos.
Para mim foi impossível reler este livro e não fazer referência ou paralelos ao li-vro que, com toda certeza, influenciou este: A Revolta de Atlas. Assim como este termina no Vale, o mundo utópico de AYN RAND, onde as pessoas mais capazes, as mentes mais brilhantes, criariam uma sociedade de progresso constante, aqui também parte dessa premissa com Rapture, A cidade submersa de ANDREW RYAN (no nome deste tem todas as letras do nome daquela autora), a utopia em que o criador não iria temer o para-sita, falando de modo genérico.
Nesse sentido, RYAN possui um faro para encontrar pessoas capazes, uma delas é o BILL, que de um simples encanador de privadas passa a ser um dos engenheiros che-fes de Rapture e que, fascinado pelo desígnio da libertação de uma iminente guerra nucle-ar, vê-se apaixonado, em uma primeira vista, pela cidade submersa, transportando para ela seus sonhos e sua pretensão em, com ELAINE, constituir um futuro.
Contudo, em um evento marcante às fls. 251, ele nota o que sempre ignorou. Rapture não é um concerto à libertação, mas uma prisão construída por aquele que se apresentou como um libertador. E esta figura libertadora, presentada como antagônica do comunismo, mostra suas reais garras quando é ameaçado por FRANK FONTAINE, o qual posteriormente se transforma em ATLAS, o qual introduz a “A Revolta de Atlas”, incitando o povo ignorado por RYAN, o qual é responsável por carregar este mundo em suas costas.
Interessante de se notar que isso foi possível devido ao Livre Mercado e sua Grande Corrente, “personagens” tão defendidos por ANDREW, isto é, o vício e a depen-dência criada pelo mercado dos plasmids e do ADAM. O que posteriormente o fará voltar atrás e tornar-se um hipócrita ao nacionalizar uma propriedade “privada” que, na verdade, sempre foi sua, já que Rapture lhe pertence.
Com o cerco fechando, BRIGID TENENBAUM avança no projeto dos Big Daddies e das Little Sisters, ao passo que se vê em meio a memória paternais.
Posteriormente, JASMINE JOLENE é morta pelo anfitrião, por ter entregado seu filho aos inimigos do Estado, o que entregou a estes a chave de seu império, visto que somente ele, especialmente seu DNA, consegue sair para o mundo exterior e retornar, estando todos os demais enclausurados.
Vemos aos poucos RYAN assassinar pessoas, incluem-se ANNA, o passarinho comunista que cantou demais, bem como Rapture ruir com os splicers viciados e crianças sendo sequestradas para o culto de TENENBAUM.
Além disso, instaura-se censura – contra o “Culto de Lamb” e, de um modo ge-ral, um espectro ditatorial, até o limiar do livro, em que o Grande Homem, o conceptor da Grande Corrente, perderá o controle de si, ele já havia perdido o de sua Cidade, mas nunca havia permitido seu medo demonstrar-se.
Noutro ponto, DIANE, a que trocou de lado após a ilusão oferecida por ATLAS, padece quando, para sua surpresa, descobre que este é FONTAINE. O que se extrai disso é que, de certo modo, os dois principais personagens antagônicos entre si são iguais ou, no mínimo, de uma maneira geral, em Rapture não existe pessoas boas ou más, mas apenas homens, conforme o exposto no Hall de entrada do farol, aquilo que guia um perdido na escuridão em direção a luz, a qual, contudo, não penetra nas maiores profun-dezas do oceano.
E, retornando a um prólogo não muito distante, ANDREW, em um confronto final com BILL, lhe afirma que as pessoas possuem escolhas, ao passo que os escravos apenas obedecem. Bem, BILL escolheu e manteve seu chefe e outrora amigo vivo, esco-lha que mais tarde lhe retornou como resposta a escuridão e a solidão.
ELAINE e SOFIA, mais tarde, em uma evidente contradição, acham que BILL gostariam do mundo externo, especificamente do céu. Aparentemente debaixo d’água ele não era visto.